W's escrita por Luana Almeida


Capítulo 13
Presentes


Notas iniciais do capítulo

Como vão caros leitores? Espero que estejam gostando e me digam o que acham. É ótimo escrever para vocês e o retorno é gratificante!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/701430/chapter/13

A volta para casa, nova para mim, foi tranquila. Sam assumiu o volante no meio da viagem, o que pelo cuidado que o Winchester mais velho tinha com ele me pareceu estranho. Dean pulou para o banco de trás com o carro ainda em movimento alegando que o sono estava mais do que tomando conta dele.

 

—Dean eu to aqui – falei um pouco sonolenta e me esquivando dele.

—Eu vi – ele se ajeitou – Só vou tirar uma sonequinha.

—Ele conviveu mais com o papai do que comigo – Sam me olhou pelo retrovisor interno – Eu tive alguma educação, ele não.

 

Nós rimos enquanto Dean cruzava os braços e fechava os olhos. Tinha aproveitado o restaurante para trocar de roupa e o pijama me caíra bem. Tentei encostar a cabeça no encosto do banco, mas isso incomodava meu pescoço que estava sensível por conta da tatuagem, encostar a cabeça no vidro era outra opção não viável por causa das vibrações do carro.

 

Deitar em uma posição quase que fetal de lado foi mais que confortável, dei as costas a Dean porque caso eu babasse ele não precisaria ver. Eu ouvia conversas e uma espécie de clarão sobre meus olhos, não conseguia abri-los e o fato de estar aquecida contribuía para que eu não querer acordar.

 

Não sei quanto tempo se passou depois do meu último pensamento ou talvez um sonho, mas quando eu acordei eu estava em um quarto bem rústico em uma cama de solteiro que era muito maior que a minha e o fato de ter uma luz acesa me incomodava.

 

—Droga – gemi quando cocei a nuca sem pensar.

 

Aquele devia ser um quarto do bunker e eu estava quase que rezando para que fosse isso mesmo. Levantei da cama e tateei a parede em busca do interruptor e acendi a luz que iluminava todo o quarto. Olhei em volta para checar o lugar e reparei em uma prateleira acima da cabeceira cama com algumas fotos da família Winchester. Haviam algumas armas como decoração.

 

—Sam? - falei assim que ele atendeu o telefone.

—Se você sair do quarto vai ter uma escada, estou aqui embaixo – ele riu.

—Amém – respirei fundo – Estou no bunker.

 

Abri a porta e desci as escadas como Sam indicou. O lugar era antigo e clássico, mas toda aquela paleta de cores dos anos mil novecentos e bolinha não era muito agradável. A escadaria deu em uma sala e uma mesa que tinha um mapa em seu tampo e de lá eu vi Sam na sala da frente.

 

Três degraus me levaram a outra sala e ele me recebeu com um pequeno sorriso.

 

—Não sou sonâmbula – sentei ao seu lado. Haviam duas mesas com quatro cadeiras cada e acreditei que a outra da bagunça era de Dean, apesar de a de Sam não estar aquela coisa de arrumada.

—Dean te colocou no quarto dele – ele fechou o notebook – Porque os outros quartos estão sujos – ele pausou – Não sujos, mas não usamos então devem estar empoeirados.

—Ia até argumentar sobre ele subir a escada comigo no colo – recolhi as pernas sentando como um índio na cadeira – Mas ele pegou um meta morfo com a maior facilidade.

—Gostou da decoração? - ele perguntou – Vi você olhando.

—Comparado a minha casa que doía os olhos de clara, é diferente – ri e dei uma olhada nos papéis em cima da mesa.

—Com diferente quer dizer o que? - Sam estava tomando uma cerveja.

—Porque você está acordado? - perguntei.

—Alguém tinha que ficar para receber você quando acordasse – ele sorriu – E Dean ganhou a pedra papel e tesoura.

—Claro – ri – Eu não sou criança – o olhei, me senti como uma.

—Desculpe – ele me ofereceu a cerveja – Eu tinha umas coisas para fazer e estava sem sono.

—Entendi – aceitei – Dean já foi dormir?

—Foi sim – ele se levantou – Vou pegar outra.

—Ele dormiu onde? - falei mais alto enquanto ele se afastava.

—No meu quarto – ele gritou da cozinha – Hoje é meu aniversário – ele voltou.

—Jura?

—Juro.

—E porque não me contou? - aceitei a outra long neck que me deu.

—Estou contando agora – ele ergueu os ombros.

—Feliz aniversário – levantei a garrafa para um brinde.

—Acho que sim – ele sorria enquanto brindava.

