Após a conversa com Gina, Harry decidiu que estava na hora de colocar seu plano em prática, e a melhor forma de fazê-lo seria, certamente, conversando com quem entendia do assunto.

Assim, Harry sentou-se ao lado de Hermione, sua melhor amiga. A garota sabia dos melhores conselhos quando se tratava de garotas. Harry sabia disto por que, na época em que imaginou estar realmente gostando de Cho Chang, uma aluna da casa Corvinal, Harry teve uma conversa esclarecedora com a amiga.

— Hermione... eu quero reatar o namoro com a Gina.

Hermione desviou sua atenção do livro sobre Runas antigas que estava lendo e disse:

— Estou surpresa que ainda não o tenha feito.

— Achei melhor conversar com Rony antes de tomar qualquer atitude... – Harry começou a se justificar, sendo interrompido pela amiga.

— Ok, de certo foi uma boa idéia. O que ele disse?

— Ameaçou me desgnomizar, caso eu faça outra burrice. E disse que não o fará sozinho, e sim acompanhado de todos os outros Weasley. – disse Harry, tentando parecer descontraído e despreocupado.

— Ele não irá fazê-lo, Harry. Está, apenas, preocupado. Gina é a garotinha da família, e eles não querem que ninguém à machuque.

— E você acha que eu sou capaz de não tornar a fazer imbecilidades?

— Com certeza, Harry! É claro que vai precisar de muito esforço para não fazer as idiotices que sempre faz, mas com certeza é possível. – disse Hermione sorrindo.

Harry retribuiu o sorriso da amiga. Era bom conversar com alguém que realmente entendesse o que ele havia feito para proteger Gina, mas ao mesmo tempo também entendesse o que Gina sentiu após o término.

Ocorre que Gina entrou na cozinha no exato momento em que Harry e Hermione iriam organizar a melhor forma de criar uma situação propícia para a conversa, impedindo assim, a conclusão devida do assunto.

— Eaí, galera? O que estamos armando? – disse Gina, puxando uma cadeira ao lado de Harry.

Ela usava o mesmo perfume que Harry sentiu em seu quarto no dia em que Gina o deu um beijo de presente. Harry desviou os olhos de Gina para Hermione, como quem pede ajuda para inventar uma desculpa.

— Então...? – perguntou Gina.

— Harry sempre teve dificuldade com runas antigas, estou explicando a ele este capítulo do livro. – Explicou Hermione.

— Runas antigas nunca me interessaram muito, sem ofensas. – acrescentou Gina. – De qualquer forma, eu gostaria de visitar Jorge na loja de logros. Querem ir?

— Claro! Deixe-me chamar Rony! – disse Hermione, deixando Harry e Gina na cozinha.

Harry bem que tentou não cruzar o olhar com Gina, mas seria muito difícil não fazê-lo quando ela estava tão perto, e tão bonita.

— Você já aparatou alguma vez? – perguntou Harry, mesmo sabendo que era uma pergunta óbvia, uma vez que Gina não tinha permissão para aparatar sozinha.

— Não. Deveríamos ter tido aulas esse ano, mas com tudo o que aconteceu... – Gina deu um sorriso amarelo.

— Neste caso, vamos fazer aparatação acompanhada. – disse Harry, encorajando-a com um sorriso.

Gina retribuiu o sorriso carinhosamente. Por  alguns segundos os dois permaneceram se olhando e sorrindo, e no momento em que Harry ia começar a se aproximar dela, Rony e Hermione irromperam pela porta da cozinha.

— Ouvi dizer que vamos visitar a Gemialidades Weasley? – disse Rony.

E assim os quatro saíram da cozinha. Encontraram a Sra. Weasley no jardim, e, após se despedirem dela, Hermione deu as mãos para Rony, e com um estampido, os dois sumiram. Harry, então,  virou-se para Gina.

— Pronta?

— Quando você quiser.

Harry segurou as mãos dela, e no segundo seguinte estavam em frente à Gemialidades Weasley. Harry, em outras ocasiões, teria soltado as mãos de Gina. Contudo, optou por não soltá-la, afinal, se Gina realmente não quisesse segurar as mãos de Harry, ela é quem deveria fazê-lo.

Os quatro entraram juntos na loja de logros, mas separaram-se no exato momento em que entraram. Hermione arrastou Rony até o local onde haviam diversos mini-pufes. Rony, apesar de estar de mãos dadas com a namorada, parecia mais atento em qualquer outra coisa, que não os mini-pufes.

Gina puxou Harry pela mão até uma prateleira cheia de pequenos objetos em promoção e começou a analisar todos, claramente em dúvida sobre quais deveria levar.

Harry olhou para os lados e viu um pedestal onde estavam alocados pequenos vidrinhos com um líquido cor-de-rosa, que Harry imediamente reconheceu como a Poção Amortentia.

— O Professor Slughorn afirma que esta é a poção mais perigosa que existe, pois leva a pessoa a fazer loucuras pela paixão obsessiva. – disse Gina.

— Sim... ele já disse isso para mim também.

— Qual é o cheiro que ela tem para você? – perguntou Gina.

Harry lembrou-se da primeira vez em que sentiu o cheiro da poção Amortentia. Aquele cheiro seria reconhecível em qualquer lugar, afinal, era o cheiro de Gina. Não haviam motivos para mentir.

— Flor de pitangueira e sândalo, como aquele cheiro que estava no seu quarto no meu último aniversário. – respondeu Harry, experimentando olhá-la. Ao se deparar com uma Gina corada e sorridente, que colocava, timidamente, o cabelo ruivo para trás das orelhas, Harry se sentiu bem.

— Você está me dizendo que a poção do amor mais poderosa do mundo, para você, tem o meu cheiro?

— Sim, Gina. Estou.

Harry passou o braço ao redor dos ombros de Gina e deu um beijo em sua testa. A garota imediatamente correspondeu, passando o braço ao redor da cintura de Harry. Então, o garoto pegou dois vidrinhos de Amortentia e entregou um à Gina.

— Quando sentir saudades de mim, você pode abrir o vidro e sentir o aroma – disse, ainda com os braços ao redor dela. – Eu fico com este, – acrescentou Harry – e quando sentir saudades de você, eu posso usar o meu.

E, naquele momento, sem se preocupar se Rony estava os observando ou não, Harry se curvou em direção ao rosto de Gina e a beijou.