Nunca brinque com magia! escrita por Lyana Lysander


Capítulo 7
O dia em que tudo mudou!


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aki de novo, favor não me matem!
Até minhas férias não sei com que frequência vou postar, masi tentarei ao menos uma vez por mês



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Fazia agora quase sete meses que estávamos em Valfenda. Fiquei ainda uma semana de cama antes que Mestre Elrond se desse por satisfeito com minha saúde. Frodo por sua vez estava sendo tratado de sua ferida (principalmente a da alma) até alguns dias atrás. Sam, Pippin e Merry apenas passavam seu tempo perambulavam por aí com Bilbo, ouvindo suas histórias, ou com os elfos se divertindo com eles (as vezes achava que os elfos que se divertiam consigo). 

Foi emocionante quando Frodo me apresentou ao seu tio, um hobbit de idade, mas com o espirito de uma criança levada e aventureira. Era notável o que os anos agora pesavam sobre si, mas o senhor Bolseiro estava sempre disposto e com um sorriso amável quando nos víamos, e este nunca se negava a nos contar uma história ou recitar um de seus poemas. Eu podia sentir agora, depois de meses de treinamento, que havia uma macha em sua alma, provavelmente em decorrência de ter sido o portador do anel por tantos anos, mas era incrível que em nada isso o maculava, era como se na maior parte do tempo ela nem existisse. Hobbits eram realmente criaturas magnificas. 

Eu agora tinha minha rotina de treinos, e claro estava imensamente gratificada por minha nova vida. Elrond era um mestre paciente, me ensinava a arte da cura como se eu fosse sua própria filha, e sempre tomava cuidado para não me cansar demais, mas ele era exigente e por causa disso eu acaba quase sempre atrasada para o jantar por está debruçada em algum livro de sua biblioteca. Gandalf me ensinava a entender os limites desse mundo e os meus próprios, no início foi difícil para mim entender e acreditar no que poderia fazer, mas com o tempo fui aprendendo mais e mais e me sentindo orgulhosa de mim mesma. Glorfindel e Aragorn eram meus mestres na arte de defesa e ataque. Aragorn era meu mestre de espadas (nenhum elfo quis tomar seu lugar, dizendo que não fariam melhor que ele), e graças a ele eu estava me tornando cada vez mais perspicaz, já Glorfindel tentava a meses me ensinar com perfeição a usar o arco e flecha, mas convenhamos que apesar da sua extensa paciência, eu era um desastre, apesar de segundo ele esta melhorando cada vez mais. Por fim Arwen me ensinava sua língua e outras coisas simples, como cavalgar. Com o tempo nos tornamos amigas, ela era uma pessoa sem reservas e com uma sabedoria imensa. Ela percebeu antes de mim que eu ficava chateada por alguns elfos me tratarem como criança, e conversou comigo me explicando que isso não deveria importar para mim.

—A maioria de nós tem mais de 1000 anos Aura, então para eles é natural que você se pareça uma criança. -ela alisou meu cabelo.

—Mais de 1000 anos, você também? -não contive minha curiosidade, mas nem tive tempo de me desculpar por ser indiscreta quando ela me respondeu como se aquilo não fosse nada.

—Já passei dos 3000, e esse é um dos motivos de meu pai e Aragorn terem um certo receio de nosso relacionamento no inicio, mas agora Aragorn já é um homem feito e viveu muitos anos fora de nossa proteção, se tornando um homem de força e sabedoria. -as palavras se perderam em minha boca e tudo que pude fazer foi sorrir e imaginar o quanto ela  deveria sofrer com sua preocupação sobre ele.

Depois de todo esse tempo não foi de se estranhar as duas coisas que aconteceram naquela nova manhã, o próprio sol que estava um pouco mais forte, parecia um prelúdio de que aquele dia traria coisas surpreendentes. 

Primeiro quando eu ainda me arrumava em meu quarto para as aulas da manhã, observei uma pequena comitiva élfica chegar. Eles usavam mantos esverdeados e apesar de não estarem vestidos para uma guerra, traziam longas espadas e arcos pendurados por seu corpo, no mais apenas o estritamente necessário, como  se tivessem vindo com pressa. Eu estava debruçada sobre minha varanda e podia ver bem que apesar de ostentarem a calma e a leveza de seu povo, em suas faces havia certa preocupação, para não dizer urgência. Segundo, quando me encaminhava para a sala de Mestre Elrond, me encontrei com Frodo que observava um Sam aturdido enfiando várias coisas em uma mochila e se perguntando se não esquecera algo.

