W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 14
Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais um caso para ser resolvido, e aí o que acham disso?
Esperem pelo próximo capítulo, e nesse meio tempo, deixo vocês pensando em como será esse caso.



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Minha cabeça parecia que ia explodir quando abri os olhos. Esperei meus pensamentos estarem no lugar para que eu pudesse levantar. Haviam três ligações perdidas de Gilliard no meu celular e uma adorável mensagem ‘’Não deixe chegar ao ponto de me irritar’’ dele.

 

Desci as escadas encontrando Dean em frente ao computador com uma xícara de café aparentemente recém-passado.

 

—Oi Dean – sentei em uma das cadeiras.

—Bom dia – ele não tirou os olhos do computador.

— Está tendo uma série de mortes em uma cidade, sem motivo aparente e enquanto a vítima dorme, algum palpite? - Sam saiu da cozinha com dois sanduíches na mão.

—Freddy Krueger? - brinquei.

 

Ele serviu Dean e me olhou.

 

—Não sabia que ia acordar agora – se justificou.

—Tudo bem, eu não tomo café da manhã – sorri.

—Não é o Freddy Krueger, mas seja lá o que for é bem discreto – Dean analisava o sanduíche – Cadê o bacon?

—Ataque cardíaco? - perguntei roubando sua xícara de café.

—Nada – ele respondeu acompanhando com os olhos eu pegar o café – Garota folgada – ele falou olhando Sam.

—Se estivermos aqui – tomei um gole do café – Faço o almoço.

—Me ganhou – Dean pegou a xícara de volta – Mas não estaremos, temos que ir ver esse caso.

 

Na garagem do bunker eu perguntei de quem era o Charger estacionado perto do Impala e Sam respondeu que era dele. Era um carrão moderno, mas segundo Dean não tinha tanta personalidade quanto o dele e os dois começaram uma conversa sobre carros que deu em nada.

 

Até o momento não havia parado para pensar que ele não havia falado, nem expressado nada sobre o beijo da noite passada, estava me tratando como qualquer dia desde que nos conhecemos, não sabia como lidar com aquilo, mas pensei que talvez fosse por causa de Dean e me peguei nessa ideia, apesar dela não fazer muito sentido.

 

A viagem de três horas foi regada a especulações e pesquisas, sem sucesso, sobre o caso. Além de tocar um bom rock antigo no rádio de algumas fitas antigas de Dean. E nas três vezes que ele nos deixou sozinhos durante o caminho Sam falou de tudo menos do ocorrido. Depois de um tempo eu comecei a acreditar que a bebida havia feito ele me beijar e me senti horrível.

 

—Vamos nós dois conversar com algumas pessoas – Sam sugeriu para mim – E Dean vai ao IML?

—Pode ser – Dean já estava saindo do carro.

 

Nós entramos no quarto alugado de um hotel barato e mais uma vez só tinha duas camas.

 

—Dean espera a gente chegar para poder decidir como vamos fazer na hora de dormir – Sam falou em tom de brincadeira.

—É sério isso? - perguntei totalmente incrédula do que havia escutado.

 

Sam somente me olhou confuso e quando eu achei que ele havia se tocado Dean mudou de assunto.

 

—Eu vou ao IML – anunciei pegando um casaco.

—Você vai com Sam, não pode usar o distintivo duas vezes – a voz de Dean soou alta.

—Eu vou ao IML – falei mais uma vez indo para a porta e saindo de lá.

 

Ouvi Sam rir atrás de mim o que fez com que minha irritação se tornasse maior. Como ele não lembrava que havia me dado um beijo? Tudo bem que era só um beijo, essas coisas o que? Acontecem? Mas eu não estava acostumada com aquilo e me sentia mal de ser interessante só porque ele estava bêbado.

 

O prédio do IML era longe do hotel e eu agradeci estar de mocassim e não de salto para chegar até lá. Pensei que deveria ver com os meninos sobre novos distintivos para poder não ser reconhecida por aí e que ser oficial facilitaria minha vida.

 

Antes de entrar no lugar, pela porta de vidro vi um rapaz sentado na recepção cumprimentando uma mulher baixa de cabelos curtos sair do prédio. Pensei mais ou menos o que ia falar e então entrei.

