Contos Hiccstrid escrita por LauraClarimond


Capítulo 2
A espera do momento perfeito




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Já não sabia a quanto tempo estávamos presos no engarrafamento na estrada que seguia rumo a cidade. Ao meu lado astrid estava ao celular enlouquecendo pois iria acabar se atrasando para reunião que vem se preparando a semanas. No meu caso infelizmente, tive que cancelar a última aula que daria antes de entrar de férias.

— Quanto tempo mais este transito irá durar ?- perguntou afobada desligando a ligação

— Como se eu soubesse astrid !

Me arrependi no segundo seguinte que falei isso, como diz o provérbio '' não se deve cutucar onça com vara curta ''. Logo depois recebi um belo soco no meu braço.

— Desculpe - disse massageando o local onde agora estava machucado.

Ela me olhou parecendo estar um pouco arrependida pelo que fez e se inclinou dando um leve beijo onde estava doendo e sussurrando um pedido de desculpa.

— Eu só... - Puxou uma longa respiração - Poxa, passei dias planejando e me preparando para hoje, e tudo que poderia dar errado está acontecendo. Começando com aqueles dois. - Falou me fazendo lembrar de algumas horas atrás.

''Naquela manhã mais cedo, depois que eu fiquei ajudando astrid até as duas da manhã, acordamos com banguela e tempestade deitados conosco, como era de costume, ficamos alguns instantes deitados olhando um para o outro, eu adorava ver ela acordando, mas em uma pequena fração de segundos, percebemos algumas coisinhas brancas pela cama e no momento em que nos levantamos, vimos que havia papel rasgado por todo o local, quando pegamos algumas partes vimos que tudo aquilo era todo o trabalho que astrid havia preparado para hoje. Ela ficou tão brava com os dois, brigou com eles, os expulsou do quarto e depois trancou a porta, tentei acalma-la da melhor forma que pude, mas foi em vão. Com o tempo se esgotando ela teve que correr atrás do prejuízo e teve que imprimir e reorganizar tudo novamente e mais uma vez eu a auxiliei. ''

— Você tem que se lembrar que eles ainda são muito novos, não são mais filhotes é claro, mas ainda são muito novos. - falei enquanto o trânsito ainda andava devagar

— Eu sei soluço, mas você sabe que não foi a primeira vez que eles fazem isso ! - Argumentou

— Sim astrid, me lembro bem de como meu projeto teve seu glorioso fim, bom pelo menos agora sabe como me senti naquele dia.

O olhar que recebi dela veio junto com outro soco, novamente em meu braço

— Vai deixar uma marca roxa sabia ?

— Que fique ! - Falou irritada

Não pude evitar rir um pouco pela forma como ela disse '' Que fique ''.

— Você fica mais linda ainda com essa carinha emburrada que faz, sabia ? - Falei não conseguindo segurar um pequeno sorriso.

Falar isso, acabou a deixando ainda mais irritada e como já tinha pensado ela já estava indo em direção ao meu braço para mais um soco, mas impedi, porque realmente já estava machucando. Astrid não é do tipo de mulher que da '' socos '' por brincadeira.

Segurando sua mão, falei a ela

— Conheço você muito bem astrid, e sei que se hoje, esta reunião não acontecer, se der alguma coisa errada, sei que vai ser capaz de conseguir outra, você é ótima em seu trabalho, na verdade você é melhor em tudo ! e sei que vai dar tudo certo no fim.

De uma cara '' Vou matar você '', astrid sorriu depois de ouvir o que eu disse, fiquei aliviado que eu consegui acalma-la um pouco.

— Tenho que concordar, sou melhor que você mesmo ! Em qualquer coisa - Falou ainda sorrindo - Que bom que reconhece isso !.

— Sim reconheço - falei beijando ela, até ouvir buzinas atrás de nós, e perceber que o trânsito finalmente estava andando.

Um pouco mais a frente podemos ver o motivo de todo o engarrafamento. Uma grande batida havia acontecido, quatro carros ao total, três das quatro vias estavam interditadas e quando finalmente conseguimos passar por elas podemos seguir livremente nosso caminho, mas para tentar encurtar o percurso passei por uma área diferente da que estamos acostumados.

— Soluço ?

— Sim ?

— Não acha que deveríamos nos mudar ?

— Por que esse assunto agora ? - perguntei um pouco surpreso pois nunca conversamos sobre isso

— Sabe desde que nós digo eu e tempestade, fomos morar com você e banguela em seu apartamento, tudo ficou bem pequeno, apertado, entende? E também, morar mais perto do centro nos pouparia um bom tempo e os ricos de nos envolvermos em uma acidente, como aquele que vimos é menor.