—Já fez as malas Sam? -disse rindo de seu rosto vermelho por ter sido pego.

—Não há mal algum em está preparado. -eu sabia que eles logo partiriam, entendia que sentiam falta do conforto de suas casas, e apesar de querê-los ali comigo, não seria egoísta. Eu sempre poderia visita-los quando quisesse.

—Me parece mais que está ansioso para ir, achei que gostasse dos elfos? -ri de sua cara culpada.

—Sempre te ouvi dizer que queria ver o mundo Sam. -riu-se Frodo ao se aproximar e me ajudar a atormentar o pobre Sam.

—Eu quero. -disse mortificado.

—Mais que tudo?! -Frodo continuou a perturba-lo.

—Eu queria, desejava, é que... -ele se sentou angustiado no banco e nos aproximamos dele, sentando cada um de um lado seu.

—Nós fizemos o que Gandalf queria. Trouxemos o anel até aqui. Então eu pensei... Vendo como o senhor se recuperou, e agora que sabemos que Aura esta bem, que ela estará sempre segura aqui. Bom, eu pensei que iríamos para casa logo.

—Tem razão Sam, fizemos nossa parte, fizemos o que tínhamos de fazer. Assim como Aura o anel ficará seguro em Valfenda. -ele o olhou. -Estou pronto para voltar para casa.

—E eu irei visita-los muito, já sinto falta de sua maravilhosa comida Sam. -brinquei e eles sorriram.

—Irei preparar um banquete, verá como um hobbit recepciona seus amigos. -ele disse orgulhoso me fazendo rir.

Naquele manhã mais pessoas chegaram, anões e para minha surpresa até um humano. Ele me parecia cansado, mas assim que chegou solicitou a presença de mestre Elrond que o pediu para descansar da viagem, pois logo convocaria uma reunião. 

Estava tendo minha aula como sempre e Gandalf estava ali também, seus rostos pareciam se contorcer (Gandalf e Elrond), como se conversassem apenas com o olhar.

—Não há como negar que o hobbit tem uma extraordinária resistência ao mal.

—É um fardo muito grande para qualquer um, ninguém jamais deveria carrega-ló, muito menos ele. -apiedou-se Gandalf. -Não podemos pedir mais nada a Frodo.

—Gandalf, o inimigo voltou a se mover. As forças de Sauron estão se reunindo ao Leste. Olho dele está fixado em Valfenda, e bem sabemos que Saruman nos traiu. Nossa lista de aliados está diminuindo a cada minuto.

—A traição é maior do que pode imaginar meu velho amigo. Ele está usando magia negra, e agora conseguiu cruzar orcs e gnomos, ele está criando um exercito nas profundezas de Isengard.

—Qual a vantagem de  cruzar orcs com gnomos? -perguntei enfim me intrometendo, e eles pareceram lembrar que eu estava ali.

—Agora eles se movem a luz do dia e rapidamente sem medo. Saruman virá atrás do anel, e... -ele respirou profundamente.

—E de mim. -ele fez que sim. Olhei para eles com pesar. 

—Você está segura aqui Aura. 

—Esse mal não pode ser ocultado pelo poder dos elfos mestre, não há como lutarmos contra Mordo e Isengard sozinhos, bem sabemos que o anel os chama, e mesmo que o anel seja levado para longe eles virão atrás de mim mais cedo ou mais tarde, já me disseram que o senhor do escuro...

—Podemos envia-lá para a senhora Galadriel, ela poderá lhe proteger... 

—Eles com toda certeza esperam por algo assim mestre. 

—Parece que você tem uma ideia em mente criança. -sorri para Gandalf.

—Uma que os senhores não vão gostar. -sorri sapeca em meio ao que estava por vir, eu tinha medo, mas sabia que não poderia colar vidas em risco por minha causa. -Eu irei para onde o anel for enviado.

—Isso seria...

—Uma ótima ideia. -comentou Gandalf atrapalhando Elrond. -O poder do anel ocultará sua presença aos olhos dos inimigos que só focarão neste, e eles jamais esperariam que você viajaria junto ao anel.

—Tem certeza que está é uma boa ideia Gandalf, esse perigo ameaça toda a Terra-Média.

