Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 17
Capítulo 17




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A punição de Tiago não foi nenhum fim de mundo, ele apenas foi proibido de ir pra Hogsmeade nos últimos passeios do ano letivo — e nenhum ponto foi tirado de Sonserina, o que pelos cálculos de Tiago seria o bastante para levarem a Taça das Casas, logo ir para Hogsmeade era o de menos, e além do mais precisava estudar para os exames finais, não estava com tempo para diversão mesmo.

Na véspera do início dos exames finais, Tiago já não tinha ânimo para estudar, até por que já tinha revisado a matéria toda, e poderia fazer as provas de olhos fechados, mas como a maioria dos colegas não estava numa situação tão confortável e precisavam estudar ainda, ele passou o dia sem ter nada para fazer. Quase no fim da tarde, resolveu ir até a cabana de Hagrid, de quem sempre era possível colher alguma informação importante, algo que ele pudesse usar a seu favor quando precisasse barganhar com o pai.

Como sempre, Tiago foi recebido como um rei na cabana de Hagrid, e Mme. Maxime; passou mais de uma hora conversando com Hagrid e depois de boas risadas, se despediu do semi-gigante, recebendo um daqueles abraços de quebrar as costelas, e muitas recomendações de lembranças à família, a Harry, Hermione, Ron, enfim, a todos.

Estava subindo a encosta de volta ao castelo quando viu Alvo sentado, sozinho, com a cabeça baixa. Tiago se aproximou e percebeu que o irmão estava chorando.

— Alvo, o que foi, por que você tá chorando?

— Me deixa em paz, Tiago.

Me deixa em paz, Tiago. Por que você está chorando? Alguém mexeu com você? Hum, me diz, que eu acabo seja lá com quem for!

— Não, ninguém mexeu comigo.

— Então por que você tá chorando?

— Não quero que você ria de mim.

— Eu não estou rindo de você, Al.

Ashcfho, queshf eufsh, nãoshf, vousfhs passar nosf... — Alvo gaguejou entre soluços.

— Ah, fala direito, Alvo, o que vshfoi queshf voshef dishfe? — Tiago imitou o irmão e Alvo chorou ainda mais. — Tá, desculpa, eu ‘tava brincando. O que você tem, moleque? Fala direito, sem soluçar.

— Acho que não vou passar de ano.

— Por quê?

— Por que não.

— E daí, e se isso acontecer? Qual é o problema?

— Papai e mamãe vão brigar, e ficar magoados comigo.

— Só por uns dias, Al, eles vão deixar você de castigo o verão inteiro, vão proibir você de usar magia, e provavelmente vão dar mais atenção a Lilian, que é uma bruxinha muito talentosa, do que a você, mas depois isso passa — Alvo, que enxugava as lágrimas, voltou a cair no choro. — Você é sensível demais né, Alvo? Eu aposto que você vai passar. E mesmo que isso não aconteça, nossos pais ainda vão amar você do mesmo jeito. Sabia que eu ando longe de ser um filho perfeito, mas eles gostam de mim mesmo assim?

— Mas você sempre tira boas notas.

— Alvo, você sabe muita coisa, sim, não precisa ficar nervoso, as provas não matam ninguém. Se você acha que vai se sair tão mal, por que está aqui chorando, e não estudando mais?

— Po... Por que eu... Não sei...

— Você quer ajuda?

— Você está falando sério?

— Mas eu não posso fazer muita coisa, Alvo, as provas começam amanhã, é praticamente impossível revisar toda a matéria, mas a gente pode tentar, a noite toda, eu faço um feitiço para você ficar acordado, vamos pedir autorização ao professor Longbottom para você poder ficar no salão de Sonserina, assim ninguém atrapalha a gente; ok? — Alvo balançou a cabeça, fascinado ante a possibilidade de estudar com o irmão brilhante; Tiago riu e deu uma tapinha na cabeça de Alvo. — Vamos, não temos muito tempo.

Conseguiram a permissão para Alvo estudar com o irmão no salão comunal de Sonserina, e assim, passaram a noite toda revisando a matéria para as provas; como Tiago previa, Alvo não era tão ruim quanto dizia, pelo contrário, em algumas matérias ele não era apenas bom, era ótimo, o que facilitou bastante o estudo. Durante todos os dias de exames, Tiago logo se desocupava de suas provas ia ajudar o irmão com suas próprias matérias, e no final, Alvo estava bem mais confiante.

No último dia de aula, todos os alunos estavam reunidos no grande salão, divididos por suas casas, todos alegres, alguns excessivamente satisfeitos por terminarem a escola. Tiago e Teddy — que era um dos que estava se despedindo de Hogwarts — planejavam fazer uma viagem juntos nas férias, enquanto Louis elencava todos os motivos que fariam essa viagem não dar certo.

— Lupin, mamãe e papai não vão deixar a Victorie viajar com você...

— A gente vai dar um jeito de convencer o tio Gui.

— Além disso, eu duvido que a tia Giny deixe você viajar, Tiago...

— Com a minha mãe, eu me entendo, ok? Agora, ou você resolve que vai ou para de ser do contra, a gente já tem muito a planejar e não precisamos de você lembrando toda hora que a minha mãe não vai deixar eu viajar sozinho. É a copa do mundo de quadribol, a gente vai ter que dar um jeito! Agora, deixa eu ir para minha mesa, a gente fala sobre isso depois —Tiago passou para a mesa de Sonserina, onde a alegria reinava; alegria devida a certeza de que a Taça das Casas estava garantida.

— Chegamos ao fim de mais um ano — o silêncio se fez nas mesas das Casas quando a voz de Minerva McGonagall ecoou pelo grande salão.

Mais uma vez, Minerva pediu para que um minuto de silêncio fosse respeitado em honra daqueles que morreram protegendo Hogwarts e seus alunos e todo o mundo bruxo, e em especial ao grande diretor que outrora dedicou sua vida àquela escola, Alvo Dumbledore. Depois do seu discurso, McGonagall anunciou a casa vencedora.

— Sonserina, com 400 pontos! — com uma batida das palmas, a decoração do salão ganhou as cores de Sonserina, verde e branco, e a algazarra na mesa da casa aumentou.

Durante o banquete, entretanto, não havia divisão, os alunos das quatro casas confraternizavam entre todos.


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