The Brightest Star escrita por Sherlocked


Capítulo 2
Ballarat


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo !! Bom, esse foi inspirado no conto '' O mistério do Vale Boscome'' de Arthur Conan Doyle. Espero que gostem! Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714073/chapter/2

Um movimento calmo separou seus lábios, ofegantes e molhados por conta da chuva, seus olhares se encontraram. Estavam tão perto um do outro, que conseguiam sentir o coração batendo rapidamente um do outro. Molly segurava a cintura de Sherlock por dentro de seu sobretudo enquanto o moreno acariciava seus cabelos.

— Eu acho que é melhor sairmos da chuva.  – Sherlock falou ainda recuperando o fôlego.

— Concordo.  – Sorriu tímida.

Com um sorriso bobo em seu rosto e bochechas extremamente rosadas, Molly andava um pouco a frente de Sherlock, que apoiou a mão em seu ombro. Os dois foram se direcionando para a saída do restaurante coberta.  

— Huum... Você quer conversar a respeito disso? – Confuso – Eu acho que é isso que as pessoas ‘’normais’’ fazem...

— O que você achar melhor. – Ela sorriu encantada com a atitude de Sherlock.

— Eu não sou uma pessoa de muitas palavras quando o assunto é sentimentos e relacionamento.  – Virou e passou a olhar fixamente os carros, com as mãos em seus bolsos.

— Então, você tem sentimentos?! – Sem tirar o sorriso do rosto ela entrelaçou o seu braço no dele e o puxou, fazendo com que ganhasse a atenção de Sherlock.

— Si... – Olhou indignado para a moça que ria da situação, enquanto se pendurava em seu braço. – Sim! Eu posso ser esquisitão, como vocês adoram me chamar, mas não sou de pedra...

— Eu sei disso...  Vamos fazer o seguinte, quando você achar que esta pronto para falar a respeito do que aconteceu me avise, enquanto isso a gente finge que nada aconteceu. Mas não me deixe esperando para sempre! – Ela largou o braço de Sherlock, quando viu um táxi se aproximando.

— Hum okay então. – Ele emitiu um grande sorriso, de orelha à orelha.

Molly não pode deixar de notar aquele lindo sorriso. – Aaawnt, porque você não sorri mais? – Fez um biquinho meigo enquanto via a cara de ‘’nojo’’ de Sherlock.  Logo em seguida ela riu e foi em direção a porta do táxi quando sentiu uma mão grande e forte a puxando seguida de um leve beijo em seus lábios tão rápido que Molly mal pode retribuir.

— Boa noite Molly. – Ele a largou e saiu andando rua a fora.

Molly ficou observando a figura daquele homem que partia, seria aquilo um sonho?

— Ei moça?!  Vai entrar? – Indagou o motorista trazendo-a de volta a realidade.

— Vou sim! – Em um pulo ela entrou no táxi, abrindo a janela e voltando a procurar a silhueta do moreno, porém,  já havia desaparecido na escuridão daquela noite estrelada.

— Molly

‘’ Meu deus! Já são 8:20hr da manhã! Lestrade vai me matar, combinei de chegar em St. Bartholomew's Hospital às 8:30hr em ponto. Ele disse que Sherlock precisa analisar um corpo para um caso... Aaah Sherlock...  Não vejo a hora de vê-lo! Não consigo acreditar  no que aconteceu noite passada. Melhor eu me apressar. ‘’    

 - St. Bartholomew's Hospital  –

No refeitório Sherlock estava sentado com suas pernas cruzadas e os longos dedos abaixo de se queixo. John e Lestrade tomavam café e conversavam.

— Me lembro só do inicio da noite de ontem. – Lestrade comentou.

— Foi uma longa e divertida noite! – Riu John

— A madrugada pelo visto foi melhor ainda... – Sherlock acrescentou, com um olhar malicioso.

— Aah sim, aquela moça... Mar... – Lestrade fooi interrompido por John.

— Mary! Sim, é uma ótima pessoa. Espero que o Sherlock não coloque a coitada na frente de um arco e flecha gigante!

— Eu?! Você que andou dizendo que era ‘’ O grande e egoísta Sherlock Holmes’’... 

— Tanto faz... Você nos levou para aquele circo chinês! – Revirou os olhos.

De longe Sherlock já pode identificar, com sua visão aguçada, Molly.

— La vem a Molly... – Observou a garota até ela chegar à beirada da mesa.

— Oi pessoal, desculpa o atraso. – Cumprimentou todos.

— Sem problemas. – Sherlock se levantou com um pulo. – Vamos direto ao ponto, onde esta o corpo do pobre homem? – Sai caminhando na frente.

— Por ali... – Molly apontou em direção ao caminho que Sherlock já estava seguindo na frente de todos.

Chegando ao necrotério Molly puxou uma das fichas que estavam em cima da mesa e chegou qual dos corpos eram de McCarthy um homem supostamente assassinado pelo filho.

— É esse aqui... – Direcionou-se ao dos corpos deitados.

Sherlock colocou um par de luvas e começou a examinar cada centímetro daquele corpo estirado em sua frente.  Frente a uma cena de crime, Sherlock parecia um cão, suas sobrancelhas aparentavam sua concentração e os olhos brilhavam destacando a cor verde e azul misturadas.  Retirando seu sobretudo e arremangando a blusa, Sherlock virou o homem de costas para analisar, com sua pequena lupa de bolso, o ferimento na cabeça do homem.

Os outros observavam atentos, tentando descobrir o que se passava naquela cabeça, quando Sherlock retirou as luvas e suspirou.

— Alguma coisa? – Perguntou Lestrade.

