Tive de sair para resolver alguns problemas, mas minha cabeça continuava em Maxon. Carter melhorou, mas ficou na enfermaria. Aspen também ficou, e Lucy decidiu tomar conta deles. Marlee ainda não tinha acordado, minha mãe, Adele e os outros também. Agora eram oito horas, fui no escritório do rei, pois haviam assuntos para tratar. Principalmente às nove, pois eu prometi ao povo de Illéa, que iria dar alguma notícia, sobre o que estava acontecendo. Fui no escritório, era para resolver a questão da casta 5. O processo estava encaminhado, depois de dissolver as castas 8,7 e 6 de uma só vez. Mês que vem, caso o pedido fosse aceito, a minha antiga casta seria dissolvida. A segunda, era sobre a questão dos rebeldes. Parece que foram pegos trinta deles. A população tomou iniciativa, e ao verem uma rebelião, decidiram dá um basta. Pelo menos tivemos uma grande ajuda, em relação aos acontecimentos. Quando terminei os formulários, fui em direção ao meu quarto. Precisava me ajeitar, segundo minha mãe, eu estava com uma aparência bem cansada.

Entrei no banheiro, fechei a porta. Tirei minha roupa, coloquei algumas essências de baunilha na banheira, e deixei a torneira ligada para enche-la. Fiquei em frente ao espelho, e realmente, à senhora Singer estava certa. Entrei na banheira, a água estava morna, do jeito que eu gostava. Lavei meus cabelos, e fiquei ali por alguns minutos. Ao sair do banheiro, chamei Mary imediatamente.

Ela veio com um novo vestido que havia feito, era azul bebê. Ele era lindo, tinha manguinhas meio caídas, detalhe de brilhantes na cintura, era longo e perfeito para ocasião. Ela me vestiu, e pegou um sapato pra mim. Colocou uma maquiagem de leve em min, para esconder as olheiras. Fui para frente do espelho, coloquei minha correntinha, que meu pai me deu. E um par de brincos, que Max havia me dado durante a seleção. Neste momento me achava linda, e eu estava. Mary fez uma trança em meu cabelo, e colocou a coroa de rainha em minha cabeça. Me sentia desconfortável, pois era a coroa que a mãe de Maxon usava.

— América, a senhora está linda!

— obrigada Mary. Você poderia me acompanhar, até o andar de baixo/

— claro! Será um prazer.

Saímos, e fechei à porta. Fomos conversando até chegar no Studio. Quando chegamos, ainda estavam ajeitando tudo. Grávil estava sentado tomando um café, e eu fui até ele cumprimentá-lo.

— bom dia, Grávil!

—- bom dia vossa majestade! Como a senhora está esta manhã?

— bem. Só de saber que meu rei está conosco, e não com aqueles rebeldes. – parei por um momento, minha expressão mudou.

— hum, sei. Mas não era isso que eu queria saber. – falou ele mudando de assunto- gostaria de saber se está nervosa, como quando a senhora, havia falado em rede nacional que havia, dado joelhadas nos países baixos do vosso rei.

Ri não aguentei. E acabei lembrando da cena. Eu estava conversando com Maxon no jardim, ele havia me dito algumas palavras, e pensei que ele queria me agarrar, então dei uma joelhada nele, e saí correndo. Coitado, eu tão ingênua. Acabei ofendendo-o, ele nunca pensaria nada assim. Meu Max é um perfeito cavalheiro.

— a senhora está lembrando não é?

Saí do meu transe, e voltei a realidade.

— há sim. Achei que não faz tanto tempo assim. Estou um pouco nervosa, acho que é normal. O fato de se está na frente das câmeras, com milhares de pessoas te olhando na televisão, só de pensar nisto, me dar uma leve esfriada no estômago.

— sei bem como é.

 - nãoo, o Gravil Fadaye? Acho que não.

— sério, vossa majestade também não sou tudo isso. E para que me acalme, eu simplesmente tomo um gole de café.

— hum. Imagine se seus fãs ficasse sabendo sobre tal?

— acho que morreriam!

