Trust My Heart escrita por Ledd McKinnon


Capítulo 3
If Only


Notas iniciais do capítulo

Oioioi!
Amiguinhos e amiguinhas, estou de volta. Tive um estalo (e um tempinho vago) e resolvi postar esse capítulo.
Espero que gostem!



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Seu rosto estava ligeiramente inchado. Estava chorando e era visível sua tristeza.

— Alex... - Ela esticou os braços e os envolveu à minha volta. No momento em que nos tocamos, a garota desabou em lágrimas, com seu rosto enterrado em meu peito.

Meu primeiro instinto foi segurá-la forte, sem ao menos saber o que estava acontecendo, qual era o motivo daquele choro?

— Lena, o que aconteceu? - As palavras saíram de minha boca rápido demais.
— Minha mãe, Alex - A voz ainda continuava trêmula, entre soluços. - Ela teve outro surto.

— Vamos entrar, Lena. Aqui fora está frio e você pode ficar doente.

Carreguei a menina para dentro da casa, ainda tendo ela a cerca de mim. Em um resumo breve, a mãe de Helena foi diagnosticada com esquizofrenia aos 28 anos. Na época, a menina tinha pouca idade, e sua infância foi marcada entre consultas médicas e a ausência de sua mãe. Não que isso tenha impedido sua família de lhe dar o apoio necessário, mas a mãe lhe fazia muita diferença na vida. Isso impactou também a presença do pai na vida da garota. O mesmo, para enfrentar a difícil situação, julgou certo focar no trabalho e por essa razão, era ausente no dia a dia da garota.

Haviam momentos em que a garota se questionava se, caso sua mãe não tivesse esse problema, sua vida poderia ter seguido um rumo diferente.Nos sentamos no sofá de maneira confortável, onde Lena voltou a encostar o rosto em meu peito, um pouco mais calma. Levei minha mão ao seu cabelo, fazendo o carinho que ela tanto gostava.

— Não sei se isso ainda me espanta, se me preocupa, mas Alex... Ela é minha mãe e me dói muito vê-la nessa situação. Gostaria de ser mais forte para ela e minha família, mas sinceramente não sei mais como.

— Não se culpe por isso, Lena. - Disse com uma voz suave, tentando transmitir o máximo de serenidade possível. - Você sempre esteve presente, em todas as situações. Todos sabemos a barra que é enfrentar isso, mas estamos todos juntos. Eu estou aqui com você.

— Sim sim, eu sei. Mas dessa vez ela feriu alguém. A enfermeira que contratamos para cuidar exclusivamente dela, no hospital. - Helena se ajeitou, sentando agora de frente para mim. Seus olhos estavam inchados, e como disse, ainda tristes. Mas senti que estava ligeiramente mais aliviada, por poder conversar com alguém sobre o fato.

— Seu pai cuidará dese assunto, não se preocupe. No momento, acho que sua mãe precisa só do amor de vocês todos, e da atenção. Por mais que isso foi um problema grave, infelizmente sabemos que ela não o faz com consciência. Provavelmente essa enfermeira desistirá como as outras. Mas sempre haverá alguém por aí disposto ao emprego. - Coloquei a mão sobre seu rosto e fiz um carinho suave, que a fez dar um sorriso de canto. Aquele sorriso me fazia sempre ganhar o dia. Principalmente quando eu o provocava.

— Eu sei, meu amor. Muito obrigada por estar sempre comigo e me compreender. - Ela deixou um esboço de sorriso nos lábios, e logo em seguida esticou os braços a mim e me deu um gostoso abraço.

— Não sei se já comeu algo, mas se quiser posso preparar algo para nós. Eu particularmente estou morto de fome. - Mordi o lábio, segurando um risinho.

— Realmente... Não comi mesmo. Tem como não gostar de você, homem?

Lena se esparramou no sofá maior, enquanto me levantei e fui direto à cozinha. Já acostumado com a localização de tudo na casa, escolhi os ingredientes a serem utilizados e comecei a preparar o jantar. A cozinha da casa era no estilo americana, daquelas em que existe uma abertura entre a parede da cozinha e da sala, onde ambos os cômodos tem certa visão dos ambientes. A garota se fez de forte nos instantes em que estávamos conversando, mas a vi recostar o rosto em uma das almofadas do sofá e chorar novamente. A situação com a mãe sempre será um assunto inacabado na vida de Lena. Além do quê, o pai não havia colaborado tanto na criação da menina, deixando isso por parte das babás. A sorte é que Lena sempre foi uma garota muito forte, e sempre se deu bem com basicamente todos.

Vi que ela se levantou do sofá, secando as lágrimas com as mangas de minha camisa, que para ela servia basicamente de vestido. Encostou-se no balcão entre a cozinha e a sala e ficou a observar-me cozinhar.

