Tua Ausência. escrita por Ginna Mills


Capítulo 24
Aquí estaré


Notas iniciais do capítulo

Voltei �/ depois de 84 anos =s Obrigada pelos comentários e pelos favs! Sinto muito por demorar =(, mas últimos semestres da faculdade ='( e tudo uma loucura sem fim.
Obrigada por estarem aí ♥



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 Me quedaré, siempre a tu lado
(Ficarei sempre ao seu lado)
Junto a tus silencios
(Junto aos teus silêncios)
Y aún así, te seguiré
(E ainda assim, te segurei)
Hasta que el mundo cambie y gire al revés
(Até que o mundo mude e gira ao contrário)
Aquí estaré
(Aqui estarei)

 

Regina estava extremamente nervosa. Aquela semana passou tão rápido, Robin ia todas as noites na casa dela, até mesmo já levou roupas para lá, mas o que fazia a morena balançar a perna a todo estante era que em exatamente duas horas ela estaria frente a frente com os sogros, e tudo parecia como na primeira vez que os encontrou.

Tempos Atrás

— Vamos lá. – Robin saiu do carro de luxo e estendeu a mão para Regina descer.

— Uau – ela disse ao ficar ao lado do namorado. – E eu achava a casa dos Blanchard enorme.

— Pois é... – coçou a cabeça olhando para a grande mansão.

— Deve ter sido maravilho ter crescido aqui. – olhou para todo o jardim sorrindo.

— Foi incrível. – sorriu e segurou a mão dela. – Preparada?

— Nem um pouco. – suspirou e descansou a cabeça no ombro do homem.

— Vamos lá, Apple. Eles vão amar você. – apertou a mão dela e a puxou em direção a escadaria.

— Não me chame de “Apple” na frente deles. – pediu pela milésima vez.

Robin revirou os olhos – Tudo bem, Regina!

 - Oie, Nanny – o loiro disse assim que colocou os pés no hall de entrada.

Uma senhora já idosa o abraçou dizendo que estava com saudades dele.

— Então essa é a famosa Regina? – sorriu

— E a senhora é a famosa Nanny? – pediu já a abraçando.

— Famosa não tanto. – riu – Oh, você é mais bonita do que Robin descreveu. E olha que ele não economizou nos elogios.

— Obrigada, a senhora é muito gentil – sorriu constrangida.

— Me chame de Nanny, querida. – apertou a mão dela – Você é da família.

Regina abraçou a antiga babá de Robin novamente, e agradeceu mais uma vez. Robin deu um beijo na namorada assim que a senhora saiu do local dizendo que a família estava na biblioteca.

— Te peguei – gritou uma moça loira beijando um menino de mais ou menos um ano que ria.

— Oi, estranha... – Robin gritou para mulher e piscou para a Regina.

— Robin? -  correu até ele – Mano, achei que você chegaria amanhã.

— A vida é cheia de surpresas. – abraçou a irmã.

— Você é a Regina? – Emma se virou para a visitante e a abraçou – Até que enfim estou te conhecendo.

— Essa é a Emma, Appl... Regina. – rindo apresentou as duas e pegou o sobrinho no colo– Esse aqui é o meu sobrinho Henry.

— É um prazer conhece-la – a morena sorriu para loira e fez careta para o menino que gargalhou – Ouvi muito falar de vocês.

— Nós também – Emma riu – Robin só ficou falando de você, desde o dia em que se conheceram. Como você a chamava mesmo?

— Emma! – repreendeu a irmã.

— Como você me chamava? – a morena levantou uma sobrancelha e cruzou os braços.

— De Regina – deu de ombros e escondeu o rosto atrás do sobrinho.

— Ahh... sim! Lembrei! – Emma olhou para os dois e riu –  Robin te chamava de “Evil Queen”.

— Evil Queen? – Regina deu um tapa no braço dele.

— Você era um pouco má – revirou os olhos rindo. – Evil Queen!

