Rise escrita por Mrscaskett


Capítulo 35
Capítulo 35 - I'm Your Father


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo.

Mais um cap de rise, um cap curtinho, mas muito interessante.
É um cap que vai render muita coisa. Já estou me preparando para algumas pessoas me matarem, mas vamos lá...

Como alguns aqui sabem eu sofro de uma coisa muito séria chamada ansiedade. Então quando eu escrevo eu quero postar na mesma hora. Tento me controlar, nao para prender caps, mas sim para tentar melhorar o cap depois. E esse cap em questão foi editado em um momento meio delicado, eu estou doente, passei alguns dias acama e o remedio que eu tomo me dá tipo muito sono, então, se tiver uma coisa muito fora do normal me perdoem, é porque eu editei meio 'drogada' kkkkk e eu ainda estou doente, e nao queria deixar vocês sem cap, então... espero que curtam.

OBS: achei digno começar a nomear os caps, agora vai ser assim kkk

Boa leitura



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Rick não me encarava. Ele andava sem para de um lado para o outro do quarto. Minhas pernas fraquejavam, eu precisava sentar, mas não conseguia me mexer. Ainda estava parada no meio do quarto. Aquele telefonema mexeu comigo, mas, principalmente, mexeu com o Rick. E eu estava começando a ficar nervosa, mais nervosa na verdade, com ele andando na minha frente.

A ultima vez que me senti vulnerável assim foi logo antes de ir atrás de Alexis naquele sequestro. Quando o Rick me ignorou foi o pior dia em todos. E hoje, depois daquele telefonema, parece que eu voltei no tempo. Eu sinto exatamente as mesmas coisas. Medo. Eu estou com medo.

Há muito tempo eu deixei de ser aquela Katherine Beckett durona, que aguentava qualquer coisa, que tinha um coração de gelo que nada e ninguém conseguiriam alcançar. Há muito tempo eu não me sinto forte sozinha. Eu só consigo sentir forças quando ele, o Rick, está comigo. Mas ele está tão perdido em seus pensamentos e resmungos, que eu me sinto sozinha. Fraca para enfrentar qualquer coisa.

Se fosse a alguns meses atrás eu teria agido diferente naquele telefonema. Eu não teria simplesmente ficado de boca calada escutando cada instrução que ele me dava de como e onde iria ser o encontro. Eu iria exigir saber quem ele era. Eu não sossegaria enquanto não descobrisse quem ele era. Mas, invés disso, eu fiquei calada. Recebendo ordens de um desconhecido.

Dou um passo vacilante para trás e me encosto num móvel, que agora, suspeito ser a cômoda que costuma ficar aqui. Minha cabeça gira, e fica pior com cada volta que Rick dá no quarto. Ele não fala comigo, ele fala sozinho. Resmungando coisas que eu sou incapaz de entender. Talvez ele esteja esperando eu dizer algumas, ou fazer alguma coisa. Mas não eu não sei o que dizer ou fazer.

Eu posso sentir meu coração bater lentamente no meu peito. Eu sou capaz de descrever cada movimento dele. Sou capaz de sentir quando meus átrios e ventrículos abrem e fecham. Eu descreveria a anatomia do meu coração, mas minha cabeça gira e eu sinto que vou desmaiar. Eu tento me concentrar para manter meus olhos abertos, mas eles parecem pesados demais. Eu preciso do Rick, mas ele está preso em seu mundo de pensamentos. O meu alicerce está logo a minha frente, e estava se desmoronando como eu. Eu não posso resistir a isso. Eu preciso fazê-lo parar.

— Rick, para! – falo o mais alto que posso. Mas o meu mais alto ainda é baixo.

Ele escuta e para de andar. Provavelmente viu o meu estado. Eu devo estar pálida e soando.

— Você compreende o que eu digo? – ele vem em minha direção e toca minha pele. – eu não vou deixar você ir a esse encontro sozinha. – ele segura meu entre suas mãos. – não vou, ok?

