Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 94
Capítulo 94




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Assim como tinham prometido a família, Loreley e Tiago voltaram para Londres para que o bebê nascesse na Inglaterra e resolveram ficar hospedados na casa dos Stevens, por que ali ficariam bem mais próximos do hospital — já que Loreley planejava ter o filho pelo meios mais trouxas possíveis!

— Você não acha que tem alguma coisa errada? — Tiago e Loreley estavam sentados no jardim da casa dos avós dela.

— De que você está falando, Tiago?

— Bom, o nosso bebê não deveria já ter nascido?

— Não, o Natan disse que está tudo no tempo certo.

— O Natan disse! Argh! Com tantos médicos no mundo...

— É verdade que existem muitos médicos que conhecem o mundo trouxa e o mundo bruxo ao mesmo tempo! — Loreley riu, e Tiago acabou desistindo da discussão; depois de tanto insistir com a esposa para que ela fosse ao médico, Loreley procurou Natan Wood, o que muito desagradou a Tiago, mas como ele fazia todas as vontades dela, não se opôs a isso, com a condição de que Natan jamais tocasse em Loreley.

— Você não tá com medo? — disse acariciando a barriga de Loreley.

— Um pouco... — Loreley percebeu que Tiago estava querendo dizer alguma coisa, mas parecia preocupado. — Hei, o que foi?

— Nada.

— Tiago, você pensa que eu não te conheço? Ham, o que está te preocupando?

— Eu tive um sonho. Um sonho ruim. Só isso, não é nada com que você tenha que se preocupar, Loreley.

— Que tipo de sonho?

— Ahm, nada, esquece, deixa para lá.

— Fala, Tiago!

— Eu sonhei que... o nosso bebê era um aborto.

— Por isso você está preocupado? Por favor, Tiago!

— Eu não quero que isso aconteça, Loreley.

— Você tem que se preocupar que o nosso bebê seja saudável, não se ele vai nascer trouxa ou bruxo, isso é insignificante...

— Isso não é insignificante, Loreley, e você sabe!

— Você vai gostar menos do seu filho se ele não for um bruxo?

— Eu... não...mas...

— Mas acontece que você já planejou toda a vida do seu filho antes dele nascer, Tiago, só que as coisas não acontecem do jeito que você quer!

— Calma, tá bom, calma.

— Você planeja que o nosso bebê vai ser isso ou aquilo, quando a gente nem sabe se é um menino ou uma menina!

— Eu não posso sonhar, Loreley? Ham? Bom, se você não sabe, é isso que os pais fazem, sabe? Sonham com a felicidade dos filhos! Pelo menos foi o que eu aprendi como meu pai — dessa vez foi Loreley quem decidiu encerrar a discussão, era quase inútil tentar argumentar com ele; ela se levantou — Onde você vai?

— Deitar.

— Você não está...?

— Eu estou bem, Tiago, só cansada.

Mais dois dias passaram sem que Loreley sentisse o menor sinal de que o bebê ia nascer; em silêncio Tiago estava cada dia mais preocupado, principalmente depois que foi até a casa dos pais e conversou com Giny. Loreley aproveitou o tempo que estava na casa da vó para arrumar o quarto do neném, embora fossem ficar pouco tempo em Londres, achava que seria muito bom que o filho tivesse um lugar bem arrumado para ficar os primeiros dias de vida. A Sra. Stevens estava muito feliz com a chegada próxima do bisneto, e fez roupinhas e sapatinhos de tricô para a criança.

— Como você não sabe se é menino ou menina, Loreley, eu fiz um de cada cor! — disse ela mostrando dois pares de sapatinho de lã, um azul e um cor-de-rosa.

— Ahm, obrigada vovó, são lindos, eu vou colocar aqui na bolsa, porque ele, ou ela, já vai poder usar.

— Você está se sentido bem, querida? — a vó percebeu que Loreley parecia sentir alguma dor.

— Cadê o Tiago, vovó?

— Está lá embaixo conversando com o seu avô.

