-Baker Street 

John estava sentado em sua poltrona como de costume. Vagava por seu site em busca de algum caso interessante. Sherlock havia saído por algum motivo, cujo John desconhecia. Leves batidas na porta o tiram de seus devaneios, ele se levanta e abre a porta pela metade, verificando quem era antes de abri-la, desde que passou a morar com Sherlock tudo era muito perigoso, certo dia ele foi seguido por dois homens com ternos caros, ele ficou com um certo receio do que iria acontecer, porém não aconteceu nada, era apenas Microft... Mas mesmo assim é bom tomar cuidado. Do outro lado da porta estava Lestrade acompanhado de Molly e Mrs.Hudson  

 - Greg? O que faz por aqui? Conseguiu algum caso para tirar Sherlock do tédio? - Falou em um tom amigável enquanto cumprimentava Molly com um aceno de cabeça. 

 - Infelizmente, não! - Deu uma leve risada e cumprimentou John com um leve tapa no ombro.  

 Mrs. Hudson como de costume havia feito chá. Colocou na mesa diante de todos, que ali haviam se acomodado.  

 - Então... Apenas uma visita? -John perguntou. Um pouco confuso. Não era de costume Lestrade visita-los, a não ser que tivesse algo de importante para comunicar. Logo veio a sua cabeça, será que algo aconteceu com Sherlock?  

 - Você deve saber que amanhã é aniversário do Sherlock? - Lestrade indagou, acabando com um pouco da preocupação do loiro.  

 - Hãn? Ah sim! Claro! Temos que combinar algo... - Ele havia esquecido completamente. Sorte sua que Lestrade o lembrou.  

  - Sim, eu acho que a gente devia ir ao novo restaurante que abriu. - Falou Molly. Ela estava feliz, Sherlock sempre será um grande "ídolo/amor" para ela, e ser convidada para o aniversário de Sherlock é uma grande surpresa. -Sherlock irá gostar do lugar. É bem reservado e da para ver as estrelas dependendo da mesa que pegarmos.  

 - Sherlock não gosta muito de sair... Não sei se seria uma boa ideia. - John respondeu. 

 - Sim, por isso mesmo. Ele tem que aprender a ser menos "fechado". – Ela falou, determinada. 

 Um estrondo abriu a porta. Sherlock chegou, coberto de sangue, com seus cachos  bagunçados e uma arma em sua mão. Todos pararam e olharam apavorados para o moreno.  

 - Eu tive um pequeno problema no caminho para cá. - Falou tranquilamente, como se nada tivesse acontecido.  

— Meu deus, Sherlock! -Falou Mrs.Hudson o entregando um pequeno lenço. 

— Acho que esse lenço não vai o ajudar muito... - Falou Lestrade ainda boquiaberto com a situação.  

— Gerry! Que surpresa, conseguiu um caso para mim?! - Limpava o rosto com o lenço de Mrs. Hudson. 

— Meu nome é Greg! -Falou com um tom agressivo, indignado.  

 - Isso não importa, conseguiu um caso?  

 - Não, eu... Eu vim apenas fazer uma visita! - Sorriu, inocentemente. 

 - Uma visita?  - Ele arqueou uma das sobrancelhas, surpreso. - Molly! Você veio também... Esse perfume é novo? – Falou em quanto chegava mais perto da moça para sentir o aroma.  

 - S...- Foi interrompida por Sherlock. 

 - Não combina com você. O outro era mais doce, combinava mais com o seu jeito. - Sorriu. Conseguiu o que queria. Deixar Molly envergonhada, sempre que isso acontece ela fica com o rosto todo vermelho. Por alguma razão ele gosta de a ver desse jeito.  

 - Sherlock, mas o que aconteceu? - Falou John. 

 - Nada de importante. É sangue falso. Passei na frente de uns garotos que estavam indo para uma festa de Halloween. Eles acabaram me jogando sangue falso.. – Foi andando em direção do seu quarto. 

 - Mas e a arma?! Não diga que você ameaçou os garotos. - Aumentou o tom de sua voz, porém na brincadeira.  

 - Eu não diria isso... Eu apenas entrei no clima de Halloween! - Entrou em seu quarto e fechou a porta. 

 Na sala eles caíram na risada do jeito do detetive. Sherlock conseguia ser completamente imprevisível.  

