Parte do seu Acampamento escrita por Chapeleiro


Capítulo 3
Capítulo 2: Jason, a gaivota.


Notas iniciais do capítulo

“Olá leitores e leitoras, me desculpem pela demora, essa semana foi corrida, foi difícil, foi osso (do pai, tirado sem consentimento), mas o que podemos fazer? A vida é assim mesmo e a gente gosta dela por ser bem desse jeito.

Bom, acho que já enrolei demais. Sem mais delongas, apresento à vocês o Capítulo 3.”

*Música empolgante de abertura de teatro. Cortinas se abrindo até metade do palco, mas ficando enroscadas lá*

“Mas que...Droga, malditos elfos, já paguei para arrumerem isso há meses. Me deem só um minutinho, por favor, sim?”

*Correndo até o palco e tentando pegar a corda das mãos da fada que abriria as cortinas*

”Dá isso aqui, Janaína, os leitores estão esperando. Eu sei que não é culpa sua, mas...” *puxando a corda, mas sem efeito*.

”Ah, porcaria, eu vou matar aqueles elfos. Janaína, a gente ainda tem o contato da Máfia Italiana? Como assim o Tony Gordo morreu? Mas e agora quem…? Ah, o filho dele? Não, não sei se deveríamos arriscar. Vamos falar com a Bruxa Vasca, ela vende poções ótimas e venenos ainda melhores.”

*Conseguindo puxar as cordas* ” Ah, ufa, agora vai”

*Cortinas se abrindo até o fim*.

”Okay, cancele a morte dos elfos. Mas eu não vou mais fazer pagamento adiantado pra eles, ouviu bem, Janaína?”

“Ah, ainda estão aí? Não, não prestem atenção em mim, leitores, a história é muito mais importante.”



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POV Percy:

Junto com Grover, nadei para cima por um bom tempo até chegar onde eu queria: a superfície. A parte superior do meu corpo saiu da água com um “Splash” e senti o vento frio soprar em meu rosto, trazendo cheiros de coisas que eram novas para mim.

Eu estava no meu lugar favorito para observar os humanos (outro de meus hobbies estranhos), uma pedra que ficava a meio caminho entre a praia e o alto-mar, a qual eu estava acostumado a chamar de “minha pedra”. Era um lugar afastado da praia o suficiente para que eu pudesse ver os humanos na praia sem ser incomodado ou visto.

Lá também era o lugar onde eu encontrava meu amigo Jason, uma gaivota que… Não, espera, não estou contando do jeito certo, Jason ia ficar chateado. Bom, vamos lá.

Anos atrás eu fui visto por um humano, filho de Júpiter, que se chamava Jason. Foi o primeiro humano que conheci pessoalmente, e ficamos bons amigos. Costumávamos nos provocar sobre qual mundo (o do mar ou o da terra) era o melhor, mas também ensinávamos um ao outro sobre objetos de nossos mundos.

Porém, depois de alguns meses, Jason desapareceu, sem motivo nenhum. E algumas semanas depois, eu encontrei uma gaivota branca, que dizia ser ele. No começo, eu não acreditei, mas a ave sabia tantas coisas sobre o humano que só poderia ser ele mesmo.

Jason, em forma de gaivota, me contou que havia encontrado um lugar secreto, algo como uma floresta mágica, onde havia animais falantes e árvores enormes. No entanto, ele foi visto por um mago malvado, que se dizia dono do tal lugar e que, tomado por fúria, transformou Jason em uma gaivota.

Ele tinha ficado inconsolável, achando que seria uma gaivota pra sempre quando, de repente, apareceu na floresta uma linda dama, a rainha das fadas e verdadeira dona da floresta, que havia tido a maior parte de seus poderes roubados pelo mago do mal.

A rainha fada, no entanto, tinha poder o suficiente para amenizar a maldição. Assim, ela fez com que Jason só se transformasse em gaivota durante o dia. Ao pôr do sol, ele voltaria a ser um humano.

Infelizmente, a magia dela não pôde quebrar a maldição, de modo que Jason, agora, se transforma em gaivota todos os dias, e em humano de novo todas as noites. Antes de desaparecer, a fada havia lhe dito que um beijo de amor verdadeiro poderia quebrar de vez a maldição*.

Agora era dia, portanto meu amigo ainda estava em sua forma de gaivota. Mas isso não era nenhum problema, afinal, como gaivota, era muito mais fácil para meu amigo me encontrar na pedra no meio do oceano.

E assim, após chamá-lo algumas vezes, avistei sua figura branca voando no céu e ouvi o som de suas asas batendo enquanto ele chegava rapidamente, quase batendo na minha pedra, mas se desviando no último instante e pousando nela.

—Olá, Percy - Ele diz, secando suas penas com o bico - O que traz você aqui hoje?

—Minha cauda, ué - respondo, o que o faz rir com a piada idiota. - Na verdade, achei mais objetos perdidos e queria que me dissesse o que são - falo enquanto ergo o mini-tridente.

