Six Feet Under escrita por Kaya Levesque


Capítulo 11
Bônus: Trough the eyes of a child


Notas iniciais do capítulo

oi pessoal, tudo bom? quero pedir desculpas pela demora, mas realmente tá muito difícil pra mim. desisti de fazer postagens periódicas, peço desculpas por isso e espero que me perdoem e não abandonem SFU. quero agradecer pela paciência de todos e dizer que o próximo capítulo talvez saia mês que vem. por enquanto, decidi fazer um bônus que parte de vocês talvez goste (estou contando com isso). quero agradecer à Nessie, que me aguenta falando sobre SFU o tempo todos e a todas as meninas que comentaram no capítulo passado, vocês são 10. até lá embaixo, boa leitura!



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ANTES

O ar dentro do vagão começava a esquentar e gotas de suor escorriam por seu rosto, cujas bochechas haviam ganhado um tom avermelhado; ele tirou a blusa de botões, já tendo se livrado do casaco, e usou-a para secar sua face.

Há pouco mais de duas horas, Carl Grimes havia chegado ao Terminus na companhia de seu pai, Rick, e seus dois companheiros, Daryl Dixon e Michonne. Infelizmente, onde o quarteto esperava encontrar um local seguro, havia apenas mais um beco sem saída, e agora eles se encontravam presos dentro de um vagão de trem à espera do momento certo para escapar.

A única parte boa de tudo aquilo fora poder reencontrar alguns dos sobreviventes do ataque do Governador à prisão. Ali dentro estavam presos quatro de seus companheiros: Glenn Rhee, Maggie Greene, Sasha Williams e Bob Stookey. Com eles haviam mais quatro pessoas que Carl não conhecia: Rosita Espinosa, uma mulher latina de feições sérias cujos lábios se encontravam constantemente franzidos; Abraham Ford, um homem grande e ruivo de olhos duros; Eugene Porter, um sujeito gordo de cabelos escuros e longos; e Tara Chambler, uma garota mais ou menos da idade de Maggie, que por algum motivo parecia muito familiar a Carl. Glenn revelou que Abraham e Rosita estavam atravessando o país com Eugene em direção a Washington DC, onde o homem clamava que poderia acabar com a infecção. Carl, sem saber o que pensar à menção do assunto, olhou para seu pai. Rick Grimes manteve o rosto sério, olhando para o trio de maneira cética, expressão que foi copiada por seu filho. 

Após o encontro repentino, eles haviam se reunido para contar o que lhes acontecera após a queda de sua base. Rick disse como havia sobrevivido com a ajuda de Carl, deixando a morte da filha mais nova, Judith, subentendida; o garoto tampouco tentou contar o ocorrido a ninguém. Sentia falta de Judith tanto quanto sentia de sua mãe, e toda vez que pensava no que teria acontecido à garotinha, sua garganta apertava e seus olhos marejavam.

Depois, Daryl revelou que havia fugido com Beth Greene, irmã mais nova de Maggie, até que ela foi levada por um carro preto com uma cruz pintada na traseira. A própria Maggie havia escapado da prisão com Sasha e Bob, e estivera tentando encontrar seu marido desde então. Glenn havia saído com a ajuda de Tara e esbarrado em Eugene, Abraham e Rosita na estrada.

— Havia mais alguém conosco — revelou o asiático. Carl notou o olhar furioso de Espinosa após estas palavras. — Uma garota ruiva chamada Ginger.

— Talvez vocês a tenham visto — emendou Tara, esperançosa. — Ela tem mais ou menos um metro e cinquenta, estava usando uma blusa verde e tem algumas sardas no rosto…

— Eu a vi — pronunciou-se Grimes pela primeira vez. Chambler o olhou com um misto de surpresa e preocupação.

— Onde ela estava? Estava bem?

— Não parecia estar muito ferida — Carl tentou recordar-se da estranha que vira espiando-os por uma janela quando encontravam-se fugindo dos tiros disparados pelos terminianos. — Ela estava num lugar alto nos olhando por uma janela de vidro, parecia fraca… Eu atirei em sua direção.

Tara pareceu mortificada, assim como todos naquela parte do grupo.

— Por quê? — exigiu Maggie, indignada.

— Eu não a atingi — defendeu-se Carl. — Ela pediu ajuda e estávamos muito longe. Imaginei que ela encontraria uma forma de romper o vidro depois disso.