— Regina! – exclamou – Eu prefiro Regina.

Emma riu dos dois e pegou o filho – Vamos lá, vocês precisam enfrentar a fera...

Mills olhou em desespero para Robin que segurou a mão dela. – Vai dar tudo certo, amor.

— Espero – sussurrou e seguiu o namorado e a irmã dele pelo imenso corredor.

— Antes de vocês entrarem – Emma colocou a mão na maçaneta – Temos uma visita...

— Quem? – Robin fez cara de desespero – Me diz que não é a tia Gertrudes, ela tem fascínio pelas minhas bochechas desde que eu tinha 3 anos.

— Não. – sacudiu a cabeça. – É pior... É a...

— Oi, Rob! – uma voz feminina se fez presente fazendo os outros se virarem para ela.

— Marian? – Robin saiu do estupor quando Marian o abraçou.

— Quem é ela? – Regina sussurrou para Emma.

— Marian é nossa prima, ex noiva de Robin. – sussurrou de volta.

— Hã... essa é Regina... – puxou a morena para mais perto de si – Minha namorada. Regina, essa é Marian... minha prima.

— E ex noiva – Marian sorriu e esticou o braço para Regina.

A morena a olhou dos pés à cabeça antes de apertar a mão dela – Regina Mills.

— É um prazer. – sorriu meiga.

Emma que via toda cena revirou os olhos e sentiu pena do irmão que estava realmente nervoso, ela podia jurar que viu uma gota de suor na testa dele.

— É melhor entrarmos – Emma abriu a porta da biblioteca e riu quando ouviu Robin soltar um “Graças a Deus”.

 

— Filho – Stella o abraçou e o beijou no rosto – Achei que vocês viriam somente amanhã.

— Resolvemos vir hoje mesmo. – se afastou e sorriu para Regina. – Essa é a...

— Regina... – a mais velha sorriu e a abraçou – Eu sou Stella. Bem-vinda a família, querida!

— Obrigada – a morena sorriu encantada para a sogra.

— Venham, sente-se. – puxou Regina e o filho para o grande sofá. – Henry não irá demorar está com Don Robin nos estábulos.

— Vovô sempre nos estábulos – Robin riu.

— Vocês têm estábulos? – Regina pediu surpresa.

— Sim, querida. – o loiro pisco para ela. – Depois te levo lá para conhecer.

— Você sabe montar a cavalo? – Marian que estava apenas observando de longe se sentou na poltrona na frente de Regina.

— Sim! – sacudiu a cabeça e olhou a mulher a sua frente com desdém.

— Qual o nome do seu cavalo? – Marian pediu. – Claro se você já teve algum.

— Rocinante. – levantou um sobrancelha e sorriu.

— Você tem um cavalo? – pediu Robin espantado.

— Oh, não, amor. Onde eu colocaria um cavalo? – sacudiu a cabeça rindo. – Eu ganhei há muitos anos atrás, de um namorado.

— Poxa, irmãozinho! – Emma riu – Como você irá competir com isso?

— Fique quieta, loira – levantou a mão. – O que aconteceu com Rocinante?

— Quando Daniel e eu terminamos, Rocinante ficou nos estábulos do Mr.Gold. – explicou.

— Certo... – Robin ia fazer mais perguntas, mas a porta da biblioteca foi aberta.

— Meu querido neto! – Don Robin foi de braços abertos até o homem mais novo.- Pensei que o veria somente amanhã, chegaram faz muito tempo?

— Não, vovô, acabamos de chegar. – o abraçou.

— E está bela dama deve ser Regina. – se virou para mulher que se levantou sorrindo.

— É um prazer finalmente conhece-lo senhor Robin! – levantou a mão.

— Oh, pare com isso, querida! – pegou a mão dela a puxando para um abraço – Pode me chamar de vovô.

Regina sorriu nos braços do mais velho, ele cheirava a charutos e estábulos.  A família de Robin era incrível, ela nunca teve nada parecido.

