*Flashback's on*

Hoje eu vou beber até perder a consciência. Esse era o objetivo.

Acabamos por parar em um pub, lugar que sempre passávamos vários overnights, conversando com pessoas, bebendo, rindo. O lugar não era tão grande, mas os drinks eram baratos e as companhias melhores ainda. 

Encostei no bar e pedi um gin&tônica enquanto analisava o ambiente. Meus amigos também estavam com o mesmo objetivo, de beber até encontrar uma garota para transar a noite toda. Sim, esse era o maior objetivo de um grupinho sair em uma sexta à noite.

— O que está achando, Alex? - Taylor encostou o braço na bancada do bar, virado às pessoas. E eu sentado no banquinho, trocando olhares com uma garota do outro lado da pista.

— Tay, sai daqui. Não está vendo que está me atrapalhando? - Continuei sem cortar o contato visual com a garota. Ela era bonita. Okay, vamos ser sinceros, ela era bem gostosa. Peitos e bunda no lugar. Ótima para cumprir o objetivo que eu tinha para aquela noite.

— Alex, é muito fácil para você isso né... De seduzir as mulheres. Claro, com essa carinha de bebê, todas elas acreditam que você é bonzinho e não percebem suas piores intenções.

— Não é assim também. Existe todo um trabalho na conversa e tudo mais. - Dei uma risadinha, ainda olhando para a garota do outro lado enquanto bebia meu gin.

— Okay fodão, então vamos fazer o seguinte então: vou escolhe uma mulher qualquer aqui no bar e você vai ter que conseguir pelo menos o telefone dela. Cada "base" que você conseguir avançar, aumento $50. Deal?

— Pode ser aquela ali? - Apontei para a moça do outro lado que, no momento exibia seu decote sem vergonha nenhuma, sorrindo para mim.

— Não. Essa já está na sua. Tem que ser uma difícil, afinal de contas não quero perder minha grana.

Nós dois viramos para as pessoas, enquanto Taylor buscava a garota o qual o faria perder dinheiro. Me apontou umas meio estranhas, gordas, magras, altas, baixas. Enfim se decidiu por uma que estava sentada em uma das mesas mais afastadas.

Ela era branca, cabelos laranja em seu auge de cor, traços do rosto delicados e um sorriso muito bonito. Estava de jeans com uma regata branca e tênis.

— Aquela ali. - Tay disse, confiante.

— Pensei que você queria ganhar essa aposta, cara. - Olhei para a garota e confiante caminhei até ela.

Por algum motivo que ninguém soube explicar até hoje, me senti um pouco intimidado pela presença confiante daquela moça. Ela conversava com suas amigas como se ninguém mais existisse no bar. Naquele momento, ela era meu objetivo. E eu tinha que sair dali pelo menos com um número de telefone. Uma das garotas que a acompanhava percebeu minha aproximação e ficou atenta.

— Olá - Dei um sorriso que, quase sempre funciona com as mulheres. Quase.

Ela me ignorou.

— Você é gatinho - Disse uma das meninas da mesa, um pouco bêbada. E logo foi fuzilada pela garota que era meu alvo.

— O que você quer aqui? - Ela disse, sem meias palavras, me fitando com aqueles intrigados olhos claros. Eu logo me ajeitei mais próximo à ela, numa cadeira ao lado.

— Está vendo aquele meu amigo ali? - E apontei para Tay. - Ele acha que não consigo que você me diga seu nome. O que você acha?

— Eu acho que você devia arrumar outra pessoa para encher o saco. Que tal? - Ela deu um risinho sarcástico.

— Um nome. E eu saio de perto. Pode ser? - Tentei fazer um charme, olhando atentamente para ela. Em parte pela aposta. Mas tinha algo hipnotizante que eu não sabia explicar. Ela era sexy, provocativa. E eu sinceramente queria muito mais que um nome.

— Helena. E o seu?- Ela disse.

— Alex. - Sorri meio derretido, não me perguntem por que. Mas logo abstraí. - Bem, agora que sabemos nossas identidades, gostaria de te pagar uma bebida. Será que posso? 

Ela pensou um pouco mas acabou cedendo.

— Okay, uma cerveja. - E pela primeira vez a vi direcionar um sorriso à mim.

Ali percebi que havia perdido meu rumo.

*Flashback's off*

Troquei de roupa e fui de encontro com Helena. A voz dela me pareceu diferente. Por um momento senti aquele desejo que tanto nutri por ela, nascer dela para mim. Será? Depois de todo esse tempo? Ou eu estaria apenas vendo o que meu coração deseja?

São muitas perguntas, poucos fatos e várias dúvidas. Tudo sempre é assim quando minha vida cruza a vida de Lennon. Peguei o carro e fui encontrá-la. Ela estava em casa, pois o carro estava na garagem e as luzes acesas. Mandei uma mensagem para avisá-la de que estava na porta da casa. Poucos minutos depois, a porta se entreabriu e eu a vi.

Ela vestia apenas uma camisa minha, que havia esquecido na casa dela em uma outra ocasião, com alguns dos botões entreabertos deixando um pouco do busto à mostra. Aquilo me deixou desconcertado. Mas seus olhos não eram provocantes. Estava triste. Precisava de mim.

Me aproximei da porta, segurando todos os meus instintos, sem saber o que seria dali para frente.