Orgulho e Preconceito - A Continuação escrita por Clarinesinha


Capítulo 19
18 - As Notícias Vooam




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Nos dias seguintes, o ar que se respirava em Pemberley parecia outro...era como se todos respirassem de forma diferente, vivessem de forma diferente depois de saberem que de novo naquela propriedade se ouviria o choro e o riso de uma criança. Que de novo iriam ver as correrias e as travessuras do mais novo patrão. Parecia que tudo o que rodeava aquela propriedade sentia a felicidade e harmonia que ali se vivia.

Lizzy, andava constantemente vigiada quer por Darcy, quer por Georgiana. E até Mrs. Reynolds e os empregados sempre estavam atentos onde ela ia ou o que estava a fazer. Fitzwilliam era outro que a vigiava, contudo de uma forma diferente. Era ele que sempre que Lizzy queria fazer algo e que Darcy achava que a iria prejudicar ou que ele achava que não era mais aconselhável ela fazer, Fitz chegava-se à frente e assumia a responsabilidade de a acompanhar e vigiar.

E assim se passaram dias, semanas...meses. Lizzy já estava a entrar no que o médico lhe disse na última vez que estivera em Pemberley, no quinto mês. A sua barriga já estava até que bem saliente, o que era algo  maravilhoso de se ver. De quando em vez Lizzy já o sentia a mexer, e até Darcy já o sentia...aliás cada vez que este falava com o filho, era uma autêntica festa dentro da barriga de Lizzy.

Alice viera tal como tinham combinado passar uma temporada em Pemberley. Estava já há dois meses em Pemberly. Ela e Fitz estavam a finalizar de organizar a casa onde iriam morar. Fora mandada construir por Darcy, assim que resolveu ajudar o primo, não era uma mansão imponente como Pemberley nem tão grande como Netherfield porém para os dois apaixonados, se lhes tivessem dado uma cabana seria suficiente.

Naquele dia Lizzy espera por Alice, que lhe pedira que a deixasse ir com Fitz na noite anterior para a casa que seria deles. Apesar de Lizzy achar que não o deveria fazer, e de Darcy ter gritado com o Coronel por ter sequer pensado numa ideia dessas; Lizzy acabou por autorizar, no entanto, fez tanto Alice como Fitzwilliam prometerem que iriam respeitar o acordo que este ultimo fizera com o seu Tio Gardinner.

Quando entraram, foram encaminhados por Mrs. Reynolds até à sala onde estavam a tomar ainda o desjejum. Uma vez que a apenas os quartos estavam acabados, e ainda faltava a toda a mobília e equipamentos dos restantes cómodos.

— Bom Dia Alice? O que achaste da casa?

— É linda Lizzy, acho que nunca pensei que fosse tão bonita. Obrigado Mr. Darcy, muito obrigado.

— De facto Darcy, a casa ficou linda, não seria necessário uma tão grande...

— Grande?! Fitz aquela casa cabe umas seis vezes em Pemberley...

— De facto, e mesmo que fosse doze vezes mais pequena que Pemberley, ainda assim era demasiado. Agradeço-te do fundo do coração tudo o que tens feito por nós.

— Bom, deixemos de agradecimentos e vamos às coisas práticas. Alice, posso chamar-lhe assim?- pergunta Darcy...ao que tem o seu consentimento...- Quero que junto com Lizzy e Mrs. Reynolds veja o que será necessário comprar para acabar de mobilar e equipar a casa. E nós Fitz, assim que acabarmos vamos para o escritório, precisamos que de resolver como fazer prosperar aquele pedaço de terra.

E assim seguiu aquela manhã, enquanto os homens se mantiveram fechados no escritório projectando, fazendo orçamentos e balancetes; as mulheres escolhiam com a ajuda de Mrs. Reynolds o que seria preciso para aquela que seria o lar de Alice e Fitz. Depois de almoço, e de ter recebido a correspondência do dia.

— Lizzy!

— Sim Alice...

— Esqueci-me de te contar tive notícias de Londres. Parece que Mark está em Londres, e o papá abrigou-o lá em casa.

— Mark está em Londres? Ele odeia aquela cidade...nunca gostou de ir passar férias para lá. E depois do que aconteceu...

— Depois do que aconteceu? O que aconceu com Mark em Londres Lizzy?

— Hãa... nada, nada demais. Coisas de homens, sabes bebedeiras, jogos...

— Mark envolveu-se nisso? Nunca pensei que...

— Foi na adolescencia e juventude. Eles estava naquela fase de escolher o que seguir, e o Tio estava a pressioná-lo para ele continuar o seu negócio de comércio. Mas Mark sempre quis mais...mais que aquilo que vivíamos em Hartforshire. Mas sabes o que ele está a fazer lá?

