Orgulho e Preconceito - A Continuação escrita por Clarinesinha


Capítulo 18
17 - Chegada do Futuro




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A carta que Lizzy escreveu a Jane não demorou muito a chegar a Netherfield. Nessa manhã, Jane e Charles, aproveitando que Charlotte dormia tinham ido dar um pequeno passeio até Meryton. Quando chegaram, Mrs. Lane veio ter com os dois, informou que Charlotte ainda dormia e que tinha chegado uma carta para Mrs. Bingley.

Jane recebeu a carta de Mrs. Lane, e ao ver que era de Pemberley estranhou um pouco, já que não tinha passado muito tempo desde a sua estadia em Netherfield. Quando ia começar a abrir a carta ouviu o pequeno choro da filha, e logo subiu. Entrou no quarto da bebé, colocou a carta na mesinha perto do cadeirão, e pegou em Charlotte.

— Bom Dia princesa...vamos comer e ver o que tua tia nos escreve na carta?- Jane falar com a pequena que apenas olha para a mãe. Jane senta-se e dá o peito à filha que logo coloca a sua mãozinha no peito da mãe, talvez com medo de que fuja...ou simplesmente por um acto de amor.

"Minha Querida Jane,

Talvez estranhes esta carta quando a receberes, saímos daí há um mês sensivelmente e já te estou a escrever. Porém esta notícia não podia esperar e que sei que ter fará feliz. Podes dizer à pequena Charlotte que em breve irá ter mais um priminho ou priminha para brincar."

— Oh! Ouviste só pequena, daqui a uns meses logo terás alguém com quem brincar. Estou tão feliz por ti minha querida Lizzy...

"Não sei dizer-te como me sinto, mas penso que deves imaginar. É uma mistura de sentimentos, e nem sei definir onde começa um e acaba o outro. Darcy ainda não sabe, teve que ir a Londres resolver alguns assuntos urgentes. Georgiana queria mandar-lhe correio para que ele voltasse, mas não o quero a vir a correr, e depois serão apenas mais uns dois ou três dias."

— Sei tão bem como te sentes, e sei que Darcy vai ficar radiante...tu mereces toda a felicidade do mundo.

"Ainda não consegui escrever ao pai, nem aos Tios Gardinner, Mrs Reynolds e Georgiana rodeiam-me de cuidados, não posso nem levantar-me para ir para o quarto sem uma delas vir atrás de mim. Não lhes levo a mal, sei que não o fazem por mal, porém começam a sufocar-me.

Se conseguires guardar segredo, queria ser eu a contar ao papá. Beijo da tua Irmã,

Elizabeth Darcy"

— Vamos ter que guardar segredo pequena. Nada de contar ao avô...

— O que é que as duas mulheres da minha vida não vão contar ao avô?

— Estavas aí, nem te vi entrar...

— Tu não, mas o meu pequeno anjo viu...olha como ela está feliz por ver o pai. Mas então o que estão as duas a esconder do avô?

— Que a nossa pequena daqui a uns oito meses terá a companhia de mais um primo ou prima...

— Primo ou Prima?...- Charles fica a olhar para Jane e para a carta...- Espera a carta é da tua irmão...- Jane acena positivamente...- O Darcy vai ser pai?

— Sim... Mr. Darcy e Lizzy estão à espera de um filho. Lizzy ainda não conseguiu escrever ao nosso pai, ao que parece tem duas sombras atrás dela 24 horas por dia...

— Darcy deve estar nas nuvens...apesar daquele ar de altivez...ele sempre sonhou em formar uma família. E a tua irmã conseguiu domar aquele coração como ninguém.

— Mr. Darcy ainda não sabe, ele está em Londres. Lizzy quer esperar que ele regresse para lhe contar. E o nosso pai, deve receber a carta de Lizzy por estes dias...por isso...nada de visita o avô não é Princesa...

— Eu nunca te disse nada...mas o teu pai sempre demonstrou uma maior afinidade com Mrs. Darcy...do que com as tuas irmãs, ou mesmo contigo.

— O meu pai nos ama a todas, e todas nós sabemos disso. Mas Lizzy foi colocada de parte pela minha mãe, por não ter nascido menino...depois de eu nascer, todos esperavam um rapaz, um herdeiro.

