Trilha Sonora escrita por LEvans


Capítulo 15
Capítulo 14 - Shape Of You


Notas iniciais do capítulo

Não, isso não é uma miragem... SURPRIIISE!! Eu seeeei que demorei, me perdoem por isso!! Mas aconteceram tantas coisas que não caberiam nessa simples N/A.
Bem, vamos logo ao capítulo. Está curto, mas eu queria entregar logo algo pra vocês!
Boa leitura!!



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No meio da partida, Harry decidiu que a cama era muito mais confortável que o tapete do Star Wars de Ron, e despretenciosamente se jogou entre mim e meu irmão. Até ali, eu estava ganhando, então minha inocência não me permitiu perceber que havia um plano em sua mente até que sua perna esbarrou na minha. Seus olhos estavam grudados na tela da TV, mas o sorrisinho de lado em seus lábios denunciava que sua atenção estava em outro lugar. Tentei me manter impassível, afinal, eu ainda poderia perfeitamente matá-lo mesmo sentindo o calor que vinha de seu corpo estando agora tão próximo do meu. 

Mas Harry estava determinado a me vencer, mesmo que para isso ele precisasse apelar para o jogo sujo. 

—Você é muito espaçoso, Potter. -sussurrei, quando sua perna se colou na minha, seu joelho roçando o pedaço da minha coxa que a minha camisola não escondia. 

—Seu irmão ‘tá me empurrando, Weasley - devolveu ele. 

—O que vocês estão sussurrando aí? -perguntou Rony, tentando me alcançar dentro do jogo.  

—Sua irmã está tentando me distrair, Ron. -acusou, me fazendo rir. 

—A velha desculpa de quem não aceita a futura derrota… Precisa colocar a culpa em alguém, não é mesmo?? 

—Se vocês estiverem tramando algo para me derrotar… -começou Rony, fazendo com que Harry e eu revirassemos os olhos.

—Você realmente pensa que o mundo gira ao seu redor, não é, Rony? -Falei, debochadamente. Mas ele me ignorou, deu de ombros e se negou a desviar sua atenção da tela da TV. 

Do meu lado, Harry aproveitou a distração de Rony e continuou com seu plano. Ele olhou pra mim e mantive meu sorriso presunçoco nos lábios, encarando a TV como o fato de ser objeto da análise dos seus olhos não fosse o suficiente para me distrair. Bem, não era, obviamente. Quer dizer, eu quase não sentia sua respiração bater no meu pescoço, muito menos vi ele morder seu lábio inferior porque minha atenção estava totalmente no jogo. 

Pelo menos era isso que eu transparecia. Ele não precisava saber sobre os arrepios em minha nuca. 

Se ele sabia jogar sujo, eu era especialista nesse quesito. Então flexionei minha perna direita, de modo que a barra da minha camisola escorregou um pouco mais para baixo. Minha pele ficou quente, quase como se sentisse seus olhos encarando-a e sorri vitoriosa quando ele se mexeu na cama, claramente incomodado. 

No fim, entre nossas tentativas de distrair um ao outro, quem riu por último foi Rony, que pulou da cama numa empolgação quase infantil, muito satisfeito com sua vitória. Harry e eu forçamos uma decepção fingida. 

—Sorte. -Resmungou Harry, num tom propositalmente audível. 

—Você pegou o melhor controle. -Falei. 

—Nossa, vocês não sabem mesmo perder. -Disse meu irmão, com um sorriso irritante nos lábios. 

O som da música do Mário Card tomou conta do ambiente segundos depois, fazendo com que as mãos de meu irmão voassem para seus bolsos. 

—É a Mione. -Disse ele, saindo do quarto para atender o celular, mas ainda deu tempo de ouvir um “seu namorado é o vencedor” vindo do corredor. 

—Tenho certeza que a mamãe se confundiu. Ele não pode ser o irmão mais velho. -Falei, e Harry riu enquanto recolhia os controles e os deixava em cima do console. 

—Deixei ele ganhar, mas só porque eu tava com saudade -brincou, e eu revirei os olhos, embora não pudesse evitar sorrir. 

—Você deixou? Quer dizer de quando você estava tentando me distrair? 

—Eu não estava tentando te distrair -seu tom de inocência foi tão fingindo que me fez cruzar os braços. -Você que estava tentando me seduzir, sapinha. 

Fiquei surpresa com a sua acusação e mais ainda com sua escolha de palavras que minha boca se abriu em um pequeno “o”. Como ele ousava? 

