— Oi meu amor – falei por fim.

Todos olharam na minha direção, e viram eu indo em direção a eles. Estavam surpresos. Consegui andar, apesar que meus joelhos tremiam.

— Vossa majestade, eu já ia mandar chama-la. Enfim, nosso rei acordou. – Falou o Dr. Ashlar.

Maxon, e eu, éramos ligados de algum jeito. Se algo acontecesse a um, o outro saberia. Nós éramos feitos um para o outro, ele era a metade que me completava, e eu a dele. Mas não iria falar ao doutor sobre isso, acho que ele não entenderia muito. Então só olhei para ele, e não falei nada. Acho que ele entenderia que eu queria ficar a sós com ele.

— Gente, acho que a nossa rainha quer ficar a sós com seu marido. Vocês não acham? – Falou doutor Ashlar.

— Obrigado, Ashlar. – Falei gradecendo a compreensão.

Enquanto Maxon me observava, eu olhava para a porta observando todos saindo. Então caminhei na direção dele, e sentei ao seu lado na maca.

— Olá – falei sorrindo – como está?

— Oi, bem eu acho. O que aconteceu? O que eu estou fazendo aqui? Eu devia estar governando o país.

— Calma, vossa majestade. – Ri olhando para ele – eu não sei o que aconteceu exatamente, só sei que você foi sequestrado, baleado e passou vários dias longe de Illéa. – Abaixei a cabeça relembrando de todo o sofrimento que passei, por ter ficado longe dele e sem notícias alguma.

—Nossa como dei trabalho! – Ele falou meio exausto.

— Não deixe de ser bobo, a Maxon senti tantas saudades. – Falei beijando.

Passamos um bom tempo, ali juntos. Meu coração batia forte a cada palavra dele em meu ouvido, e me arrepiei quando uma brisa leve atravessou as janelas. Ele me beijou no topo de minha cabeça. Bocejou um pouco e deitou-se.

— Sabe, enquanto eu estava desacordado, soube que você realmente é minha guardiã. Senti sua presença aqui, por muitas vezes sonhei com você. Te amo, te amo te amo te amo. Quantos eu te amo eu vou te dizer para cumprir os dias que eu estava em coma?

Ele riu, olhou pra mim, e recebeu que eu estava distante dali. Mas logo, escutei sua pergunta e trate logo de responder.

— Acho que uns cinquenta... – falei rindo um pouco, era tão bom conversar com ele. Agora eu sei o quanto te amo, e quão perto fiquei de perde-lo.

— Você está de brincadeira, eu não fiquei todo esse tempo desacordado. – Ele gargalhava de um jeito tão engraçado, mas era dele era sua marca. E eu estava abobalhada com o sorriso dele.

— Não, não estou. É melhor ir falando que me ama hoje mesmo! – Falei ordenando – eu sou a rainha e estou dizendo que você vai fazer isso.

Rimos, eu era meio boba mesmo. Em questão de piada, eu era zero mesmo. Ficamos nos olhando, ali abraçados.

— Ah como senti falta disso, de tê-la em meus braços. América você é a mulher mais linda do mundo!

— Ah não Maxon, não sou mesmo. E é melhor você descansar, fique aqui deitado. Vou buscar alguns alimentos pra nós.

Fiquei em anseio em deixa-lo ali, mas eu não demoraria. Cheguei na cozinha, olhei em volta e não tinha ninguém. Então peguei uma bandeja, coloquei um copo de iogurte, pães, biscoitos, algumas frutas e um copo de agua.

— Olá vossa majestade?

Olhei sem reconhecer a voz.

— Ah olá, Paige! – Falei, sorri e me senti uma criança sendo pega na cozinha quando estava de castigo.

— Estava procurando a senhora. Resolvi vim aqui tomar um pouco de agua e por sorte encontrei-a.

—Que bom! É algo muito importante? Por que estou levando isso para Maxon.

— Ah acho que pode esperar, sei lá. Eu gostaria de apresentar uma pessoa a senhora. Mas deixe pra lá.

— Não, claro que não! Olhe agora não posso, mas a tarde vou estra livre. Ai então você pode.

— Não, certo então. Trá-lo-ei a tarde então.

Escutei passos saindo da cozinha, eram firmes e determinados. Peguei a bandeja, e fui em direção a ala hospitalar. No caminho lembrei-me das coisas que Paige falou, se eu não me engano ela falou que iria traze-lo? Será que finalmente ela fisgou o coração de alguém?