—Ah, isso. - Ele exclama e pega o objeto da minha mão - Uau, faz tanto tempo que eu não vejo um desses… Isso é… - Ele faz uma pausa dramática.

—É…? - Repito, esperando ele responder.

—Uma BRUMBUMZUMBA! - ele praticamente grita o nome do objeto para mim - Os humanos usam isso para pentear suas cabeleiras. Olha, veja como funciona - Ele enrola o objeto nas penas da cabeça e dá um puxão, o que o deixa totalmente descabelado.

Sorrio tristemente para Jason. Sei que o que ele está me dizendo provavelmente é falso, mas não é culpa dele: Percebi que, na forma de gaivota, Jason fica meio… lento, por assim dizer, sua mente não funciona da forma correta.

E como poderia, afinal? É uma consciência humana em um cérebro de gaivota. É como tentar colocar o mar inteiro dentro de uma garrafa pequena. Isso é um pouco triste, por que nunca sei se ele está sendo ele mesmo ou uma gaivota falante que não sabe do que fala.

De qualquer forma, esse é o melhor palpite que posso ter. E estou prestes a perguntar algo mais quando me lembro, do nada, que estou muito atrasado para minha apresentação.

—Ah, mexilhões! - exclamo, fazendo Grover se virar em minha direção, surpreso. - O show já deve ter começado.

—Ah, droga, o show. Seu pai vai nos matar - Grover murmura e juntos nós dois mergulhamos, gritando um “Tchau, Jason” por cima do ombro.

—Ah, cara, eu estou ferrado - Falo. - Só espero que papai não esteja muito fulo.

♥♔⟰⚯♕♥

—Você me decepcionou, Perseu - Poseidon esbravejava comigo na sala do trono.

—Eu sei, pai. - Eu disse, de cabeça baixa, olhando para o chão diante de mim. - Sinto muito. Eu não fiz por mal, eu só estava…

—Não importa. - Ele falou em um tom de voz mais alto e eu me calei. - Você tinha um compromisso hoje. Centenas… Não, milhares de plebeus vieram aqui para ouvir você cantar e você nem mesmo apareceu. Não há nada que justifique a sua falta de compromisso para com o povo.

Fiquei calado por alguns instantes a mais, sabendo que não adiantaria nada tentar explicar para ele. Papai podia ser bem explosivo quando queria, pergunte à qualquer cidade que já tenha sofrido as consequências de um tsunami.

Mas afinal, Poseidon era meu pai, o que parece implicar ser extremamente intrometido na vida dos filhos e, enfim, ele decidiu perguntar:

—Onde você estava, Percy? - Respiro aliviado ao ouvir ele me chamando pelo apelido, o que significava que o pior já havia passado. - Se estava saindo com alguma sereia, filho, não precisava ter escondido isso de mim e…

—Pare, pai - Rio diante da possibilidade pensada por meu pai ser tão diferente da realidade.

—Bom, se era um outro tritão também não precisava ter escondido. Está tudo bem se sentir atraído por outros meninos, Percy, e eu não te amaria menos por isso.

—Pai, é sério - Eu rio ainda mais - Eu não estava saindo com ninguém, só estava procurando objetos perdidos e perdi a hora.

—Objetos perdidos, filho? - Ele me pergunta, parecendo curioso, o que me dá certeza de que sua raiva passou.

—É, sabe? - Eu digo, corando um pouco, por que o tema “humanos” era meio complicado aqui em casa. - Coisas de navios naufragados. São tão fascinantes…

Por um momento, temo ter falado demais e receber um castigo de 200 anos, mas meu pai apenas ri, gargalha mesmo, como se estivesse diante da cena mais engraçada do mundo.

—Ah, Percy, você é igualzinho à sua mãe - Ele diz, afinal, depois de recuperar o fôlego. - Ela sempre se atrasava para eventos importantes por causa dessas coisas de humanos.

—Sério? - Pergunto, meio curioso e entusiasmado. Eu não sabia desse fato e descobri-lo me deixou feliz. Eu gostava de ser parecido com minha mãe.

Meu pai confirma com a cabeça e se senta novamente no trono. Respiro aliviado e estou quase saindo da sala quando ele me chama.

—Não pense que você vai sair ileso desta, mocinho. Vai ficar uma semana de castigo no quarto. Além disso, deve pensar em uma forma de recompensar as pessoas que vieram para o show.

—Sim, senhor - digo, sorrindo. Aquela punição era bem menor do que a que achei que receberia, e não seria nenhum sacrifício cumpri-la.

Vou para o meu quarto e me deito na cama, relaxando profundamente ao ouvir o confortável silêncio. Meus olhos se fecham instantaneamente.


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Notas finais do capítulo

*Sim, foi uma referência ao “lago dos cisnes” e se reclamarem vai ter mais u.u

Pessoal, desculpem pela demora, estive ocupado, cansado e com bloqueio de escritor, não conseguia escrever nada.



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