Entre uma fresta pequena de meus olhos, que ainda insistiam em querer fechar, eu vejo seu rosto sério. Eu nunca o vi tão sério como agora.

— Rick, por favor. – imploro.

Minha voz sai arrastada. Casada demais para querer dizer mais alguma coisa. Eu só quero esquecer tudo isso. Não aguento mais esse assunto. Não aguento mais discutir esse assunto. Eu estou a ponto de desistir de tudo, e Deus sabe o quanto isso não é uma coisa fácil de se dizer. Pelo menos não para mim.

— Kate, você não está bem. Você está sentindo alguma coisa? Quer uma água? Eu vou ligar para o seu médico. – ele fala rápido e as palavras se embaraçam na sua boca.

Ele faz menção de sair. Mas, com resto de forças que me restam, eu o seguro e o olho. Não precisava dizer nada, meus olhos imploravam para que ele ficasse.

— Só deita comigo, ok? Eu só preciso de você. – mesmo confuso e assustado ele concorda, e me carrega até a cama.

Assim que me acomoda entre os lençóis ele se enrosca comigo. Envolvendo meu corpo com seu braço e me aconchegando em seu corpo. No momento em que sinto seu cheiro tão próximo ao meu, em que aquela sensação de estar a salvo e que nada me machucaria bate em mim, eu tenho vontade de chorar. Minha vida se tornou nessa confusão de telefonemas misteriosos e segredos, e eu nem ao menos seu como ela foi ficar assim.

Eu só queria que tudo isso acabasse. Eu só queria viver em paz e feliz com o cara que eu amo. Só isso. Não é pedir muito, é?

Me aconchego mais nos braços dele, e ele me aperta. O cheiro dele me traz uma calma inexplicável. Eu podia sentir meu coração batendo normalmente dentro do peito, e a fraqueza que antes eu sentia, já não sinto mais. Nossas pernas entrelaçadas, minha mão acariciando sua pele por baixo do pijama, a respiração dele em meu cabelo, o silencio nada constrangedor. Essa seria uma noite comum entre nós se nada disso tivesse acontecido.

— Eu não vou sozinha. – digo baixinho e pensativa.

Sinto ele respirar fundo e seu corpo ficar tenso. Rick tenta se desvencilhar de meu corpo, mas eu não permito. E antes que ele fale alguma coisa, eu completo.

— Você vai comigo. – digo e ergo meu rosto, apenas para olha-lo. – eu só quero que tudo isso acabe, Rick. Eu só quero viver em paz com você. E minha melhor chance de isso acontecer é indo nesse encontro. Mas eu não quero ir sozinha, então... por favor, venha comigo.

Sua mão sobe pelo meu braço até meu rosto, onde me acaricia de leve. Seu olhar carinhoso e apaixonado me faz esquecer de qualquer discursão que tivemos antes. Não interessa nada, só interessa nós dois.

— Eu não te deixaria ir sozinha nem se quisesse.

Sorrio. E antes de colocar seus lábios nos meus ele sorrir também, o sorriso que mais amo no mundo. O sorriso que eu via todas as manhãs quando ele me levava um café apenas para me fazer feliz. O sorriso de quem é feliz por fazer alguém feliz. O sorrio apaixonado que só ele tinha. O beijo é delicado, mas cheio de sentimentos. Não dura mais que segundos, mas era o suficiente para esquentar nossos corações.

Me aconchego em seus braços novamente, afundando meu rosto no vão de seu pescoço, sentindo o cheiro dele me dominar ao mesmo tempo que me acalma. Ele estaria aqui para mim, e eu tenho que me acostumar com isso. Pedir que ele fosse comigo era apenas o primeiro passo para o que estamos começando a construir juntos.