— O bom filho a casa torna. – a voz rouca do pai de Robin fez Regina tremer, fato esse notado pelo avô de Robin que sorriu amigável para a morena. – E está e a senhorita Mills?

— Papai. – Robin sacudiu a cabeça, mas não se aproximou dele. Pegou a mão de Regina tentando tranquiliza-la – Sim, está é a Regina.

— É um prazer conhece-lo – Regina buscou toda a força dentro de si para não gaguejar.

— Prazer. – ele a olhou de cima abaixo e sacudiu a cabeça.

— Quando o almoço vai ficar pronto? – Emma pediu quebrando o clima tenso.

— Não sei, mas podemos ver. – Stella levantou sorrindo – Regina, venha conosco.

 A morena acompanhou a sogra e cunhada, esta parou no meio do caminho e se virou.

— Venha Marian. – Emma ajeitou Henry no colo que olhava para Regina com certa curiosidade.

Marian bufou, mas as seguiu até a cozinha.

— Então, como você e o Robin se conheceram? – pediu a ex noiva de Robin assim que todas estavam na enorme cozinha.

— Em uma festa da empresa- Regina deu de ombros e começou a brincar com Henry que imediatamente pediu o colo dela.

— E foi amor à primeira vista? – Marian indagou mais.

Emma olhou para mãe que deu de ombros.

— Não! Ele derrubou bebida no meu vestido Armani e eu gritei com ele – riu e beijou a bochecha de Henry.

— Você tem um vestido Armani? – Marian surpresa levantou as sobrancelhas.

— Não somente um. – Regina levantou a cabeça e olhou a mulher nos olhos – Porque está tão surpresa, querida?

— Me contaram que você é extremamente pobre. – cruzou os braços.

— Já fui. – sacudiu a cabeça- Não extremamente pobre, mas nunca tive tantos luxos. Agora eu sou uma executiva de renome, e posso me dar ao luxo de ter armanis e tantos outros.

— E você chegou tão alto transando com o sobrinho do chefe, não é? – Marian sorriu.

— Marian! – Stella chamou a atenção da sobrinha e se virou para nora. – Eu sinto muito, Regina.

— Não se preocupe, Stella! – sorriu de lado e entregou Henry a Emma que estava estática no lugar. – E Marian, se eu estou onde estou é porque me esforcei muito. Já ouvi muita coisa, nada do que você falar irá me atingir. Eu lido e comando homens na empresa há muito tempo, conheço todas as falas “subiu de cargo porque dormiu com chefe”, “porque é muito bonita”, “Isso não é lugar para uma mulher“, “é uma vadia”, “ o mau humor dela é falta de sexo”. Eu sei quem sou, Marian! Sou uma mulher que estudou muito, trabalhou dia e noite e nunca tive nada de mão beijada. – se aproximou da morena e sorriu- E quando algo é meu, não deixo ninguém tomá-lo de mim. Então, fique fora do meu caminho, querida.

Após dizer isso Regina foi em direção a primeira porta que viu, respirou fundo ao perceber que era o jardim da casa, fechou os olhos e pediu aos céus para se acalmar. Alguns minutos se passaram até sentir uma pressão leve nos ombros e sussurro perto do ouvido direito.

— Apple...

 

Tempos Atual                             

— Apple... – Robin a chamou sorrindo. – Você está bem?

— Não muito. – suspirou.

— Você conhece os meus pais há muito tempo. – se sentou do lado dela a puxando em seus braços.

— Por isso mesmo. – começou a brincar com os botões da camisa dele.

— Não se preocupe, eu estarei sempre ao seu lado, meu amor. – beijou os cabelos dela.

— Eu sei. – sorriu – Isso me deixa tranquila.

— Bom. – sorriu a envolvendo mais em seu abraço.

— Robbie, eu nunca pude te agradecer.

— Pelo que? – franziu o cenho.

— Depois de que tudo que aconteceu, você estava lá! Olhando para trás, eu consigo enxergar o quão forte você foi e o quão egoísta eu fui...- fungou.