 

—Bom dia… - olhei seu crachá – Half – sorri.

—Bom dia – ele me olhou retribuindo o sorriso.

—Half – debrucei sobre o balcão – Eu sou aluna de medicina, eu tenho um megatrabalho para fazer e eu queria impressionar o professor… - eu não sabia se estava indo bem – Acha que pode me deixar entrar e ler os obituários, não encontro nada na internet, e prometo não contar a ninguém.

—Isso pode custar meu emprego – ele pareceu tentado.

—Não vou demorar – estiquei a mão e ajeitei a gola de sua camisa – Por favor – sorri maliciosa.

—Bom… - ele olhou em volta – A legista está no horário de almoço – ele ainda sorria – Te dou quinze minutos e você me dá seu telefone.

—É claro – sorri e anotei em um papel o número de Bobby – Me liga depois das seis que estarei disponível.

—Vou ligar – escutei ele responder quando eu já entrava na sala que ele apontou.

 

A sala não era grande, e em todo lugar que se olhava haviam fotos da legista com sua família. Sobre a mesa estavam exatamente os papéis de que eu precisava. Usei a impressora para fazer algumas cópias para não perder tempo ali, não queria que Half perdesse o emprego se me pagassem lá dentro e queria ligar para Bobby antes de ele ligar.

 

—Obrigada – pisquei para ele quando passei de novo pela recepção. Ele abriu um sorriso convencido e acenou com a mão.

 

Caminhei de volta para o hotel reparando que as ruas estavam um pouco vazias, e as únicas quatro pessoas além de mim andavam rápido. Havia uma loja de colchões ‘’Bom sono’’, que estava fechada, o que devia ser deprimente para o dono já que as mortes aconteciam durante o sono e segundo as notícias as pessoas estarem evitando dormir. Quando cheguei no quarto encontrei Dean mais uma vez na frente do computador.

 

—Olha – ele falou assim que entrei – As coisas não funcionam desse jeito – ele respirou fundo e ia continuar a falar.

—Eu sei – respondi – Me desculpe – foi sincero – Eu estou um pouco chateada – não quis estender o assunto e ele pareceu também não querer – Consegui os obituários – levantei a saia que usava pegando os papéis da faixa na perna e entregando a ele.

—É? - ele me olhou e depois começou a ler.

—Não é bem nada – sentei ao seu lado – Onde está Sam?

—Saiu para comprar o almoço.

—Os corpos tem marcas de facadas, machadadas, tiros, mordida de cachorros e uma infinidade de coisas, mas o esquisito é que eles estavam dormindo.

—Na notícia não dizia isso – ele me olhou – Como conseguiu os papéis sem distintivo?

—Usei meu charme – parei de falar quando ele me olhou – Inventei na hora – dei de ombros.

—Você usou isso com Sam ontem?

—Você se importa? - eu estava concentrada em uma anotação.

—Voltei – Sam entrou no quarto e parece que com ele minha irritação – Trouxe frango pra você – ele me olhou.

—Não estou com fome – respondi terminando a leitura e só depois me toquei que era um tipo de símbolo que eu nunca havia visto na vida – O que é isso? - perguntei.

—Enoquiano – Dean me olhou – Língua dos anjos.

—Ótimo – devia ser algo relacionado a ser profeta – Eu consigo ler isso.

—E muitas outras coisas – Dean pegou o sanduíche que Sam trouxera.

—E o que deu lá? - Sam perguntou colocando o frango com salada perto de mim.

— É tudo o que você não imagina acontecer a uma pessoa que está dormindo – respondi analisando minha atitude e aceitei o lanche.

—Como? - ele abriu uma cerveja.

—Mordida de cachorro, facadas e tiros são coisas que você não recebe quando está dormindo, principalmente se sua mulher está ao seu lado e não vê nada – pensei – Nós não podemos dormir – parei para pensar na frase – Eu posso dormir – Sam falou algo, mas não prestei atenção – Aparentemente ninguém pode me matar.

—Você não pode fazer isso, não sabemos se o que está causando essas coisas está compartilhando o não poder te matar – Dean me olhou.

—Não vamos saber se não tentar – me levantei – E se algo começar a dar errado vocês me acordam.

—Podemos terminar de comer? - eu caminhava para a cama quando Dean falou de boca cheia.


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