Chances. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 31
Capítulo 30 - Porque o enredo não é o mesmo


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo emocionante



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O sol estava indo embora e a noite esfriando quando Carlie adentrou a mansão Biers se abraçando ao moletom que Alec em silêncio acabou a entregando para que ela se aquecesse, reflexiva depois de ter passado o dia com seu avô no hospital demorou alguns segundos para notar sua mãe no sofá se distraindo com a leitura de um livro. Bella ao vê-la chegando ergueu o olhar e sinalizou para que se sentasse com ela. Carlie sumiu o dia todo, se sentia curiosa sobre onde ela se encontrava.

— Carlisle desmaiou na minha frente hoje, eu o ajudei, fiquei com ele até agora. – colocou voz nas palavras de sua cabeça como se elas se tornassem mais reais ao passo que executava essa ação. Sua mãe a fitou compreensiva, já a par da situação dele através da última vez que dialogaram.

— Ele está bem? – e com aquela pergunta Carlie descobriu que ela sabia, não perguntou porque não contou, estava aprendendo apenas a confiar no fato de que Bella deve ter pensado que era o melhor para ela não saber logo que descobriu que em si Carlisle era algo mais que um conhecido para ela.

— Beck disse que há uma chance pequena dele se salvar. – comunica em um sussurro que revela sua vulnerabilidade, Bella a puxa para si e beija seus cabelos, querendo ceder conforto para filha em um lugar no qual ela nunca achou que as duas iriam ocupar; preocupadas com Carlisle Cullen.

— Sinto muito que logo que o conheceu isso aconteceu. – fala a verdade porque seu desejo sempre foi que Carlie fosse apenas feliz, sua filha se separa dela e a fita curiosa.

— Você ficará bem se eu me apegar a eles um dia? Será justo com a senhora e o papai? – quer saber porque mesmo que decida fazer tudo sem ligar para as consequências quanto aquilo ela tinha que ser cuidadosa, porque sua família sempre seria sua prioridade. Bella a encara refletindo sobre como no fundo sua filha não a surpreendia, porque quando Carlie mostrava seu coração era assustador para todos, mas para ela era somente o esperado.

— Carlie se tem uma pessoa que pode dar chances nessa história é você, não tem culpa por Edward não ter me escolhido, não tem culpa por eu não ter falado para ele sobre você, não tem culpas que te impeçam de dedicar sua bondade a entendê-los. Se decidir que tem que consideração com eles, tudo o que seu pai e eu sentiremos é orgulho e nós a apoiaremos nisso. – lhe conta porque a todo momento quer que ela tenha conhecimento disso. Carlie morde os lábios pensativa.

— Alec não teve algo assim. – percebe sem muito esforço. – Alguém que dissesse que colaria seus cacos se quebrasse, só teve pessoas que estariam prontas para atirar pedras nele se ele erasse e agora ele está com medo pelos erros de outros. – pela primeira vez desabafa com a mãe sobre algo que está no seu coração.

— Edward me disse que você gosta de Alec. – Bella confidenciou em tom calmo, Carlie olhou para ela com uma sobrancelha arqueada e ela riu levemente. – Não é só você que decidiu viver pacificamente com os Cullen. – revela sem dar muitos detalhes da conversa com ele. – É verdade? – não a julgaria se não contasse, mas tentaria uma confissão que aliviasse a consciência dele.

— Quando estava com Edward queria ficar com ele mesmo tendo consciência de que merecia mais? – se sente grata por agora finalmente perguntar o que queria sobre o relacionamento dos dois. Bella suspira.

— Não, enquanto eu estava com ele nunca achei que merecia mais do que o amor que ele me dava. – admite seu maior erro, Carlie assente já tendo adiantado em sua mente que a reposta seria algo assim.

— Mas eu sei que mereço mais, eu quero mais, então... Por mais que uma parte de mim sinta por ele algo que nunca senti por ninguém, uma conexão... Meu orgulho torna essa relação frágil, porque não posso desistir do que foi feito para ser meu por alguém que é incapaz de lutar por mim. – revela querendo que Bella a entenda. E ela segue seu raciocínio.

