Nunca brinque com magia! escrita por Lyana Lysander


Capítulo 13
O verdadeiro poder!


Notas iniciais do capítulo

Sim eu voltei gente, não sei por quanto tempo mas enfim, me desejem sorte!



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Meus pés queimavam, e eu me segurava para não reclamar sobre aquilo. Estávamos descendo a montanha, que parecia feliz em nos ver partir, provavelmente estava comemorando sua felicidade de ter enfim nos expulsado de seus domínios.  Segurei um suspiro, não deveria reclamar, pois nem os hobbits que mais sofriam com aquele clima o faziam, sem falar que seria uma tremenda falta de respeito com Aragorn e Boromir que íam a frente abrindo caminho para nós com suas próprias mãos, escavando o caminho.

Olhando aquela situação comecei a pensar se em algum momento da minha vida eu tinha passado por algo tão difícil, e comecei a me lembrar de minha época de escola, e o quão difícil era cada dia naquele lugar. Mas uma memória especifica, a de uma viagem escolar pouco mais de um ano antes de eu vir para a Terra Média me fez pensar que está ali agora com amigos de verdade, que dariam de tudo para me ver sorri, me fez perceber a sorte que eu tinha.

Minha escola nos levou em um passeio para conhecer as casas de alguns pontos turísticos no interior da Paraíba, e nesse dia José estava doente e não pode ir, e como eu só fiquei sabendo disso quando o ônibus já estava de partida, não tive escolha se não ir com eles, mas logo na primeira parada, em uma cidade chamada Guarabira, onde fomos ver a estatua gigante de Frei Damião, eu fui deixada. Sim deixada, no momento que desci do ônibus eu não me sentia bem, então fui ao banheiro por está muito enjoada, e só saí de lá quando me senti um pouco melhor, contudo o ônibus escolar não estava mais lá. Imaginem então o meu desespero por está sozinha em um lugar que não conhecia. Depois do desespero inicial pedi ajuda a uns turistas que ali estavam, e eles me deixaram na delegacia mais próxima, que por sua vez ligou para minha família e para a escola. A confusão então estava formada, minha professora não tinha dado falta de mim, e só soube que eu não estava no ônibus 3 paradas depois quando enfim a escola conseguiu contata-lá, e o ônibus teve de voltar para me buscar. 

Meus colegas até tentaram me bater por isso, "por ter estragado seu passeio, como eu sempre fazia", mas a professora que já estava em maus lençóis por ter me deixado ali, não permitiu que nada me acontecesse. E ela quase foi demitida por isso, e ao lembrar a cara dela ao falar com minha avó raivosa me fez rir alto, chamando a atenção de todos.

—Você está bem Aura? -Frodo cuidadosamente perguntou.

—Acho que o frio começou a enlouquece-lá. -disse Pipin me cutucando, fazendo-me rir ainda mais.

—Que nada meu bom amigo, eu estou super bem, só lembrei de uma coisa engraçada que me aconteceu uns anos atrás.

—Só você para pensar em algo engraçado no meio desse mar de gelo. -retruncou Pipin tremendo de frio.

—Horas, então vão me dizer que não conseguem pensar em coisas boas só por causa do frio? -eles afirmaram, e eu sorri. -Então deixe-me lhes contar algumas coisas engraçadas da minha infância. -contei a eles sobre a viagem e aumentei um pouco sobre a cara de medo da professora os fazendo rir, claro que contei de uma forma que pudessem entender, já que estes jamais saberiam o que era um ônibus.

—Mas como nenhum de seus colegas deram por sua falta? -Sam parecia extremamente angustiado com isso.

—Eu não era muito querida na escola sabe. -eu já tinha explicado para eles o conceito de escola, o que eles acharam bem engraçado pois a maioria deles fora educado em casa por seus pais. -Com meus dons, a maioria das outras crianças tinha medo de mim, o que eu não posso dizer que não entendia, já que eu mesma não conseguia controlar meus dons, as vezes eu acabava dizendo algo que os machucava. Ninguém quer saber da mensagem de seu parente morto não é?

—Isso não é verdade, muitos de nós daria tudo por algo assim. -comentou bruscamente Boromir. -Mas entendo que para crianças isso realmente é assustador.

—O lugar de onde você vêm parece ser muito estranho. -comentou Gimili confuso.

—Você é a única em sua família com poderes assim? -Legolas perguntou curioso, e imaginei que todos ali deveriam ter a mesma dúvida. 

 -Não, bem sim. -eles me olharam confusos e eu ri novamente antes de explicar que cada um de nós era diferente. Cada um nascia com um dom específico.

—Então porquê sua mãe não tentou te ajudar a lidar melhor com isso, não era dever dela ensina-lhe o melhor caminho? -o elfo continuou sem entender. 