— Mas...nasceu uma menina de novo...

— Sim. E a minha mãe simplesmente a renegou, desde bebé. O meu pai foi pai e mãe de Lizzy muitas vezes. À medida que foi crescendo, Lizzy se tornou o alvo de indirectas da minha mãe, que com o tempo ela foi aprendendo a responder, o que sempre originou discussões. Até que um dia ela simplesmente parou de responder, e a minha mãe vendo que não teria resposta parou também de lhe dirigir palavra. O meu ai sempre admirou Lizzy por esta responder À minha mãe quando ele que o deveria fazer nunca o fez.

— Mrs. Darcy, foi aquela que fez o que o teu pai deveria ter feito e não fez, chamar a atenção à tua mãe...fazê-la ver que Mrs. Darcy também era sua filha...

— Mais ou menos isso...Lizzy sempre teve bom feitio e a certa altura já levava as coisas na brincadeira.

— Levando na brincadeira ou não, Mrs. Darcy ficou com isso marcado na sua vida. Não é fácil sermos rejeitados pelos nossos pais...agora percebo o teu pai e a sua relação com Mrs. Darcy.

Tanto Mr. Bingley como Mrs. Bingley ficaram radiantes com a boa notícia. Decidiram não ir a Longbourn nos dias seguintes, esperando assim que fosse Mr Bennet a ir até Netherfield com a notícia.

Enquanto isso Lizzy tentava escrever aos pais e aos tios, porém, era constantemente interrompida por Georgiana. Ora para lhe perguntar se estava bem, ou se queria algo para comer ou beber, se não era melhor descansar um pouco...ao fim de uns 30 minutos neste entra e sai do seu quarto, Lizzy prometeu-lhe que assim que terminasse de escrever as cartas que iria descansar. E assim conseguiu finalmente ter alguma paz para escrever as duas cartas.

"Querido Pai,

Sei como gostaria de receber esta notícia de uma outra forma, mas já que a distância não me permite fazê-lo pessoalmente, terá que ser através destas linhas que lhe escrevo. Anuncio-lhe que dentro de uns meses irá ser novamente Avô.

Não sei dizer-lhe o que sinto, nem como me sinto...é uma mistura de sentimentos, que não consigo decifrar. Darcy ainda não sabe visto que foi a Londres resolver alguns assuntos. Peço-lhe que dê a novidade à mãe, a Mary e a Kitty, Jane já deve ter recebido a minha carta.

Beijos da sua filha, Mrs. Elizabeth Darcy."

Depois de escrever também aos tios, Lizzy fez o que prometeu a Georgiana e foi descansar. Não que estivesse cansada, mas também não tinha muito ânimo para sair do seu quarto.

Na manhã seguinte, quando acordou acordou sentiu como se lhe faltasse uma parte de si, porém ao mesmo tempo era como se aquele pequeno ser que agora crescia dentro de si a preenchesse ao mesmo tempo. Confuso, sim.

Lizzy sentia, falta de Darcy. A relação dos dois não tinha, sido nada normal, aliás tinha sido completamente anti-convencional. Ambos se odiaram desde o primeiro momento, o que eles não sabiam é que todo aquele "ódio" era apenas um sentimento que foi usado pelos dois, para negarem a atracção que sentiam um pelo outro.

Decidiu então levantar-se, talvez fosse dar uma volta pelo jardim com Georgiana, contudo ao assim que se colocou de pé sentiu uma leve vertigem, assim achou melhor deitar-se de novo. Lembrou-se que o médico lhe tinha tido que caso sentisse algo, qualquer coisa o chamasse, mas teimosa como ela só pensou que não seria nada que mais um pouco de descanso não resolvesse.

Não levou muito tempo e Lizzy dormia de novo, e em Pemberley chegavam também dois cavaleiros, que foram recebidos por Mrs. Reynolds e Mr. Curtis. Quando entrou na sala onde a sua esposa e a sua irmã costumavam estar, apenas encontrou Georgiana, que logo se levantou para cumprimentar quer o irmão quer o primo Fitz. Não encontrar Lizzy com a irmã não foi algo que alarmasse muito, era habitual esta ir caminhar por Pemberley, e deixar Georgiana para trás que embora gostasse de acompanhar Lizzy, não era muito fã dessa caminhadas.