— Alex, você sabe que eu te amo muito, né? - Sorri meio bobo e assenti com a cabeça. - Você é a melhor coisa que aconteceu nessa minha vida meio zoada. Não existe melhor amigo no mundo. - Nesse instante meu sorriso se desfez. O peso da palavra AMIGO era grande demais para digerir em segundos. Mas naquele momento, aquilo era o que eu tinha dela. E pelo menos eu estava por perto em todos os momentos.

— Você também é uma amiga legalzinha... Podia ser melhor né? - Soei irônico, e dei uma risada após. A garota fingiu irritação e cruzou os braços. - Mas eu te amo mesmo assim, okay? - Eu te amo. Que nó no estômago dizer isso à ela! Para mim significa algo que talvez para Lena nunca signifique.

Nosso momento foi interrompido pelo barulho do toque de meu celular, que estava sob a mesinha de centro da sala.

— Eu pego! - Lena correu até lá e logo desbloqueou a tela do aparelho. Leu a mensagem num tom fingido de ciúme. - "Quando vamos nos encontrar novamente? Não consigo me esquecer do seu..." - Tomei o celular da mão dela no mesmo instante, enquanto ela ria.

— Alexander! Quem é essa e o que você fez com ela?

— Não é ninguém. - Bloqueei o celular novamente e coloquei no bolso. Voltei à pia e continuei a picar alguns legumes. Fiquei tenso.

Amo ela, isso é fato. Mas não posso viver a vida em função de um dia ter uma chance. Além disso, não posso negar de que muitas mulheres basicamente vem atrás de mim. Isso vai soar ridiculamente machista e prepotente, eu sei. Mas acredito que a minha experiência de vida com a Lena me ajudou a ser um homem mais atrativo ao sexo feminino. Não no sentido físico. Digamos que eu sei dar certas atenções que muitas delas desejam, mas que poucos homens sabem fazer uso.

Finalizei o preparo do jantar, o servi e comemos tranquilamente. Tentando deixar os assuntos o mais longe possível da mãe de Lena e de minha vida sexual. Era muito estranho pois, se uma pessoa desconhecida analisasse nossa amizade, provavelmente pensaria que éramos um casal. Fazíamos planos de viagem e até mesmo do futuro, como provavelmente estaríamos daqui a alguns anos, por exemplo. Na maioria das vezes, eu tentava jogar certas "piadinhas" de como o quanto nossos filhos poderiam nascer lindos, misturando nossas características. Mas Lena sempre achava um jeito de desconversar ou mudar de assunto abruptamente. Isso me frustrava.

— A louça é sua, mocinha. Nem adianta. - Eu disse, e a garota soltou um resmungo baixo. - Mas Lena, faça-me o favor, é só colocar na lava-louças.

— Ok, ok chefinho! - Bufou e saiu juntando os pratos e copos.

Fui até a sala e me deitei por lá. Devido ao horário, logo Lena me mandaria embora. Por mais que éramos amigos e confiávamos um no outro, após um dia de embriaguez, onde expus meu sentimento à ela, nós evitamos este tipo de situação. Nunca houve diferença em noss amizade após o ocorrido, mas existem certos "limites".

Lena veio em minha direção, encostou-se ao meu lado, sentada no braço do sofá.

— Alex, vou te pedir algo. Você tem todo o direito de recusar, mas eu seria uma garota bem feliz se você o fizesse. - Ela me olhava docemente, como uma criança fazendo um pedido. Olhei intrigado. - Você pode dormir
comigo hoje? Quero dizer - Ela se corrigiu rapidamente - Dormir no sentido de dormir mesmo. Queria seu abraço para dormir hoje.

Meu estômago deu um looping de nervoso assim que ouvi as palavras dela. Mas como sempre, fingi a calma de sempre. Mesmo que fosse apenas para dormir, tê-la em meus braços por tanto tempo assim seria uma das realizações de uma fantasia boba minha.

— Err, claro. Se não houver problema para você. - Sorri nervoso.

Ela pegou em minha mão, e me levou para o quarto. Por mais que houvessem mil pensamentos pervertidos correndo minha mente naquele instante, não conseguia deixar de imaginar essa quebra de barreiras acontecendo naquele momento.
Lena me deixou no quarto, enquanto ela tomava um banho.

Voltou com a pele ligeiramente vermelha, devido à água quente do chuveiro. Se aninhou ao meu lado. Dei um beijo na cabeça dela, sorri e fechei os olhos.

Por que isso não pode durar para sempre?


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Notas finais do capítulo

Quem tem dó desse coração sofredor do Alex levante a mão o/
Quais as ideias de vocês a respeito do comportamento da Helena? Com a história da vida dela, teremos muitos rolos para resolver.
Além disso. Que mensagem misteriosa foi essa que o Alex recebeu?

So much mixed feelings!!!

Vejo vocês no próximo capítulo



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