 

Nós bebemos em silêncio por um tempo trocando alguns olhares.

 

—Se tivesse me dito antes – tomei o último gole da terceira rodada – Tinha comprado um presente.

—Não tenho o costume de comemorar meu aniversário – seu rosto estava corado.

—Faltou uma música e um bando e gente dançando para ser uma festa divertida – pisquei com um olho só.

—Está divertido aqui – ele me olhou sorrindo.

 

Ouvimos um passo pesado nas escadas.

 

—Nem me chamaram – Dean entrou na sala – Parabéns Sammy – ele jogou uma caixinha em cima da mesa e pegou uma cerveja ainda fechada.

—Olha, um presente – Sam pegou a caixinha com um falso espanto.

—Eu sempre te dou presentes – ele sentou e me olhou – Pode ficar no quarto de Sam, falta minha masculinidade lá.

—Ele é o aniversariante – rebati – Eu fico em qualquer sofá.

 

Sam abria a caixinha.

 

—Dean! - ele estava empolgado – Valeu cara.

—Quero ver também – me estiquei – Uau – eu não havia entendido – O que é?

—Uma medalha de campeão em uma competição na faculdade, fui o melhor advogado em um trabalho – ele analisava a medalha – Valeu por achar.

—Eu disse que ia – Dean sorriu.

—Tenho que achar algo para te dar – pensei – Onde você achou esse tem mais? - perguntei a Dean.

—Sim, mas estou guardando para os próximos aniversários – nós rimos.

 

Sam contou um pouco sobre esse tal campeonato. Pelo que dissera, os professores faziam uma rotação de advogados sobre um caso onde o réu era realmente o culpado, mas Sam conseguira inocentar o acusado.

 

—Haja paciência – Dean não estava bêbado, mas sóbrio não era a palavra.

—Você faz isso todos os dias – o olhei.

—Mas não para receber uma nota – eu achava engraçado o jeito de Dean não se importar se importando.

—É por isso que são tão diferentes – eu não havia pensado muito para falar.

—Como assim? - o coro dos dois me fez olhar um depois o outro.

—O que? - ri – Acham que vocês são parecidos?

 

Eles me olhavam confusos.

 

—Dean você é maluco e Sam é o mais sóbrio daqui – falei como se fosse óbvio.

—Eu sou maluco? - ele riu – Como sou maluco?

—Não é maluco de maluco – eu estava confusa – Você é adrenalina pura e Sam pensa antes de tudo, você me deixou pra morrer.

—Sam estava lá.

—E se eu não estivesse? - Sam o olhou.

—Ela sabe nadar – Dean ficou incomodado.

—Eu não sei nadar.

—Você ia chegar no fundo e voltar, não ia se afogar em dois segundos – ele riu.

—Eu não conseguia voltar – lembrei do sofrimento que fora aquele tempo que passei embaixo da água.

—Você estava em mais perigo que ela – mais uma vez parecia óbvio – E eu confiei no arcanjo dela, até então não sabia que ele tirava férias.

—Você ia me deixar morrer – o nervosismo me fez rir.

 

Dean levantou da cadeira deixando a sala e voltando talvez para o quarto.

 

—Ás vezes ele é um idiota – Sam respirou fundo.

—Sempre tem um – dei de ombros – Onde tem um sofá aqui?

—Dorme no meu quarto, eu fico no sofá – ele levantou – Preciso só pegar uma roupa pra dormir.

 

Eu ainda tentei ficar no sofá, mas Sam ignorou dizendo que era só por uma noite e que aquele era o meu presente para ele.

 

—Boa noite – ele sorriu na porta do quarto.

—Sam eu sou menor que você – ri – Eu fico no sofá.

—Não se importe – ele sorriu – Não ligue para o que Dean faz.

 

Eu estava de braços cruzados encostada no caixilho da porta e Sam na minha frente.

 

—Não ligo – lembrei da promessa.

—Ótimo – ele sorriu fitando o chão.

—Eu preciso dormir – fechei os olhos por alguns segundos.

—Eu também – ele deu um passo a frente e assim ficamos mais próximos.

 

Senti sua respiração perto do meu rosto e abri os olhos. Tinha que olhar para cima por ele ser alto demais. Nós nos olhamos e depois de um sorriso tímido ele me beijou. Enquanto me beijava ouvi o barulho da porta da frente abrir e depois fechar, mas Sam não parou o beijo.

 

Segurei em sua camisa enquanto a mão dele estava na minha cintura. Sentia meu rosto queimar e depois de alguns segundos nós paramos.

 

—Durma bem – ele sorriu.

—Você também – evitei seu olhar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "W's" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.