—Minha avó tentou fazer o melhor que pode sobre isso, já que ela entendia bem mais sobre os meus poderes. -eu tentei não falar mal da minha mãe, ou dizer que ela não gostava de mim, assim o melhor que pude fazer foi mudar de assunto. -Agora contem-me vocês, sobre coisas engraçadas que fizeram, você Sam, você tem cara que quem aprontava quando criança. -o pobre Sam ficou vermelho como um tomate fazendo todos rimos dele, até mesmo Aragorn parou de escavar para rir.

Passamos muito tempo rindo das histórias de cada um, e isso fez esquecermos um pouco do frio, ou pelo menos aquecer um pouco o coração. Na conversa que continuava solta, descobrimos que Pipin e Marry tiveram de passar a noite do aniversário de Bilbo lavando louça por bagunçarem os fogos de artificio de Gandalf, e este os ameaçou de transforma-los em sapos por toda a vida, caso os pratos não ficassem brilhantes. O próprio Gandalf nos contou histórias de épocas antigas, quando ele escapara de lugares obscuros por pura sorte, e Aragorn nos contou o quão ele deu trabalho aos elfos de Valfenda na infância. Gimli foi o pior, nos contando que explodiu um forja tentando criar seu primeiro machado, mesmo sendo novo demais para isso. Segundo ele, ele queria apenas fazer sua própria arma, mas quando foi bater o martelo no ferro quente, este voou e bateu em uma viga que estava velha, e uma coisa levou a outra até a destruição completa do lugar, e ele ficou preso ali por meio dia nos escombros, até que finalmente conseguiram tira-ló de lá. Enquanto ele falava da felicidade de seus pais por ele esta bem, Legolas que parecia estar em meio a uma crise de riso tentava se esconder atrás de Gandalf. Boromir contou as enrascadas que se metia, e metia seu pobre irmão mais novo, nada muito incomum de crianças, mas que também nos renderam uma boas risadas, e Legolas disse que como não há muitas crianças nas cidades elficas, ele sempre brincava sozinhos, e por causa das responsabilidades de príncipe, até esse tempo era escaço, mas segundo ele na faze da adolescência ele quase enlouquecia seu pai por vez ou outra sumir. "Eu gostava de explorar, ver os limites da floresta e ir além sempre que podia, ir o mais além possível, e quem sabe, conhecer todo o mundo".

—Esse foi o principal motivo de eu ter me tornado um mensageiro de meu povo. Ir sempre aonde meus pés me levarem. -ele disse feliz.

Com as conversas nem percebemos o quanto tínhamos andado, até Legolas pular em cima do gelo e ir correndo a frente para verificar o caminho. 

—Exibido. -disse um Gimli de mal gosto. 

Sim, até eu fiquei abismada quando ele fez isso. Já que o gelo ultrapassava quase um palmo de nossas cabeças e Aragorn juntamente com Boromir que vinham escavando todo o caminho para nós. Não demorou muito e quinze minutos depois Legolas voltava alegre dizendo que faltava apenas algumas léguas para sairmos do mar de gelo. Ele levou Marry e depois Pippin em suas costas por cima do gelo, Frodo foi o próximo, Sam foi em seguida, mas Gimli disse que preferia virar uma estatua de gelo a ser carregado por um elfo, então só sobrou a mim.

—Eu acho melhor eu ficar e ir com os outros, você deve estar cansado de carregar a todos Legolas. -disse envergonhada, quando este me estendeu a mão.

—Vamos precisar de orientação para sair daqui Aura, e bom. -Gandalf parecia rir enquanto falava. -Sua voz, seria uma ótima orientação. -o olhei pasma.

—Mas você disse que ainda não era hora de me revelar. -pontuei embasbacada.

—O vento sobe a montanha Aura, e sua voz retirará os inimigos acima de nós, quando ele se der conta do que aconteceu já estaremos longe, a dias de distância, o que nós dará um tempo para fugir sem mostrar ao inimigo por onde iremos. Se tivesse usado magia enquanto seus olhos estavam sobre nós, seria o fim, mas agora, ele acha que ganhou essa batalha, então usaremos sua voz para nós esconder dos olhos inimigos, enquanto ele não está sobre nós. -Gandalf rebateu sabiamente, enquanto eu fazia bico os fazendo rir. 

—O inimigo não saberá que caminho tomamos. E levará tempo para ele mandar mais vigias, nos dando ainda mais tempo para fugir. -Explicou Aragorn, mas o sorriso sombrio de Boromir me assustou um pouco.

—Tudo bem, mas só poderei cantar uma vez, já que mais do que isso fica difícil de controlar a magia. -murmurei contrariada.

—Finalmente vou presenciar o seu poder, o poder que todos falam. -todos ali o olharam feio.