— Não, Regina – colocou a mão no rosto dela a fazendo olhá-lo – Você não foi egoísta, você foi incrivelmente forte, como sempre foi. Não precisa me agradecer por ficar, meu amor. Só não me expulsei da sua vida novamente.

— Nunca mais, querido. – colou a testa na dele – Se depender de mim você vai ter que me suportar por muitos anos.

— Obrigado por isso, Apple. – a beijou lentamente.

— Eu te amo. – disse entre o beijo.

— Amo você. – lhe deu um selinho e abraçou.

 

Tempos Atrás

— Sua mãe deve estar me odiando. – abriu os olhos, mas não virou em direção ao namorado.

Robin parou ao lado dela olhando para o céu.

— Minha mãe e Emma te adoraram.  -  riu de lado colocando as mãos no bolso.

Como conhecia suficientemente bem a namorada sabia que ela precisava de um tempo para respirar e se acalmar, mas também por conhece-la, sabia que não gostaria de ficar sozinha, por mais que as vezes gritasse por isso.

— Elas não me acharam uma vadia sem coração? – mordeu os lábios.

— Pelo o que você disse a Marian? – a olhou de relance sorrindo.

— Elas te contaram? -  Regina se virou para Robin com cara de falso arrependimento – Sinto muito.

— Não, você não sente. – se virou rindo para ela cruzando os braços.

— Sinto muito por elas terem ouvido tudo o que eu disse para Marian. – deu de ombros.

— Agora eu acredito. – colocou as mãos na cintura dela a puxando para perto. – Não se preocupe, Apple. Emma me contou, e falou isso rindo de Marian. Minha mãe tem toda a classe dela, mas pude ver um sorriso em seu rosto também.

— Isso quer dizer que não me odiaram? – suspirou aliviada.

— Não. – lhe deu um selinho. – Não se preocupe.

— Claro que me preocupo! – disse firmemente – Não quero que a família do homem que eu amo me odeie.

— Diz isso de novo. – pediu fechando os olhos.

— O que? – sorrindo colocou a mão na nuca de Robin. – Que me preocupo?

— A última parte, mulher má. – abriu os olhos para encontrar o olhar que tanto amava.

— O homem que eu amo. – sussurrou roçando o nariz no dele

Ele sorriu a olhando profundamente. - Nunca vou me cansar de ouvir isso.

— É melhor ir se acostumando. – riu o abraçando pela cintura.

— Quem diria, a poderosa Regina Mills tão romântica. – disse rouco.

Regina lhe deu um tapa na bunda – Fique quieto! Ou eu retiro o que disse...

Robin gargalhou a apertando mais no abraço.

 

Tempo Atual

Lá estava ela, olhando para porta do apartamento de Robin, ele lhe segurava a sua mão como na primeira vez há mais dez anos atrás, porém, nesse momento no outro braço de Robin uma garotinha sorria e balbuciava coisas sem nexo.

— Diga a mamãe que tudo vai ficar bem, Hope. – pediu Robin a filha.

Regina olhou para os dois e sorriu. Era somente eles que realmente importavam e faria de tudo para protege-los.

— Vamos, família. – decidida Regina abriu a porta do apartamento e foi recebida por Roland correndo para o colo dela.

— Tia Regina. – riu.

— Oi, pequeno. – o beijou na bochecha.

Hope resmungou olhando para mãe abraçada ao menino.

— Ela é realmente muito ciumenta. – Robin riu fazendo cosquinha em Hope que gargalhou.

— Então essa é a minha sobrinha? – Emma pediu na frente dos dois.

— Oi, Emma. – Regina colocou o sobrinho no chão.

— Oi, Re. – surpreendendo a cunhada Emma a abraçou forte. – Fico feliz em vê-la bem.

— Obrigada. – se afastou sorrindo. – E, sim! Essa é a sua sobrinha, Hope of Locksley.