— E agora quer que eu te aconselhe a correr para o Owen e agarre a chance de construir um amor calmo, confortável e bom como eu construí com seu pai o escolhendo depois de tê-lo rejeitado tantas vezes? Que eu te diga que a fórmula vai funcionar? – Bella adivinha, logo ri mais uma vez para filha que naquele momento estava sendo extremamente inocente. – Não vai, eu te amo Carlie, mas, a grande diferença entre essas duas histórias é que por mais que antes eu tenha dito não a Jasper eu o respeitava, respeitava seu amor por mim e a única vez que o machuquei por escolha foi quando escolhi o amor de Edward, mas você não, você feriu Owen pelas coisas mais tolas, e essa é a prova que o lugar que ele ocupa para você pode ser importante mas não é precioso, e você não quer um amor fácil, você quer que a outra pessoa rebata o que você diz, quer que custe para dar certo, quer que você considere ela completamente diferente de você para tentar muda-la e se apaixonar ainda mais quando perceber que não pode. – Carlie mais uma vez naquele dia sente seus olhos se encherem de lágrimas, porque passou tento tempo achando que sua mãe não a entendia, e no fim ela era a única que desvendava as profundezas de sua alma.

— Ele não vai me escolher. – ela admite tendo certeza disso, e demonstrando o quanto queria que fosse mentira. Bella engole seu próprio choro ao enxugar o da filha, usando de toda sua esperança para lhe contar algo que ela parece não notar.

— Ele não é Edward. – não, aquele garoto de olhos bondosos que um dia ela viu na fazenda Cullen era bom demais para não ser feliz, ele faria a escolha certa porque ele merecia a chance de fazer.

[...]

No outro dia Carlie estava no hospital cedo, alguns até estranharam o visual dela; ela optou por se vestir com seus trajes de New York; um suéter curto de bege, calça jeans, botas de salto e deixou o cabelo completamente liso, ela só se sentia mais controlada aquele jeito. Antes de ir visitar o quarto do avô de fato ela aceitou tomar um café com Edward na cafeteria do lugar, apenas para que pudessem ter alguma conversa digna, e também porque ela notou que ele precisava disso tendo passado a noite toda ali.

— Houve alguma mudança no caso? – ela pergunta bebericando de sua xícara. Edward respira fundo.

— Não, acho que isso é bom não é? Até o procedimento que Leah propôs deve significar algo positivo que o estado dele não mude. – lhe conta com evidente exaustão na voz. Carlie o olha com cuidado.

— Como você está sobre ter descoberto isso ontem? – não deve ser fácil, ela supõe, ainda que a dinâmica deles não pareça a mais amorosa de todas ele ainda era seu pai. Talvez fosse mais fácil para ela amá-la quando o reconheceu como família nas vinte e quatro horas anteriores que ele com todos esses anos e cicatrizes.

— Eu não sei. – admite mesmo que isso pareça péssimo. Mas não porque não sentia nada, sim porque sentia tanta coisa que era difícil definir; tristeza, raiva, e culpa. Ele chegara a pensar que se fosse um filho melhor, talvez mais parecido com Emmett algo assim não aconteceria, e ele sabia que aquilo era algo ridículo.

— Tudo bem, é cruel cobrar coerências sentimentais em um momento como esse. E mesmo se os seus sentimentos fossem menores do que os de qualquer filho com enredo normal ninguém poderia te julgar. – Carlie o tranquilizou, o apoiando de forma que ninguém o fez antes.

— Esmee estava bem antes, já que conseguiu fingir por todo esse tempo que não havia nada acontecendo, mas desde ontem ela colapsou, pela primeira vez a vi perdida, e não é uma visão que gosto. – continuou a colocar para fora suas impressões.

— Depois de ontem tudo parece mais palpável, agora que vocês também podem sofrer ela sente que precisa ser forte por todos e ao tentar ser forte sozinha ela só se fragiliza. Ela é fria, não um monstro. – defende aquela mulher que de alguma forma ela acha tão parecida consigo mesma.

