Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 27
Capítulo 27




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Vigésimo Sétimo Capítulo ❣️

– Cris! Ow, Cris! Cê tá aí? Cheguei. - Felipe gritou, quando abriu a porta do apartamento, a mochila nas costas.

Ao ouvir a voz do irmão, Cris saiu do quarto e correu ao seu encontro, abraçando-o.

– Finalmente, maninho. Porque eu não aguentava mais a mamãe pegando no meu pé. Cê sabe que você é o queridinho dela, né?

– Quer trocar de posto, maninha? Porque eu não faço a menor questão de continuar sendo o queridinho dela.

– Deus me livre! E ainda mais agora que ela virou quase amiga de infância da Jéssica. Sabe que desde que você viajou e a mamãe chegou que ela não sai daqui, né?

Felipe coçou a nuca, agoniado.

– Pois é, eu tô sabendo. - Deu um suspiro profundo. - Eu só espero que a mamãe não arranje problema quando conhecer a Shirlei.

– Pois é bom você já ir se preparando, maninho, porque não vai ser nada fácil. - Pausou - Sabe onde é que ela tá agora mesmo? - Felipe levantou a cabeça para prestar atenção na resposta - Jantando com a Jéssica. Que deve tá desenhando a caveira da sua namorada pra mamãe.

Felipe bufou de raiva.

– Eu imagino... e isso me irrita de uma forma que...! Mas deixa pra lá! Depois eu dou um jeito de me entender com aquela ali.

Cris sorriu, achando o máximo ouvir de seu irmão a mesma raiva que ela sempre teve da Jéssica e nunca teve coragem de colocar pra fora em respeito ao noivado dele.

– Mas e aí? Me conta. Como foi a viagem? - Cris qui saber.

– Fora alguns pequenos percalços, foi maravilhosa! Do jeito que eu planejei e... imaginei. - Deu um sorriso apaixonado, antes de continuar - Cris, a Shirlei é demais! Eu tô muito apaixonado! Tô mesmo.

Cris abriu um sorriso, feliz pelo irmão.

– Sabe que cê nem precisava ter dito, né? Tá escrito nos teus olhos.

Felipe deu um sorriso, envergonhado.

– Será que se eu ligar agora pra ela, vai parecer muito grude? É que eu acabei de deixar ela em casa, mas... Caramba, já tô morrendo de saudade, acredita?

Cris deu uma risadinha rápida.

– Num sei. Cê sabe que eu num entendo muito dessas coisas, né? Mas... Como irmã caçula , eu queria ter meu irmão mais velho só um pouquinho pra mim, se você não se importa.

Felipe deu um sorrisinho de lado e abraçou a irmã, prendendo os braços dela.

– Ih, tava demorando o momento crise de ciúmes da irmã caçula Cris Miranda.

– Num tô com ciúmes. - abriu os braços, tentando se soltar - Me solta, Felipe! Como cê é bobo. Para!

Felipe deu uma risada divertida.

– Eu só vou soltar porque eu tenho que tomar banho. Sabe se a Nildes fez alguma coisa pra jantar? Tô morrendo de fome!

– Fez sim. E tá delicioso. Vai lá tomar banho que eu vou botando os pratos na mesa enquanto isso.

– Olha só minha maninha toda prendada. - Felipe elogiou em tom de brincadeira - Então eu vou lá bem rapidinho. Já volto. - Ele concluiu, e ajeitando a mochila nas costas, deu um beijo no rosto da irmã e saiu na direção do quarto.

***************************************

– Vai, Shirloca, conta os detalhes! - Carmela insistiu, abraçada a uma almofada e com um sorriso aberto, fingindo completo interesse pela viagem da irmã. - O Felipe é mesmo um príncipe como você imaginou?

Shirlei, que estava retirando seus pertences de dentro da mochila, parou para conversar com a irmã.

– Ah, Carmela, o Felipe... ele é... um príncipe sim. Eu tô muito apaixonada!