— Oi, pequena. – Emma pegou a mão da sobrinha- Bem vinda a família.

A menina olhou para tia, retirou a mão da dela escondendo o rosto no pescoço do pai.

— Ela não gosta muito de socializar. – Robin riu e começou a falar com a filha – Essa é a sua tia Emma, ela é muito chata na maioria das vezes, mas você irá amá-la.

— Hey! – a loira mostrou a língua para o mais velho. – Eu sou bem legal, você sabe?  Depois te conto como ter o seu pai enrolado no dedinho mindinho.

— Como se ela já não tivesse ele na palma da mão. – Regina revirou os olhos.

— Vamos entrando. – Robin insistiu empurrando a irmã para dentro da ampla sala.

— Olha quem está aqui Henry!- Roland pulou em direção ao irmão – Tia Regina e nossa prima Hope.

— Oi. – Henry abraçou a Regina e sussurrou no ouvido dela – Vai dar tudo certo, tia.

Regina beijou a testa do garoto – Você é muito espero, Henry. Obrigada.

— Regina. – Stella foi até ela de braços abertos – Céus, você está incrível. Estou tão feliz por vê-la assim, você está reluzente.

— Obrigada, Stella. – sorriu abraçando a sogra – É muito bom vê-la novamente. E agora em outras circunstâncias.

—Isso me deixa imensamente feliz, querida. – se virou para Hope que ainda escondia o rosto em Robin. - E essa é a minha neta?

— Hope? – Regina a chamou fazendo olhá-la sorrindo – Diga oi para sua vovó.

A garotinha levantou os braços sorrindo, os baixando rapidamente.

— Oi, querida. – Stella acariciou o rosto da neta – Vem com a vovó.

A pequena foi de boa vontade ao colo da vó que a beijou na bochecha.

— Isso realmente não vale!- Emma cruzou os braços fazendo Regina e Robin rir da mais nova.

— O que aconteceu? – Killian pediu voltando da cozinha – Regina? É bom ver você tão...

— Oi, concunhado. Já sei! É bom me ver bem. – riu quando ele veio abraça-la.

— Isso mesmo! – riu – E essa é a Hope?

— Sim!

Regina estava observando a cena de sua filha rodeada pela vó, tios e primos. O coração dela se encheu ao perceber o quão sua filha era amada.

— No que está pensando? – Robin a abraçou por trás.

— Hope tem a melhor família que eu poderia sonhar. – encostou a cabeça no ombro dele.

— Tirando o meu pai... – suspirou beijando o pescoço da morena.

— Onde ele está? – fechou os olhos.

— No escritório! Quer que eu vá com você? – pediu.

— Não! – sacudiu a cabeça e se virou para ele. – Fique com a nossa filha.

Robin concordou vendo-a se afastar em direção ao escritório. Em passos firmes Regina chegou até a porta do ambiente em que se encontrava o sogro, colocou a mão na maçaneta e abriu a porta.

— Senhorita Mills. – a voz grave preencheu o local.

— Senhor Henry. – levantou o queixo e fechou a porta atrás de si.

— Sente-se. – apontou pra a cadeira do outro lado da mesa.

— Estou bem. – sorriu – Acredito que será breve.

— Acredita? – levantou a sobrancelha.

— Sim! – caminhou para mais perto do sogro – Eu só tenho um aviso antes do senhor passar essa porta e conhecer Hope. Nunca tente machucá-la, Henry, você irá se arrepender disso. Não pouparei esforços para destruí-lo se isso acontecer.

— Eu nunca machucaria minha própria neta. – disse firme.

— Você machucou o seu próprio filho. – Regina sacudiu a cabeça. – Essa não é a primeira vez que lhe digo isso.

 

Tempos Atrás

— Como o senhor pode ser tão mesquinho? – Regina praticamente gritou para o sogro.

Senhor Henry humilhou o filho durante o jantar na frente de familiares e amigos, fazendo com que a morena fosse tirar satisfações.