Pensei alguns segundos ''sim ela estava certa, mas ainda não era a hora certa. Ou é? ''

— Astrid, entendo, só que... - comecei a falar mas ela me interrompeu em seguida

— Olha essas casas, olha os jardins, eu tenho certeza que eles adorariam correr por tudo isso. Podemos morar em um lugar assim soluço, tenho certeza que eles e nós iriamos adorar. Bom eu iria - falou olhando na minha direção.

Eu sabia, que ela sabia, que quando fazia este olhar para mim, conseguia me convencer a qualquer coisa nesse mundo, mas eu estava decido '' Ainda não é o momento certo '' pensava.

— Eu também adoraria astrid, só que ainda não é o momento certo - Falei já estacionando em frente ao edifício onde ela trabalha

— Eu só estava dizendo....

Agora foi o meu momento de interromper o que ela estava falando

— Acredite em mim, ainda não é momento certo - Falei olhando em seus olhos já um pouco tristes por não concordar com ela - Mas será... em breve. Agora vá se não irá se atrasar.

— Tudo bem - Disse sorrindo, depois beijando minha bochecha e saindo do carro.

Fiquei observando ela desaparecer dentre as outras pessoas que entravam pela mesma porta. Seguindo minha viagem de volta parei no sinal vermelho e abri a porta luvas do carro, e lá estava a pequena caixinha azul turquesa com o laço branco que ainda não foi aberta

'' O momento certo está perto, só preciso esperar, tem que ser perfeito''

Chegando em casa, sou recebido por banguela que vem correndo em minha direção, me derrubando no chão e começa a me lamber sem parar. Acho legal quando chego em casa e ele fica animado por isso, sei que ele sente minha falta. Se dependesse de mim o levaria para qualquer lugar que eu fosse. Tempestade vendo tudo de longe, logo se aproxima. Lembro de ,como foi difícil no começo, quando elas vieram morar comigo, ela não a deixava chegar perto de astrid, levou tempo para se acostumar. Fiquei brincando com os dois até ficar cansado e depois de estar babado e arranhado e um pouco mordido também fui tomar um banho.

O dia foi se passando, mas boa parte dele acabei ficando no pequeno escritório finalizando alguns trabalhos e corrigindo algumas atividades de alunos que deixaram para me entregar na última hora. Durante todo esse tempo não recebi nenhuma ligação ou mensagem da astrid, mas também não tentei entrar em contato, poderia atrapalhar caso ela estivesse ocupada.

Já anoitecendo escutei o barulho de uma porta de carro se fechando, fui até janela e a vi saindo de um taxi. Minha pequena parecia bastante cansada, exausta na verdade e pela primeira impressão que tive, percebi que a reunião não tinha saído como ela queria.

—Hoje foi um desastre – Falou assim que entrou jogando a bolsa no chão

Pude sentir tristeza e decepção em sua voz, odiava quando a via se sentia daquela forma. Fui até onde ela estava, peguei sua bolsa e coloquei em cima da mesa. Sem que falássemos nada, tirei seu casaco e o pendurei e logo depois a abracei e ficamos assim por alguns minutos.

Após esses poucos minutos astrid decidiu tomar uma banho, para melhorar um pouco, a perguntei se gostaria de algo para jantar, mas disse que estava sem fome. Resolvi não perguntar sobre o trabalho naquele momento, sabia que isso apenas faria com que ficasse chateada por ter que explicar o que tinha dado errado. No instante em que ela saiu do banheiro, tempestade foi atrás da dona para brincar, mesmo estando com a cabeça longe e cheia de coisa, a distração que estava tendo fez com que um sorriso surgisse de seus lábios, e eu adorava vê-lo.

Nos quatro começamos a brincar juntos e a bagunça já estava instalada pela casa e no final estávamos deitados na cama, todos ao me redor dormiam, astrid estava com a cabeça em cima do meu ombro, banguela também deitado em cima de mim e tempestade ao lado da dona. Não posso dizer que estava confortável naquela posição. Percebi naquele instante o quanto eu amava tudo que estava ao meu redor. Acariciei aqueles cabelos loiros que tanto gostava e ele levantou seus olhos para mim.

—Pensei que estava dormindo ? – Perguntei continuando a acariciar seus cabelos

—Só estava com os olhos fechados. - Respondeu sorrindo.

—Astrid ?

—Sim ?

—O que acha de viajarmos nesse fim de semana ?

—Para onde ?

—Qualquer lugar. Sei o quanto está cansada. Você precisa descansar um pouco.

—Eles irão conosco ? Não é ?– Perguntou apontando para banguela e tempestade

—Claro! - Falei beijando o topo de sua cabeça e ela voltou a deitar com a cabeça em meu ombro

—Tudo bem – Disse baixinho.

Espero que nessa pequena viagem eu encontre o momento perfeito.


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