– Mas e o Adônis? - Carmela quis saber. E parecia que ela era a única, pensou Shirlei - Você num pensa mais nele? Nem um pouquinho?

Shirlei baixou o olhar, as pupilas indo de um lado para o outro.

– Eu penso, mas... - Shirlei respondeu ao levantar a cabeça - Sei lá, Carmela, mas eu nunca senti pelo Adônis o que eu sinto pelo Felipe. Pelo Adônis, eu sentia carinho, gratidão... Já pelo Felipe, eu sinto... Amor. - Shirlei concluiu para Carmela, mas também para ela mesma.

Carmela arregalou o olhar.

– Amor? Nossa, Shirloca! Tem certeza? Porque essa coisa de amor tá meio fora de moda, né? Piegas.

– Sabe que eu achava também. Até conhecer o Felipe. - Shirlei foi sincera e quando ela se virou para retirar mais uma muda de roupa da mochila, Carmela colocou o dedo lá dentro da garganta como se fosse vomitar.

– Se é assim, fico feliz por você, irmãzinha porque vocês dois fazem um casal tão fofo! - Carmela mentiu.

– Brigada, Carmela. Mas oh - Shirlei se levantou bruscamente e apontou com o polegar por cima do ombro em direção à porta - agora eu vou lá ajudar a mãe com o jantar, você vem?

– Vai indo que eu já vou. É que eu tenho que fazer uma ligação aqui bem rapidinho...

– Tá certo então. - Shirlei respondeu e dando meia volta, foi embora, fechando a porta atras de si.

Quando se viu sozinha, Carmela pegou o celular e discou um número. Mas foi no terceiro toque que a pessoa do outro lado da linha atendeu.

– Oi, é a Carmela. - tentava falar baixo para que ninguém a escutasse - Fez o que eu te disse? Mas em que horário você ligou pra ela? Não. Eu não sei se deu certo. E não tem como arrancar isso dela. Mas pelo menos sua parte você fez, né?! Ligou pra ela bêbado do jeitinho que a gente combinou. E em um horário diferente do que vocês estavam acostumados a se falar. Ah, mas o Giovanni ter falado com ela foi a cereja do bolo que a gente precisava. Claro né?! Ela adora o Giovanni. Tenho certeza que ficou balançada. Mas oh, não liga pra ela por uns três dias. Ela tem que ficar preocupada com você. E vê se segura o Giovanni pra ele não dá notícias suas, ok?! Ah, se vira, Adônis!!!! Sei lá como você vai fazer isso! Mas faz!!! Você quer ou não quer a Shirlei de volta? Porque o gogoboy, meu querido, pelo que eu pude ver aqui, tá a anos luz na sua frente, então vê se faz exatamente como eu tô dizendo senão pode da adeusinho a sua noivinha viu?! Aliás, ex noivinha. Por que eu tô fazendo isso? Porque eu tinha visto o gogoboy primeiro e ela tomou ele de mim e isso... Não vai ficar assim. Mas não vai mesmo! Agora eu tenho de desligar pra ninguém desconfiar... Tchau e vê se não faz besteira! - Concluiu e desligou o celular, revirando os olhos, pois Adônis não era lá um poço de inteligência e ela sabia disso. Tinha medo de seu plano ir por água abaixo só pelo fato de estar se aliando a ele. Mas enfim, se não tem tu, vai tu mesmo. Pensou, já descendo as escadas para ajudar a mãe e a irmã com o jantar.

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Depois de jantar, Felipe estava sentado no sofá conversando com Cris, quando os dois escutaram um barulho de chave abrindo a porta da frente. Viraram o rosto de lado para ver de quem se tratava. Era Vitória que acabara de chegar. Felipe se levantou para recebê-la, braços abertos.

– Oi, meu amor, minha vida, meu tudo! - A mãe de Felipe falou, andando de braços abertos em direção aos braços do filho, que a acolheram em um abraço forte.