— Bom, acho que o meu bebê vai nascer hoje.

— Eu vou chamar o Tiago.

Ao contrário de Loreley que parecia calma e tranquila mesmo sentindo dores, Tiago estava uma pilha de nervos enquanto levava a esposa para o hospital. Estava tão nervoso que o médico achou que seria melhor ficar esperando no lado de fora ao invés de assistir ao parto, e nisso Loreley concordou, porque sabia que com Tiago lá dentro em vez de ficar mais calma, ela poderia ficar ansiosa demais, além disso, ele deveria avisar a Giny e Harry.

Harry, Giny e Lilian aparatam em frente ao hospital em Londres apenas dez minutos depois que Tiago aparatou na casa deles em Hogsmeade e disse rapidamente que Loreley estava no hospital. Giny teve que usar a rede de Flu para ir até Hogwarts e avisar Harry; como ele estava dando uma aula e era justo na sala de Lilian, a garota insistiu em ir junto. A vó de Loreley estava sentada na sala de espera, ao que parecia rezava concentrada; de pé um pouco mais afastado estava Tiago, com o rosto tenso.

— Está tudo bem? — Giny perguntou preocupada com o jeito do filho.

— Não sei, já faz horas que ela está lá, mãe.

— Oh, Tiago, se acalma, você não acha que um parto é uma coisa simples, não é?

— Eu deveria ter ficado com ela.

— Desse jeito que você está só iria atrapalhar — Lilian tentou acalmar o irmão, puxando conversa, mas depois de mais de uma hora, os outros também começaram a ficar preocupados.

— Hey, você... — Tiago falou com uma das enfermeiras — você pode me dar alguma notícia da minha mulher? Loreley Potter?

— Desculpe, senhor, não sei.

— Tem alguém que saiba?

— Com licença — a enfermeira deu um sorriso sem graça e desapareceu pelo corredor.

— Trouxas incompetentes! — Tiago não se acalmou nem um pouco; cinco minutos depois a mesma enfermeira voltou, e antes que Tiago pudesse abrir a boca para perguntar informações ela foi falar com ele. — Ela está bem? E o bebê? Eles...

— Senhor, eles estão ótimos, a sua esposa está passando bem...

— E o bebê? É um menino?

— Daqui a pouco o doutor Anderson vem falar com o senhor — ela sorriu pacientemente e deu as costas antes que Tiago pudesse falar.

— Mas, espera... ela nem me disse se era um menino.

Quando o “tal” Dr. Anderson apareceu, Tiago praticamente pulou na frente do médico com uma enxurrada de perguntas; mas antes de responder ao jovem pai, o Dr. Anderson cumprimentou Giny e Harry e a Sra. Stevens.

— Parece que eu vou ter que internar o seu filho, antes que ele tenha um infarto. O senhor quer ver a sua esposa?

— É claro que sim! — Tiago disse, revirando os olhos impaciente.

— Me acompanhe, por favor.

— Hum, nós podemos...? — Giny quis saber se também poderiam entrar para ver Loreley e o bebê.

— Só o pai, por enquanto; daqui a pouco, todos poderão vê-los. Com licença. Por aqui, senhor Potter — Tiago seguiu o médico por um longo corredor.

— Ela está bem mesmo, doutor?

— Hum?

— A Loreley, ela está...

— Ah, sim, ela está ótima! Foi um parto difícil, longo, mas a sua esposa é muito forte, na verdade! — Tiago sorriu orgulhoso.

— E o neném?

— Estão ótimos, perfeitos e saudáveis! São dois lindos bebês.

— Dois? Como assim? — no mesmo instante o Dr. Anderson abriu a porta do quarto. Loreley estava deitada, um sorriso radiante no rosto e dois bebês ao seu lado. — Dois?

— Parabéns, Sr. Potter, o senhor é pai de gêmeos — o médico deu tapinhas nas costas do abobalhado Tiago, depois saiu.

Por um instante Loreley pensou que Tiago ia cair no choro, ele continuava parado na porta com cara de bobo e até assustado.