— Quem a senhorita pensa que é para falar comigo dessa maneira? – rosnou Henry deixando o copo de uísque na mesa.

— Sou a mulher que ama o seu filho. – respirou fundo.  – Você o machucou profundamente. Robin não consegue entender porque o senhor o odeia tanto.

— Eu não o odeio – se aproximou de Regina.

— Então, porque machuca o seu próprio filho? – ergueu o queixo.

— Pelo mesmo motivo que a sua mãe lhe machucava, senhorita Mills. – Henry sorriu e se afastou – Só quero que o meu filho tenha o melhor.

— A única coisa que irá conseguir é que Robin o afaste ainda mais da vida dele. – Regina se retirou em passos largos da sala do sogro.

 

Tempo Atual.

— Você estava se afundando, Regina. – cruzou as mão na mesa – Eu não podia deixar o meu filho se afundar com você.

— Eu entendendo. Mas, isso era uma decisão dele – respirou fundo. – Ele deveria decidir se ficaria ou não.

— Não direi que sinto muito – sacudiu a cabeça – Você é mãe agora, Regina. Você acabou de me ameaçar caso machucasse a sua filha. Isso foi para protege-la e foi o que tentei fazer com Robin, todos esses anos.

— Do que você está falando? – Regina cruzou os braços desafiando o homem mais velho.

— Como você sabe, Robin sempre foi muito nobre, sempre teve um coração que mal lhe cabe no peito. – Henry suspirou – Ele precisava ser mais forte, o mundo lá fora está cercado por lobos. Tive que muito cedo preparar o meu filho para isso, para ser um homem de sucesso.

— Robin obteve um grande sucesso sem a sua ajuda. – franziu o cenho sem saber onde esta conversa iria dar.

— Sim, e ele deve grande parte a você. – levantou e pegou uma bebida no bar. – Sempre a admirei, você é muito determinada. Soube coisas sobre sua vida antes mesmo de conhece-la pessoalmente, e depois der ver como Robin ficou extremamente forte ao seu lado, isso me fez admirá-la ainda mais.

— Não estou entendendo onde o senhor quer chegar com isso. – bateu o pé impaciente.

— Regina, porque a sua mãe lhe colocou naquele colégio? – se virou para nora.

— Porque ela detestava a minha presença. – mordeu o lado da bochecha, odiava falar sobre aquele assunto. – Cora não se importava comigo.

— Aí que você se engana. – sentou-se novamente – Ela te deu a melhor chance, Regina. É isso que tentei dar a Robin também. – se inclinou em direção a Regina – Veja, você foi para o melhor colégio do país, entrou em uma universidade conceituada e olha para você agora. Todo o sucesso que tem. Você deveria agradecê-la e não odiá-la.

— Eu não a odeio! – respirou fundo – Entendo onde o senhor quer chegar com tudo isso. Dar a melhor chance... Robin não quer nada disso, ele só quer o pai dele. Quer que o pai o aceite, que o compreenda. Com essa baboseira o senhor está perdendo de conviver com o seu filho, eu me afastei da minha mãe e não faço ideia de onde ela esteja. Não tem como voltar atrás – abraçou a si mesma – Porém, Robin está ali fora, toda a sua família está lá, não perca isso! Robin já é adulto e tem uma filha... Não perca mais tempo, não perca mais a vida do seu filho. – limpou uma lágrima que insistia em cair. – O abrace, Henry, sinta o coração dele batendo fortemente contra o peito...  Lute pelo seu filho enquanto ele está aqui, enquanto você está aqui. Essa é a sua melhor chance, e falando em chances, eu darei a Hope a dela, quando o senhor estiver pronto saía e venha conhecer a sua neta.

A morena se virou para se retirar do local, mas a voz grave de Henry chamando o seu nome a fez parar e voltar a olhá-lo.

— Eu sinto muito pelas coisas que eu disse a você naquele momento. – engoliu em seco. – Obrigado por não me afastar de minha neta.