– Oi mãe, que saudade que eu tava da senhora! - Em certa parte, Felipe foi sincero.

Os dois se sentaram, um de frente para o outro; Com Cris logo atras de Felipe.

– Ow, meu menino, como você está lindo! - Vitória disse, passando a mão pelo rosto do filho com carinho - Parece que faz anos que não te vejo. Como você está meu filho?

– Eu tô bem, mãe. - Respondeu com um sorriso aberto. - Feliz. Muito feliz. Como eu nunca estive em toda a minha vida. - Felipe aproveitou a deixa; queria logo inserir Shirlei na conversa. Se Jéssica era esperta, ele era muito mais.

Vitória arqueou as sobrancelhas.

– Ow, mas que ótimo ouvir isso, meu amor. Inclusive, sabe com quem eu estava jantando agora a noite? - Felipe levantou o queixo para ouvir com atenção - A Jéssica. Sua noiva.

Felipe segurou as mãos de sua mãe.

– Mãe, a Jéssica não é mais a minha noiva e a senhora sabe muito bem disso. Ela com certeza já deve ter contado para senhora com alguns enfeites a mais que é bem típico dela.

Cris, que até então ouvia a conversa em silêncio, teve de colocar a mão na boca para segurar o riso. Vitória, por sua vez, arqueou novamente as sobrancelhas.

– É, ela me contou sim. Mas... Tenho certeza que essa situação é temporária e que logo logo vocês estarão resolvendo os trâmites do casamento outra vez.

Felipe balançou a cabeça, negando.

– Não, mãe. Minha situação com a Jéssica é definitiva. Sem volta. Até porque, eu sei muito bem que a Jéssica já deve ter te contado sobre a Shirlei, então... A senhora já deve saber que eu estou namorando, né?

Vitória fechou a cara, a respiração acelerada.

– Sei. E desde já aviso que sou totalmente contra esse namoro absurdo!

Cris segurou o ombro do irmão para lhe dar força e apoio.

– Mãe, você nem conhece a Shirlei, como que a senhora pode dizer isso?! Não. Eu num aceito isso não. A senhora vai ter que dá uma chance pra Shirlei mostrar a mulher extraordinária que ela é. Porque assim que a senhora puser os olhos nela, mãe, a senhora vai entender o porque de eu tá tão apaixonado por ela!

Vitória Franziu a testa e se levantou, indignada.

– Filho, o que foi que essa mulher fez pra ter virado a sua cabeça assim?

Felipe se levantou e encarou a mãe de frente.

– Conheça ela e tire suas próprias conclusões. Mas eu garanto uma coisa, mãe, se as suas conclusões forem baseadas nas mentiras que a doida da Jéssica já deve ter enfiado na sua cabeça, pode ficar certa de que eu nunca desistirei da Shirlei. Nunca!

Cris sorriu, achando o máximo o embate Felipe x Vitória. Então depois de alguns segundos se encarando, Vitória rompeu o silêncio.

– Está bem. Eu vou conhecer essa tal de Shirlei. Por você, que é o meu filho querido. Que tal um almoço amanhã? - Revirou os olhos.

Felipe sorriu, vitorioso.

– Vou falar com ela agora mesmo pra vê se ela pode. - Felipe disse, já pegando as chaves do carro e a carteira que estava na mesinha de canto e enfiando no bolso.

Vitória Franziu a testa, estranhando.

– Pra onde está indo, filho?

– Ué, tô indo na casa da Shirlei convidar ela pro almoço de amanhã.

– E por acaso essa menina não tem telefone?

– Claro que tem, mãe. Mas é que... Eu vou aproveitar esse convite pra namorar um pouquinho que eu tô morrendo de saudade da minha princesa. - Vitória quase abriu a boca, incrédula - Vem comigo, Cris? Imagino que você esteja louca pra ver o Tito.

Vitória olhou de Cris para Felipe com a testa franzida, enquanto Cris se levantava toda entusiasmada e se dirigia até a porta onde estava o irmão.