— Georgiana, como está Tudo por aqui? E Lizzy onde está?

— Sentimos a tua falta.- responde abraçando o irmão...- E Mrs. Darcy...está...ela...está...- Darcy levanta os olhos da irmã que entretanto tinham descido para o chão...- Ela está no quarto ainda.

— Lizzy no quarto? O que aconteceu? Ela está doente? Porque não me chamaram...Mrs. Reynolds?!

— Peço perdão Mr. Darcy, mas Mrs. Darcy nos proibiu de o chamar. O médico veio cá, e não é nada de preocupante, apenas tem que descansar...

— Porque não sobes Darcy, tenho a certeza que já deve estar acordada...

— Tudo bem, vou subir. Mrs. Reynolds, por favor arranje um quarto para Fitzwilliam...- e assim sobe a correr, Lizzy doente não era normal. Subiu a correr, saltando quase de três em três degraus. Quando entrou no quarto pode vir que esta dormia, aproximou-se sentando-se junto dela...- Lizzy...Lizzy...estás bem? Lizzy...

— Darcy! És tu mesmo...não estou a sonhar pois não...- Darcy começou a rir...- Porque estás a rir?

— Se fosse um sonho...não te podia fazer isto...- e deu-lhe um beijo cheio de saudade...- Agora diz-me o que se passa para serem quase horas de almoço e tu ainda estares a dormir?

— Estava apenas cansada...sem ti aqui, não durmo bem...

— Sei que esteve cá o médico...não me mintas Lizzy...Mrs. Reynolds não chamaria o médico se fosse apenas uma pequena constipação, ou apenas cansaço...o que se passa contigo Lizzy?

— Nada, eu estou bem...e esta +e a verdade...

— Vou chamar de novo o médico, mas desta vez ele vai-me dizer a mim o que tens, eu não te vou deixar...

 - Darcy! Vê se te acalmas, por favor. Eu estou bem sério...o que eu tenho  vai passar logo, logo...não precisas de te preocupar.- Darcy olha para Lizzy...sem perceber nada do que ela diz...- Daqui a uns oito meses...passa...prometo.

— Elizabeth Bennett Darcy, importas-te de falar em português. Porque até agora parece que estás a falar numa outra lingua.

—Eu...nós...vamos ser pais. - Darcy olha para Lizzy como se ela tivesse rebentado a bomba de Hiroshima de novo...- Eu estou à espera de uma filho, um pedaço meu e teu.

— Tu estás...eu vou ser...nós vamos...Lizzy. Isso é verdade? Nós vamos ser pais, tens um pedacinho nosso aqui dentro?

— Sim...- Lizzy pega na mão de Darcy e direcciona-a para o seu ventre, não que fosse sentir algo, mas saber que ali estava um bebé, o fruto do seu amor...

— Porque é que não me contaram logo, porque é que não me enviaram uma carta, telegrama...

— Porque tu precisavas de estar em Londres e tratar de tudo com Martin. E depois eu estava com Georgiana e com Mrs. Reynolds.

— E estás bem? Precisas de alguma coisa? Será que não é preciso chamar de novo o médico...talvez seja melhor...tu...

— Darcy.- Lizzy coloca as duas mãos na cara de Darcy, para que de alguma forma o acalmar...- estamos os dois bem...não vais começar a exagerar em cuidados. Estás feliz?- Darcy antes de responder, deita-se começando a dar carinho no ventre de Lizzy, e acaba por se deitar continuando nesses mimos...

— Feliz? Lizzy feliz é pouco para descrever o que estou a sentir...nem sei como te descrever o que vai aqui dentro. Só sei que hoje me fizeste o homem mais feliz do mundo.

Abraçaram-se, sendo que Darcy continuava a alisar o ventre de Lizzy, beijando, dando festas...ficaram assim algum tempo, sem pressa, sem palavras. Afinal palavras para quê, dizem que por vezes um gesto vale mais do que mil palavras e ali naquela troca de carinho, de afecto, de amor eles não precisavam de se expressar...