—Pois saiba que eu não estava tentanto, eu estava conseguindo. -Brinquei, e ele me olhou dos pés a cabeça. Queria que eu não ficasse tão afetada com aquilo e quase senti falta de um celular entre nós. Eu sabia o que ele estava fazendo, mas das suas tentativas de me fazer ficar constrangida ou envergonhada eu já era vacinada. Os efeitos que aquilo me causava ainda eram os mesmos, a diferença era que eu sabia lidar muito bem com eles. 

—Essa camisola foi jogo sujo, sapinha. -declarou. 

—Algum problemas com as minhas camisolas? Você parece muito fissurado nelas. 

—Problema nenhum, sapinha. Mas prefiro elas em outro lugar.

—É mesmo? Onde? - quis saber, franzindo os olhos. Sendo Harry, eu sabia que a resposta seria inusitada. E se tratando de mim, eu deveria ter previsto que sua resposta me surpreenderia. 

—Bem, quem sabe no chão?  

De repente, respirar se tornou tão difícil quanto suportar um peso de 70 quilos nas costas. Não podia acreditar no quão sincero ele fora. 

—Harry… Senti falta de toda essa sinceridade -falei, porque seu olhos e o tom de voz que ele usara denunciaram a seriedade de suas palavras. Era mais um daqueles momentos de total entrega, onde falávamos o que pensávamos, sem filtro, sem barreiras, e dessa vez sem um oceano entre nós. 

Tudo entre nós era fácil, até mesmo o flerte. Não havia muito embaraço, porque, afinal, nos conhecíamos quase a vida toda. Então não havia aquele pisar de ovo característico de todo início de relacionamento, o que não significava que não era delicado. Eu nem mesma saberia dizer se o que tínhamos poderia ser chamado de relacionamento, porque nunca havia realmente pensado sobre. Mas a saudade era latente, quase como se ele nunca tivesse sido apenas o melhor amigo do meu irmão ou uma simples paixonite de adolescência, mas muito mais que isso. 

Diante de minhas palavras, Harry sorriu e, olhando rapidamente em direção a porta entreaberta como se estivesse se certificando de que Rony tinha realmente deixado-a aberta, colocou as mãos nos bolsos. Seus gestos foram como um aviso silencioso para mim. Não estávamos sozinhos. Mas eles também me disseram outra coisa: não era receio de me tocar, era receio de me tocar e não parar.   

—Eu sei. -falou ele, e mentalmente o respondi: “não, não sabe”, porque tudo o que eu havia sentido até ali não poderia ser fácil e simplesmente resumido em saudade. -Você me disse. 

—Eu disse coisas demais. -Falei, fazendo uma careta.  

—Nós dissemos -corrigiu ele, parecendo pensativo. 

—Acha que teria sido diferente caso você não tivesse ido? - a pergunta escapuliu dos meus lábios antes que eu pudesse pensar.

—Claro que sim, Sapinha. -Ele franziu o cenho, como se aquela resposta fosse óbvia. -Se tem algo que aprendi nesse tempo longe, é que a distância poucas vezes é ótima. Na maior parte do tempo, bem… é uma droga. Mas me fez notar coisas que talvez eu não notaria caso tivesse ficado. 

—Tipo valorizar mais aqueles abraços constrangedores e cheios de aperto dos nossos pais e avós? -Sugeri, fazendo-o ri. Eu sabia o quanto nossas famílias poderiam criar uma situação que nos fizesse sentir de volta ao jardim de infãncia.

—É, isso também. -respondeu ele, com sinceridade. -Mas o que eu tô querendo dizer é… É sobre ir e ter alguém pra quem voltar. 

—Você tem, Harry. -Falei, um pouco incomodada. Parte de mim sabia que ele, talvez, estivesse falando sobre mim. Mas não queria ser presunçosa demais. Na verdade, haviam muitas variáveis em sua frase, incertezas demais para que eu pudesse falar meus desejos em voz alta. Seria alcançar níveis bem altos de otimismo, e não haveria problema nenhum nisso se uma possível quebra de expectativa não causasse um tombo de consequências bem graves. Eu não estava disposta a arriscar. Covarde talvez seja a palavra. E orgulho. Melhor do que me arriscar, seria ouvir as palavras saindo da boca dele. -Sua mãe, seu pai… bem, Rony também. 

         -E você? -quis saber ele, e o ar de repente se tornou escasso. Ele me olhou sério, mas seus olhos demonstravam confusão.

          -Senti sua falta. -Repeti, como se não fosse óbvio. O muro do orgulho Weasley já fora há muito derrubado.