—Então deixemos que os seres dela decidam como pôr um fim nele. -Gandalf estava debruçado sobre a varanda e apontou para baixo, onde havia anões, elfos, hobbits e o humano. -mestre Elrond suspirou.

—A época dos elfos acabou, mas depois do aparecimento de Aura meu povo se sentiu seguro para ficar, o poder que esta criança carrega nós traz esperança, lutaremos para protege-lá. -ele respirou fundo e olhou para mim com tanto carinho que eu me senti culpada por ter proferido minha ideia. -Não podemos confiar nos anões, eles se escondem nas montanhas ou em baixo da terra a procura de riquezas, não se importando com os problemas dos outros. 

—É nos homens que devemos colocar nossas esperanças.

—Homens? Eles são fracos, sucumbem facilmente, é por causa deles que o anel ainda vive. Eu estava lá, há 3 mil anos atrás quando Isildor pegou o anel, eu mesmo o levei até o coração da Montanha da Perdição, onde este foi forjado, e o único lugar que pode ser destruído,  o guiei até ali para que o destruísse, mais facilmente sua força falhou, a ganancia pelo poder foi maior que ele. -mestre Elrond apertou o punho. -Era para tudo ter acabado naquele dia, mais o mal conseguiu sobreviver. Agora a linhagem foi interrompida, e os homens estão dispersos sem um líder.

—Existe um homem que pode uni-los novamente. Alguém que pode reivindicar o trono de Gondor.

—A anos que ele optou pelo exílio deixando esse caminho de lado.

Sai dali os deixando, não havia nada que eu pudesse dizer ou fazer, sem falar que não me parecia certo ficar ali. Eu queria poder fazer algo por eles, pois queria retribuir de alguma forma o que faziam por mim. Não poderia nem iria por suas vidas em risco por mim.

Não me dei conta que tinha deixado meus pés me levarem, mas sorri quando percebi que estava no lago, e respirei fundo. Não havia motivo para me angustiar agora, aquela decisão não deveria ser apenas minha, então como minha avó sempre dizia "O que não tem remédio, remediado está!". Minha avó, ela teria amado este lugar, e todas essas criaturas. Sorri feliz, e em paz, eu não me envergonhava de não sentir saudades de casa, não me envergonhava de não querer voltar, pois a pessoa que eu mais amava não mais se encontrava ali, e aqui eu finalmente era aceita, e até amada.

Lle antien tua? -uma voz grave me assustou e eu me virei para seu dono com espanto. -Você precisa de ajuda, está perdida? -sua voz era calma, mas algo me dizia que esse não era o caso.

Quando meus olhos pousaram sobre o dono da voz foi inegável não ficar muda, ele era lindo, seus cabelos loiros e lisos brilhavam em um tom diferente dos demais, seus olhos azuis profundos pareciam querer me tragar para dentro de si, seu corpo possuía mais músculos do que a maioria dos elfos, mas sem deixar de ser esguio.

—Quem é você, porque não fala? -ele pareceu desconcertado por minha avaliação nada descente, e acabei virando o rosto encabulada com a situação.

—Aiya. Essenya Aura. -Saudações eu me chamo Aura. Sério, eu mal conseguia olha-ló.

Lle hinuala quendi Tel`Quessir? 

—Sim, eu aprendi com Frodo, Aragorn e Arwen. -apertei a barra do vestido. -Mas seria mais educado se apresentar primeiro. -ele pareceu ficar sem palavras. -Se me der licença estou ocupada. -tentei escapar daquela situação constrangedora.

—Espere! -ele pediu e eu parei. Ele não me deixaria fugir tão facilmente.

—Senhorita Aura, senhorita Aura -Selenan ,uma elfa que ajudava na cozinha se aproximou um pouco afobada. -Estive procurando a senhorita, mestre Elrond pediu para encontra-lá, ele solicita que se vista adequadamente.

—O que houve? -fui até ela preocupada.

—Vai haver um conselho após o almoço, e mestre Elrond solicita sua presença. -meu coração palpitou, então enfim havia chegado a hora.

—Com sua licença. -me virei para o elfo que parecia surpreso, mas logo se recompôs e fez um reverência, a qual repeti antes de sair.

As correntes do destino enfim começaram a se mover, e o terror da guerra agora se aproximava.

 


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam!



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