W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 15
Pesadelos - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Bom só algumas explicações.
Essa lenda é baseada no filtro dos sonhos, mas eu a inventei (por procuras na internet eu não encontrei nada do gênero).
Silene Capensis é aquela erva usada por Sam e Dean no episódio que Bobby está preso em seu sonho.



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—Não vou esperar você comer – tirei os sapatos sentada na cama – O tempo que você demora pra comer, é o tempo que eu demoro pra dormir.

—Quer um cafunézinho também? - ele sorriu forçado.

—Não, obrigada – ajeitei os cobertores e o travesseiro – Se eu ficar estranha me tirem do meu pesadelo – o tom era irônico e eu me perguntava com o que sonharia.

 

Sam sentou na cama ao lado e eu virei as costas para ele, mas porque aquele não era o meu lado de dormir e não pelo meu profundo aborrecimento.

 

Antes de dormir tinha o costume de repassar o que havia feito no dia mentalmente e assim conseguia pegar no sono. Não sei quanto tempo demorou para que eu apagasse e deixasse de ouvir Dean cochichar com Sam sobre isso dar certo.

 

O meu sonho, ou pesadelo, de início não dava para decidir começou comigo na sala da minha casa. O sofá branco estava manchado de algo vermelho, mas não aparentava ser sangue, era como se fosse suco de morango. Levantei do sofá, estava lúcida de que aquilo era um sonho e me perguntei se as outras vítimas também sabiam.

 

A casa me trouxe um conforto e eu não pude deixar de sorrir lembrando de minha mãe apressada andando por lá procurando por seus brincos que tinha o costume de perder.

 

—Oi meu amor – Gilliard me tirou das lembranças aparecendo no pé da escada.

—Gilliard – senti um arrepio subir pela espinha.

—Estava procurando você – ele sorriu – Sua mãe deu uma saidinha.

—Eu vou sair também – menti.

—Ah você não vai não meu amor – ele segurou no meu braço e eu tremi de leve.

 

Ele era o meu pesadelo.

 

—Meu doce – ele passou a mão em meu rosto – Vamos ao escritório, precisamos conversar.

—Não vou com você – nesse momento minha voz fez eco.

—Você vai sim – ele apertou meu braço o fazendo doer e eu tentei soltar enquanto ele me arrastava escada acima.

 

Alguns segundos e eu estava de olhos abertos na cama. Sam e Dean estavam em pé ao meu lado.

 

—E aí? - Dean perguntou estendendo a mão para que eu sentasse.

—Nada – ajeitei meu cabelo – Só o meu padastro – pausei, não sabia se devia falar sobre aquilo.

—Seu padastro? - Sam me olhou – O que tem ele?

—Eu fiz algo aqui? - perguntei.

—Tentou tirar algo invisível do seu braço.

—Preciso ir de novo – respirei fundo – Talvez tenha mais sorte – deitei novamente.

 

Eu peguei no sono bem mais rápido do que da primeira vez e novamente eu estava com Gilliard. O problema é que não estávamos mais em casa e sim em um píer no meio da noite.

 

—Você voltou – ele sorriu – Que erro.

—Você não é o meu padastro – olhei em volta tentando me localizar, aquele era o lugar que minha mãe me levava e me contava sobre meu pai.

—Não sou – ele levantou os ombros – Mas é o que você tem mais medo.

 

Eu me afastei um passo, mas não adiantava, quem estava para o lado da água era eu.

 

—Você também tem medo de água não é? - ele sorriu convencido – Desde o dia que Dean te deixou para morrer.

—Você está enganado – sorri tentando parecer convincente – Sam estava lá e ele me salvaria, Dean fingiu entrar no jogo.

 

Ele me olhou desconfiado.

 

—Não foi o que eu ouvi falar.

—Está ouvindo errado, porque está fazendo isso com as pessoas?

—Todas tem uma certa dívida comigo – ele pensou, as suas expressões eram idênticas a de Gilliard.

—Dívidas? Crianças, com dívidas com você? - soltei um riso nervosa – O que elas fizeram, viraram o travesseiro quando você aterrorizava a noite delas?

—Sabe o filtro dos sonhos? - ele me olhou – Você também teve um.

—Porque essa cidade? - perguntei confusa.

—Estou fazendo uma varredura, junto com alguns ceifeiros – seu olhar ia para a água e depois voltavam para mim.

—Você está de complô com ceifeiros? - levantei uma sobrancelha. Aquilo sim era confuso.

—Você pergunta demais – sua risada exagerada ecoou pelo píer – Acho que está na hora de te dar um tchau.