– Mas quem é Tito, pelo amor de Deus?

– Meu filho com a Shirlei. - Respondeu Felipe rapidamente, ao mesmo tempo que puxava a irmã para fora do apartamento e fechava a porta atras de si, escutando a mãe resmungar sozinha dentro dele.

– Como é que é? Que história é essa de filho? Felipe Miranda, volte aqui agora mesmo! Felipe!!!!!

– Felipe, você é maluco! - Cris falou, quando os dois estavam descendo dentro do elevador. - Cê sabe que a mamãe vai enlouquecer com essa história, não sabe?

– Claro que eu sei. Até porque ela vai me ligar em 5, 4, 3, 2... - E como ele mesmo disse, o celular começou a tocar, arrancando uma bela gargalhada dos dois.

– E você não vai atender? - Perguntou Cris, olhos inocentes.

– Par. - Foi só o que Felipe disse.

– Ah não, Felipe, você só inventa esse joguinho porque sabe que eu sempre perco. - Felipe deu um sorrisinho de lado - Droga! Ímpar.

E quando os dois mostraram os dedos...

– Oi mãe. Não. O Felipe não pode atender porque... - Cris olhou para o irmão, fuzilando-o, enquanto o mesmo lhe soltava um beijo para provocar. Ah, os irmãos!

***************************************

– Pode deixar que eu atendo. - Gritou Shirlei ao ouvir a campainha tocando, descendo as escadas correndo, pois Felipe tinha ligado cinco minutos atras dizendo que estava chegando e a ansiedade já tomava conta de seu coração. Ela estava vestida apenas com uma camiseta e short jeans curto, rabo de cavalo desgrenhado no cabelo e chinelo nos pés.

Abriu a porta e a saudade estava tão grande, que sem pensar nas consequências, atirou os braços ao redor do pescoço do namorado, buscando os lábios dele sem pudor algum, tendo de ficar na ponta dos pés para alcançá-los.

Felipe agarrou sua cintura em resposta e correspondeu ao beijo com sofreguidão. Mas ao ouvirem um pigarro por parte de Cris, tiveram de se separar bruscamente.

– Desculpa interromper, mas é que... eu tô aqui, né? - Cris falou, arrancando risos por parte dos dois.

– Ai, Cris, que vergonha, eu nem tinha te visto aí! - Pediu Shirlei, ruborizada.

– É, deu pra perceber. - Shirlei escondeu o rosto no tórax do namorado, que depositou um beijo no alto de sua cabeça. - Posso levar o Tito lá pra casa da Carol?

– Pode sim. Espera aí que eu vou pegar ele lá na cozinha e já volto. - Shirlei falou, e correndo, desapareceu dentro de casa, voltando quatro minutos depois com Tito nos braços. - Aqui. - Shirlei entregou o cachorrinho nos braços de Cris, que abanou o rabinho e latiu feliz. - Comporte-se, Hein?! Senão a tia Cris nunca mais te leva pra passear. - Shirlei ordenou e o cachorrinho como que entendendo latiu para divertimento dos três, que deram risada.

Depois disso e de Cris ir embora, Shirlei segurou a mão do namorado e o puxou para dentro de casa. Então, levando-o até o sofá, ela se sentou no colo dele, que enlaçou sua cintura.

– Huuuum, que saudade que eu tava dessa minha princesa! - Ele falou com ênfase, enchendo o pescoço dela de beijos, misturado com fungadas.

– Eu também tava morrendo de saudade, príncipe. - Ela respondeu, sorrindo por sentir os lábios dele em seu pescoço. - Fiquei tão feliz quando você me disse que tava vindo só pra me ver.

Ele deu uma mordidinha de leve no queixo dela.

– É, pra te ver e... pra te contar uma novidade.

– Que novidade, príncipe?

– A minha mãe chegou de Milão. E ela quer almoçar com a gente amanhã. - Felipe achou melhor ir direto ao assunto. E como foi direto!

