Eu estou com 28 semanas. Consegui ficar ainda mais desastrada. Agora minha barriga já está gritando “gravidez” e as pessoas só faltam apontar quando passo. Ficar grávida cedo numa cidade como Forks não poderia ser diferente. Mas eu não ligo. Quando Edward está ao meu lado nos corredores, com o braço em minhas costas evitando que eu caia – o que é muito provável agora que estou mais desastrada – o falatório não passa de burburinho insignificante.

Edward insistiu para que fossemos visitar minha mãe em Phoenix. Disse que ela adoraria me ver grávida e que eu gostaria de partilhar informações com ela. Estranhei sua insistência mas fui. Charlie não gostou muito da ideia de Edward ir, mas o que mudaria? Não poderia engravidar estando grávida mesmo.

Eu não percebi que estava com saudades de Renée até vê-la no aeroporto. Larguei minhas malas e corri a seu encontro- corri como uma grávida, ou seja, toda troncha. Seu sorriso fez meu coração derreter. Sempre fui a madura de nós duas, mas ainda sim ela é minha mãe. Ela me abraça e fica alguns segundos olhando atônita minha barriga.

—Meu Deus, Bella! Você vai mesmo ser mãe! Minha garotinha vai ser mãe! – seus olhos já estavam marejados.

—Não vamos chorar no aeroporto, mãe – eu a aviso e ela me sorri sem graça.

—Phill ficou em casa arrumando as coisas, deixe para o ultimo minuto, você sabe como eu sou – Renée não mudou nada mesmo.

Foi um fim de semana muito bom. Fiquei muito agradecida que Edward me convenceu a vir. Só a veria em alguns meses na formatura se tudo corresse bem e quando o bebê nascer. E bem, Tyler mudou tudo. Eu já estava decidida que queria ter uma vida humana normal, com meu bebê. Edward estaria ao meu lado do jeito que fosse. Tudo iria dar certo.

Na manhã seguinte Jacob estava na porta da escola, por seu rosto ele não estava nada contente. Edward saiu do carro com o rosto impassível e eu não conseguia imaginar o motivo disso tudo. Eles se aturavam durante os ultrassons. Isso estava muito estranho.

—Diga ao sanguessuga grandalhão que se ele cruzar a fronteira de novo, vão ter que ir buscar os pedaços, ou melhor, cinzas – Jacob rosnou baixo, já que quase toda a escola estava prestando atenção.

—O que está acontecendo? – eu estava perdida, tentando decifrar o que estava acontecendo.

—Seu sanguessuga não disse que a vampira ruiva iria aparecer? – sua voz pingava ironia e eu me retesei. Edward insistira para eu ir a Phoenix para me afastar da cidade quanto Victoria estivesse pela cidade. Ele mentiu pra mim. Tyler pareceu sentir o clima e se remexeu um pouco forte de mais, me fazendo curvar ligeiramente sobre a barriga.

—Você está bem, Bella? – Edward notou meu desconforto.

—Você mentiu pra mim – pelo seu rosto eu sabia que ele tinha visto a magoa nos meus olhos, Jacob estava com um olhar convencido e isso me irritou – E não me olhe com essa cara, Black. Graças a vocês estou sem o menor animo pra assistir aula.

—Eu te levo em casa – Edward se ofereceu.

—Não – digo seca – vou andando. E nem adianta oferecer, Black, sem chance vou subir na sua moto.

—Bells... – Jacob começou.

—Não estou no clima pra ouvir ladainhas – eu estava sem paciência. A barriga já não permitia que eu dormisse com qualidade e isso piorava muito meu humor.

—Vou pedir que Alice te leve então – Edward estava um tanto consternado. Aceitei por que sabia que se fosse andando meus pés inchariam de tal forma que dobrariam de tamanho.

—Diga que eu tive um mal estar – resmunguei enquanto seguia Alice até o volvo.

—Bella – eu e Alice já estávamos dentro do carro – Não seja tão dura com Edward...

—Eu sei que ele quer me proteger, mas Alice, eu não sou uma criança. Posso tomar minhas próprias decisões. Mas não quero falar sobre o assunto.

Alice rapidamente trocou de assunto e começou a falar sem parar de como vai ser ótimo quando o bebê nascer. Que vai ser a tia favorita – como se ela tivesse competição. Disse que já havia encomendado sob medida berço, armário e cômoda. Disse que será o quarto de bebê mais lindo do mundo.

—O habitat perfeito para nosso lobinho – ela colocou sua mão gelada sobre a barriga e Tyler mexeu, fazendo Alice abrir um sorriso. Chamá-lo de lobinho era um apelido carinhoso que ela havia dado.

Quando ela me deixou na porta de casa, eu estava irritada. A ponto de quebrar qualquer coisa que estivesse a meu alcance. Mas respirei fundo e subi para meu quarto, deixando a janela aberta para que Edward entrasse. Precisamos conversar.

—Bella... – ele entrou pouco depois.

—Edward – minha voz ainda era seca.

—Me desculpe – ele começou – Eu só queria te proteger e te poupar de preocupação desnecessária .

—Não é desnecessária, Edward. Eu preciso saber que da próxima vez vai me dizer se há perigo. Agora eu penso por dois – envolvo minha barriga já protuberante.

—Me desculpe – ele me abraçou e eu me deixei envolver – Vou contar da próxima vez. Prometo.

—Obrigada – sussurrei com o rosto em seu peito.

—Sabia que ele queria que a gente brigasse? – ele disse.

—Não deu certo – eu me estico para beijá-lo – Já era uma coisa que eu estava querendo falar com você há um tempinho.

—Agora que sabemos que Victoria está perto ficaremos atentos. Os lobisomens estão em alerta. Não sabemos quando ela pode atacar.

—Não gosto de pensar que Charlie está em perigo por minha causa.

—Vai dar tudo certo, Bella – ele me beijou novamente e depois meus cabelos- vamos pegá-la antes que ela possa se aproximar de vocês.

—Espero que sim. Mas eu estou com medo. Não sei ser mãe. Nunca fui maternal, não tenho experiência com crianças... Que tipo de mãe vou ser?

—A melhor de todas – ele me sorri torto e eu suspiro. Não há como ficar nervosa quando ele sorri desse jeito – Alice está praticamente fazendo outra casa fazendo o quarto de Tyler. Ela está adorando.

—Não sei se Ty vai ser bem vindo lá. Rosalie mostrou bastante desaprovação...

—Rosalie é complicada, Bella. Um dia ela mesma te explica, quando achar que é a hora certa.