Rick segurava firme minha mão. Não importa se ela estava suada, ele só queria me dar apoio. Eu sorrio com o carinho dele. É incrível o amor que ele sente por mim. Meu coração parece que vai saltar pela boca, mas com o simples carinho Rick conseguiu me acalmar.

“Às cinco horas da manhã atrás do carrossel do parque”. Disse a voz ao telefone ontem à noite. Eu fico relembrando cada detalhe que ele disse. Tentando entender porque aqui e porque há essa hora. “Só você. Não envolva policiais”. Essa foi a única exigência. Eu não envolveria. Castle não era policial, então, tecnicamente, eu não estava quebrando nenhuma regra.

Está frio. Essa deveria ser uma das manhãs mais frias do ano em Nova Iorque. Eu e Castle estamos completamente agasalhados. Vestidos do nosso habitual casaco preto, luvas e cachecol. O vento batia contra nós, quase me fazendo congelar. O cabelo de Castle voava, era notável o quanto estava grande. Ele não tem tido muito ânimo para sair de casa e cortar o cabelo. Na verdade, eu sei que ele não quer me deixar sozinha, e até gosto disso. Esse cabelo caindo para o lado até que o deixa mais lindo.

Sorrio admirando ele. Castle parece distraído e preocupado. Ele é lindo de qualquer forma, e isso me encanta mais. Sempre que estou com ele me sinto segura. O que é irônico, porque eu sou a policial. Ele deveria se sentir seguro comigo. Mas não é o que tem acontecido ultimamente.

Deixo meus devaneios amorosos de lado e olho o relógio. 5:02. Ele está atrasado dois minutos. Ele pode ter visto o Castle e ter dado meia volta. Ou pode simplesmente ter desistido de me encontrar. Olho freneticamente para todos os lados, mas não vejo nenhum sinal. Só estamos nós dois, eu e Castle, nesse parque. O café que nós estávamos tomando já esfriou faz tempo, e ele parece não vir. Estou a ponto de desistir.

— Você não sabe o que é vir sozinha?  - uma voz masculina soa atrás de mim, me assustando.

Castle e eu nos viramos bruscamente. O homem que está sentado atrás de nós deve ter mais ou menos sessenta e poucos anos. Ele usava chapéu preto que quase escondia os seus cabelos brancos, um casaco preto grosso e luvas. Nas mãos ele segurava um copo de café fumegante, e na outra, um porta copos com mais dois copos, que suponho ser café. Ele está sentado de lado, encarando Castle e a mim.

— Ele não é policial. – esclareço logo. Ele solta um sorriso sarcástico.

Eu já vi esse sorriso antes. É como se eu conhecesse esse homem. O seu rosto me lembra alguém, mas não consigo lembrar quem.

— Eu sei bem quem ele é. – ele diz, quase rindo.

Olho para Castle, que encara o homem de maneira duvidosa. Eles se conhecem?

— Claro que sabe. Você estudou minha vida inteira. – esse era o único motivo para ele conhecer Castle.

— A sua não. A dele. – ele levanta discretamente seu dedo indicador apontado para Castle.

O que Castle tem a ver com isso? Se isso tudo era um plano para me ter, eles teriam que estudar a minha vida, não a dele.

Rick se mantinha calado, concentrado em tudo o que o homem dizia.

— Desculpe, mas eu não imagino o porquê da minha vida ser tão interessante para você. Está na cara que você não é um fã. – Rick se pronuncia pela primeira vez.

— Não, eu que peço desculpa. Cheguei aqui e nem em apresentei. – ele me olha e em seguida volta seu olhar para Castle. – Prazer, Jackson Hunt. – ele estende a mão para mim, mas ainda olha fixamente para Castle. – Pai do Richard.

No mesmo instante eu olho para Rick, ignorando completamente a mão dele esticada para mim. Ele parece um pouco mais pálido agora, e não era só por causa do frio. Sua expressão mudou completamente. Antes ele estava sério, e agora ele estava... não sei descrever. Assustado? Decepcionado? Irritado? Não dá para descrever.

