Filha de um pirata... e uma princesa?! escrita por Melissa Potter


Capítulo 2
Meus primeiros meses


Notas iniciais do capítulo

oiii olha quem voltou com o primeiro capitulo desse ano meu povo :D me desculpem a demora tenho outras fics, me distrair com umas series e demorei a fazer esse capitulo pq ele é muito grande, alem de outras coisas q me deixaram ocupada, me desculpem mesmo mais espero que vcs gostem do capitulo e que aproveitem afinal foram duas semanas sem postar kkk.... boa leitura ;)



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No meu primeiro mês de vida, papai teve bastante dificuldade. Ele e Smee revezavam durante o dia para cuidar de mim, já quando eu acordava durante a noite, papai era quem cuidava de mim. Como não tinha minha mãe por perto, papai me dava leite de vaca, por não querer me dar uma ama de leite. O leite era dos barris que ele e os piratas... bem, pegavam nas feiras dos reinos em que passávamos, junto com o rum do papai e dos marujos.

Ele havia feito um quarto para mim bem ao lado de sua cabine/quarto, me dando mais conforto e, futuramente, privacidade. O único problema era quando, como meu pai falava, eu resolvia acordar todo o navio e papai não sabia qual era meu problema.

— O que foi, minha querida? O que foi? Papai está aqui, o que houve? Porque não para de chorar? – Killian falou entrando no quarto enquanto tirava seu gancho e trocava-o por uma mão falsa. Ele se aproximou do bebê, a pegou nos braços e tentou acalma-la, sem sucesso. Charlotte chorava a plenos pulmões e parecia que não iria parar nem tão cedo.

Killian tentou alimenta-la, mas Lottie não tinha fome e continuou a chorar a plenos pulmões. Alguém bateu na porta e Killian mandou que entrasse. Desesperado pelo choro da filha, ele tinha a impressão que o colar da menina brilhava.

— Senhor? Charlotte está bem? Precisa de alguma ajuda? – Era Smee que havia batido.

— É claro que preciso de ajuda, Smee! Minha filha não para de chorar! Isso está começando a me deixar desesperado. – Killian o respondeu balançando a filha chorosa nos braços.

Smee se aproximou, pegou Charlotte dos braços de Killian, levantou a camisola da menina até a barriga e fez um tipo de massagem na barriga de Charlotte, fazendo com que, aos poucos, a menina parasse de chorar.

— O que você fez? – Killian perguntou admirado.

— A filha do capitão estava com cólica. Fiz massagem para aliviar a dor. – Smee respondeu ainda fazendo a massagem em Lottie.

— Como você sabia disso? – Killian perguntou agora curioso.

— Minha mãe era babá, capitão. Eu via ela cuidar dos bebês e das crianças pequenas. – Smee esclareceu – O senhor que tentar?

Killian se aproximou e pegou sua filha e Smee ensinou-o como fazer a massagem na filha. Quando ele conseguiu fazer a massagem e sua filha se aconchegou mais a ele, o suspirou que deu foi audível. Killian a ninou e logo Charlotte voltou a dormir.

— Muito abrigado, Smee. – Killian agradeceu colocando a filha novamente no berço de madeira que eles arranjaram.

— Disponha, capitão. – Smee respondeu. – Boa noite, capitão.

— Boa noite, Smee. – Killian o respondeu e o marujo saiu do quarto de volta para sua “cama”.

Killian virou-se para a filha adormecida e beijou-a na testa.

— Boa noite, meu bem. – Killian falou enquanto alisava os poucos fios loiros da filha.

Ele não saiu do quarto até amanhecer; e dormiu em uma das cadeiras que estavam ali.

—-------------

No meu segundo mês, as coisas melhoram. Papai agora conseguia identificar cada choro e conseguia me ajudar com mais facilidade. Smee continuou o ajudando e ficava no lugar de papai quando ele estava muito cansado de cuidar de mim e do navio... Claro que era quando ele permitia, pois na maioria das vezes, mesmo cansado, papai cuidava de mim.