— Não me agradeça! – sacudiu a cabeça. – Faço isso por Hope e pelo seu filho. E eu o desculpo senhor Henry, mas o senhor deve desculpas a Robin... Se me der licença.

Regina saiu da sala parando logo a frente, respirou fundo limpando o rosto, apesar da conversa terrível ela conseguiu entender um pouco mais sogro, mesmo que nada daquilo justificasse tudo que o pai de Robin fez, tanto para o filho como para ela.

— Amor? – Robin se aproximou tocando em seu braço – Como foi?

— Eu não sei – se virou para o loiro – É melhor você entrar e conversar com ele.

— Ele foi rude novamente com você? – fechou os punhos.

— Não, querido. – pegou as mãos dele tentando a acalmá-lo – Só fale com o seu pai, não brigue, só fale e escute.

— Regina...-  negou com cabeça.

— Por mim, querido. – lhe deu um selinho – E por Hope.

— Tudo bem – suspirou derrotado.

— Obrigada – lhe de um último beijo casto antes de sair do local.

Robin sempre teve um relacionamento complicado com Henry, desde pequeno, foi por causa disso que resolveu ficar noivo de Marian quando mais jovem, ela era a mulher perfeita para ser uma Locksley, já que era filha de uma prima distante de Stella. O noivado e o início da faculdade de direito, fez pai e filho se aproximarem mais, mas tudo foi por água abaixo quando Robin resolveu largar o direito, terminar o noivado e se mudar para Boston. Levaram anos para estarem no mesmo ambiente sem gritar um com o outro.

— Pai? – Robin entrou no escritório meio receoso.

— Robin... – virou o rosto de lado para limpá-lo.

— O senhor estava chorando? – pediu chocado, nunca tinha visto seu pai chorar por nada.

Henry o ignorou e caminhou lentamente em direção ao filho.

— Acha que eu não me importo com você?

Robin deu de ombros – Bem, na maioria das vezes, acredito que não.

— Robin – engoliu em seco – Você é o meu filho e eu só quero o que é o melhor para você.

— Eu tenho o melhor, pai. – cruzou os braços – E elas estão lá na sala.

O mais velho sacudiu a cabeça. – Só quero que você saiba que tenho orgulho de você.

— Você tem? – lágrimas ardiam nos olhos claros.

— Sim... – sorriu franco – Sinto muito por nunca ter demonstrado isso antes, você sabe como eu sou...

— Turrão? – levantou uma sobrancelha.

— Pode-se dizer isso – concordou rindo – Regina está certa, eu não sei quanto tempo ainda temos e não quero desperdiça-lo com brigas e confusões. Todos esses anos você fez um trabalho incrível, olhe ao redor. – sacudiu as mãos – E nunca perdeu a sua essência. Filho, eu sinto muito orgulho do homem que você se tornou.

Robin não segurou mais as lágrimas, durante muitos anos sonhou em ouvi-lo falar isso, mesmo quando largou tudo e decidiu seguir a sua própria vida, lá no fundo queria a aceitação do pai.

— Obrigado por isso – limpou as lágrimas.

— Me perdoe por tudo, filho. – Henry pediu emocionado. - Eu posso te dar um abraço?

— É claro! – Robin abraçou o pai.

— Eu sinto muito por todos esses anos, filho. – disse mais uma vez o abraçando fortemente.

— Está tudo bem.- se afastou e sorriu – Vamos deixar isso no passado, pai. Eu só quero viver o presente, venha conhecer a sua neta.

— Vá na frente. – sorriu – Estarei lá em um minuto.

— Tudo bem, pai. – sacudiu a cabeça sorrindo.

 

Ao chegar na sala encontrou todos ainda sentados no tapete da sala brincando com Hope, sua mãe estava certa Regina estava brilhando e ele, bem, se sentia mais leve. Com o seu melhor sorriso de covinhas se juntou a família para esperar o pai.

— E aí? – sussurrou Regina.

— Obrigado - lhe roubou um beijo.