Eles continuavam se olhando. Jackson com um sorriso no rosto, e agora eu posso ver de quem é esse sorrio. É exatamente igual ao sorriso do Rick. Os traços do rosto são parecidos. Os olhos, a boca, o charme. Ele era o Castle mais velho. Ou Castle era ele mais novo. Não sei dizer. Só sei que eles são a c[opia um do outro.

Mas isso não quer dizer que ele é mesmo o pai de Castle, não é?

Não quero me intrometer nesse momento. Eles estão se encarando. Olhando um nos olhos do outro. Nem sei se Castle queria conhecer o pai. Ou se ele ficaria feliz se isso acontecesse assim, dessa forma. Ele nunca falava sobre isso. Eu não sei como agir. Eu só quero entender essa história.

Se ele é mesmo o pai de Castle, porque ele estava atrás do meu sequestro? Do sequestro da Alexis!

— Do que você está falando? Você é mesmo o pai dele? Porque..

— Nossa, quase esqueço. – ele me interrompe. – trouxe café para vocês. Espero que esteja do gosto de vocês dois. – ele desvia o olhar do de Castle pela primeira vez, oferecendo o porta copos com os cafés para nós. Mas, tanto eu quanto Castle, ignoramos.

Ele sorrir e deixa o objeto ao seu lado no banco.

— Eu sei que vocês estão confusos, e que provavelmente tenham muitas perguntas. Mas acho melhor irmos para outro lugar. Aqui não é seguro. – ele levanta e sai, sem ao menos esperar por uma resposta.

Eu e Castle continuamos no banco. Observo Jackson caminhar, e quando ele fica numa distância segura para que eu possa falar com Castle sem que ele escute, volto minha atenção para o homem ao meu lado.

Castle ainda está estático. Duvido que ele possa escutar alguma coisa que eu vá dizer, mas eu preciso tentar qualquer tipo de comunicação com ele. Nossas mãos ainda estavam juntas, mas ele não segura a minha com a mesma firmeza de antes. Eu sei que preciso acompanhar o Jackson, mas também preciso saber como o meu amor está.

Ele olha para o nada. Aposto que está perdido em um turbilhão de pensamentos. Meu coração fica apertado só de pensar que ele pode sofrer mais com tudo isso.

— Castle. – sussurro enquanto aperto sua mão. Toco delicadamente seu rosto, torcendo para que ele me olha, mas ele nem se move. – babe, fale comigo.

Ele não diz nada. Apenas fecha os olhos e acaricia minha mão em seu rosto.

— Precisamos ir atrás dele, Kate. – ele fala enquanto abre os olhos.

— Rick, pelo menos me diz se você está bem. Ele.. ele disse que é o seu pai.

Minha voz sai como um lamento. Eu não sie se vai ser uma alegria ou uma tristeza, mas ao vê-lo assim meu coração se parte em mil pedaços.

— Vamos resolver seu caso primeiro. Essa é a prioridade. Depois falamos sobre mim, ok?

 Mesmo relutante eu concordo. Olho para o longe e vejo Jackson parado, nos observando. Rick levanta e me puxa pela mão, passando seu braço pela minha cintura quando começamos a andar.

— Eu estou bem. Não se preocupa. – ele fala baixinho em meu ouvido a medida que nos aproximamos de seu pai.

Ergo minha cabeça para olha-lo. E é o brilho em seus olhos que me faz acreditar que ele está mesmo bem.

— Eu estou aqui por você. – ele completa.

— Você acha que ele é confiável? – minha voz sai mais alta do que eu penso, e vejo Jackson solta mais uma risada irônica.

Rick me olha e em seguida olha para o pai.

— Ele é meu pai. – ele diz olhando diretamente nos olhos do homem. – vamos dar lhe o benefício da dúvida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido. Até nos comentários ;*



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