— Smee, cuide de tudo aqui. Irei ver Charlotte. – Killian falou deixando o leme do navio aos comandos de Smee.

— Pode permanecer lá com a pequenina, capitão. Parece bastante cansado. – Smee observou.

— E estou mesmo, Smee. – Killian concordou e completou com um sorriso cansado. – Não acredito que vou falar isso, mas... sentirei saudades disso tudo quando minha menina crescer. Ela está crescendo rápido, já está com dois meses. Logo, logo estará correndo por esse navio.

— Também sentirei falta dessa fase, capitão. É um prazer cuidar da pequena Charlotte. – Smee disse concordando.

Killian sorriu e foi em direção ao quarto da filha, encontrando-a no berço, brincando com os dedinhos das mãos.

— Olá, meu amor. – Killian falou pegando-a do berço. – Você deve estar muito entediada aqui, que tal tomarmos um ar fresco?

Ele levou-a para fora do quarto indo para o deque do navio.

— Veja, querida, como o mar é magnifico. – Killian falou mostrando-a o imenso azul do mar.

Mesmo não sabendo o que estava acontecendo, os olhinhos azuis olharam com alegria para aquelas belas águas, fazendo com que Charlotte desse seu primeiro sorriso completamente banguela. Killian a viu e também sorriu ao ver o primeiro sorriso da filha.

— Sabia que iria gostar do mar. – Killian conversou. – Sua mãe também gostava dele, da sua imensidão e beleza... e eu também gosto, então não tinha como você escapar.

Ele fez cócegas nela e conseguiu outro sorriso da pequena. Apesar de cansado, Killian iria sentir muita falta de cuidar de Lottie, sua menina estava crescendo muito rápido.

—-------------

Foi nos meus três meses que as coisas pioraram. Acabei pegando uma forte gripe que acabou deixando papai se sentido completamente perdido pela primeira vez desde que mamãe nos deixou. Ele e Smee fizeram tudo o que sabiam para me curar dessa doença, mas parecia que nada adiantava, fazendo com que papai tomasse uma decisão perigosa para minha segurança. Junto a mim, ele voltou para a floresta encantada para encontrar uma velha amiga de minha mãe.

Charlotte não parava de chorar e nada do que faziam abaixava a febre da menina, o que não era surpresa, já que eles não tinham muito com que a ajudar, foi então que pensaram em Regina. Talvez ela pudesse ajuda-los. Ela tinha que ajudá-los.

— Mas que demora é essa?  - Killian reclamou. Ele andava de um lado para o outro em frente a sua cama, que era onde sua filha ficava desde que adoeceu. Charlotte ainda chorava e se remexia deitada em sua cama. – Ei, ei, calma, querida. Regina já deve estar vindo. – Killian falou tentando acalmar a filha, até que ouviu uma batida na porta. Ele não conseguiu evitar o suspiro de alivio antes de pedir que entrasse.

— Até que enfim, Regina! – Killian falou quando ela entrou no quarto toda encapuzada. – Não veio com magia? Você pode se tele transportar.

— Só se eu soubesse onde estava seu navio, gênio. – Regina o respondeu tirando o capuz e se aproximando. – Ele estava invisível esqueceu? Aquela coisa pequena e gorda me trouxe aqui.

— O nome dele é Smee.

— Que seja... O que você está fazendo aqui?! Enlouqueceu?! Não pode voltar para floresta encantada e nem ao reino dos cisnes. – Regina ralhou.

— Eu preciso de sua ajuda, Regina. – Killian respondeu. – Charlotte está doente, eu não sei o que fazer. Preciso que me ajude.

Foi aí que ela percebeu o bebê deitado na cama de casal da cabine de Killian.

— Então é ela? – Regina perguntou se aproximando da cama e analisando Charlotte.

— Sim... é minha Charlotte.

