CAPÍTULO XIX

MOLLY WEASLEY II

[20/09/2017]

Olá, Castiel!

Tudo bem com você? Comigo tava tudo meio merda, agora tá' tudo meio bom.

"Por que agora tá tudo meio bom?" Você me pergunta e então, eu lhe respondo: "Lucy!"

Lucy me mandou uma carta, depois de tanto dias sem me mandar nada. N-A-D-A!

"Querida Molly.

Desculpe-me por ficar tanto tempo sem lhe dar notícias, eu só estava com medo. Sim, medo. Por que eu estava com medo. Bem, para lhe responder isso eu deveria partir do início, e neste caso seria o dia que eu nasci? Nah, muito longe, acho que podemos partir do dia em que você foi morar com a tia Ally. Sim, daquele dia.

Desde o dia 01 de setembro do ano passado, eu sinto medo.

Medo de perder você para qualquer garota que possa acabar me substituindo;

Medo de perdê-la para o mundo trouxa, para o mundo do qual você faz parte e eu não;

Medo de que ficando aí, você esquece de mim;

Medo de que não se importe mais comigo;

Medo de que com o tempo você não venha mais para cá.

Moll, eu dormia no seu quarto, porque sentia saudade. Saudade da minha irmã aqui, saudade de poder ir dormir com você em dias de chuva, saudade de ir até tarde conversando com você sobre coisas banais. Saudade de passar horas conversando, jogando, olhando filme, de fazer coisas com você.

As vezes me sinto egoísta de querê-la só para mim. Confesso que não quero dividi-la. Tenho ciúmes de ver Lily, Domy, Rô, Roxy, Vick com você. Tenho ciúmes até dessa tal Arabella que já é sua melhor amiga. Não quero que elas roubem você de mim. VOCÊ É MINHA IRMÃ, MOLLY, MINHA!

Sei que estou agindo como uma criança mimada, mas é o único jeito que encontrei de expressar tudo o que estou sentindo.

Mana, tudo estava bem, eu estava aprendendo a lidar com o fato de que você não mora mais aqui, de que você tem outras amigas: pessoas que irão até tarde com você. Pessoas que saberão tudo sobre você, a questão é que quando chegou a hora de ir para Hogwarts, a insegurança chegou sem nem pedir licença! Que mal educada!

Eu não deixei vocês perceberem isso, claro que não! C'mon, eu ainda sou uma Weasley, tenho meu orgulho, não deixaria vocês me verem tão... fraca?! I do not know, maybe?!

Sabe, Molly, eu estava feliz, acho que você percebeu isso, mas a insegurança ainda estava lá, escondida, só esperando para dar o ar da sua graça e quando entrei no trem, putz, a filha da mãe disse: "Hello, it's me!", ela chegou dando uma de Adele!

Moll, eu fui selecionada para a Rav. Confesso que não gostei, eu tinha que ser uma Gryff! Era isso que papai esperava de mim! Eu não queria desaponta-lo, como você fez, mesmo que a culpa não fosse sua. DESCULPA SE TE OFENDI, EU NÃO QUERIA! OMM!

Mas, Molly, eu lembrei que você que me aceitaria em qualquer casa, que a minha casa em Hogwarts não iria definir quem eu sou. Que o que define quem sou de verdade, são as minhas atitudes e o meu caráter, que minha casa em Hogwarts não diria se eu era melhor ou pior que alguém. Que papai deveria me aceitar em qualquer lugar, pois afinal, eu sou sua filha! Por isso aceitei minha casa, por isso enterrei aquele medo no lugar mais profundo do meu coração, tão profundo que acredito que ele não sairá de lá por muito tempo.

Molly, eu escrevi essa carta só para lhe dizer que estou bem, que nesse quebra cabeça que chamo de vida, as peças estão se encaixando, faltam muitas, mas tenho muito tempo para completa-lo. Se cheguei a tal parte dele, foi com sua ajuda, você, mesmo longe, me ajudou a perceber coisas. Espero que continue assim, que não me esqueça.

Eu te amo, Molly, amo muito.

De sua sua irmã, Lucy."

"Querida, Lucy.

Eu estava quase implorando para a tia Ally me levar para Hogwarts, para que assim você pudesse falar comigo e eu conseguisse matar essa saudade filha da puta que tá' crescendo dentro do meu coração. NUNCA MAIS FIQUE TANTO TEMPO SEM ME MANDAR UMA CARTA, EU ESTAVA QUASE MORRENDO, ISSO NÃO SE FAZ LUCY WEASLEY! QUE MATAR A SUA IRMÃ? QUASE TE MANDEI UM FUCKING BERRADOR!

Mas eu super te entendo, sei o que é ter medo, Lucy, não foi fácil seguir com a minha vida sabendo o que eu era, acredite, eu senti muito medo. Medo de sair na rua e ser julgada, medo do Percy me odiar, medo de você e mamãe pararem de falar comigo. Medo de ficar sozinha, de não ter ninguém. É horrível, Lucy, porém, é normal. Todo mundo sente medo.

Você não vai me perder para nenhuma garota, porque você é única e ninguém pode te substituir.

Me perder para este mundo? Você, Louis, nossa família, vocês são a minha ligação com o mundo bruxo. Lu, eu faço parte dos dois mundos, assim como você. Nós pertencemos a este universo. Só porque você não se adaptou a este mundo não significa que você não faça parte dele. Você faz, porque você tá aqui comigo. Não fisicamente, mas está. Eu sinto você aqui, pois eu a amo, pois você faz parte da minha vida e sempre estará dentro do meu coração.

Eu nunca vou esquece-la. Juro pelo Estige que nunca vou esquece-la.

Lucy, deixa de boba, eu me importo com você. Me importo tanto que quase morri de preocupação com o simples fato de você não ter me mandando uma carta.

Confesso que antes não queria ir, que me sentia deslocada, que achava que não fazia mais parte dessa família, mas irmãzinha, você é uma das razões que me fazem ir para Londres, que me faz sorrir logo que acordo, pois sei que logo que descer as escadas da Toca, vou encontrar você, rindo e brincando.

Lucy, eu queria que você pudesse dormir comigo nos dias de chuva, mas faça assim: me imagine aí, acho que isso pode resolver alguma coisa. O que nos impede de irmos até tarde conversando? Me manda bilhetes mágicos, não importa a hora, eu sempre estarei disponível para falar com você. Quando eu for para a Toca e você estiver lá, passaremos o dia inteiro conversando, jogando, olhando filme. Será o nosso dia, só nós duas!

Owwwwwn que fofa, eu também sinto ciúmes, não gosto de vê-las com você. C'mon, you is my sister!

Lu, você não me ofendeu. Fico feliz em saber que te ajudei de alguma maneira, afinal, é para isso que as irmãs servem. Enfim, eu só queria dizer que a aceito em qualquer casa, de qualquer jeito, eu te amo e não importa como você é, eu sempre vou te amar.

Nós mudamos com o tempo, Lucy, amadurecemos, vamos adicionando mais peças nesse maldito quebra cabeça, mas, por mais irônico que isso seja, no fim, nós continuamos as mesmas garotinhas com medo do escuro, que de madrugada roubavam doces. Mudamos? Sim, mas algumas coisas nunca mudam. E um exemplo disso é o meu amor por você.

Eu te amo tanto, Lucy, que não sei como seria minha vida sem você,
maninha.

De sua irmã, Molly."