Parte do seu Acampamento escrita por Chapeleiro


Capítulo 2
Capítulo 1: A apresentação


Notas iniciais do capítulo

Oi, que bom que voltou para ler o segundo capítulo. Obrigado a todos pelos comentários e pelas visualizações. Esse segundo capítulo eu dedico à Gabriele, por ser a pessoa mais incrível do mundo, e à todos os que comentaram no capítulo anterior. Eu escrevo por vocês e espero um dia ver vocês escrevendo por alguém também :3



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 POV Narrador

Porcaria, onde é que estava aquela droga de óculos, eu lembro que eu tinha deixado por aqui e… Juliana, é você? Juliana, você viu meu... AAAAAAH, SOCORRO, QUE SUSTO MEUS DEUSES. Não bate na porta, não? Eu já não sou mais tão jovem assim, pelo amor dos deuses...

Desculpa, eu não devia ter me exaltado, é que você me assustou, chegou aqui tão de repente. Sério, você poderia ser um ninja, eu estava tão distraído procurando meu… hmmm, o que era mesmo? ah, deixa pra lá, o fato é que eu nem vi você chegar.

Enfim, onde é que eu estava? Ah, sim, bom, seja bem vindo de volta à esta história. Se não estou enganado, no último capítulo eu te mostrei um pouco do futuro, não é mesmo? Sim, é isso mesmo… Então, como eu já havia te falado, neste capítulo vamos ver o passado, ou melhor, o presente.

Está pronto? Venha comigo, vai ser fácil como da última vez. Você se lembra, não é? É só contar comigo. E um, e dois e três…

♥⟰⚯♔♕♥

Na bela cidade de Atlântica, no fundo do oceano, vive, em um lindo e majestosos palácio de corais e pérolas, Poseidon, o deus dos mares. Esta história, no entanto, não é sobre ele, e sim, sobre um de seus vários filhos, Percy Jackson, um jovem tritão que… Bem, cada coisa à seu tempo. Primeiro, vamos às coisas mais importantes.

Nesta noite, um evento especial acontecerá na famosa Teatlântica, a casa de teatros mais famosa do reino, onde, como o nome já diz, acontecem peças de teatro, musicais e apresentações. Esse é o lugar mais popular para peças em Atlântica e o mais aclamado. Se um ator passa por lá e faz sucesso, sabe que fará sucesso em qualquer outro lugar.

O tal evento que vai acontecer hoje é uma apresentação musical com todos os sete filhos e filhas de Poseidon, na qual o mais jovem dos sete, Percy, fará sua estreia como cantor (como é o costume na família real toda vez que um de seus membros atinge dezessete anos) no dia de seu aniversário.

A música foi escrita pelo compositor oficial da corte, Quíron, o caranguejo, que é considerado um dos mais talentosos compositores da atualidade. A música também terá a participação dos irmãos e irmãs de Percy.

O local está completamente lotado, todos querem ouvir Percy cantar. Afinal, dizem as histórias do povo (sustentadas por qualquer pessoa que já tenha ouvido o garoto entoar qualquer canção) que ele tem a voz mais bonita de todos os sete mares.

No camarote, Rei Poseidon está sorrindo orgulhoso, segurando seu tridente dourado que lança uma leve luz sobre sua própria cauda azul.

E é então que as luzes brilham mais forte no palco e se apagam no resto do local. Um pequeno cavalo-marinho entra e anuncia a entrada de Quíron, que hoje será o maestro da parte instrumental. Ele, com suas pequenas perninhas de caranguejo e sua pinças estalando, vai até o lado, onde fica a banda, e pega uma vareta, com a qual começa a reger com maestria a orquestra.