— Killian, você sabe que eu não sou curandeira, não é? – Regina questionou como se realmente não soubesse a resposta.

— Mas pode nos ajudar, não é? – Killian ignorou o sarcasmo e continuou esperançoso.

— Eu... eu posso tentar. – Regina respondeu e sentou-se na cama. E com uma fumaça roxa, ela fez aparecer uma caixa ao lado de Lottie.

— O que é isso? - Killian perguntou curioso.

— Algo de que irei precisar. – Regina retrucou e começou a analisar Charlotte.

— Ela está com uma gripe forte, se demorarmos mais do que já demoramos para cuidar, talvez... – Regina murmurou depois de analisa-la, porém ela não conseguiu completar sua fala.

— Talvez o que, Regina? – Killian questionou nervoso.

— Talvez... ela não resista a doença. – Regina completou também um pouco nervosa.

— Minha filha pode morrer?

— Killian...

— Minha filha pode morrer, Regina? – Killian voltou a perguntar querendo uma confirmação completa.

— Sim! Mas nós podemos salva-la com alguns remédios medicinais.

— Remédios? Está de noite, Regina! Não tem nada aberto a essa hora. – Killian replicou e começou a andar de um lado para o outro. – Minha filha tem todo esse tempo?

— Talvez... – Regina voltou a murmurar e ele ficou ainda mais nervoso. – Escute, me lembrei de algo que possa funcionar.

Ela começou a mexer na caixa, tirando várias coisas de lá.

— O que está fazendo? – Killian perguntou curioso e novamente esperançoso.

— Salvando a vida da sua filha. – Regina retrucou em resposta. – Aqui. Isso deve funcionar.

Ela entregou-lhe um frasco médio com um liquido vinho.

— Dê uma colher de chá a ela agora e outra se ela continuar nesse estado. O efeito é instantâneo.

— O que é isso? – Killian perguntou meio desconfiado e meio curioso.

— Você está fazendo perguntas demais. – Regina replicou revirando os olhos. – É uma poção, vai ajudar Charlotte.

— Tem certeza que vai funcionar? – Killian indagou em dúvida.

— Vamos ver. – Regina respondeu, mas antes que pudesse fazer alguma coisa, Killian pegou o frasco das mãos dela.

— ... não consigo usar as duas mãos. – Killian falou mostrando o gancho no lugar da mão esquerda.

Regina revirou os olhou e tomou o frasco da mão dele, invocou uma colher de chá e colocou o liquido na colher, em seguida, colocou-o na mamadeira de Lottie.

— Isso você pode fazer. – Regina falou estendo a mamadeira para Killian.

Killian pegou a mamadeira, se aproximou de sua filha e levou a mamadeira até a boca da filha. Lottie parou de chorar e tomou todo o conteúdo da mamadeira. O efeito realmente foi imediato, além de não chorar mais, Charlotte não estava mais quente e agora olhava para o pai sonolenta. Killian sorriu aliviado, sua filha estava bem.

— Funcionou! – Killian comemorou. Ele deu um beijo na testa da filha enquanto alisava seus poucos fios loiros e virou-se para Regina. – Muito obrigado, Regina. Você salvou a vida da minha filha.

Eles não perceberam o olho do pingente em formato de cisne do colar da menina emitir um brilho azul.

— Disponha, Gancho. – Regina respondeu – Agora tenho que ir. E vocês devem fazer o mesmo, não fiquem aqui nem mais um minuto.

— Não se preocupe com isso, assim que sair desse navio nós sairemos desse reino. – Killian garantiu.

— É bom mesmo. E não voltem mais aqui.

— Não voltaremos. – Killian assegurou-a e completou antes que ela saísse. – Como está Henry?

Regina olhou-o nos olhos por uns instantes.

— Fisicamente ele está bem. Psicologicamente... está com saudades de Emma e com raiva do senhor das trevas. – Regina respondeu e ela olhou para Lottie, que de tão cansada já estava dormindo. – Ele queria ter conhecido a irmã.