— Não muitas, precisamos ir a cena do crime. – Respondeu ajeitando as mangas.

— Certo... O que conseguiu descobrir pelo corpo?

— Ele foi atingido por um objeto pequeno, uma pedra acredito e por alguém alto, com certeza.

— Então acredita que não foi o filho que o matou com uma coronhada?

Sherlock olhou para Lestrade pasmo. – Óbvio que não.  

— Óbvio? – Muito confuso, assim como os outros.

— Claro, quando a policia foi prendê-lo ele não hesitou em se defender e fazer um escândalo,  apenas disse que já esperava que aquilo fosse acontecer e alegou ser inocente  logo após em sua narrativa do acontecimento, muito interessante inclusive.

— Hãm, claro, faz muito sentido... – Lestrade riu.

— Me leve até o local do crime e garanto lhe dizer o culpado. – Levantou a gola do sobretudo e saiu.

— ‘’Drama Queen’’ – (rainha do drama) Falou John, fazendo os outros rirem.

                                                   ---------- //----------

Já havia se passado muitas horas, Molly passou a tarde no laboratório analisando algumas coisas no microscópio. Ela estava tentando colocar uma caixa em uma das portas do armário quando a porta se abriu, era Sherlock.

— Quer ajuda? – Perguntou observando a situação da moça.

— Nã-ao... –  Empurrou a caixa para dentro. – Já consegui. – Riu. – Obrigada.

Ele um pequeno sorriso com o canto da boca e seguiu em direção à bancada onde ficava o microscópio e alguns instrumentos químicos. – Preciso analisar essas amostras.

— Sem problemas, é para aquele do senhor  ‘’assassinado’’ pelo filho?

— Não, esse já foi solucionado e ele não foi assassinado pelo filho, eu estava certo.

— E então como aconteceu? – Perguntou curiosa se aproximando do detetive.

— Bom, quando chegamos no Vale Boscome, lugar onde o homem foi assassinado, tive que me deitar na grama e analisar cada detalhe de onde o corpo foi encontrado, foi relativamente difícil, pois já estava todo pisoteado pelos colegas de trabalho de Lestrade, parecia que havia passado milhares de homens a cavalo no local. Porém consegui notar as pegadas do homem que havia acertado McCarthy pelas costas, ele era manco, as pegadas do pé direito eram sempre mais profundas do que a do esquerdo. Além disso, nas árvores pude encontra restos de um charuto indiano e a arma do crime, como havia falado uma pedra, ela estava perto dos restos do charuto e havia sido posta ali há pouco tempo.  Achar o sujeito que o matou não foi difícil depois dessas evidencias, eu já desconfiava de quem era, mas foi a ultima palavra dita pelo homem assassinado que tornou tudo mais fácil, segundo o filho suas ultimas palavras foram ‘’rat’’ o que peculiarmente não quer dizer nada, mas antigamente havia uma quadrilha chamada ‘’Ballarat’’ comandada por Black Jack Ballarat, como era conhecido, porém seu nome verdadeiro era John Turner, vizinho de McCarthy. O melhor é que fui até John Turner para conversar e ele me confessou tudo. McCarthy era o ‘’demônio em pessoa’’ e foi quem descobriu a identidade de Turner, depois de anos. John Turner havia se arrependido de tudo e levava uma vida justa e normal com sua filha. Ao descobrir tudo isso McCarthy foi atrás de Turner e jurou contar seu segredo para a filha se ele não o desse o que ele queria e assim Turner tornou-se a mercê de McCarthy por 20 anos. Quando viu McCarthy e o filho brigando na floresta, não pode perder a oportunidade de acabar com isso. – Suspirou ofegante.

— Incrível! – Falou Molly com os olhos brilhando.

Sherlock concordou com a cabeça com um pequeno sorriso logo em seguida pôs seus olhos, focado, no microscópio.

— Deve ter sido um longo dia e esta um pouco tarde, você quer café? Eu posso ir buscar. – Perguntou Molly com uma voz suave.

— Realmente... Quero, obrigado. – Falou sem tirar os olhos do microscópio.

Molly então saiu para buscar o café, dentro de alguns minutos ela voltou com o café nas mãos, quando chegou encontrou Sherlock concentrado, ele simplesmente estava lindo. Ela chegou sem fazer nenhum barulho para não o atrapalhar e largou o café ao lado do detetive. Sherlock estava tão focado que não conseguia notar nada em sua volta, era como se a única coisa que existisse era a imagem que aquele microscópio lhe mostrava. Molly ficou ali parada lhe observando sem dizer nada, como já era tarde inconscientemente  ela se apoiou na mesa e acabou dormindo ali mesmo observando Sherlock.

Passaram-se algumas horas quando ele tirou atenção do microscópio e encontrou Molly atirada no balcão ao seu lado, ele achou fofo o modo que ela se encontrava e colocou seu sobretudo preto por cima da moça, observou-a  por alguns segundos e deixou o lugar rumo a Baker Street.

Ao acordar Molly percebeu o que havia acontecido e sorriu toda boba, suspirando ela conseguiu sentir o perfume forte de Sherlock.  Colocou o sobretudo do detetive em seu corpo, se preparando para ir para casa, ao colocar as chaves em um dos bolsos ela percebeu que havia uma caixinha pequena ali. Curiosa, ela abriu a caixinha e se deparou com um lindo colar, tendo como pingente uma lupa e o seguinte bilhete:
                               ''Para Molly,
              precisamos falar sobre aquele assunto. -S.H.''


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai ? O que acharam? Deixem um comentário S2
Obrigada! S2