Shirlei arregalou o olhar e saiu do colo dele se levantando. Então por alguns segundos, ficou de costas para ele, até que tomou coragem para se virar.

– Príncipe, eu não sei se eu tô preparada pra conhecer a sua mãe.

Felipe deu um suspiro e batendo nos joelhos, ele se levantou, ficando de frente pra ela, olhos nos olhos.

– Por que não, princesa?

– Porque... Pra dizer a verdade, eu tô com medo que ela num goste de mim.

Felipe sorriu e chegando bem próximo dela, colocou um mecha de cabelo dela atras de sua orelha, aproveitando para fazer um carinho em seu rosto.

– Princesa, pois eu num tenho esse medo não. Sabe por quê? Porque eu conheço uma pessoa que se encantou por você assim que viu esse seu sorriso lindo e esses seus olhos expressivos.

Shirlei sorriu, revirando os olhinhos.

– A Dona Berenice?

– Eu ia dizer eu, mas... A Dona Berenice também é um ótimo exemplo.

Shirlei riu, divertindo-se com o namorado.

– Príncipe, eu tô falando sério.

Felipe sorriu e segurando a mão dela, pousou sobre o seu próprio coração. Então, sorrindo, Shirlei fechou os olhos, o coração disparado.

– Princesa, eu respeito muito a minha mãe. Eu até disse isso a ela hoje. Mas quem manda no meu coração sou eu. E agora... Você, princesa. Só você.

Shirlei abriu os olhos, e sorriu, o tórax subindo e descendo com a declaração. Ele retribuiu o sorriso e ela pôde sentir com a mão o coração dele disparar. Então ela se aproximou e na ponta dos pés, ela pressionou os lábios dele com os seus, selando aquele momento com um beijo demorado e apaixonado. Em nenhum segundo, ele deixou de segurar a mão dela, que estava no coração dele.

– Eu trouxe um presente pra você. - Felipe disse, quando o beijo cessou.

Shirlei Franziu a testa, mexendo a cabeça de lado.

– Ué, mas ainda num passou da meia noite. Ainda não é o sétimo dia.

Felipe sorriu de lado.

– Não faz parte do sétimo dia. É só um presentinho que mandei fazer antes da viagem... Coisa de namorado bobo e apaixonado mesmo. - Felipe retirou do bolso uma caixinha vermelha de veludo - Espero que goste, princesa.

Shirlei o encarou para em seguida voltar a olhar a caixinha de veludo em suas mãos. Sua respiração ficou entrecortada e seu coração disparou. Então foi aí que Felipe abriu a caixinha e os olhos de Shirlei se depararam com a pequena peça dentro dela e lágrimas de emoção começaram a se derramar em seu rosto. A peça se tratava de uma corrente de ouro linda e delicada ostentando um belo pingente com o nome SHIRLIPE cravejado de pedras brilhantes.

– Príncipe, eu nem sei o que dizer... - Shirlei falou, a voz embargada e rouca pelo choro que se iniciava.

Felipe sorriu, os olhos brilhando com as lágrimas que começavam a se formar.

– Eu achei que juntando os nossos nomes era uma boa maneira de te provar que a gente é um só... um só coração, uma só alma, sabe...? - Shirlei continuava sem saber o que dizer, as lágrimas em cascata, os lábios tremendo. Felipe retirou a corrente da caixinha - Posso colocar em você?

Shirlei assentiu com a cabeça, então os dois caminharam até onde tinha um espelho e quando os olhos chorosos dos dois se cruzaram, Felipe, delicadamente, colocou a corrente no pescoço de Shirlei, prendendo-a atras em sua nuca. Depois disso, ele passou a mão delicadamente pelo rosto dela com o dorso dos dedos.

– Ficou lindo em você, princesa. Do jeitinho que eu imaginei.

Shirlei sorriu de encontro ao reflexo do espelho, mas diretamente para ele, tocando de leve o pingente, que brilhava intensamente. Então virou-se para encara-lo e o que encontrou foi um olhar repleto do mais puro e intenso amor. Shirlei engoliu a seco.