— Ela está viva? — perguntou Abraham Ford, muito sério.

— Me pareceu dessa maneira quando a vi — respondeu Grimes.

Assim, depois que Rick Grimes assegurou a Sasha que não vira Tyreese, seu irmão, em lugar algum do Terminus, o homem expôs seu plano: esperariam até que os habitantes dali fossem até o vagão novamente, e então os atacariam; roubariam suas armas e as usariam para fugir dali.

— E quanto a Ginger? — perguntou Tara com um fio de voz.

— Procure por ela sozinha, se quiser — respondeu Rosita. Chambler encarou a mulher latina parecendo furiosa.

— Ela concordou em ajudar vocês — intrometeu-se Glenn. — Ela ajudou a nós todos!

— Era uma ladra e uma covarde — retrucou Espinosa. — Ela fugiu assim que a situação ficou feia.

— Ela estava assustada — justificou Tara. — Vocês a encontraram sozinha, acha que ela não passou por coisas ruins antes disso?

— Basta! — interrompeu Abraham quando Espinosa estava em vias de responder. — Não é hora nem lugar para discussões. Não deixamos ninguém para trás — disse o homem para Tara —, mas não podemos simplesmente assumir que Ginger continua viva.

— Carl a viu — relembrou Maggie. — Ela está viva.

Ford balançou a cabeça, com alguma culpa em sua expressão.

— Não posso arriscar Eugene por algo assim — o homem deu sua palavra final.

— Ótimo! — gritou Tara, empertigado-se. — Eu vou atrás dela, então. O resto de vocês vá na frente; podemos nos encontrar onde deixamos a van quando ela parou de funcionar.

— Vamos com você — prometeu Glenn.

— Não — disse Rick. — Não vamos nos separar novamente.

— Não é decisão sua — retrucou Maggie.

Ela se virou para Carl, que estivera observando o desenrolar dos fatos silenciosamente.

— Conte do começo — pediu Greene. — Onde você a viu?

 

* * *

 

Logo, todos haviam começado a trabalhar. Usavam para fabricar suas armas tudo o que podiam encontrar no espaço limitado, alguns tentando remover lascas de madeira das vigas, outros enrolando seus próprios punhos em tecido velho. O próprio garoto havia tirado seu cinto e agora tentava usar a fivela como um “saca-rolha” para remover um dos pregos no chão.

Assim, quando o aviso chegou, todos eles estavam preparados. Carl ficou parado ao lado de seu pai, o prego em mãos, enquanto sentia seu coração bater com força e o suor lavar seu rosto. Eles ouviram enquanto cerca de três pessoas paravam junto à porta do vagão. A primeira voz a falar foi a de Gareth.

— Caso estejam se perguntando — começou o homem. — Não viemos aqui para atacá-los. Queremos apenas deixar uma mensagem.

Passos caminharam no teto do vagão, sobressaltando algumas pessoas, mas Carl manteve seus olhos na porta, concentrado.

— Ontem à noite, após a fuga da garota, ela tentou matar uma das nossas — continuou Gareth, e Grimes soube que ele estava se referindo à tal Ginger. — Felizmente, não conseguiu. Entretanto, foi da vontade de todos que Ginger não visse outro pôr do sol, e… bom, aqui respeitamos a opinião da maioria.

A parte de cima do vagão se abriu, forçando Carl a tirar os olhos da porta. Através do pequeno facho de luz deixado por quem quer que estivesse lá em cima, o garoto pode ver a chuva de fios cor de cobre manchados de carmim que caía lentamente.

— Os mordedores tiveram a cortesia de deixar isso de lembrança para vocês — disse Gareth. — O resto… acredito que não preciso dizer onde está.

Logo o barulho das risadas dos terminianos se afastou, Abraham Ford socou a porta com força, deixando sua testa encostar na superfície metálica. Maggie e Glenn se entreolharam, ambos com expressões derrotadas nos rostos. Tara encarou os fios de cabelo arrancados da garota, Ginger, e Carl viu seus lábios se comprimindo quando ela olhou para cima de novo.

— Vamos sair daqui.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado desse pequeno bônus e peço desculpas pelos possíveis erros. pra quem não gostou, vou tentar compensar no próximo capítulo de verdade. comentem o que acharam! beijinhos e até o próximo!



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