 - Bom então já que não conseguimos pensar em outra opção... - John se aproximou mais, para evitar que Sherlock ouvisse -Vamos marcar nesse tal restaurante! Pode ser as 20:00hrs ?  

 Lestrade, Mrs. Hudson e Molly concordaram com a cabeça.  

                             —No outro dia... 

Logo pela manhã, John acordou super cedo, comprou um Cup Cuke e colou uma velinha em cima do mesmo. Assim que ouviu um barulho vindo do quarto de Sherlock ele acendeu a vela e se sentou na cadeira ao lado. Saindo de dentro do seu quarto, Sherlock ainda com os olhos um pouco fechados de sono, usando um roupão roxo, entrou na sala e se deparou ao John com um sorriso enorme estampado na cara.  

 - Bom dia. - Sherlock passou reto.  

 John não entendeu. Apenas acompanhou Sherlock com os olhos retirando aos poucos o sorriso de seu rosto.  

 - Sherlock?!  

 - Huuum? - Murmurou  

 - Você não viu que eu comprei um Cup Cake... Para você? - Apontou para o Cup Cake.  

 - Para mim? Porque? - Olhou para o loiro, mostrando um pouco de interesse.  

 - Hoje é seu aniversário...  

 - Para mim?... - Se levantou e foi em direção a mesa que estava o Cup Cake. Se sentou a frente do pequeno bolo, olhou para John e assoprou a pequena vela e com um leve sorriso de canto agradeceu John.  

— Desculpe... É que eu não estou acostumado a receber algum tipo de “parabéns”. John, essa é uma das poucas vezes que eu comemoro meu aniversário. – Ele falou sério, como de costume Sherlock tem dificuldade em expressar aquilo que seu coração sente. 

John não sabia o que fazer. Apenas por impulso mais uma vez desejou ao amigo um “feliz aniversário”, seguido de um longo abraço.  

         -Mais Tarde... 

Sentado em sua poltrona, em um mundo muito, muito distante, estava Sherlock com seu queixo apoiado em seus dedos, apreciava em seu palácio mental alguns dos momentos de sua infância que passou com seu lindo cão, até que uma notificação vinda de seu celular o tirou de seus pensamentos.  

             “ Feliz aniversário irmãozinho. – Microft .”  

 Ele sorriu, mas logo se repreendeu e fazendo uma cara de nojo.  Ele não poderia perder a oportunidade de implicar com o irmão mais velho... 

         “ Deixa de ser cínico Microft... Mas aceito sua                       felicitação. Antes que eu esqueça, como vai a                      dieta? -S.H “ 

 Quem diria que mesmo odiando tanto o irmão, como ele mesmo diz, Sherlock seria capaz de sorrir em ver a mensagem do irmão, nem que fosse por apenas alguns segundo.  

          - Restaurante “Imagination” – 20:00hrs 

Sherlock vinha sendo arrastado por John, com uma cara emburrada, pois ele se recusava a sair do apartamento.  

 - John, pra que sair? A gente já comemorou o aniversário pela manhã! Sair para jantar é uma baboseira. Affff – Resmungava. 

 - Xiu. Vai valer a pena... Olhe. – Ele mostrou ao detetive a mesa onde todos se encontravam. 

Sherlock ficou sem reação. Era muito amor envolvido e ele nem sabe o real significado dessa palavra. Andando em direção a mesa ele não se conteve e esboçou um sorriso de ponta a ponta.  

 - Aí vem ele! “A rainha do drama” ! – Brincou Lestrade. 

  Sherlock observou em volta e lá estavam todos eles John, Mary, Lestrade, Mrs. Hudson, Microft e Molly... Molly Hooper, com um vestido dourado, os cabelos caindo sobre seus ombros e os lábios brilhavam com a luz das estrelas, impossível não ser notada, até mesmo por ele o mais egoísta desse mundo... Sherlock Holmes. Mrs. Hudson indicou a cadeira ao lado de Microft para que Sherlock se sentasse.  

 - Estava bom demais para ser verdade.... – Foi se sentando ao lado de Microft  

 - É bom te ver também irmãozinho! Recebi sua mensagem, queria saber o motivo de tanta arrogância. – Os dois se encararam, ambos com olhares de nojo e  desprezo. 

