Orgulho e Preconceito - A Continuação escrita por Clarinesinha


Capítulo 20
19 - Notícias Perturbadoras




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Na manhã seguinte Lizzy, que dormira mal à noite, aproveitou para descansar mais um pouco. Georgiana decidiu ficar com ela, uma vez que Fitzwilliam saíra com Alice. Mrs. Darcy aproveitou então para perceber quais os reais sentimentos desta para com Mark. No início esta tentou, em vão negar o que sentia, porém, aos poucos esta acabou por confessar que Mr. Phillips era sem dúvida um homem muito charmoso...

— Só charmoso? Estamos apenas aqui as duas, podes confiar em mim minha querida...

— Lizzy...- Georgiana cora envergonhada...- Eu sei que Darcy te contou o que se com W...com o marido da tua irmã...e desde que isso aconteceu...bem eu sinto-me um pouco insegura, com  medo de me apaixonar e apenas quererem o meu dote...

— Minha querida, posso te assegurar: Mark não é como Wickham. Ele sempre batalhou para ser independente, nunca gostou de ficar sobre a sombra do sucesso do meu tio.

— Eu acho...eu percebi isso...mas e Darcy? Não o quero desapontar de novo...

— Georgiana, Darcy te ama como uma filha. E sim ele se desiludiu nessa altura, mas não contigo. Ele se desiludiu com quem via como um irmão. Wickham o enganou, o traiu...e não tu.

— E como achas que ele vai reagir se eu e Mr. Phillips...quer dizer se ele...

— Vamos pensar numa coisa de cada vez. Primeiro, Mark também tem os seus demónios para vencer, em segundo lugar sei de uma fonte bem segura que Darcy gostou de Mark.

— Tens a certeza...a última coisa que eu quero é magoar de novo o meu irmão.- diz Georgiana, lembrando-se como Darcy ficou depois do episódio de Wickham...

— Eu conheço o Mark, como a palma da minha mão. Cresci com ele, como irmãos. Sei que ele está a ter alguma cautela devido ao sofrimentos do passado, mas também sei que o que sentes é reciproco.

— Será?- pergunta Georgiana sem querer acreditar, Lizzy sorri e assente.

— E em relação ao teu irmão, não te preocupes, do teu irmão eu trato.- Sorri...- E agora  que achas de ir ter com Fitzwilliam e Alice.

Assim saíram para os jardins, e não muito tempo depois conseguiram encontrar os dois enamorados. Caminharam durante mais algum tempo, até que viram Mrs. Reynolds vir ter com eles. Esta estava algo nervosa, via-se pela forma como agia...

— Peço desculpa Mrs. Darcy, mas está um oficial de justiça no escritório. Ele queria falar com Mr. Darcy, mas quando mencionei que ele não se encontrava logo ele pediu para falar consigo.

— Um Oficial de Justiça...mas o que quererá ele com Darcy?

— Calma Georgiana, com certeza não é nada de grave. Eu vou recebê-lo, já volto para continuarmos o nosso passeio.- Lizzy entra assim com Mrs. Reynolds dirigindo-se até ao escritório de Darcy.- Boa Tarde, a minha governanta disse-me que estava a procura do meu marido?

— Boa Tarde, Mrs. Darcy?- ele pergunta e Lizzy assente...- Bem sim de facto queria falar com Mr. Darcy, mas visto que ele não está e o assunto é de extrema importância penso que poderei falar consigo.

—Sobre do que se trata? - inquire Lizzy, agora mais curiosa do que nunca...

— Bem, Mrs. Darcy, penso que seja familiar de Mrs. Wickham, estarei correcto?- Lizzy empalideceu, ela sabia que um dia as dividas de Wickham e a forma extravagante que ambos gostavam de viver viria a ser prejudicial para a familia...

— Sim...- respondeu Lizzy... Aconteceu alguma coisa com Lydia? Com o marido?

— Mrs. Darcy, peço desculpa por perguntar, mas não recebeu nenhuma carta nos últimos dias?

— Carta? De Lydia?...- Lizzy olhava para o oficial e ficava cada vez mais assustada...- Não, não chegou carta nenhuma...por favor diga-me de uma vez o que aconteceu? O que tinha nessa carta?

— Talvez seja melhor sentar-se, ou chamar outra pessoa...- Lizzy começa agora realmente a ficar nervosa ao ponto de ter uma vertigem...- Mrs. Darcy...!!!

— Por favor não me deixe nesta angústia...o que aconteceu com a minha irmã? Foi por causa de dinheiro? Eu posso falar com o Darcy...

— Não tem nada haver com dinheiro, sinceramente eu penso que seja melhor falar com outra pessoa...

— Não. Onde está a minha irmã? Onde está o Wickham?

— Eu sinto muito ser eu o portador destas notícias...mas Mr. Wickham está preso...e a sua irmã...bem...ela faleceu.