A música começa a soar e as cortinas do palco se abrem, revelando três conchas. Em determinado momento, elas se abrem, revelando na da esquerda duas sereias, dois tritões na da direita, e um tritão e uma sereia na concha do meio. Ao mesmo tempo, todos começam a cantar:

“Poseidon é o deus dos mares

E nomes bonitos ele nos deu”

Nesse momento, a primeira sereia, de cabelos louros e cauda violeta sai da concha, e canta seu nome com uma linda voz de contralto:

“Ondina (Ah-ah-ah-ah-ah-ah)”

A segunda sereia, de cabelos ruivos e cauda anil, a imita, com uma voz de mezzo-soprana:

“Sirena (Lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá)”

Seguida pela terceira, uma de cabelos negros, cauda azul e um sorriso lindo como sua voz de soprano:

“Gabriele (Uuuuh-uuuuh-uuuuh)”

E então veio um tritão de aparência jovem, com o cabelo preso em um rabo de cavalo e cauda amarela, com uma voz de baixo:

“Triton (Pom-pom-pom-pom-pom)”

Logo atrás dele, vinha um loiro jovem e bonito, com uma cauda laranja, olhos azuis e voz de barítono:

“Mako (O-o-o-o-of Lo-o-o-o-o-ve)*”

E por fim, um tritão gordinho, de cauda vermelha, cabelos castanhos e um único olho no meio da testa, que também cantou com uma voz de barítono:

“Tyson (Peixes-Pôôôneis)”

E então surgiu uma quarta concha, sendo erguida por um pilar. Os três tritões e as três sereias presentes começaram a rodeá-la, cantando novamente em conjunto:

“E o nosso irmão mais jovem que vai hoje estrear,

O sétimo tritão vamos lhes apresentar,

Sua voz é mais suave que a lira de Orfeu

E seu nome é...”

Nesse momento, todos arquejaram em uníssono, pois a concha se abrira, e estava vazia. Percy havia faltado à própria estréia. Ao fundo, no camarote, Poseidon esbravejava:

— AH, PERSEU!

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POV Percy

Essa não é a primeira vez que venho à esse lugar e mesmo assim me impressiono com a visão diante de mim: É uma vala repleta de navios naufragados. Nunca consegui entender como tantos podem afundar em um mesmo lugar desse jeito, mas ainda acho o lugar incrível.

Nado na direção de um deles que ainda não explorei, puxando o medroso do Grover comigo. Ele é um peixe vermelho comum, meio rechonchudo, e é meu melhor amigo.

— Percy, por favor, vamos voltar, estou sentindo cheiro de monstros. — ele falou em um tom suplicante.

— Monstros, é? - Continuo a nadar — Igual naquela vez, em que no final descobrimos que eram só lesmas do mar?

— Ei, algumas lesmas do mar podem ser venenosas, ok? — ele diz, defensivo, e volta a me seguir.

— O que não é importante quando se tem antídoto — Balanço um frasquinho de cristal com um líquido amarelo-brilhante dentro.

— Tá legal, tá legal — Ele se dá por vencido — Mas vamos logo com isso, esse lugar me dá arrepios. Eu não sei o que você vê de especial nesse lugar.

— Não seja tão medroso, Grover — Chego ao navio e, aplicando um pouco de força, consigo abrir a porta que dá acesso ao convés. — E esse lugar é incrível. Olha só quantos objetos perdidos podemos encontrar.

Grover resmunga algo que não entendo enquanto entro no lugar, que, com certeza, está cheio de quinquilharias humanas, objetos que afundaram em naufrágios e se perderam ao longo do tempo.

Ok, eu sei que colecionar coisas da terra é um hobby estranho, mas, eu sei lá, eu acho todos aqueles negócios humanos tão fascinantes. Existem tantos, de tantas épocas diferentes, e com tantas funções diferentes.

Na verdade, tudo sobre o mundo humano me fascina, por algum motivo que eu nunca entendi.Eu poderia passar a tarde toda falando sobre isso e não ficaria cansado.