 - Arrogância? Falei apenas verdades. – Suspirou – Vai ser uma longa noite...  

 - Bom! As madames já acabaram com as implicâncias ? – Questionou Molly. 

 - Olha, a criatura fala. – Falou Microft. 

 - Microft! – Sherlock, inconscientemente alternou um pouco seu tom de voz. – Tenha um pouco da educação pelo menos uma vez na vida.  

 - Eu tenho muita educação, puxei o lado bom de nossos pais, já você...  

 - Opa, sem querer atrapalhar aee, mas néh? Hoje é aniversário do Sherlock, vamos manter a paz um pouquinho? – Falou Lestrade, gesticulando cada palavra, ele havia chegago mais cedo e já estava um pouco alterado pelo álcool. 

 - Se bem que eu estava achando legal... – Falou Mary. John deu um cutucão na mulher. – Aii, quero dizer... Vamos manter a paz e o amor! Uhul! Quem quer vinhoo? - Todos riram da situação. 

    O jantar permaneceu civilizado até Sherlock “acidentalmente” derrubar uma taça de vinho em Microft que tentou empurra-lo da cadeira, mas não conseguiu. Fora isso tudo ocorreu bem. Todos se divertiram e tiveram uma noite agradável.  

    Já era tarde. Eles estavam na porta do restaurante, Microft já havia ido de carro levando Mrs. Hudson e John havia chamado um táxi para Lestrade, pois ele não tinha condições de dirigir.  

   - Bom... Eu ia para casa da Mary – John fez um olhar malicioso. – Mas se você quiser eu te levo para casa... 

  - Que ?! Não, não... Pode ir. Eu chamo um táxi, sua vez de se divertir. – Sherlock respondeu. 

  - Ok. Só me prometa que você não vai fazer nada fora da lei. – Ele ia se encaminhando para o táxi.  

  - John, você não é minha mãe. Eu sei me cuidar ok? – Ele tentou fazer uma cara brava.  

  - Sherlock...  

  - Ta, ta que seja. Eu prometo. Entra logo. Tchau. – Ele empurrou John para dentro do carro que partiu logo em seguida.  

Sherlock entrou um pouco para dentro do restaurante, pois estava frio, ao pegar seu celular no bolso avistou Molly, em um deck admirando as estrelas. Sem fazer barulho ele foi chegando mais perto da moça. Ao fundo tocava uma música (https://youtu.be/xXEx0DyIMks), que deixava o lugar ainda mais aconchegante.  

 - O céu está realmente lindo... – Sherlock falou assustando Molly que virou rapidamente. -Desculpa, não quis te assustar. – Ele sorriu envergonhado.  

 - Ah não foi nada. – Sorriu de volta. – Está muito lindo mesmo. – Ela voltou a se concentrar no céu e nas estrelas que nele haviam.  

Sherlock se direcionou ao seu lado e se encostou na cerca do deck assim como Molly.  

 - Hoje foi fantástico... Eu senti coisas que jamais pensei que sentiria. – Os olhares deles se encontraram. – Eu descobri o significado de palavras que nunca fizeram sentido, eu me diverti. E tudo isso graças a você. – Sorriu.   

 - Graças a mim? – Molly já estava com o rosto todo vermelho e não conseguia conter um sorriso doce que tomou conta de seu rosto.  

 - Sim, graças a você. Você acha que eu não sei que foi você que teve a ideia de tudo isso? – Molly não tinha reação, apenas escutava aquela voz tão perfeita que Sherlock emitia. Eles tiveram suas atenções voltadas para as estrelas novamente. Ficaram em silêncio por alguns segundos apenas apreciando a música que tocava ao fundo.  

 - Só tem uma coisa que ganha desse lindo céu...– Sherlock quebrou o silêncio. – Você.  

Molly rapidamente virou o seu rosto para o de Sherlock, com uma expressão de surpresa, seus olhos brilhavam mais do que as estrelas que sobre eles estavam. Não demorou muito para que a distância entre seus rostos diminuísse e seus lábios se encontrassem. A música parecia estar cada vez mais alta e as estrelas cada vez mais fortes iluminando o casal. Uma leve chuva cai do céu, mas isso não atrapalhou em nada, Sherlock colocou parte de seu sobretudo acima do rosto da moça e continuou a beija-la.