— Darcy? Como está Mrs. Martin?

— Não é bom...falei com o médico, não há muito que se possa fazer. Vão tentar um ultimo tratamento, mas sem muita esperança.

— Como está Martin a reagir? E as crianças?

— Mal. Ela já se conformou, acho que já percebeu que logo chegará a sua hora, mas Martin não se conforma. As crianças sabem apenas o essencial, a mãe está doente por isso iram morar na capital.

— Se...quando...

— Não sei Lizzy...Martin está de cabeça perdida...ele não aceita o facto de poder perder o amor da sua vida. Ele chegou a dizer-me que se...acontecer o pior ele quer ir com ela...

— Mas e John? e a pequena Nelly? Ele não os pode deixar sozinhos...não pode. São os seus filhos, e precisam dele...

— Eu acredito que seja a dor a falar. Prometi no dia que Nelly nasceu que cuidaria sempre deles, como Mrs. Reynolds e Mrs. Martin sempre cuidaram de mim e de Georgiana. E não vou falhar...

— Tu vais ser optimo padrinho, como és um optimo tio...

— Será que vou conseguir ser um optimo pai para o nosso filho?

— Não.- Darcy olha para Lizzy, que sorri...- Vais mimar tanto esta criança que a vais estragar.

— Lizzy. Mesmo que o quisesse fazer, tu nunca me irias deixar exagerar...

— Sim, é verdade. Posso pedir-te um favor?

— Tudo o que tu quiseres...nada do que me pedires te vou negar.

— Não me ofereças tudo, pois eu poderei aproveitar-me da tua boa vontade...

— Se me pedisses a lua eu oferecia-te, embrulhada em prata...

— Não seja exagerado...mas posso pedir?

— Sim. Mas já sabes que a minha resposta é sim, nunca te negaria nada.

— Não é nada que seja muito difícil de me ofereceres, até porque é mais uma autorização...do que uma prenda física.

— Pede lá...estás a deixar-me nervoso...precisas de alguma coisa? Não te sentes bem?

— Darcy, podes parar e ouvir...- Lizzy não consegue parar de sorrir com o exagero do esposo...- Eu queria perguntar se posso...se posso ser eu a escolher o nome do nosso filho?- Lizzy diz tão depressa que Darcy nem tem tempo de responder pois logo lizzy continua...- É que eu gostava que se fosse rapaz tivesse o nome do meu pai, mas se tu preferires que ele tenha o teu, eu vou entender...e se for menina...

— Elizabeth...- mas Lizzy continua sem nem perceber que Darcy a chamou...

— ...e se for menina eu pensei em colocar o nome da tua mãe. Nunca a conheci, mas sendo tu e Georgiana pessoas que amo tanto, acho que eu iria amar ter tido Mrs. Kathleen Darcy.- e agora é a vez deste ficar sem o que dizer...- Não gostaste? Tudo bem, eu não levo a mal...podemos colocar o tue nome se for rapaz...e ...

— Mrs. Darcy, pode por favor parar de falar e ouvir-me. Eu amei os nomes, e com o exemplo dos avós eu tenho a certeza que o nosso filho ou filha nos vai encher de orgulho.

— A sério que gostaste? Eu não quero que o digas apenas para me agradares...se não for a tua vontade, podemos sempre escolher outros...

— Eu amei...-  e voltando a deitar-se depositando beijos no ventre de Lizzy...- fizeste de mim um homem muito feliz.

— Sei...agora vamos descer? Georgiana deve estar a sentir-se sozinha...

— Georgiana está muito bem acompanhada, já que Fitz veio comigo. E eu quero ficar aqui com os meus tesouros...o nosso filho...

— Ou filha...

— Ou filha...e tu meu amor...

E assim se deixaram ficar na sua bolha de felicidade. Os três, sonhando com o futuro, que naquele momento era com certeza muito mais alegre, imaginaram-se a correr atrás de um bebé que não parava quieto. Lizzy dizia que Darcy iria ser uma pai babado, que iria deixar o filho fazer o que quisesse, e Darcy pensava na hipótese de ser uma menina linda como a mãe...e com a força e frontalidade de Lizzy.

 

 


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