W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 8
Juntos


Notas iniciais do capítulo

Oi! E aí que tal me darem sugestões, elogios ou críticas (dependendo da sua vontade de viver)? Aguardo vocês!



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O dia seguinte era um sábado e eu estaria feliz se fosse a um mês atrás por causa de sempre estar cheia de trabalhos e matérias para estudar e nos finais de semana passá-los dormindo. Não era bom ficar longe da faculdade, mas se dar férias antecipadas também não era ruim.

 

Fui a primeira acordar e quando entrei na cozinha, Bobby havia deixado um bilhete pregado na geladeira dizendo que ia ajudar um amigo e voltava mais tarde. Não havia muito o que fazer naquele dia, pelo menos nada programado então eu resolvi que limpar aquele lugar que Bob chamava de casa seria uma boa forma de passar o tempo.

 

—Acho melhor levarmos ela pra casa mesmo – Dean comentou enquanto entrava na cozinha com Sam.

—Está falando de mim? - perguntei sem olhá-lo.

—Você fez café fresco, tem pães, e olha só, tem torta – ele se sentou olhando a mesa.

—Não serei sua empregada – sentei em sua frente – Bom dia Sam – o olhei, ele não havia falado comigo.

—Oi bom dia – o canto esquerdo de seu lábio se esticou em um pequeno sorriso, mas não me olhou.

 

Olhei para Dean que levantou os ombros como se não soubesse o que havia acontecido, eu não consegui deixar de rir de sua boca cheia e a dificuldade de mastigar. Eu não comi, não tinha o costume de tomar café de manhã e então depois de alguns minutos de silêncio eu me levantei e fui procurar o que fazer.

 

Fazia sol lá fora e era um ótimo dia para abrir a casa e limpá-la. Dean foi o primeiro a deixar a cozinha seguido por Sam e antes que eles sentassem no sofá eu apareci com alguns produtos de limpeza.

 

—Dean você vai limpar a escada – joguei um pano e um vidro de desinfetante, ele pegou em um ótimo reflexo – e Sam, você pode limpar essa estante para mim? Eu vou ficar com a cozinha.

—Pra ele é você pode? E pra mim é você vai? - Dean protestou.

—Você é ‘’ela não sabe nadar’’ e ele ‘’eu salvei sua vida, mas desloquei seu ombro desculpe’’ - sorri me sentindo vitoriosa quando ele revirou os olhos e caminhou em direção a escada.

 

Nós começamos a limpeza, enquanto Dean reclamava de nunca ter parado para limpar uma casa e Sam dizia que ele quem limpava seu quarto quando fazia faculdade, os dois discutiam o tempo todo reclamando um do outro. Sam dizia que Dean era desleixado e que a única coisa que ele zelava era o carro, ‘’Baby’’ era o nome dele, ou dela, no geral os carros são sempre femininos. Dean rebatia dizendo que ele era homem e um tom de machismo subentendido fazia com que Sam reclamasse a igualdade de gêneros.

 

Eu ria sozinha dos argumentos que os dois lançavam um ao outro quando questionados Na verdade eles pareciam um casal de velhos discutindo um com o outro e isso só tornava o trabalho divertido.

 

—Isso aqui não sai não – Dean esfregava o corrimão da escada com força.

—Qual é Dean – Sam riu – Você mata monstros e não consegue limpar um corrimão de escada?

 

A sala estava brilhando. Sam havia passado da estante para os outros móveis enquanto Dean ainda lutava com a escada.

 

Meu celular começou a tocar, o visor mostrava que era Gilliard, meu ex padastro, eu o ignorei o quanto pude, mas quando Dean perguntou o porque de eu não atender, saí porta afora.

 

—Diga – respirei fundo esperando a resposta.

—É assim que você trata seu paizinho? - o tom de ironia me fazia ferver – Volte para casa hoje.

—Acha que vou voltar pra casa? - ri – Pra você?

—Oi querida – Bobby subiu as escadas da varanda sem notar que eu estava no telefone.

—Oi – respondi irritada.

—Eu vou achar você meu bem – Gilliard me dava nojo e eu comecei a tremer.

 

Desliguei o telefone sem responder e percebi que Bobby ainda me olhava intrigado com a situação.

 

—Gilliard? - ele perguntou.

—É – minhas mãos suavam e eu as sequei no jeans que usava.

—Ele não vai machucar você querida – Bobby sorriu e sua proteção me acalmava.

—Tudo bem.

 

Nós entramos na casa e Dean e Sam estavam jogados no sofá como se estivessem muito cansados.

 

—Não acredito que colocou eles pra arrumar a casa – Bobby olhou em volta – Ficou ótimo – ele parecia incrédulo.

—Ela fez o café – Sam sorria – Nada mais justo, não é Dean?

—Ela não me enlouquecendo no bunker, claro, é justo.

—Olha só quer dizer que eu vou – sentei no braço do sofá que Dean estava deitado.

—Não temos escolha – ele sorriu e pareceu querer me atingir, mas só levantei os ombros como se não me importasse.

 

Naquele mesmo dia, nós entramos no carro e partimos em direção ao bunker onde os meninos moravam. Sam me contou sobre o fato de ser um homem de letras e o que isso significava e sinceramente eu começava a achar aquilo incrível.

 

Pelo pouco que me contaram durante a viagem, os meninos sacrificaram as vidas para salvar pessoas de coisas que elas jamais imaginavam que existia. Por mais que sacrificar a vida, era uma frase forte, eu pensava que devia ser satisfatório você saber que por sua capacidade você pode ajudar alguém. Eu sempre fazia isso quando podia, porque eu me sentia bem comigo mesma quando podia ajudar alguém, por mais que meus feitos não fossem tão nobres quanto o deles.

 

Cochilei no banco de trás quando a noite caiu e só acordei quando Dean encostou o carro em frente a um hotel barato.

 

—Vocês moram aqui? - brinquei.

—Na maioria das vezes nós moramos em lugares assim – Dean respondeu com um certo bom humor.

—Temos um caso – Sam se virou para me olhar – Você fica aqui e depois nós voltamos pra cá.

—Eu vou com vocês – reclamei.

—Primeiro vamos ao IML dar uma olhada no corpo – ele explicou – Você ainda não tem uma roupa social, não pode ir.

—Mas você pode pesquisar enquanto isso sobre Jeremy Capp, um ex prefeito da cidade – Dean me deu um papel com o nome escrito.

—Claro – me senti útil.

 

Nós pegamos um quarto com duas camas porque não havia outro e me disseram que falariamos sobre isso quando voltassem. Os dois trocaram de roupa e saíram de lá me deixando com um computador para poder começar a pesquisa.

 

Na verdade eu estava cansada. A cozinha de Bobby estava muito suja e não havia dormido a noite passada pensando nos vampiros mortos naquele casarão e em minha mãe. No começo achava que o sentimento de vingança me faria bem, mas, no fundo, a falta que ela me fazia era maior, e matar aqueles monstros, por mais que fosse o mais certo a se fazer, não haviam feito nem cócegas na dor da perda.

 

Por mais que não a expressasse, era duro o silêncio e as vezes temia que isso me fizesse depender de alguém, como agora, de Dean e Sam para suprir o vazio que sentia.

 

 


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