Killian também olhou para Lottie.

— Regina... quanto a Emma… você sabe o motivo de ela não ter vindo conosco, não sabe?

Regina apenas o olhou de uma forma estranha.

— Preciso ir. Cuide bem de Charlotte.

— Regina!

Mas Regina já havia desaparecido em uma nuvem de fumaça roxa junto a sua caixa que estava do lado de Charlotte.

— Regina! – Killian gritou em frustação. – Maldição!

Ele se aproximou da filha, lhe deu um beijo e saiu da cabine dando as coordenadas aos seus marujos para saírem dali.

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Nos meus quatro meses tudo já estava de volta ao normal. Eu não havia ficado doente mais nenhuma vez e papai tomou providências para que isso não voltasse a acontecer. Impedindo que qualquer germe ou bactéria ficasse em meu quarto ou qualquer outro lugar do navio, e caso algum marujo ficasse doente, papai deixava o homem onde os marujos dormiam até que ficasse melhor novamente. Ele ainda tinha a garrafa com a poção que Regina o deu, já estava pela metade pois papai também dava aos marujos caso nada do que eles fizessem melhorasse. Além disso, ele tomou outra providência que envolvia a mim e aos marujos, e todas as vezes que me falou dela, eu ria da sua superproteção.

Killian brincava junto a Charlotte sentados no chão do quarto da menina. Charlotte com um apoio nas costas para se manter sentada e Killian sem o gancho na mão esquerda. Até que ouviram uma batida na porta.

— Olá, capitão. – Era Smee, que acabara de entrar. Estava na hora de voltar a cuidar do navio e Smee ficaria em seu lugar com Lottie.

— Lavou as mãos, Smee? – Killian questionou pegando Lottie no colo e olhando para Smee.

— Sim, senhor. Me lavei inteiro antes de vim aqui. – Smee o respondeu e Killian entregou-lhe uma Charlotte muito alegre. – Não acha um pouco de exagero o senhor fazer todos os marujos se lavarem antes de tocar em Charlotte?

— Não acho exagero nenhum, Smee. Estou apenas evitando que minha filha fique doente novamente. – Killian falou colocando o gancho de volta no braço esquerdo. Se aproximou da filha e deu-lhe um beijo e completou em um sussurro. – Ela é única coisa que tenho. Emma me deu a tarefa de protege-la, não irei desaponta-la.

— Como quiser, capitão. – Smee falou segurando um sorriso, olhando para Charlotte enquanto Killian saia do quarto.

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Aos meus cinco meses, papai parou com a regra que os marujos tinham que se lavar antes de tocarem em mim. Claro que, por mera mania, os marujos lavavam as mãos quando estavam sujas antes de pegarem em mim.

No meu quinto mês de vida o problema agora era outro. Meus dentes estavam crescendo e, de acordo com papai, eu chorava todas as noites por conta da dor e mordia todas as coisas que via pela frente. Uma vez, papai tomou um grande susto quando me viu com seu gancho em minha boca.

— Charlotte, o que está fazendo?! Tire isso da boca! – Killian exclamou correndo até Lottie, que estava deitada no chão e quando se remexeu de um lado para o outro pegou o gancho, que por descuido estava perto dela, e o colocou na boca. Charlotte apenas sorriu enquanto ainda tinha o gancho na boca.

Assim que ele conseguiu chegar até ela, rapidamente e devagar, para que não machucasse as pequenas mãozinhas com a ponta afiada do gancho.

— Como isso chegou até você, querida? – Killian conversou pegando-a no colo e dando-a um de seus brinquedos, antes de colocar na boca, Lottie ficou hipnotizada com a cor. Foi quando ele viu a caixa que guardava o gancho caída no chão, ele a apanhou do chão, colocou o gancho ali de volta, dessa vez trancando-o e colocou a caixa em uma prateleira alta do quarto.