Sorri baixinho, e fiquei encantada com a ideia. Paige com alguém? Não era uma má ideia. Cheguei no quarto, e vi o sorriso radiante de Maxon ao me ver. Entrei e continuei caminhando na direção de seu leito. Peguei a bandeja e coloquei-a em cima da mesinha de cabeceira.  Sentei-me na cadeira.

— Que tal? Tudo para você! Não quis exagerar muito, você ainda estra em observação, é melhor não extrapolar. Trousse apenas o necessário, vamos coma.

Peguei a bandeja, e coloquei-a sobro o colo dele. Então, ele começou a se alimentar. Fiquei parada ali observando-o comer, ele era mesmo da realeza. Seus modos ao pegar, o pão. O jeito como mastigava, as pausas dadas entre uma mordida e outra. Lembrei-me de Silvia e seus bons modos, ela ensinara para ele tudo que sabia. Maxon era bem ponderado, e tudo isso mero capricho do pai em querer que o único filho e herdeiro de Illéa fosse um cavalheiro.

— O que foi? – Ele virou-se para mim, estava com o guardanapo nas mãos limpando o rosto.

— Ahm? Nada. – Falei desviando um pouco o olhar.

— Sei. América, como estão as coisas? Eu quero saber o que aconteceu nesses últimos dias, que estava desacordado.

— Bom, tive de governar sozinha, o país. Os guardas e alguns cidadãos de Illéa, prenderam alguns rebeldes...

— Como assim, os cidadãos de Illéa? - Ele parou olhando pra mim, meio confuso.

— Eles cansaram de fugir, não sei, mas parece que eles estavam querendo roubar uma aldeia. Daí resolveram atacar, e conseguiram.

— Nossa, acho que agora não precisamos mais nos preocupar com essa parte. E Marlee como está?

— Bem, estava meio nervosa quando aconteceu a infiltração, mas acalmamos ela. Esses dias ficou meio pensativa, por causa que já está chegando a hora.

— É, e Carter passou aqui agora apouco quando você saiu. Veio me ver, ele também estava ferido, mas já se encontra melhor.

Levantei-me para ir abrir um pouco as cortinas, para entrar o vento. Puxei as cortinas leves, e finas para o lado. Olhei para fora, estava um lindo dia. As flores radiavam o jardim. A movimentação dos guardas lá em baixo, era meio lenta. Um cheiro insuportável, invadiu o quarto. Era um odor forte. Virei-me na direção do mau cheiro, e vi o doutor Ashlar no quarto. Estava com um liquido meio vermelho, e na outra mão um caixa de primeiros socorros.

— Olá! Bom dia vossas majestades. – Ele falou felicíssimo.

— Bom dia, para você também Senhor Ashlar. – Disse Maxon.

— Olá. – Suspirei um pouco, meu estomago embrulhava-se com o cheiro. – Doutor o que isso? – Falei olhando para a vazia com o remédio dentro.

— Ah, isto é para o ferimento de bala, do Maxon. Sei que tem um mau cheiro, mas é um pouco suportável.

— o cheiro não é tão bom mesmo, meu amor se não estiver aguentando, pode sair eu vou entender. – Diz Maxon.

— Claro. – Saí da janela caminhando lentamente, com a mão ao nariz. O cheiro era forte, e minha cabeça já dava sinal que não estava aguentando, então decidi sair. – Maxon, vou ali m instante, e volto está bem?

— Okay.

Saí rapidamente, ao chegar ao corredor sentei-me um pouco. Depois de um tempo a cabeça parou de doer, mas decidir tomar um sol, ir no jardim respirar ar puro. Desci as escadas, e fui diretamente ao jardim real. O odor ainda mexia um pouco com meu estomago, sentei no banco e olhei para as flores. Então senti todo meu café subindo pelo meu pescoço, e saindo pela minha boca. Um gosto horrível ficou na minha boca. Eu estava vomitando. Depois que vomitei, o enjoo parou e o odor foi embora. Se eu que não estou doente, passei mal. Acho que Maxon deve estar sofrendo. Então senti uma mão em meu ombro. Virei-me e me deparei com Aspen.

— Vi você agachada, aqui. Você está bem?

— Ah sim! Tive somente uma leve tontura, não foi nada.

— Não foi nada? – Disse ele apontando para a minha refeição, que agora era nojento olhar.

— Acho melhor você subir e descansar, pode deixar que agora eu cuido de Maxon.

— Está certo – era inútil discuti com Aspen. Ele sempre me convencia.