— Quando Jane veio aqui com Alec ontem eles me contaram tudo. – revela não aguentando guardar essa informação para si próprio. Carlie se surpreende. – Sobre o segredo dela, e a ameaça de Bree, não soava como o melhor momento é certo, só que foi, algo aconteceu e fez meu filho ter coragem. E quanto a Jane, não sou lá a melhor pessoa de todas para poder apontar dedos na cara dela, quero esmurrar James, mas não hoje, hoje não posso me dar ao direito de fazer nada além de querer que Carlisle fique bem. – confidencia a ela porque acha que ela pode estar interessada nisso e também porque decidiu que a pessoa a quem mais confiará na vida será sua filha.

Carlie olha para ele absorvendo tudo que estava sendo dito.

— Alec. O que você disse a Alec? – essa é a parte que quer saber, o que aquele homem que era seu pai também pode ter falado para o homem a quem ela dedicou algum amor.

— Eu disse que se ele perdesse você ele passaria o resto da vida dele se arrependendo, que não haveria um só dia que ele olharia para trás e não sentiria que nada fazia mais sentido. – Edward não tem vergonha alguma de admitir.

— Por que você se arrependeu de não ter escolhido minha mãe? – pergunta em um sussurro.

— Não é sobre mim e Bella, é sobre você, eu sei que qualquer um que te perdesse perderia muita coisa. – Edward fala com convicção.

— Se eu significasse algo para ele, ele nem teria aceitado a chantagem para começo de conversa. – ela pontua esse fato. Edward suspira.

— Ele estava com medo. – Edward também tem certeza sobre isso.

— De se arrepender por na verdade me escolher? – quer entender a confusão daquilo.

— De ser feliz. Nem um Cullen nunca foi. – admite deixando Carlie sem palavras, porque tudo o que ela estava fazendo era usar a história dos seus pais para justificar porque a dela e Alec não funcionaria, era fingir que sua superioridade tinha tamanho maior que seu desejo de ficar com ele para camuflar o fato de que ela também estava aterrorizada com o fato de tentar ser boa o suficiente para curar marcas construídas de um mal jeito por tanto tempo. A conversa acabou ali, seguiram finalmente para a visita de Carlisle, Carlie passou outras boas horas junto a ele, e notou que por todo esse período que não viu Alec sentiu falta dele.

[...]

As luzes da boate iluminam sua pele e o vestido preto chique logo que Carlie bebia do seu whisky tentando relaxar dos últimos acontecimento tão marcantes, aquele era o único lugar onde podia encher a cara em paz já que sua casa estava fora de cogitação e a pensão Hale tinha muitos curiosos. Port Angeles parecia a mesma, bom para ela, Carlie pensou. Porque se tinha uma coisa que não reconhecia era a si própria naquele instante, sentiu que mudou completamente nesses dias. Ela queria uma garrafa para afogar suas mágoas, mas achava eu precisava de duas para acabar com suas hesitações.

— Sinto muito por ter te julgado. – por um momento duvidou de sua própria mente ao ouvir uma voz que um dia quase flertou com ela nesse mesmo bar dizer isso em um tom firme, se virou e seguiu com olhar Alec a encarando com coragem e se sentando ao lado dela no balcão. Mas logo a expressão surpresa foi substituída por uma de desdém.

— Seja específico, você tem me julgado desde que me conheceu. – não era mentira, talvez seja por isso que se apaixonou por ele tão rápido, porque Alec era capaz de notar o que ela tinha de pior e não simplesmente fingir que pode ser ignorado como todos fazem.

— Eu disse que você não se importava com ninguém, mas ontem, o modo como você tomou conta de tudo para cuidar do vovô, agiu por instintos, o jeito que o olhou... Acho que nunca vi um olhar mais bom que aquele. – ah, então era sobre isso, dentre todas as coisas que apontou sobre ela era essa que queria retirar.

— Como sabia que eu estava aqui? – ignorou seu pedido de desculpas e se encontrou na razão.