— Pelo o que? – sorriu para o loiro que não parava de sorrir um minuto.

— Por estar na minha vida, por me amar... – deu de ombros.

— Bem, isso é fácil – riu o beijando.

— Vão para um quarto, há crianças aqui. – gritou Emma fazendo todos rirem.

Robin mostrou a língua para a irmã mais nova e abraçou Regina, ao olhar para filha viu que Hope estava encantada olhando para além do ombro dele. Ele se virou a tempo de ver o seu pai se aproximando e sentando-se na poltrona, Robin riu, o velho Henry nunca sentaria no chão.

— Hope – Henry sussurrou.

A pequena rindo jogou uma bola de plástico verde em direção ao avô, que claramente não chegou até o mais velho, fazendo com que este saísse da poltrona e pegasse a bola verde nas mãos. A sala estava em silêncio observando a cena, ninguém tinha coragem de falar com medo que o clima fosse quebrado. Surpreendendo a todos Henry se acomodou no chão ao lado de Stella, mais próximo de Hope, e jogou a bolinha para ela que gritou com a nova brincadeira. Regina e Robin se olharam emocionados e sorriram um para o outro.

 

XXX

— Hoje foi surreal – disse Robin rindo enquanto atravessavam o parque perto do apartamento.

— Sim. – Regina fez careta para filha que estava no carrinho com mão na boca.  – Quem imaginaria que a nossa filha faria o impiedoso Henry sentar no chão e brincar com ela o dia todo?

— Nem me fale.  – sacudiu a cabeça – Mas, quem diria um “não” para Hope?

— Espero que a gente consiga -a morena riu e parou. – Espera...

— O que foi? – parou também a olhando confuso.

— Um balanço – apontou para onde um balanço duplo estava e empurrou o carrinho até ele – Nunca tinha visto um assim antes.

O balanço duplo era verde, tinha um próprio para o bebê que ficava ligado a um balanço maior, assim, um dois pais, podia sentar na frente da criança e balançar junto. Regina tirou a filha do carrinho a colocando no balanço e sentando-se também e começou a se mover levemente.

— É a sua primeira vez no balanço, Hope- riu quando a filha começou a sorrir – Como você está se sentindo?

Robin que estava parado vendo a cena de mãe e filha se aproximou indo para atrás de Regina para empurrá-la levemente enquanto ela brincava com Hope.

— Devemos comprar um assim. – disse Robin sorrindo ao ouvir as gargalhadas da bebê. – Hope amou essa coisa.

— Certo. –  Regina sacudiu a cabeça rindo – E onde vamos colocá-lo? No seu apartamento ou no meu?

O loiro parou calmamente o balanço o que fez Hope resmungar batendo os pezinhos no ar e Regina olhá-lo com curiosidade quando ele foi para o lado das duas se agachando para ficar no nível do olhar da morena.

— Que tal na nossa casa? – disse em um sussurro.

— Nossa casa? – repetiu.

— É, nós íamos comprar uma antes de tudo... – pegou uma mão dela na sua acariciando-a – Acho que seria bom para Hope ter um jardim para poder brincar, quem sabe até podemos ter um cachorro.

— Podemos chama-lo de Rufus? – pediu pensativa.

— Isso quer dizer que vamos comprar uma casa? – lhe deu o sorriso de covinhas que ela tanto amava.

— Sim, Robbie. – sacudiu a cabeça sorrindo – Vamos comprar uma casa com quintal e cercas brancas.

Robin riu a puxando para si e a beijando profundamente.

— Obrigado, Apple. – lhe encheu de beijos por todo o rosto a fazendo soltar gargalhadas.

— Pare com isso. – riu o afastando e olhou para Hope que olhava para os pais sem entender o que estava acontecendo.

— Você ouviu a mamãe, Little Apple? – Robin se dirigiu a filha – Vamos morar todos juntos.


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Notas finais do capítulo

Sorry pelos erros s2!! E aí o que acharam?



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