Zack PDV

Acordei com um susto ao ouvir Jenny gritar e percebi que estava deitado em cima de Mike. Comecei a puxá-lo e em menos de 30 segundos, já estávamos lá.

Abri a “porta” da barraca e me deparei com Jenny agachada, tremendo e chorando de medo em um canto e no outro canto uma cobra cascavel sacudindo seu chocalho e sua língua para ela.

Me desesperei pelo fato da minha namorada estar correndo risco de morte. E o pior era que ali não tinha NENHUM hospital para eu levá-la caso acontecesse algo.

Enquanto eu pensava na possibilidade de acontecer algo terrível à Jenny, Mike correu para pegar um galho forte e com rapidez, enfiou o galho na cabeça da cobra. Depois, se distanciou de lá com a cobra na mão, gritando:

- DESGRAÇADA!

Jenny veio correndo para os meus braços, chorando.

Beijei seu pescoço e rosto - tentando nos acalmar - e acariciei seus cabelos ruivos.

- Zack, eu fiquei com tanto medo! Eu quero sair daqui! Quero ir para casa! – Ela chorava.

- Shh, vai ficar tudo bem, meu amor. Nós vamos conseguir sair daqui. Eu prometo. – Sussurrei em seu ouvido.

Ela se afastou para olhar nos meus olhos.

- Promete?

Assenti e sorri para ela. Ela me deu um beijo como agradecimento.

Nossa, como eu estava com saudade daqueles lábios sedosos...

É impressionante, ficamos brigados durante umas 7 horas e eu já estava morrendo de saudades dela.

Eu amava tanto Jenny!

Depois, dormimos mais um pouco e de manhã, enquanto tomávamos nosso café da manhã (a base de frutas) junto com Mike, vimos uma van.

Corri e bati no lado da van. O carro parou e o motorista me olhou.

- Hey, você poderia nos dar uma carona? – Perguntei.

- Claro, entra aí. – Ele respondeu.

Dei o maior sorriso que já havia feito e acenei para Mike e Jenny.

Eles pegaram suas coisas e vieram correndo.

Ao entrar no carro, Jenny não parava de agradecer:

- Muito obrigada mesmo! O senhor salvou as nossas vidas!

Mas, estávamos enganados.

No momento que o motorista trancou as portas, homens de preto que não tínhamos visto, saíram de trás da van e tentavam nos amarrar, mas nós começamos a lutar contra eles.

Depois de muito tempo lutando com os homens de preto, ouvi um grito:

- CALADOOS! – Gritou o motorista. Olhei para a mão dele e ele estava segurando uma arma.

- Vocês! – Apontou a arma para nós. – Fiquem quietos e deixem ser amarrados senão eu atiro!

Jenny olhou desesperada para mim e eu assenti para que ela fizesse o que estavam mandando.

Estiquei meus braços, me rendendo e amarraram meu braço. Mike e Jenny fizeram o mesmo.

- Por favor, solta a gente! – Jenny implorava.

Eu não acreditava, saímos de um problema e fomos para outro. E tudo aquilo era culpa minha porque fui eu que levei Mike e Jenny para aquele carro! Se acontecesse alguma coisa com eles, eu não me perdoaria nunca...

- Você pode me explicar o que está acontecendo aqui? – Perguntei.

- Claro. – O motorista parou o carro e sorriu para mim. – Simples, isso é um seqüestro relâmpago.

Jenny ficou boquiaberta.

- E... Por que a gente? – Perguntei.

- Porque vocês foram os primeiros a aparecer... Eu não tinha pessoas certas, estava só esperando um tolo aparecer e aí apareceu você! – Ele sorriu e depois voltou a dirigir.

Olhei para Jenny e Mike e sussurrei um pedido de desculpas.

Eu realmente me sentia bastante culpado por aquilo.

- Anyway, meu nome é Charlie. – O motorista se apresentou.

Depois de algumas horas, chegamos à uma casa enorme com um jardim bem cuidado e uma piscina.

É impressionante o quanto as casas de seqüestro estão melhorando a cada dia.

Os homens de preto nos levaram a uma sala com apenas dois colchões.

- Irão ter que dividir. – Disse um dos homens de preto antes de sair.

Me sentei no colchão ao lado de Jenny e encostei a cabeça na parede.

- Hey, me desculpe. Mesmo. – Falei, para Jenny e Mike.

- Você não tem culpa. – Ela falou, pegando a minha mão.

- Claro que eu tenho. Se eu não tivesse ido pedir carona para aquele cara, não estaríamos aqui, seqüestrados.

- Errado. Se você não tivesse ido pedir carona, nós íamos. Zack, o nosso desespero por sair dali era maior do que qualquer coisa para negarmos a carona de um estranho. – Jenny falou.

- A ruivinha ta certa. – Mike concordou.

- Pelo menos temos um ao outro. – Eu disse e dei longo beijo em Jenny.

Porém, de repente, ouvi um dos capangas:

- Heey, olha o que temos aqui: Um casal!

Virei o rosto e vi ele e Charlie que deveria ser o chefe de tudo.

Ele sorriu e em um piscar de olhos, Jenny já estava em suas mãos.

Eu me levantei para impedir, mas o capanga me segurou.

Mike tentou me ajudar, mas de repente apareceu mais dois capangas ultra-fortes e conseguiram dominá-lo.

- Adoro causar o sofrimento dos outros e não vou deixar vocês dois se divertirem aqui. Porque isso é um seqüestro e não um motel. – O chefe disse e levou Jenny para um outro lugar.

Eu lutava contra o tal capanga, mas ele me jogou no chão e, rapidamente, foram embora.

Sentei no colchão, desolado.

- Me desculpe, Zack. Eu tentei ajudar. – Disse Mike, esfregando seu braço machucado.

- Tudo bem... – Respondi batendo a cabeça na parede.

Mais uma vez Jenny estava em perigo e eu estava ali, sem fazer nada.