Crescente escrita por MariGuedes


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal. A todos que comentam, muito obrigada. Espero que gostem.



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Edward e Jacob apesar de estarem em uma espécie de trégua, mas ainda é notório o quanto não se gostam. O contato entre eles se resume as consultas do pré-natal e quando Edward me leva e me busca na reserva. Mas levando em conta como era antes, já me bastava para ficar feliz.

As 30 semanas de gestação tenho certeza que as pessoas só iam a loja em que eu trabalhava para ver com seus olhos se a filha do chefe de policia Swan estava mesmo grávida antes de casar. Sabia que era um dos assuntos mais comentados pela cidade. Alguma velhinhas me olhavam torto, mas eu não ligava.

Naquela sexta Alice decidiu que eu deveria ter um final de semana de garotas. Esme, Carlisle, Emmet, Jasper e Edward iram caçar e só ficariam Alice e Rosalie. E devo dizer que a última ainda me assustava um tanto. Não nos falávamos desde seu comentário sobre a gravidez e ela estava me evitando. Apesar de tudo, resolvi aceitar.

Alice me buscou quando terminei meu expediente depois de buscar minhas coisas em casa e avisar a Charlie. Ela queria que eu visse o andamento das suas empreitadas no quarto de Tyler. Meu filho vai ser a criança mais estragada da Terra.

Alice resolveu que iria me dar um tratamento de beleza e pela primeira vez eu não recusei. A gravidez estava mudando meu corpo e eu me sentia estranha e quando acabou eu me sentia um pouco mais bonita e mais eu.

Edward havia enchido a dispensa então antes de ir dormir fiz macarrão ao molho branco e comi o suficiente para dois. Alice me disse que havia uma cama no quarto de Edward. Não foi fácil cair no sono, a barriga não permitiu que eu achasse facilmente uma posição confortável para dormir.

Eu estava caminhando pela floresta procurando por Edward. Não o achava em lugar algum e devido ao estagio avançado da gravidez eu estava muito cansada, então resolvi ficar na clareira, onde eu sabia que ele iria me encontrar.

—Demorou mas eu cheguei até você – Victoria surgiu – Deu um certo trabalho, mas valeu a pena.

Ela indicou uma fogueira onde queimavam os Cullen e ao lado os lobos já sem vida. Eu estava triste, desolada e desesperada. Totalmente indefesa e a mercê de Victoria.

—Bom... – ela caminhava devagar, me rendando, como uma presa que brinca com sua comida – Eu estava pensando, para tornar nossa brincadeira ainda mais interessante, o que você acha de eu arrancar seu filhinho bastardo antes de te matar?

—Você é doente! – eu estava com os braços sobre a barriga numa tentativa vã de proteger meu bebê.

—Um dos Cullen disse o mesmo. Vocês sabem elogiar. -ela ri sombria e eu me arrepio - Quem foi? O grandão? Ou Carlisle? Talvez até mesmo Edward – ela sorriu de forma que arrepiou todos o meu corpo -  Queria muito que ele estivesse aqui conosco. Estamos nos divertindo tanto, mas ele estava no caminho, sabe como é?Tive que me livrar dele. Mas vamos logo com isso – ela se lançou sobre mim.

 

Acordei suada, com o coração acelerado e extremamente aliviada por ter sido só um sonho. Tyler, tendo percebido minha agitação, se mexia dando alguns chutes bastante dolorosos. Ouço alguém bater a porta e digo para Alice abrir.

—Sou eu – Rosalie entra e eu me surpreendo.

—Oi! – digo sem graça.

—Percebi sua agitação e vim ver se estava tudo bem – ela permanecia em pé próxima a porta, visivelmente desconfortável.

—Foi só um pesadelo, um pesadelo bem ruim.

—Ah, sim. Mas Bella, será que podemos conversar? Estou aproveitando que Edward não está para termos uma conversa só entre nós duas.

—Claro – eu me afasto, dando espeço para que sente.

—Edward já te contou minha história?

—Não, só disse que se parecia com o que aconteceu comigo em Port Angeles, mas não teve ninguém que a ajudasse.

—Minha história, Bella, não é feliz. Nenhum de nós teve uma historia feliz.

Eu não digo nada, só concordo com a cabeça. Não há nada para ser dito, só para ser escutado.

—Em 1933 eu tinha 18 anos. Eu era linda e tinha a família dos sonhos. Meu pai trabalhava em um banco e vivíamos muito bem. A Grande Depressão não significou nada para nós. Mas meus pais queriam mais, mesmo já tendo mais do que muitos podiam ter. E ter uma filha como eu era uma dádiva. Percebo hoje que ele não me comprava vestidos caros como presente, mas como uma espécie de investimento. Mas eu não era nenhuma santa. Era bastante fútil também. Sonha com um grande casamento, uma grande casa com belos e caros móveis.

“Na época uma amiga minha, Vera, se casou. Seu marido não era nem perto do que meus pais sonhavam para mim. Ele era pobre, mas dava para ver nos olhos deles que se amavam muito. E eles tiveram um filho. Ele era tão lindo, Bella! A coisinha mais linda que eu havia visto em toda a minha vida. Foi a única vez que senti inveja de Vera. Queria ter um filho lindo como dela.