— Não.- nesta altura entra no escritório Fitzwilliam...e atrás Georgiana e Alice...- Não...a minha...irmã...não...não...

— Lizzy...- Alice se aproxima...- O que aconteceu...Lizzy...Fitz...- quando este volta a virar-se vê Mrs. Darcy desmaiada nos braços de Alice...

— Georgiana vai pedir a Mrs. Raynolds que chame o médico, Alice...- Fitz chega-se perto das duas e pega em Lizzy carregando-a ao colo...- Eu já volto...por favor me aguarde...

— Claro...peço desculpa...eu pensei que o telegrama já tivesse sido enviado, eu não pensei que...

Fitzwilliam olha para o oficial, pedindo apenas com o olhar para que este se mantivesse calado e quieto. Seiu do escritório e levou uma Lizzy mole no colo. Deitou-a na cama do seu quarto e ficou com Alice e Georgiana à espera do médico. Assim que este chegou Lizzy estava já acordada, mas bastante nervosa. Ela apenas dizia o nome de Lydia e perguntava por Julia, nenhum dos três percebia o que se passava. Assim que o médico conseguiu que Mrs. Darcy se acalmasse e dormisse, saiu e pediu que a mantivessem calma.

Fitzwilliam deixou assim as duas com Mrs. Darcy e desceu para tentar perceber o que se passava. Quando entrou no escritório, o oficial se levantou e perguntou como estava Mrs. Darcy, pedindo de novo desculpa por tudo. Este contou então a razão pela qual estava ali: Mrs Wickham morrera e Mr. Wickham preso. Contudo, faltava resolver a situação da pequena Miss Wickham.

— Neste momento ela encontra-se junto de Mrs Roberts, que era vizinha de Mr e Mrs. Wickham e era quem tratava da pequena. Achámos que deixá-la perto de alguém que a conhecesse seria melhor.

— Sim, foi o melhor. Bom como deve calcular eu não vou poder decidir nada. O meu primo Mr. Darcy não está, e Mrs. Darcy está num estado que penso que não consiga decidir nada. Assim vou-lhe pedir alguns dias, para que consiga contactar o meu primo.

— Claro, contudo não poderemos aguardar muito tempo. Se a família não quiser assumir a crinaça, Mrs. Roberts está na disponibilidade de a adoptar ela...

— Não. Sei que talvez Mrs. Roberts tenha a melhor vontade do mundo, mas Miss Wickham deve ficar com a família. Me dê apenas uma ou duas semanas, para que possamos entre todos decidir quem irá assumir a responsabilidade de cuidar dela.

— Certo, duas semanas. Mas nem mais um dia...até lá Mr...

— Fitzwilliam, Coronel Fitzwilliam.

— Claro, at+e daqui a duas semanas Coronel.

Fitz, não perde tempo e resolve escrever de imediato a Darcy, ele não sabe como estão as coisas a correr em casa da Tia, porém neste momento este caso é muito mais importante. Para além de que Mrs. Darcy precisar dele, mais que nunca. Ele pede a Mrs. Reynolds que chame um dos moços que costuma levar as cartas de Pemberley.

— Toma, e entrega apenas nas mãos de Mr. Darcy. Se não o encontrares ou não te deixarem entrar espera por ele, e entrega-lhe.

— Sim Senhor...- e saiu...nisto Georgiana entre no escritório...

— Fitz, o que se passou? Chamaste o meu irmão? É grave, não é?

— Sim, Georgiana. Tem que ser Darcy a decidir o que fazer neste caso, para além de que Mrs. Darcy vai precisar dele neste momento.

Durante os três dias seguintes não se soube de nada de Mr. Darcy. Elizabeth, continuava no quarto e só por muita insistência de Mrs. Reynolds ela se alimentava. O médico passara-lhe também umas vitaminas, de forma a que Lizzy não entrasse num quadro de anemia, que seria grava no estado em que ela se encontrava.

Entretanto, o criado de Pemberley chegara a Rossings Park, pedindo para falar com Mrs. Darcy pois tinha uma carta oara lhe ser entregue em mãos. A criada ainda tentou que ele lhe entregasse, prometendo que ela mesmo iria dar a Mr. Darcy, mas Sam (que era o nome do rapaz) negou.

— Tudo bem, espera um pouco aqui, vou lá dentro falar com Mr. Darcy.

Na sala Darcy discutia mais uma vez com a tia sobre a ideia que ela tinha de ser ela a arranjar a perceptora para o seu filho ou filha. O seu primo, o conde, também estava na sala, mas mantinha-se calado. Darcy agradecia por esse facto, pois não saberia como iria reagir caso o primo desse alguma das suas opiniões.

— Já lhe dissa tia que não quero perceptora. Se, e eu disse se, o meu filho ou filha vier a ter perceptora será a mãe dele a escolher.

