The Diary of Molly Weasley II escrita por Paddy


Capítulo 3
O dia em que descobri que Louis sempre estará do meu lado.


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu disse que não sabia quando postaria o próximo capítulo, entretanto, eu escrevi este agora e tá aqui.
Sobre ''Cara, o meu câncer é ser um aborto? Céus, eu tenho que parar de pensar nessas coisas! '' Eu não estou brincando com quem tem câncer, é só o pensamento de uma criança de 11 anos. Entendem? Espero que sim.

Quem interpreta a Molly quando criança é a Sadie Sink.

Boa Leitura.



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Molly Juliette Weasley II

“O dia em que descobri que o Louis sempre estará ao meu lado.”

27 de agosto de 2016.

 

Hey, Castiel! Tá tudo bem com você? Comigo tá’ mais ou menos.

Eu ainda estou naquela fase em que quero me matar por ser uma desonra para a minha família. Você não pode me entender e pode até achar que estou sendo dramática demais, mas se você estivesse no meu lugar, me entenderia. Tá, se passou apenas dois dias desde que descobri ser um aborto, mas cara, é horrível! As pessoas não são as mesmas, elas ficam te olhando de um jeito que parece que estão te julgando. E elas estão!

Hoje, por exemplo, nós fomos até A Toca, pois teria um almoço. Por quê? Não sei, acho que é porque papai vai viajar – como eu tinha dito no dia 25 –, mas claro que foi uma tortura, pois todos já sabiam que eu era um aborto.

Castiel, você acredita que mamãe me obrigou a ir? Ela disse: "Você está a dois dias trancada nesse quarto: só come se trouxermos algo, só sai para ir ao banheiro, não faz mais nada. Filha, você tem que viver! Isso não é o fim do mundo!". Ela fala isso porque não sabe o que estou passando. Ela não é um aborto! Ela não sabe o que é se sentir mal toda vez que alguém a olha de um jeito diferente, como se ser um aborto fosse uma doença. E, Castiel, eu tô’ quase acreditando nisso!

Bem, como eu ia dizendo, ela me obrigou a ir. Ela até escolheu a roupa que eu ia vestir! Por mim, eu ia com a minha calça jeans e a minha camiseta azul onde tinha um cachimbo e o dizer: "Isso não é um cachimbo!" no maior estilo Hazel Grace. Sabe, eu tô’ me sentido ela, só que sem o câncer. Cara, o meu câncer é ser um aborto? Céus, eu tenho que parar de pensar nessas coisas! Mamãe me mataria se lesse isso!

Voltando ao assunto principal: Ela me fez vestir um vestido azul com umas flores brancas, como um sapatênis da Nike. Eu não gostei muito, preferia o meu "look". – Depois de me obrigar a vestir aquilo, nós fomos para A Toca. Mal chegamos lá e todos já estavam me olhando. Sério, eles olham diretamente para mim. Eu até fiquei envergonhada, nunca tinha ganhado tanta atenção!

Mamãe e papai foram conversar com os adultos e eu fiquei lá parada, olhando para todos. Rose, Hugo, Lily, Albus me olharam e baixaram a cabeça. Não sei dizer exatamente o porquê ou o que eles sentiram quando me viram, mas aquilo, de certa forma, me magoou. Se fosse há dois dias, eles me olharam e correriam em minha direção, gritando e rindo, me chamando para brincar. Hoje, não. Hoje eles não sabiam como agir na minha presença. Isso é triste.

James estava conversando com Fred II e com Teddy, ele me olhou e sorriu. Mas era um sorriso sem vida, sem humor, era um sorriso triste. Acho que ele sorriu, porque não sabia o que fazer. Fred me olhou e riu, na verdade, ele gargalhou. Naquele momento, eu não soube o que fazer, ele estava rindo de mim? Na verdade, não. Fred me chamou e me abraçou, assim como a Roxy. Eles disseram: "Você é um aborto? Sério? Que legal! Sabe, isso não importa. O importante é que você ainda é a nossa pequena Molly! A nossa priminha!" — E isso me fez feliz. Lembro que sorri. O primeiro sorriso que dava em dois dias. Um sorriso de verdade. Mas esse sorriso se desfez tão rápido.

Dominique apareceu gritando e rindo. Ela dizia: "Mamãe! Papai! Eu ganhei a minha carta de Hogwarts!". Confesso que senti inveja, mas fiquei quieta. Todos estavam felizes pela loira, eu também deveria estar, entretanto, foi difícil. Lembro que todos foram para perto dela, sorriam. Meus tios, meus pais, meus avós, minha irmã, meus primos... Toda família foi para perto e eu fiquei ali, olhando tudo, me sentindo uma intrusa. Eu acho que ela não fez por mal, porém, o que ela disse... Ah, aquilo acabou comigo. Ela gritou: "Eu não sou aborto!" e ninguém se importou com o que ela disse.

Bem, eu acho que ela disse aquilo, porque também não havia feito magia e tinha ganhado a confirmação de que era uma bruxa. Ou talvez ela falou aquilo para me atingir. Só sei que saí dali e corri para os fundos da casa. Sentei no balanço e chorei. Chorei, porque eu era um aborto e minha família não aceitava isso. Chorei, porque senti inveja da minha prima. Chorei, porque sabia que papai nunca mais me chamaria de "sua princesinha", porque eu era um aborto. E no reino do papai, não havia lugar para alguém como eu.

Lembro que Louis sentou no outro balanço e disse: "Acho que a minha irmã não disse aquilo por mal, ela é só uma criança. Tá tão feliz por ter recebido sua carta de Hogwarts que nem percebeu que aquilo poderia ter te afetado. Sabe, eu não me importo se você é um aborto ou não. Nós ainda somos primos, somos uma família. Somos unidos. E uma família de verdade nunca se importaria com o fato de você ser um aborto ou não. Talvez, eles não sejam uma família de verdade, talvez só finjam. Mas eu sou seu primo e sempre vou estar do seu lado, porque eu sou da sua família, e eu não estou falando só de sangue" e naquele momento eu percebi que Louis era o melhor primo do mundo.

Lembro que sorri e voltei para A Toca. Eles me olharam, mas não falaram nada. Eu percebi que eles não gostavam mais da minha presença, que ser um aborto, para eles, era uma coisa de outro mundo. Entretanto ainda havia aqueles que não se importavam com aquilo, como o Teddy, a Vicky, a Roxy, o Fred, o Louis, Tio Harry, Tia Mione, Tia Fleur, Tia Angelina.

Claro que ainda é cedo para dizer quem se importa e quem não. Ainda tenho muitos anos para descobrir, entretanto, eu sei que Louis vai estar do meu lado. Porque ele sempre foi o meu melhor amigo.

Pensando melhor, eu estou bem, apesar de tudo o que aconteceu, hoje eu poderei dormir como antigamente; poderei ter uma noite tranquila, pois sei que tem gente que ainda gosta de mim.

Então, eu acho que é isso.

Está tarde e eu devo dormir.

Boa Noite, Castiel!


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Notas finais do capítulo

[Editado: 13 de dezembro de 2018]
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