— Isso deve fazê-la não pegar mais meu gancho. – Killian conversou olhando para filha, que lhe olhou sorridente os olhinhos azuis brilhando junto ao colar de cisne.

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Com meus seis meses comecei a engatinhar por todo o navio, fazendo com que papai e os marujos tirassem todas as coisas perigosas e pontudas do meu alcance por que eu não parava quieta em lugar nenhum. Eu também já conseguia me manter sentada direito sem nenhum apoio, a maioria de meus dentes já haviam nascido e eu já podia comer outras comidas sem ser leite de vaca. Papai me disse que a primeira comida solida que eu comi foi um mingau feito pelo cozinheiro do navio, que ficou feliz em cozinhar meu primeiro mingau.

— Aqui, capitão. Mingau fresquinho para nossa pequena Charlotte. – O cozinheiro falou quando Killian entrou com Charlotte na cozinha e sentou em uma das cadeiras do local, colocando a filha sentada em cima da mesa em frente a ele.

Killian pegou a tigela com o mingau e, com uma colher que o cozinheiro lhe entregou, começou a dar o mingau para Charlotte, que não acostumada com aquilo, negou nas primeiras tentativas.

— Vamos, filha, você tem que comer. – Killian pediu quando a pequena virou a cara mais uma vez.

Lottie olhou curiosa para o conteúdo da colher e, percebendo isso, Killian novamente aproximou a colher da boca da filha, que a abriu, e colocou o mingau na boca de Lottie, que pareceu gostar. Feliz, ele continuou a alimenta-la.

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Quando fiz sete meses papai começou a me ajudar a dar meus primeiros passos. Claro que na maioria das vezes eu caia no chão, mas papai não deixava eu desistir e quando eu caia, ele e Smee me levantavam e tentavam outra vez... até eu chorar por ter caído mais de uma vez. Até que um dia, eu conseguir andar sem cair.

— Vamos tentar outra vez.... – Killian falou posicionando Charlotte em pé e bem equilibrada em sua frente e soltando-a bem devagar. – Pode chama-la agora, Smee.

— Lottie, vem aqui! Vem pegar seu brinquedo, vem! – Smee falou chamando a dela atenção com um dos brinquedos da menina.

Charlotte apenas olhou para o brinquedo atenta e depois para Smee, ela sabia o que fazer para pegar o brinquedo. E em apenas três passinhos vacilantes e devagar, Lottie foi até Smee e sorridente pegou o brinquedo. Eles abraçaram a pequena lhe dando parabéns pelo grande feito.

— Muito bem, minha querida! Dessa vez você não caiu. Logo, logo estará andando sozinha sem nossa ajuda. – Killian disse orgulhoso enquanto pegava a filha dos braços de Smee, lhe olhando sorridente. – Ainda continuaremos com os treinos, só que com menos frequência até que ela comece a andar sozinha.

— Certo, capitão. – Smee concordou com um grande sorriso.

— Você está crescendo muito rápido, meu amor. – Killian sussurrou para a pequena, que apenas lhe olhou com os olhinhos azuis.

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Quando fiz oito meses, ainda não sabia andar sozinha, mas papai e sua tripulação não desistiam de mim. Até um certo dia, em que me cansei de tentar e sem saber exatamente, eu disse a minha primeira palavra, que eu disse ao meu pai em alto e bom som e sem ser um resmungo ou um grunhido.

— Vamos lá, querida. Só mais uma vez, venha aqui, meu anjo. Venha para o papai. – Killian disse chamando-a com os braços.

Porém, a pequena Charlotte estava cansada, mas seu pai não parecia ter notado, então ela fez algo que nunca havia feito antes. Jogou-se sentada no chão, olhou raivosa para o pai e falou sua primeira palavra:

— Não!

Killian paralisou. Sua filha havia falado? E sua primeira palavra foi não? Passaram-se poucos instantes em que, não só ele, como toda a tripulação olhava para Charlotte surpresos. A menina havia falado mesmo, pois ela começou a repeti a nova palavra que aprendera. Sorrindo, Killian pegou a filha nos braços e a abraçou.

