Tiago estava passando as férias com a família em Godric’s Hollow, esperava a decisão dos White Tigers, estava tão ansioso com a expectativa de jogar quadribol em um time profissional, que a única coisa que o acalmava era a presença de Loreley. E eles ficavam muito tempo juntos, quando não estavam na casa dos avós de Loreley estavam na casa dos Potter.

Giny terminou de servir o jantar e chamou o marido e os filhos para a mesa; Lilian sentou, estava eufórica, por algum motivo que a mãe desconhecia; já Alvo estava carrancudo, por um motivo igualmente desconhecido à Giny, mas com certeza, o motivo da euforia de Lilian e da carranca de Alvo era o mesmo, Giny concluiu.

— O que aconteceu, Alvo?

— Nada — Alvo respondeu sem vontade, e Lilian deu um risinho sarcástico.

— Por que você não conta a piada para o papai rir também, Lily? — Harry repreendeu a filha e o sorriso de Lilian quase se transformou num beicinho de choro.

— Ok, Alvo, chama o Tiago para jantar, por favor.

— Não posso, mamãe — Lilian voltou a sorrir zombeteiramente.

— Lilian, pare com isso! Al, vai logo chamar o Tiago.

— Não posso ir ao quarto do Tiago agora!

— É que a Loreley está aqui!

— A Loreley está aqui? De novo? Por onde ela entrou? — Harry e Giny trocaram um olhar, parece que a conversa que tiveram com Tiago não tinha significado nada. — Isso está errado, Harry!

— Tá, mas o que você quer que eu faça?

— Fale com o Tiago de novo, você é o pai dele!

— Acho que você se preocupa demais... o Tiago não é mais criança, Giny, a gente temque aceitar.

— Eu sei, Harry, eu sei... só... a Rosinha está grávida, imagina, o que essa... — Alvo e Lilian estavam olhando fixamente para os pais, ouvindo atentamente a conversa

— Ok, a gente fala sobre isso depois; eu vou chamar o Tiago, e ahm, a Loreley para jantar — Harry levantou da mesa e subiu as escadas, bateu na porta do quarto de Tiago.

— Alvo, me deixa em paz, cara, que saco, dá um tempo! — a voz de Tiago soou do outro lado da porta cheia de deboche.

— Tiago?

— Pai?

— O jantar está servido.

— Tá, é, eu já vou — Harry ouviu sussurros e risos dentro do quarto.

— É o meu pai!

— Eu sei.

— Bom... quer jantar?

— Estou morrendo de fome — Tiago abriu a porta, ainda abotoando a camisa, com Loreley ‘pendurada’ no seu pescoço e deu de cara com Harry, sobrancelha arqueada — Ai! Que susto, pai! Vamos jantar?

— Claro — Harry deu uma olhada séria para o filho, a qual Tiago praticamente ignorou e foi para a sala de jantar ‘puxando’ Loreley pela mão; sentaram à mesa indiferentes à cara feia de Giny.

Quando terminaram de jantar, Harry pediu que Alvo e Lilian saíssem da sala.

— Por que? — Lilian perguntou.

— Por que a gente precisa conversar com o Tiago e a Loreley.

— Humpf! — Tiago olhou do pai para a mãe impaciente; Alvo e Lilian se levantaram, a garota ainda reclamando.

— Ok, a gente precisa conversar — Harry disse dirigindo-se ao filho e à Loreley.

— Tem certeza que precisamos? De novo?

— De novo, Tiago, porque você não entendeu o que eu falei.

— Papai, pelas barbas de Merlin!

— Tiago, você está passando dos limites...

— Argh!

— Você tem dois irmãos, crianças, vocês passam o dia inteiro trancados no quarto... isso não é uma coisa agradável, não é nada pessoal, Loreley, mas você aparecendo aqui, a qualquer hora do dia, ou da noite... e... não é uma boa influência para a Lilian!

— Ah, mãe, pelo amor de Deus! Deixa de ser moralista!

— Tiago Potter, veja bem como você fala comigo!

— Você não pode querer proibir que a Loreley durma aqui, pô!

— Na verdade eu posso, vocês ainda são crianças...

— Mãe, eu não sou criança! Mas se você não quer que a Loreley durma aqui comigo, eu durmo na casa dela.

— Ora, garoto!

— Tiago, o que a sua mãe quer é que você, vocês, sejam mais discretos, principalmente por causa das crianças — Harry disse tentando acalmar os ânimos e Loreley teve que fazer um esforço pra não rir. — Loreley, você poderia visitar seu namorado em horários mais apropriados e usar a porta, por favor.

— Sim, senhor.

— Ok. Espero que vocês tenham entendido o recado.

— Bom, ok, boa noite, Sra. Potter.

— Eu te acompanho até a porta — Tiago lançou um olhar “irado” aos pais, se levantou da cadeira e passou a mão em volta da cintura de Loreley; acompanhou até a porta. — Que caretas!

— Uau! Você fica incrivelmente sexy quando está com raiva!

— A minha mãe está enganada se pensa que eu vou passar uma noite sem você.

— Claro que ela está, mas também está tarde, eu preciso ir, não quero deixar os Potter irritados comigo!

— Ah não, você vai me deixar?

— você pode ir lá para casa, sabe, meus avós dormem cedo e são meio surdos, então...

— Ok.