— Eu não sabia. Só queria que estivesse então vim. – era por esse tipo de coisa que ele soava menos idiota do que era. Carlie bebeu mais.

— Terminou com Bree, eu sei, Edward me contou. Parabéns. Não muda nada sobre nós, só que com certeza é uma ganho para você. – murmura realmente contente por ele não ter se condenado daquela forma.

— Eu não mereço você. – afirma sem dificuldade alguma, seus olhos azuis nem hesitam. Carlie ri com escárnio.

— Oh não merece mesmo. – concorda porque ela é a mais ciente disso.

— Quando eu te conheci eu estava fugindo da confusão, porque a minha vida sendo um Cullen era só isso, então eu vi você que posso dizer não foge da tradição deles, o que acha que quis? Mergulhar nesse mar de desconforto, intensidade e impulsividade? Não, droga, desde o primeiro segundo eu queria fugir de você, queria que você se afastasse porque eu não conseguia, mas você veio para mais perto e se quer saber Carlie, a pessoa idiota dessa narrativa não sou eu é você e sempre foi, porque não houve um momento sequer que não soubesse que eu erraria e me acovardaria quando se tratava de amar você, e não porque pareço com meu pai, mas porque ninguém nunca me amou como você pode, tanto, todos só me amaram o suficiente, como se fosse uma obrigação. É lógico que eu me assustaria, é lógico que eu acharia que nunca conseguiria te dar isso de volta, é lógico que eu me convenceria que eu preferia a calma que o caos, é lógico que eu iria preferir o que sempre desejei ao invés do que descobri que precisava. – Alec não se controla, pela primeira vez ele despeja suas emoções, e Carlie apenas o observa querendo lidar com tudo.

— E? – Carlie espera uma continuação mesmo que tanto tenha sido dito. Há lágrimas e uma risada sem humor quando Alec o faz, ele continua.

— E eu não mereço você. – repete como se ambos não soubessem. Ele toma uma respiração. – Mas eu quero uma chance de tentar, porque os céus sabem Carlie Biers como estou determinado a tentar. Vou ser corajoso, vou ser o que você quiser que eu seja. – ele promete como se naquele momento determinasse que os termos dela eram os seus. Carlie faz uma careta meio bêbada.

— Você devia ter parado na parte do que descobriu algo que precisava. – lhe comunica porque o restante ficou brega, Alec ri chocado. – E acrescentado que tem certeza absoluta que sou o amor da sua vida desde que soube que fui eu que te dei o livro no natal de NY, e então me contar que soube que era eu não por aquela assinatura, mas porque somente Carlie Biers conseguiria transformar o tédio em uma aventura, poderia ter me dito como vai deixar que eu transforme tudo certo da sua vida em errado, me dizer que me ama exatamente como sou, me implorar perdão por aceitar uma chantagem idiota, e mais por tentar me convencer que não era. – ela não o poupa de cada ponto das suas considerações.

— Quer se casar comigo? – Alec solta porque quer mostrar que ela é tão digna de um pedido quanto Bree forçadamente foi.

— O que há comigo que todos querem enfiar um anel no meu dedo? – zomba de si própria então ri para Alec de modo arteiro. – Por que está me escolhendo agora? – essa é a resposta que ela realmente quer.

— Porque não preciso de 20 anos para saber que me arrependerei de não estar com você, estou arrependido hoje por não estar ontem, vou me arrepender amanhã por não estar o máximo que pude hoje, quando pensar em você só quero pensar no quanto posso te fazer feliz, não no quanto não consegui isso. – o sorriso que Carlie o enviou dizia sobre como aquela era a resposta que ela amou ouvir, os dois ficaram de pé só para que o beijo que foi trocado a seguir sem pressa alguma pudesse ser melhor aproveitado.

— Quando perguntarem diga que ficou de joelhos, que chorou, que se arrastou aos meus pés, ninguém pode saber que cedi tão rápido, tenho uma fama para preservar. – os dois riram um contra a boca do outro com o pedido dela. Carlie não queira saber se o futuro seria certo. Aquela chance já era.


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