— Lottie, você falou sua primeira palavra! – Killian disse sorridente. – Tudo bem que não foi papai, mas fico muito feliz que tenha começado a falar, meu bem.

A pequena Charlotte olhou-o sem entender nada, mais em sua inocência e incompreensão ela gostou que seu pai havia parado de fazê-la chegar até ele ou Smee por hoje.

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Nos meus nove meses, papai começou a incluir a prática de aprender palavras junto ao meu aprendizado de caminhar. Um dia era um, outro dia era o outro. Papai dizia que eu parecia gostar daqueles momentos, já que vivia sorrindo em nossos treinos.

— Vamos lá, querida. Gancho! – Killian falou mostrando o gancho para a filha, que se apoiou na perna dele, já que estavam sentados no chão do quarto de Lottie, levantou-se e tentou pegar o gancho, mas Killian o afastou. – Está bem, péssima ideia... então tente falar… papai!

Lottie olhou para ele. A menina realmente parecia tentar falar a palavra que seu pai repetia agora em sua frente, mas acabou rindo com as várias caras que seu pai fazia enquanto tentava lhe ensinar a palavra, também fazendo Killian rir com a risada da filha.

— Está rindo de mim, mocinha? – Killian falou se inclinando na direção dela, que ainda ria.

Quando Lottie parou de rir, ela olhou para o pai com um sorriso. Killian deu um sorriso de lado e começou a fazer cócegas na filha, que começou a tombar para o lado enquanto ria e Killian amorteceu a queda da filha ainda fazendo cócegas nela. Ele amava a risada da filha, por algum motivo lhe lembrava de Emma.

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Quando fiz dez meses enfim consegui andar sozinha sem a ajuda de papai ou de Smee. Papai quase explodiu de felicidade quando me viu andando sem nenhum auxilio e, devo confessar, mesmo não me lembrando exatamente desse momento fiquei feliz pelos treinos terem acabado.

Charlotte e Killian estavam juntos no quarto da menina sentados no chão brincando, quando ouviram uma batida na porta. Killian pediu para entrar e descobriram que era Smee.

— Sim, Smee? – Killian perguntou levantando-se e olhando-o enquanto a filha ainda brincava no chão.

— Estamos precisando de você lá em cima, capitão.

— Sim, certo… Charlotte e eu apenas iremos arrumar essa bagunça de brinquedos para vocês ficarem um pouco lá fora. – Killian respondeu ainda olhando para Smee, mas ele, porém olhava para algum ponto atrás de Killian com um sorriso se formando no rosto.

— Acho que ela já está fazendo isso sozinha, capitão. – Smee falou ainda olhando para o ponto atrás de Killian, que se virou e se surpreendeu e se emocionou com que viu.

Charlotte estava de pé, ela pegou todos os brinquedos que conseguia carregar e colocou-os no baú que ficava guardado ao lado do berço da menina. Com passos ainda não muito firmes, ela guardou a todos eles e então viu que estava sendo observada por seu pai e Smee. Ela sorriu e foi até Killian, que com um sorriso enorme pegou a filha nos braços e abraçou-a a girou-a no ar. A menina apenas ria, dando altas gargalhadas.

— Você conseguiu andar sozinha, meu anjo! Que orgulho! – Killian disse parando de gira-la no ar e deu-lhe um beijo no rosto. – Agora teremos que deixar esse navio mais seguro ainda para você não se machucar… Smee pegue alguns marujos e providenciem isso já.

— Sim, capitão. – Smee respondeu sorridente e saiu dali.

Killian fez cócegas na filha ouvindo suas gargalhadas novamente antes de sair para fora do quarto com a filha para saber no que precisavam dele.

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Mas foi quando eu fiz onze meses que a alegria de meu pai ultrapassou o tamanho de seu corpo e foi impossível de lhe tirar o sorriso do rosto por horas, dias talvez. Foi quando, pela primeira vez na vida, sem errar nem nada, eu o chamei de papai.