— Mas Darcy...bem sabes como é importante uma boa perceptora. E depois como é que Miss Bennett irá saber escolher a melhor, se ela nem sabe o que procurar numa. Esqueces-te que ela nunca teve nenhuma...

— Com lisença...- pede a criada, fazendo uma pequena venia ao entrar...- Senhor, está um rapaz de Pemberley com uma carta para si.

— De Pemberley!?

— Sim Senhor, mas ele dia que só pode entregar-lhe a si em mão...

— Manda-o entrar, por favor...- a criada sai e passado algum tempo, volta com o rapaz...- Sam...

— Boa Tarde Senhor, aguardo a resposta?

— Sim. Por favor podias dar algo para ele comer e beber. Já vou ter contigo Sam.

Sairam os dois, e Darcy abra a carta com alguma ansiedade. Não podia ser o que estava a pensar, não Lizzy estava bem e o seu filho também...sim não seria nada de grave...não seria...

"Caro Darcy,

Peço-te desculpa por interromper a conversa com a nossa Tia Lady Catherine, mas este assunto apenas tu poderás resolver e não poderia esperar. Está descansado, não se passa nada com Mrs Darcy, bem pelo menos não directamente.

Hoje pela manhã esteve cá um oficial da justiça, para falar contigo. Como não estava Mrs. Darcy resolveu ir falar com ele. Pelo que me contou enviaram uma carta há semanas atrás mas esta deve se ter perdido. Assim quando falou com Mrs. Darcy pensou que ela já soubesse das notícias.

Bom, e elas não eram muito boas, Mrs. Darcy passou mal. Descansa ela foi prontamente atendida pelo médico, que diz que vem cá todos os dias para a ver. Tanto ela como o teu filho estão bem, embora a tristeza enorme com a qual Mrs. Darcy vive neste momento.

Deves estar a querer saber qual a notícia que oficial veio trazer, bem parece que Wickham desta vez pegou pesado. Numa das muitas discussões com Mrs. Wickham ele a matou..."

— Meu Deus. Preciso de ir...preciso de voltar para casa...

— O que foi Darcy? De quem é a carta?- Darcy no entanto não respondeu a nenhuma das perguntas e continuou a ler a carta do Coronel.

"Bem para além da notícia ter sido dada de uma forma pouco afável, o oficial veio por causa da pequena Miss Wickham. Neste momento ela encontra-se com a mulher que tratava dela Mrs Roberts, que era vizinha dos Wickham. Pelo que o oficial disse ela está disposta a ficar com a pequena caso a família não a aceite...sinceramente penso que o lugar dela é junto da familia, ela não tem culpa dos pais que teve."

— Julia...

— Julia!? Quem é Julia? Darcy és capaz de me explicar o que se está a passar?

"Fico a aguardar uma resposta. O oficial deu-nos duas semanas para o contactar. Em relação a Mrs. Darcy, não te preocupes irei tratar dela até voltares. Mrs. Reynolds também não deixa o seu leito, sempre atenta.

Teu Primo, Coronel Fitzwilliam."

— Tia, com lisença preciso de voltar para casa. Em relação ao assunto "Perceptora" estamos conversados: nada de perceptoras.

Darcy subiu, fez as malas, escreveu uma carta a Fitzwilliam explicando os seus planos e pedindo que tomasse conta de Lizzy. Antes de sair de Longbourn, dirigiu-se à cozinha e entregou a carta a Sam que logo saiu de regresso a Pemberley.

Sam demourou dois dias a chegar a casa, e assim que chegou dirigiu-se até ao escritório onde estava o Coronel. Entregou a carta e saiu.

"Caro Fitzwilliam,

Estou neste momento a fazer as malas para ir para Londres. Lá irei falar com Mr. Gardinner. Espero que com ele consigamos arranjar uma forma de dar esta noticia a Mr. e Mrs. Bennett.

Diz por favor a Georgiana bem como a Miss Gardinner que conto com elas para animarem Lizzy. Dou notícias assim que falar com Mr. Gardinner.

Teu Primo, F. Darcy"

— Agora, é esperar...- diz Fitz para Alice que está com ele no escritório.

— Eu ainda não acredito que Lydia...é tudo tão surreal. Ela não era muito chegada a nós, era mimada...mas era minha prima...

— Alice, temos que ser fortes por Mrs. Darcy. Mrs. Wickham podia ser o que fosse, mas era sua irmã. E por muito que ela tenha errado...Mrs. Darcy a amava...

— Eu sei. Lizzy sempre tentou corrigir Lydia, mas a tia sempre a acusou. E o tio, acho que nunca fez nada para não se aborrecer.

— Vamos, quero saber como está Mrs. Darcy, o doutor já deve ter acabado de a examinar.- E assim saem do escritório, a caminho da sala para saberem como estão a saúde de Lizzy e do bebé.

 


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