— Que tal chegar um pouquinho mais perto, Tiago? — ele acenou com a cabeça, e com dois passos largos se aproximou da cama e viu pela primeira vez os rostinhos do dois bebês. — É uma menina — disse Loreley olhando para o bebê menor e Tiago pôde deduzir que o outro era um menino. — Você quer pegar ele no colo?

— Anham... — um pouco sem jeito, mas com todo cuidado, Tiago pegou o filhinho nos braços; ele não disse nada, ficou olhando o rostinho miúdo por um segundo e sorriu; Loreley entendeu, ele não saberia o que dizer; depois de devolver o pequeno aos braços da mãe, Tiago parecia procurar alguma coisa pra dizer...

— Gêmeos, né? Quem poderia esperar por isso?

— Loreley, você sabia desde o início que eram dois?

— Claro que não, Tiago!

— Pois eu aposto que você sabia! — Tiago riu — Eu estou muito feliz, muito, muito.

— Eu sei, eu sei...

— Bom, eu vou contar aos meus pais.

— O Harry está aqui?

— Está, e a mamãe, e a Lily também. Bom, eu não vou demorar.

O resto da família ficou tão abobalhada com a notícia do nascimento dos gêmeos quanto Tiago e, enquanto foi permitido, ficaram “paparicando” a mãe e os bebês.

— Bom, e que nomes vocês vão dar a eles? — Giny perguntou enquanto segurava a netinha, Harry segurava o garoto.

— Pensamos em esperar que eles cresçam e escolham sozinhos! — Loreley brincou e todos riram.

— Fala sério, Loreley! — Tiago disse sem controlar o riso.

— Bom, ele vai se chamar Daniel Leonard...

— Potter — Tiago completou.

— E ela, Gwyneth Morgana Potter.

— Agora é minha vez, mãe, deixa eu pegá-la um pouquinho? — Lilian pediu e Giny consentiu que ela pegasse a pequena Gwyneth. Tiago ficou ao lado da irmã, como se vigiasse a filha.

— Alguém deixou de ser a princesinha dos Potter! — disse ele com um ar zombeteiro; Lilian revirou os olhos. — Como você está se sentindo, Lily?

— Acho que eu vou conseguir conviver com isso.

Assim que a mãe os bebês tiveram alta, a família voltou para a casa dos Stevens; por incrível que pareça, Loreley adorou a ideia de Giny ficar em Londres nos primeiros dias pra ajudá-la com os bebês. Durante a primeira semana, receberam visitas dos parentes mais próximos, e muitos presente e cartões de toda a família, e amigos. Tiago recebeu uma carta de Olívio Wood, seu treinador, no qual ele lhe dava os parabéns pelo nascimento dos filhos, mas pedia para que ele não esquecesse que em uma semana eles teriam um jogo importantíssimo.

— O Wood não dá uma folga mesmo!

— A Loreley não pode viajar com essas crianças agora, Tiago! — Giny disse decididamente.

— Bom, claro que não; mas eu tenho que voltar, tenho compromissos importantes...

— Você pode ir, Tiago, a gente vai ficar bem — Loreley voltou; vinha descendo as escadas.

— Você não vai me achar terrível por deixar você e as crianças sozinhas?

— Vou, mas você sempre foi terrível! Sabe, a gente tem que ficar aqui esses primeiros dias, por que honestamente eu tenho medo de matar meus filhos afogados!

— Loreley! Isso não é coisa que se diga!

— Além disso, assim, nossas famílias podem paparicá-los por uns dias.

Dois dias depois Tiago voltou para a Irlanda, onde o seu time, os White Tigers teria um jogo importante, válido pelas semifinais do campeonato irlandês, e logo depois jogariam pelo campeonato mundial, o que deixava Tiago sem tempo de voltar a Londres imediatamente para ficar com a esposa e os filhos, e pela primeira vez na vida, ele achou que o quadribol não era a prioridade da sua vida.


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