Charlotte espalhava água para todos os lados enquanto Killian tentava lhe dar banho na banheira do banheiro, que foi feito no quarto de Lottie, acabando por molhar Killian e resultando em várias risadas da menina. Killian também se divertia fazendo diversos penteados divertidos no cabelo da filha, não se importando com o fato de estar encharcado.

Pouco depois, Killian decidiu que eles já haviam ficado muito tempo ali e tirou toda a espuma da filha. Quando já estava totalmente sem espuma, Killian pegou a toalha da pequena, mas Lottie, vendo a intenção do pai, começou a dizer uma das palavras que sabia, ou seja, “não”.

— Não, não, não! – Charlotte repetiu balançando a cabeça enquanto falava.

— Sim, sim, sim! Se não ficará doente de tanto ficar na água. – Killian respondeu pegando-a com a toalha a enrolando-a.

— Quer não, papai! – Charlotte insistiu esperneando-se querendo voltar para a banheira.

Killian paralisou com a última palavra dita por sua filha, fazendo com que Charlotte tivesse facilidade em descer de seus braços, tirar a toalha e voltar para a banheira, Killian saiu correndo atrás dela.

— Charlotte, não. Eu já disse que você pode ficar doente. – Killian voltou a realidade, pegando-a de volta e recolocando a toalha.

— Só poco, papai! – Charlotte continuou insistindo.

Killian sorriu, ele realmente havia ouvido bem. Charlotte o chamara de papai. Sem tirar o sorriso do rosto, Killian prometeu que ela ficaria mais tempo amanhã e que agora ela tinha que se arrumar para ir dormir e Charlotte concordou.

Ele a arrumou com uma camisola, penteou os poucos cabelos loiros de Charlotte, a colocou no berço e contou uma história.

— Boa noite, meu bem. – Killian disse e beijou-lhe a testa depois da história contada.

— Noite, noite, papai. – Charlotte respondeu sonolenta.

Killian saiu do quarto da filha não conseguindo tirar o sorriso do rosto.

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Durante todos esses meus primeiros meses, papai pode ter tido dificuldades, mas sempre conseguiu resolvê-las, com ou sem ajuda, mas, principalmente, com amor. E mesmo sentindo falta de mamãe na maior parte do tempo… na verdade, todos os dias, ele sempre tinha um sorriso e um carinho para mim.

Em outro reino, porém, outra pessoa… uma mulher, que aliás, é muito parecida comigo, nos acompanhava todos os dias. Como se estivesse conosco na Jolly Roger, ela acompanhava meu crescimento, mesmo que de longe, ela acompanhou. Sorriu com minhas conquistas, chorou quando eu comecei a andar e a falar minhas primeiras palavras, ria das brincadeiras de papai comigo, preocupou-se quando fiquei doente pela primeira vez e ficou realmente agradecida com a ajuda de Regina.

Em um reino, que nessa idade eu ainda não conhecia, em um lugar afastado dos camponeses, mamãe me acompanhava.

Como? Com magia, é claro!


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado ;) pf comentem oq acharam do capitulo me deixaria muito feliz de vdd e muito mais motivada a continuar com a fic. eu gostaria de agradecer ao Pe Te Erre e a TrizDosAnjos - que aliais é uma das minhas autoras favoritas e eu fiquei muito feliz que ela esta gostando do meu trabalho :3 - Por terem comentado o capitulo anterior os comentários de vcs me deixou muito feliz, amei saber que gostaram e espero que tenham gostado desse tbm ;) . eu tbm gostaria de agradecer a todas as pessoas que começaram a acompanhar mais não comentaram fico muito feliz que tenham gostado do começo e espero que vcs continuem gostando :D bom eu não sei quando irei postar capitulo novo aqui mais pretendo ser breve então ate o próximo capitulo ou os comentários meus amores.



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