— Não. Sei que apenas pediu ajuda para o meu pai...e como eu estava aqui e sobrava o meu quarto, o papá permitiu que ele ficasse lá.

Darcy e Fitz, falavam do que o ultimo poderia fazer nas suas terras para criar algum lucro e conseguir manter a família que iria construir com a doce Alice. Enquanto discutiam várias opções, Darcy via a correspondência, até que viu uma que lhe tirou completamente a calma. O Coronel percebeu a alteração de feições do primo.

— Essa expressão...é-me familiar. Aposto que quem escreveu essa carta foi a nossa ilustre Tia Lady de Bourgh.

— Sim, é dela. E até tenho receio do que poderá vir aqui escrito...

— Será que ela já sabe da novidade? Será que é para...

— Com certeza ela já sabe.- Fitz fica a olhar para Darcy...e a resposta à pergunta que Fitz acaba por não fazer, é respondida...- Não. Eu não contei nada para a Tia sobre o facto de Lizzy estar grávida. Sabia exactamente o que ela faria, e não quero apoquentar Lizzy...

— Então como ficou ela a saber? Se...

— Mrs. Collins. Sei que Lizzy contou à sua amiga, e como tal Mr. Collins com certeza "na maior das suas boas intenções" deve ter contado a nossa Tia...- e enquanto ia falando com o primo, ia vendo todo a correspondência, até que encontrou uma de Mark Phillips...- Fitz, importas-te de me deixar a sós durante um tempo, e se não te importares leva esta carta a Lizzy.

— Claro...e Darcy...quando leres a carta da Tia...tenta ter calma.- Darcy assente, mas sabe que calma é tudo o que ele menos vai ter. Pega na correspondência de Lady Catherine e a abre...

"Caríssimo Sobrinho,

Recebi notícias de Pemberley que me deixaram em grande ansiedade e preocupação. Embora, como calculava fosse apenas uma questão de tempo para que acontecesse. Confesso que rezei para que tal não acontecesse, e Miss Bennett não lhe pudesse dar herdeiros, mas infelizmente esse não foi o desejo de Deus.

Como bem sabe a educação de Miss Bennett deixa muito a desejar, sem preceptora, com as irmãs todas a serem apresentadas à sociedade ao mesmo tempo...uma verdadeira afronta para os padrões de Pemberley. Assim sendo, decidi eu mesma contratar uma preceptora para que desde o berço o seu filho possa desde o berço ter ma educação digna de um Darcy de Pemberley. Nunca que permitiria que a falta de educação de Miss Bennett influenciasse na educação de um filho seu,

Estou já neste momento com três candidatas para o lugar, e irei ainda hoje decidi quem irá comigo ainda esta semana para Pemberley. Assim peço que informe a sua esposa, do que decidi, e o vejo daqui a uns dias.

Da sua Tia Lady Catherine de Bourgh"

No final de ler a carta da Tia, Darcy não sabe nem o que pensar. Se for a pensar no que a tia refere em relação à educação que Lizzy teve, de facto ela não teve preceptora alguma. Mas, terá isso influenciado em alguma coisa? Darcy se apaixonou por ela precisamente por ela ter aquele nariz empinado, aquela forma de falar que parece não se intimidar por ninguém. Lizzy nunca mostrou que lá por ser mulher não poderia desafiar os homens. E a forma como ela ama as irmãs, o pai e até a mãe...é impressionante de se ver. De repente alguém bate à porta...

— Deixei Lizzy a falar com Alice e Georgiana...ou devo dizer a intimidar Mrs. Darcy para ir descansar.

— Mas passou-se alguma coisa? Lizzy está bem?

— Calma primo. Mrs. Darcy está óptima, precisam de lhe dar algum espaço. Estão a sufocá-la com tantos cuidados.

— Dizes isso porque não viveste de perto os primeiros meses de gravidez de Lizzy. Foram...aterrorizantes.

— Como assim? Pensei que a gravidez estivesse a correr bem...

— Agora está, mas Lizzy não deve cansar-se. O médico a proibiu de fazer caminhadas, e ela as faz na mesma e contigo...

— Mas Darcy, eu não sabia...porque não me contaste?

— Porque Lizzy não quer que ninguém saiba...nós quase perdemos o bebé há dois meses atrás...por isso não quero nem que ela sonhe com esta carta.

— Afinal o que queria Lady Catherine? Dar os parabéns pela gravidez com certeza não é...não me digas que é de novo a história do casamento de Georgiana com...