“A família dona do banco em que meu pai trabalhava se chamava King. Eles eram a espécie de realeza da cidade e tinham um filho com mais ou menos a minha idade. Minha mãe me arrumava toda para que eu levasse o almoço para meu pai e não custei a perceber seus planos. E eu gostei. Naquela mesma noite no dia em que eu o conheci recebi rosas em casa com um cartão. Todas as noites a partir daquele dia eu as recebia.

“Meus pais não se continham de felicidade. Era tudo o que eu queria para a minha vida. O nome dele era Royce. Ele era lindo como o príncipe de meus sonhos. Eu passei a ter muito status quando noivamos. A iminência de me tornar uma King me abria muitas portas. Deixei de ter inveja de Vera quando imaginava nossos filhos loiros brincando no gramado da nossa imensa casa.

“Naquela noite eu fora visitar minha miga. O pequeno Henry ficava cada dia mais lindo, mas jamais se compararia a beleza de meus filhos. Sai tarde de lá, não vira a hora passar. Faltava uma semana para o casamento, estava frio e a cerimônia seria ao ar livre. Não queria mudar os planos. Já estava perto de casa, cogitei ligar para meu pai me buscar, mas desisti.

“Foi quando eu ouvi me chamarem. Um grupo de bêbados. Foi quando eu avistei Royce entre eles. Não fazia ideia de que ele bebia tanto. Receosa fui até ele.

“’Está é a minha Rose’ ele me exibia para seus amigos que riam. Um deles disse que não dava para ver já que eu estava muito vestida”

Seu rosto se contorceu numa expressão que eu não podia decifrar. Parecia que ela havia esquecido de mim ali, mas me mantive calada.

—Não precisa saber dos detalhes. Eles me largaram na rua, achavam que eu estava morta. E eles zombavam de Royce dizendo que ele precisaria arrumar uma nova noiva. Fazia tanto frio e doía muito. Estava esperando a morte quando Carlisle me encontrou. Ele corria tão rápido que achei que já estivesse morta. Ele me levou para a sua casa e me mordeu. Eu me perguntava por que ele estava me fazendo sofrer mais. Eu gritava e implorava para me matarem de uma vez.

“Quando eu acordei eles me explicaram o que eu havia me tornado. Carlisle havia dito enquanto eu me transformava, mas não consegui prestar atenção em tudo. E como eu era muito fútil, amei ver no espelho que tinha ficado ainda mais bonita.

“Quando eu consegui me controlar de fato, fui atrás de cada um deles. Deixei Royce por ultimo, para que soubesse que eu estava indo até ele. Meu histórico é quase tão limpo quanto o de Carlisle. Quando eu o achei, ele estava escondido num quarto sem janelas, acuado como o covarde que era. Eu era muito teatral na época, estava vestida de noiva. Ele gritou muito quando me via, aliás, ele gritou o tempo inteiro – ela de repente me olhou, como se tivesse se lembrado que eu estava ali – Desculpe, estou te assustando.

—Imagine – sorri, mentindo. Sua história arrepiou-me até os ossos.

—Me sinto bastante culpada por não gostar de você. Mas não me leve a mal, me incomodava Edward querer você e não a mim.

—Mas... Você e Emmet se amam... – disse confusa.

—Nunca quis Edward dessa forma, Bella – ela sorriu – Mas eu passei a vida inteira sendo desejada, machucou meu ego quando ele não me quis. Ele nunca quis ninguém alias, nem quando estávamos com as Denali. Era tantas mulheres e ele não demonstrou nenhum interesse.

“Todas aquelas mulheres”. O que isso significava. Alguma delas se interessou por ele? Quem seria eu para competir com uma vampira e sua beleza extrema? Jamais seria capaz de competir com elas.

—Mas isso não te incomoda mais, certo? – pergunto por via das dúvidas – Por que, cá entre nós, você é linda de forma imensurável.

—Isso já passou tem muito tempo. Fui uma pura questão de ego. Toda a minha vida eu fui desejada. Não estava acostumada a ser rejeitada. Mas, bem, eu quero me desculpar por minha reação infantil quando disse que estava grávida. Eu estava com inveja de você.

—Inveja de mim? – eu estava chocada demais para acreditar.

—Bella, você tem tudo o que um dia eu quis. Você é humana e é mãe. Eu amo Emmet, mas sempre seremos só nós dois. Nunca ficaremos velhinhos e cheios de netos.

—Nossa, Rosalie, nem sei o que dizer...

—Pode dizer que me perdoa – ela me sorri e eu sorrio de volta – aliviaria minha consciência.

—Está mais que perdoada, Rosalie.

—Pode me chamar de Rose se quiser – ela sorri e se levanta – Vou deixa-la dormir. Boa noite, Bella.

—Boa noite, Rose – ela me sorri antes de fechar a porta.

Havia muito a ser absorvido. Eu e Rosalie estávamos de bem. Quase amigas e ela teve inveja de mim. Ela é a criatura mais linda que eu já vi e ela tem inveja de mim. Está ai uma coisa que eu não esperava. Sou vencida pelo cansaço, me aconchego nos travesseiros, achando depois de longos minutos uma posição confortável e dormi.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e vejo vocês nos comentários. Mil beijos ;*



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