       Harry sorriu, e deu um passo para mais próximo de mim. Um barulho vindo de fora do quarto fez com que ele hesitasse. Mas depois, foi como se algo tivesse o despertado. 

        Incrível como ações diziam tanto quanto palavras. OU talvez mais, pois Harry não disse nada. E disse tudo, ao olhar para a porta aberta, o corredor sem ninguém. E depois, olhou para mim, sua respiração pesada, antes de balançar a cabeça e se aproximar de mim o suficiente para me envolver em seus braços. Eu o abracei sem medo, porque, em realidade, não haviam riscos. Não haviam segredos, apenas coisas só nossas que não queríamos compartilhar com mais ninguém. 

          Rony poderia entrar naquele quarto. Mas não importava. Uma possível histeria da parte do meu irmão era possível, mas ele teria que lidar com isso sozinho. 

         –Ah Sapinha… -falou Harry, apertando minha cintura e afundando-se em meu pescoço. -Minha Sapinha cheirosa. 

Sorri e relaxei naquele abraço. Talvez eu não me sustentasse mais. Harry estava segurando nós dois, mas não pareceu se importar. Seu abraço era tão firme que quase me tirou do chão. O único problema seria soltá-lo, pois não queria sair dali nunca mais.

—Você até que não está cheirando mal. -brinquei, e senti seus ombros tremerem sob meus dedos, indicando sua risada muda. Me arrepiei quando ele deixou um beijo em meu ombro.

             -É, decidi usar perfume hoje. -Brincou. 

—Nesse caso, use mais vezes, por favor. -Falei fechando os olhos e descansando a face em sua blusa. Queria memorizar aquele cheiro que senti tanta falta.

Ficamos em silêncio por um tempo. Ouvíamos a conversa de Rony no corredor com Hermione, mas nenhum de nós poderia repetir as palavras do meu irmão. Ele era um zumbindo distante, um lembrete de que não estávamos sozinhos, ainda que sua presença não atrapalhasse em nada as sensações daquele abraço. Aliás, quanto tempo pode durar um? Poucos segundos, minutos? Horas? Poderia durar uma eternidade e eu seria eternamente grata ao destino. 

—Então… Temos um show para ir, não é mesmo? -Disse ele, seus dedos enrolandos em alguns fios meus. 

—Uhum - Não sei bem como saiu minha confirmação, porque seus dedos em minha nuca estavam enfraquecendo meus sentidos. 

—E você sabe todas as músicas? 

—Claro que sim. 

—Então vamos cantar muito juntos, Sapinha. -Respondeu ele, se afastando poucos centimetros de mim apenas para puxar dois ingressos do bolso de sua calça. -Se você aceitar ir comigo, é claro. 

—Harry! -Falei, arregalando os olhos e sorrindo feito uma criança vendo sorvete na praia. 

—Rony e Hermione também irão. -Ele parecia um pouco nervoso e eu ri, absolutamente encantada. -Podemos ir juntos e… Enfim, é um presente, Sapinha. Se você aceitar ir comigo, é claro. 

—Eu posso pegar uma carona com Rony, você sabe disso, não sabe? -Brinquei, adorando ver ele tentando disfarçar seu nervosismo besta. 

—Claro que sim, mas você não vai querer segurar vela, ou vai?

Abracei seu pescoço com meus braços e fingi pensar muito na pergunta. Harry me abraçou novamente pela cintura, os ingressos ainda em seus dedos. 

—Bem, nesse caso, aceito ir com você. 

Harry levantou as sobrancelhas, numa surpresa fingida. 

—”Nesse caso”?? Ah Sapinha… 

Não o deixei terminar. Também fui incapaz de segurar minha vontade de beijá-lo com ele tão perto, seus lábios totalmente alcançáveis. Ele já havia me surpreendido antes e tinha chegado a minha hora de fazer isso. 

Eu não havia percebido o quanto eu estava sedenta por seu beijo até que seu corpo, momentaneamente tenso pela surpresa, relaxou e sua língua encontrou a minha. Seus braços me apertaram e um suspiro por entre meus lábios escapou quando ele chupou levemente meu lábio inferior. Foi o beijo mais carinhoso que trocamos. Talvez em razão de tanta saudade acumulada. Nem por isso, no entanto, foi menos quente. Minha pele arrepiada e meu estomago dando cambalhotas me faziam desejar que aquilo durasse para sempre, mas meus pulmões pareciam imunes aos encantos de Harry, de modo que fomos forçados a nos separar para respirar. 