—Magia não deve ser usada levianamente, se não fosso um caso extremo, não pediríamos isso a Aura. -resmungou Gandalf.

—Ela não é uma arma para você, nem ninguém usar. -retrucou Legolas me puxando e colocando-me em seus braços, me deixando ainda mais vermelha. -Ela é a nossa esperança na humanidade, se não nesse mundo, e por isso devemos protegê-la. -antes que mais alguém pudesse dizer algo, ele me tirou dalí.

Ele correu sobre o gelo, como se aquilo não fosse nada, e como se eu não pesasse mais que um saco de arroz. O vento gelado começou a surrar meu rosto, então levei as mãos as minhas bochechas tentando protege-las, e ao perceber isso ele diminuiu a velocidade.

—Desculpe, deveria ter sido mais cuidadoso.

—Não há porque, sou eu que estou dando trabalho a você.

—Não é trabalho algum. -ele sorriu mais leve. -Estamos todos aqui para nos ajudar. -fiz que sim. -Me desculpe se passei dos limites a pouco, mas não achei certo o que Boromir falou.

—Eu agradeço, ele me assusta um pouco, e ninguém quer ser usado, não importa de qual forma. -ele concordou. -Essa missão já é a prova disso, todos aqui, vieram porque escolheram, e não por que foram escolhidos, o que torna as coisas mais fáceis, o que nós faz caminhar e avançar não importa o que. 

—Você é sabia demais para sua idade. -ele pontuou. -É quase impossível te ver como uma criança quando fala assim.

—Eu não sou uma criança, apesar de que para vocês elfos eu possa parecer. -eu ri de seu constrangimento. -Passei do ponto de me importar com isso. Mas tenha em mente de que por mais nova que eu seja, para meu povo eu sou quase uma adulta. E apesar de geralmente eu seguir o que os outros dizem, quando decido algo, sou pior que mula quando empaca. -foi a vez dele rir.

—Não duvido disso. Sua alma é forte demais para ser controlada por outros. -achei que era impossível me sentir mais envergonhada, mas suas palavras mostraram o quanto eu estava errada.

Logo mais a frente estavam nossos amigos, e assim que chegamos lá Legolas me colocou cuidadosamente e eu o agradeci sem olha-ló. 

—Aura, você está bem? -fiz que sim a Frodo e apertei sua mão antes de ir a frente.

—I can almost see it. That dream I'm dreaming but. There's a voice inside my head saying. -eles me olharam assustados, mas antes que tentassem me parar Legolas os impediu. -You'll never reach it, Every step I'm taking, Every move I make feels. Lost with no direction. My faith is shaking but I. Gotta keep trying. Gotta keep my head held high. -escolhi The Climb, pois essa música por ser a que eu sempre cantava para tentar me alegrar.

—There's always gonna be another mountain. I'm always gonna wanna make it move. Always gonna be an uphill battle. Sometimes I'm gonna have to lose. Ain't about how fast I get there. Ain't about what's waiting on the other side. It's the climb. -fechei os olhos e deixei me levar, a cantar com todo o meu coração.

Tentei não prestar atenção a briga de meus amigos atrás de mim, me concentrar apenas na música. Mestre Elrond me disse para me concentrar e deixar a magia do ambiente fluir através de mim, e não usar apenas a minha, pois isso faria com que eu não me esgotasse tão rápido. Pois todas as coisas vivas sentem amor, e a música é a forma mais básica de demonstra-lá. Os próprios animais cantam para aqueles que amam, e conosco não é diferente, apenas usamos linguagens díspar.

—The climb. Keep the faith. Keep your faith. Whoa oh oh. -só me dei conta que havia acabado depois de sentir um click em minha cabeça, como se fosse libertada de algo e sorri ao abrir os olhos. 

Me senti um pouco tonta pois agora parecia que a neve tinha parado e o sol começava a surgir. Braços fortes seguraram minha cintura antes que eu caísse e eu sorri agradecida para o elfo, mas seu rosto continhas lindas lágrimas.

—Vo... -minha voz estava rouca e doeu quando tentei falar.

—Pegue Aura. -Marry se aproximava limpando os olhos, e com o cantil de água, ao qual me entregou e eu sorri agradecida.

—Não deve tentar falar por enquanto, guarde sua voz sim? -Legolas que ainda me segurava disse preocupado.

—Mas... 

—Estamos bem Aura, só sua música que foi algo muito bonito.

—Você quis dizer "maravilhoso" não é Sam, sem falar que até as bolhas de meus pés foram curadas. -o olhei abismada, não era minha intenção curar.

—Me sinto melhor do que quando tomei um gole daquele licor de Imladris que Gandalf nos deu. -comentou um Marry feliz.

 


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