Mas não vou fazer isso, por que mais legal do que falar sobre objetos perdidos é pegá-los. Avanço pela sala, remexendo em cada canto, procurando algum objeto novo, que eu nunca tivesse visto antes. Lógico que, durante o caminho, pego alguns que eu já tenho em minha coleção, mas que são bonitos demais para deixá-los aqui, como por exemplo um espelho dourado encrustado de jóias.**

— Olha só o que eu achei, Grover — Ergo um objeto que se parece com um tridente em miniatura, só que prateado e com os dentes retos. — Você tem que admitir que este aqui é muito bonito.

— Tá, eu admito, é só que… Eu não sei, pessoas morreram aqui, cara. Dá uma aura ruim, de bad vibes.

Suspiro pesadamente. Eu sei o quanto o Grover não gosta desses passeios

— Tudo bem, peixinho — Sorrio para ele — Só vou pegar mais um objeto e aí vamos para casa, okay?

Ele acena para mim e suspira tão aliviado que chega a ser engraçado. Não é como se a qualquer momento fosse aparecer um…

— AAAAAAH! MONSTRO. — Grover grita, me assustando. Quando olho para a janela, vejo um tubarão gigante e de aparência feroz.

A janela era grande, inteira de vidro, e o tubarão não demonstra problema nenhum ao passar por ela, estilhaçando-a.

Antes que o ser tenha alguma chance de se aproximar demais de mim, nado para longe, pegando Grover no caminho. Um grampo de cabelo se materializa em minha mão direita, e logo cresce até se tornar uma espada de bronze celestial. O nome dela é Anaklusmos.

O tubarão se aproxima mais e estou deixando-o se aproximar, para poder realizar esse movimento. Ele, ingenuamente, pensa que está me alcançando e abre a enorme boca cheia de dentes para me devorar.

Nesse momento, paro e jogo Grover para longe, para que ele não se machuque caso algo dar errado. Então dou meia volta, a espada já erguida. O tubarão, inadvertido, já estava quase em cima de mim, e não tem tempo de frear. Mergulha diretamente na minha espada, e então se transforma em luz e desaparece.

Isso é normal. Minha espada só serve para matar monstros. Animais marinhos, como esse tubarão, só são levados para bem longe de mim e, se eu acertá-los direito, até perdem as memórias das últimas horas.

Suspiro aliviado, mas Grover está tremendo de medo. Rio e o abraço bem apertado, para que ele saiba que vai ficar tudo bem, e logo o peixinho volta ao normal.

—Essa foi por pouco... Pelo menos achou algo que valha a pena lá no navio? — ele me pergunta, curioso agora que estávamos longe de perigo.

Mostro a ele o mini-tridente que achei e ele sorri, parecendo gostar também.

— Uau… Bonito. O que é?

— Não sei exatamente — respondo — Mas conheço alguém que sabe.

— É? Quem? — Ele me pergunta, curioso.

— Você já vai ver. Siga-me — Respondo e, com Grover logo atrás de mim, sigo meu caminho em direção à pessoa que pode nos ajudar.


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Notas finais do capítulo

Pois é pessoal, acabou o primeiro capítulo e, caramba, como foi tranquilo de escrever. Fazia tempo desde que eu não tinha tanto tempo livre. Por favor não se esqueçam de comentar, me dizer o que acharam do capítulo, o que faltou, o que podia ter melhorado e o que ficou bom. Abraços, tenham um ótimo dia. Desejo livros e sorvetes para todos vocês ^^ Afinal, todo mundo merece um livro e um sorvete... Hmmmm, sorvete, que saudades daquela casquinha mista. Bem que sorvete podia ser infinito.

* Sim, isso foi uma referência à “Stronger than you” de Steven Universe. (escutem a música, é muito boa, vou até deixar o link pra vocês não terem que procurar)

https://www.youtube.com/watch?v=6JARVfb-FBg

** Para todos os efeitos, imaginem um espelho tipo o da Fera, só que mais bonito e sem magia.



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