—Sapinha, Sapinha… -Falou Harry, ofegante. Sua testa ainda colada na minha e seus olhos em meus lábios, ainda famintos. -Como vou conseguir ficar longe de você? 

—Então não fica. -Falei, simplesmente. -Quando você tem que voltar? 

Ele fez uma careta, como se tivesse acordado de um sonho muito bom. Mas não poderíamos ignorar o fato de que, em algum momento, ele voltaria. 

Ainda me abraçando, ele afastou um pouco seu rosto do meu, apenas para ter uma melhor visão de mim, como se quisesse se certificar de que tudo aquilo era real. Depois de muitas mensagens trocadas e o enorme desejo de estar perto e não poder, estarmos tão próximos assim parecia realmente algo irreal. 

—Em duas semanas, para ser exato. -Respondeu Harry, fazendo um carinho gostoso na minha bochecha. 

—Você tá gostando de tudo por lá? -Quis saber, porque me ocorreu que eu nunca havia feito aquela pergunta. 

—Deus, Gin, é tudo o que eu sempre quis. -Respondeu ele, jogando uma mecha teimosa de meu cabelo para atrás de minha orelha. -Mas… 

—Mas…? 

—Estarei mentindo se dissesse que não sinto falta de casa. -Ponderou ele, agora com o rosto um pouco mais sério. Ele ainda estava distraído com a mecha do meu cabelo. 

—Claro que sim, acho que isso é normal, você nunca tinha se distanciado tanto assim da sua família, Harry. 

—Eu sei. Mas eu não tô falando só deles, Sapinha. -Sua resposta me deixou um pouco surpresa, ainda mais porque não havia nenhum toque de brincadeira em suas palavras. Era a primeira vez que falávamos sério sobre nossa relação que ainda não tinha classificação. -Sei que fui cego esses anos todos sem enxergar que a garota mais gata e fantástica que eu poderia conhecer estava bem em baixo do meu nariz. Então se essas duas semanas são tudo o que terei durantes logos meses, quero passar cada segundo com você, Sapinha. 

Suas palavras me emocionaram, embora eu não fosse bem o tipo de garota que derramava lágrimas por qualquer coisa. Houveram vários momentos dentre nossas conversas que me levavam a crer que nossa relação se definia por uma tensão sexual quase palpável. Naquela altura do campeonato, tínhamos plena consciência da atração física que sentíamos um pelo outro, mas havia outros sentimentos dentro de mim que eu vinha tentando ignorar. Não se tratava apenas de querer beijar Harry ou de querer transar com ele até não aguentar mais. Era muito mais que isso. Mas eu não sabia se eu estava completamente disposta a entregar meu coração por completo, não quando Harry partiria logo mais com chances de não voltar. Por que elas existiam, certo? Ele poderia escolher ficar em Nova Iorque.   

—Assim vai ser mais difícil - Respondi, acariciando seu peito, me segurando pra não esquecer o mundo e me perder totalmente em Harry Potter. 

—O que? 

—Ver você ir.  -Fui sincera, e Harry ficou alguns minutos em silencio, observando meu semblante. 

—Não vai ser fácil deixar você pra trás também. Não vou conseguir ficar longe de você esses dias, Gin. 

—Fico feliz em saber disso, porque pretendo ser meio egoísta e não dividir você com muita gente nesses poucos dias. -Harry sorriu com a minha resposta, me dando um selinho como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. 

—E quanto a Ron? -Quis saber, olhando em direção da porta que levava ao corredor.

—Bem, ele vai querer algumas horas pra ele, claro. Mas conto com a Mione pra distraí-lo na maior parte do tempo.

—Namorada incrível essa Mione, não acha? -Perguntou ele, feliz com meu plano e já olhando totalmente faminto em direção aos meus lábios novamente. 

—Meu irmão é um cara de sorte… -Respondi, antes de unir nossos lábios novamente no que seria o primeiro (ou segundo) beijo de daquelas duas semanas.

Esperava que o tempo fosse meu amigo e passasse um pouco mais lentamente. Iriamos aproveitar muito bem cada segundo.

O resto ficaria para depois.


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Notas finais do capítulo

I'M BACK BABYYY!!! O que acharam??? Dei uma alterada no ritmo da fic, pretendo terminá-la antes do previsto, mas sem pular cenas muito importantes que eu já havia pensado faz séculos!!!
No próximo capítulo, teremos show do U2!! Ansiosos??
Um beijo enorme no coração de vocês e espero voltar logo logo com o próximo!!
LEvans



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