– Príncipe... Eu preciso dizer uma coisa que... que eu... - Shirlei tentava falar, a voz ofegante.

– Fala, princesa... - Felipe tentou encorajar, erguendo o queixo dela, pois àquela altura, Shirlei já não conseguia mais encara-lo.

O tórax de Shirlei subia e descia muito rapidamente até assustando um pouco Felipe, que nem imaginava o que ela tinha a dizer; só sabia que estava sendo difícil.

– É que eu... eu... Faz muito tempo que eu tô querendo dizer isso, mas...

– Mas... - Felipe insistiu.

Shirlei molhou os lábios e passando o dedo pelo lábio inferior de Felipe, que agora encontrava-se entreaberto, reuniu coragem até de onde não tinha para enfim dizer o que estava entalado a muito tempo em seu coração.

– Príncipe... Eu... Eu... Eu te amo.

Felipe arregalou o olhar e uma lágrima escorreu do canto de seu olho esquerdo.

– O quê...? Repete...

Shirlei sorriu, os lábios tremendo pela emoção de finalmente ter dito.

– Foi isso mesmo que você ouviu. Eu te amo, príncipe.

Felipe abriu um sorriso e segurou o rosto dela entre as mãos.

– Princesa, você disse isso mesmo? Eu num tô ficando louco não? Eu ouvi isso mesmo? Você disse que me ama?

Shirlei sorriu, sentindo o gosto das lágrimas salgadas.

– Eu disse seu bobo. Agora... Falta você dizer... Quer dizer... Isso se você também...

– Se eu também te amar? É isso? Princesa, cê só pode tá brincando, né? Espera... você quer que eu diga em quantas línguas? Porque eu conheço muitas!

Shirlei riu.

– Se você disser em português, príncipe, eu já estou mais do que satisfeita.

– Tá certo então. - Pausou para tomar fôlego - Princesa... Eu só não te disse até agora porque eu tinha medo de que você achasse cedo ou sei lá, mas eu te amo desde o nosso primeiro beijo ou melhor desde a primeira vez que eu pus os olhos em você naquele palco. Se brincar eu te amo antes da gente se conhecer porque a verdade é que eu esperei por você a minha vida inteira, princesa.

Shirlei mordeu o lábio inferior sorrindo, feliz. Então Felipe guiou seus lábios de encontro aos de Shirlei, enquanto vagarosamente seus olhos se fechavam. Foi aí que ele retirou as mãos do rosto dela e segurando a sua cintura, puxou-a de encontro ao corpo dele, que ansiava por essa colisão. Em resposta, ela segurou a nuca dele com uma mão, enquanto com a outra, ela passeava pelo tórax dele. O beijo se tornando cada vez mais intenso, mais urgente, mais voraz... Suas línguas se entrelaçando como se assim quisessem e pudessem dar um nó. Gemidos sendo escutados em seus ouvidos e os estalidos de suas bocas revoltadas, que a todo instante tentavam buscar o oxigênio sem se desgrudar nem por um segundo.

Num instante, estavam ali em frente à um espelho saboreando um beijo sôfrego, no outro Shirlei já se encontrava com as pernas envoltas na cintura de Felipe, sendo espremida contra uma das paredes.

– Eu te amo... Princesa... - Felipe dizia quando os beijos começaram a descer pelo pescoço, a voz rouca e ébria desejo.

– Também... te amo, príncipe! - Ela respondeu, o pescoço levantado para dar cada vez mais espaço para seu príncipe enche-la de carícias.

Agora eles podia repetir e repetir e repetir o quanto se amavam porque não se tinha mais amarras, nem segredos; tudo agora estava às claras, inclusive eles dois, que foram pegos no flagra justo por quem?!?!

– NOSSAAAAAAA! Agora eu entendo porque o pobre Adônis perdeu essa! - Alguém bem esperta exclamou do alto da escada.


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