— Sabes bem que nunca o permitiria...Kevin poderia ser o ultimo homem da terra mas com a minha irmã nunca a casaria. O assunto da missiva é mesmo a gravidez de Lizzy, ela afirma que irá contratar uma preceptora para tratar do "meu filho", pois Lizzy nunca teve uma e não saberá educar um "Darcy"...

— Acho que a Tia ainda não conhece bem Mrs. Darcy, se ela antes respondia sem medo de afrontar alguém...mexer com o bebé, Lizzy vai virar uma Leoa...

— Eu sei, e ela não pode enervar-se. Por isso decidi...vou até Rossings, tentar impedir esta loucura. Até porque se...e apenas se Lizzy quiser, uma preceptora, será ela a escolher uma e não a Tia. Posso pedir-te que fiques por Pemberley, que olhes por Lizzy...

— Claro, podes ir tranquilo, ficarei por cá e olharei pela saúde de Mrs. Darcy e do teu filho. Quanto tempo pensas demorar? Apenas te pergunto porque preciso avisar Mr. Gardinner que poderei demorar um pouco para voltar com Alice...

— Não sei, mas não penso demorar mais do que uns dias, uma semana no máximo. E outra coisa, nem uma palavra sobre este assunto com Lizzy, Georgiana ou Alice.- Fitzwilliam assente e voltam a falar sobre os terrenos que Darcy doou a Fitz.

Enquanto os dois homens falavam no escritório, Alice e Georgiana conseguiram convencer Lizzy a ir deitar-se um pouco. E assim que esta se deitou, Alice aproveitou para também ela ir descansar. Mrs. Darcy olha para a cunhada com um sorriso na face, ela sabe que a simples menção de Mark a perturbou...

— Georgiana. Eu reparei na tua expressão quando Alice mencionou Mark...

— Hã! Que expressão Lizzy? Eu nem o conheço o suficiente...e tu diz-me ficaste feliz por ter Alice em Pemberley?

— Nem tentes mudar de assunto...diz-me o que se passa aí dentro desse coração? Sabes que não me posso enervar...

— Estás a usar a tua gravidez para me obrigares a falar!?- Lizzy sorri...- Tudo bem, eu o achei simpático, bonito...não o vou negar...

— Georgiana, eu tenho o meu primo como um irmão. Mark cresceu comigo, somos praticamente da mesma idade. Sei de tudo da sua vida...e apesar de ser um bom rapaz, ele tem algumas feridas que sinceramente não sei se já cicratizaram o suficiente.

— Estás a dizer isso para me afastar de Mark...

— Não, estou-te a dizer isto porque quero que vás com cautela.- Lizzy olha para ela...- Eu sei de fonte segura, que ele também está "interessado" em ti. E tal como falei contigo agora, também irei falar com ele. Eu gosto de vocês dois, e não quero ver nenhum dos dois a sofrer...

— Lizzy...agora, fiquei com...

— Não precisas de ter medo...Mark é um bom homem, integro, sincero, trabalhador...ele apenas age com cautela pois já teve o coração ferido uma vez.

— Eu não sei o que Darcy vai achar...depois do que aconteceu com Wickham, ele ficou mais protector...tenha medo que ele não...

— Do teu irmão trato eu...não te preocupes. E depois não podemos comparar os dois...

— Comparar quem posso saber...- pergunta Darcy entrando no quarto...

— Tu e Fitz...- responde de imediato Lizzy...- Falávamos da forma como Fitz é sempre tão aberto a novas amizades e tu...um pouco mais retraído.

— Retraído!?- Exclama Darcy deitando-se junto de Lizzy...- Como estás? Cansada?- Lizzy apenas lhe abana a cabeça dizendo que não...- Amanha de manhã vou para Londres...

— Aconteceu alguma coisa a Mrs. Martin?

— Não, mas também os vou ver. Houve um problema de negócios, tenho que ir pessoalmente para o resolver.

— E vai ficar muito tempo por lá...não gosto de te ter longe...

— Não, quero voltar numa semana. Mas Pedi a Fitz que fique aqui e cuide de ti, e sei que Alice e Georgiana o ajudarão a manter-te na linha, certo?- pergunta virando-se para a irmã.

— Sim, podes ir descansado. Eu vou tomar conta de Lizzy e do meu sobrinho...

E assim se passou mais um dia, entre conversas sobre paixões, amores, filhos e sobrinhos. Alice e Georgiana discutiam sobre quem seria a madrinha do bebé...e o quem deveria ser o padrinho. Discutiam-se nomes para rapaz ou rapariga, enquanto Lizzy e Darcy sorriam entre si...pois mal sabiam os outros três que eles já tinham escolhido o nome do filho ou filha.

 

 


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