Rimos. Então depois de alguns minutos, o camarista veio nos maquiar novamente. Levantei-me, e Gravil pegou em minha mão, e me levou até o palco. As luzes acenderam, o silencio tomou conta. As câmeras começaram a gravar. Sentei-me ao lado de Gravil no palco, e ele pegou o microfone em cima da poltrona.

— Bom dia Illéa! – falou ele. – Bom dia vossa majestade!

— Bom dia Gravil -pude perceber que eu estava sorrindo. A conversa com o senhor Fadaye me fez bem. – Bom dia Illéa!

— hoje falaremos, de alguns assuntos e algumas novidades. Seremos breve, o Jornal Oficial de Illéa de hoje vai ser um pouco curto, pois é só noticiários. E quem vai dar essa notícias será a nossa linda rainha América Schreave, que hoje está belíssima com vestido azul.

— Obrigada Gravil! E se me permiti dizer, você também está elegante. – rimos, e vi minha mãe e os demais do outro lado, na plateia. Estava satisfeita, pela sua expressão tudo estava bem comigo. Mas o que uma maquiagem de verdade não faz. – Bom, começaremos pela boa notícia que recebemos hoje pela manhã. Sobre alguns rebeldes capturados por alguns aldeões. Devo parabeniza-los pelas atitudes, mas também tenho que censura-los, pois o perigo em que vocês poderiam se expor eram grandes. Em segundo lugar, venho lhes dizer que a casta cinco se der certo, e vai, ela irá ser dissolvida. – parei por uns instantes, enquanto aplaudiam. Relaxei um pouco, olhei para o senhor Fadaye, ele acenou e continuei. – em terceiro, iremos inaugurar uma empresa para dar trabalho as pessoas que não tem mais castas. Essa empresa é de roupas, comidas, utensílios para serem vendidos nos mercados. Serão quinhentas vagas, tenho certeza que todos vão ter oportunidades. A inauguração será semana que vem.

— que ótima notícia! Palmas para nossa majestade!

Ouve uma multidão de aplausos, e depois de um minuto cessou. Então continuei falando as outras novidades, e deixei a notícia sobre Max para o final.

— e último, venho lhes dizer. Maxon foi encontrado em estado grave, o doutor Ashlar já cuidou dele. E já está melhor. Agradeço pela oração de todos, sou muito grata à todos. E qualquer outra informação sobre ele, serei a primeira á dá-los. Mas neste momento ele está na enfermaria dormindo, e o senhor Woodwook e Leger estão bens. Neste momento estão em treinamento com os outros soldados.

— e daqui a pouco, vossa majestade vai estar aqui conosco conversando junto com nosso povo amado.

— tenho certeza que sim. – abri um sorriso forçadamente. – adorei nosso papo senhor Fadaye.

— também, creio que todos em Illéa amou. Então é isso, os avisos foram dados. E agora encerraremos o nosso jornal, até breve Illéa. É isso e obrigada pela presença vossa majestade, agradeço por todos nós.

— obrigada você também, pela sua companhia. Agradeço à atenção de todos.

— Eu Gravil Fadaye, me junto á nossa rainha desejando u7m Bom dia a todos e até mais.

As luzes apagaram, e todos começaram a aplaudir, e minha mãe e minha irmã vieram na minha direção.

— parabéns querida!

Senti o peso da última palavra em meus ombros, é como ele me chama. E de leve senti uma pontada de alegria no meu coração.

— obrigada mãe. Mas tenho que ir, conversaremos mais tarde.

Saí apressadamente do Studio, já que a enfermaria eram a três corredores dali, comecei a apressar meus passos. Passei por um, dois três, e até que cheguei lá. Entrei no quarto, doutor Ashlar estava em pé no leito de Maxon. Mary, Lucy e Marlee estavam lá. Comecei a chorar mesmo sem saber o que havia acontecido, ninguém notou minha presença. Fui caminhando devagar, ás lagrimas caiam, e a medida que avançava o coração ficava apertava cada vez mais. Será que o pior havia acontecido?

Vi a mão dele, estava estendida na cama. Me ajoelhei aos prantos, e ouvir uma voz. Essa voz... músicas para meus ouvidos. Era miragem, minha cabeça estava me confundido. Tenho certeza.

— É você América? Minha querida é você?

Mais lágrimas vieram, ele finalmente acordou.