 

Sua mão se aproximou de mim e me empurrou para a água. Perdi o equilíbrio, por mais que achasse estar a pelo menos quatro passos da beirada caí de uma vez na água gelada deixando ela entrar pelas minhas narinas e o processo de afogamento começar. Me bati um pouco tentando agarrar algo e no meio dos meus pensamentos confusos e talvez não lúcidos eu pensava em ‘’Mais uma vez estou passando por isso?’’

 

—Aurora – Sam me sacudia pelos ombros quando abri os olhos.

—Sam – respirei fundo olhando em seus olhos – Obrigada – minha camiseta estava encharcada e água saía da minha boca.

—O que houve? - Dean ainda estava de pé do meu lado, ele se virou para pegar uma toalha.

—É algo relacionado ao filtro dos sonhos – corri da cama trombando em Dean e indo até o computador – É um espírito, eu não sei – digitei na busca ‘’monstro do filtro dos sonhos’’ - Ele aparentemente se personaliza no que você tem mais medo.

—E o seu medo é o seu padastro? - Dean veio ao meu lado assim como Sam, estendia a toalha para mim, mas ignorei.

—Aqui – entrei em um site – O monstro do filtro dos sonhos – lembrei sobre os ceifeiros – Ele disse que está junto com os ceifeiros cobrando dívidas.

—O monstro do filtro dos sonhos é uma lenda indígena norte-americana, segundo a lenda quando seu filtro dos sonhos é esquecido, o monstro, que esteve preso lá sai e se vinga – Sam leu o conteúdo da página – Você teve um filtro dos sonhos? -

—Todo o mundo tem um filtro dos sonhos – não o olhei.

—Bem que mamãe dizia que eu não era todo o mundo – Dean fitava o chão, mas logo me olhou – Que história é essa dos ceifeiros?

—Ele disse que essa cidade é a primeira e eles estão fazendo uma limpa – eu tremia de frio com a camiseta molhada.

—Porque os ceifeiros estão buscando almas? - Sam olhou Dean – Isso não tem que ser natural?

—Como se mata isso? - pensei nas pessoas que já estavam mortas.

—Não diz aqui – ele pensou – Mas se cada um se transforma em uma coisa, talvez cada personificação morra de um jeito.

—E Gilliard morreria de que? - perguntei, mas o óbvio percorreu meu pensamento.

—Ele é humano, morre de qualquer coisa, um tiro certeiro e está ótimo – Dean me olhava e falava num tom normal que me impressionava.

—Dessas duas vezes que entrei – respirei fundo – Ele quem controlava o pesadelo, eu não posso simplesmente entrar lá com uma arma, eu estava a mais ou menos quatro passos da ponta do píer e um simples empurrão me fez cair na água.

 

Os dois pareceram pensar, e eu fiz de conta que estava pensando, mas não sabia de jeito nenhum o que fazer naquela situação. Sam, por suas expressões faciais, parecia ponderar alguma coisa mentalmente, enquanto Dean estava com as sobrancelhas levantadas concentrado.

 

—Nós podemos ir com você – Sam me olhou.

—Não – Dean olhou o irmão – Eu vou com ela.

—Me expliquem por favor, odeio quando vocês fazem isso – respirei fundo mantendo a calma.

—Nós conhecemos um jeito de entrar no seu sonho – Sam respondeu pegando a chave do carro – Só precisamos de Silene Capensis – ele saiu do quarto.

 

Girei os calcanhares olhando Dean e esperando que ele me dissesse alguma coisa.

 

—É uma raiz que permite que eu possa entrar no seu sonho – ele pensava para falar – Fizemos isso quando Bobby resolveu não acordar por algum tempo.

—Acha que vai dar certo?

—Já deu uma vez – ele não parecia feliz com a ideia – Mas sou eu quem vou – ele disse quando Sam voltou para dentro do quarto com uma sacola de pano nas mãos.

—Não seja idiota Dean, não sabemos com que estamos lidando – Sam colocou a sacola em cima da mesa – Nós dois vamos, e nós dois podemos ajudar lá dentro.

—Alguém tem que ficar – meu comentário silenciou o que Dean estava prestes a dizer.

—Vamos lá – Sam pegou seu prato invisível.

—Eu não acredito nisso – não queria rir, mas acabou saindo.

 

Em uma melhor de três Dean ganhou duas e Sam bufou decepcionado.

 

—Nos acorde se... – Dean pausou a frase – Se algo der errado.

 


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Notas finais do capítulo

Bom só algumas explicações.
Essa lenda é baseada no filtro dos sonhos, mas eu a inventei (por procuras na internet eu não encontrei nada do gênero).
Silene Capensis é aquela erva usada por Sam e Dean no episódio que Bobby está preso em seu sonho.
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