Mas como ela sairia daquela fila quilométrica e voltaria para a Starbucks mais próxima – que ficava do outro lado do aeroporto?  Era preciso pegar um trenzinho para chegar nela.

Mas que porra, um negócio tão grande,  uma Starbucks?

Ela não podia abandonar a fila. Não deixaria aqueles abutres dos japoneses ocuparem seu lugar. Eles estavam em tudo, por tudo!!

Não que ela não gostasse deles. Mas o que a irritava era sua lingua estranha. Eles faziam questão de falar em japonês, nem se dando ao trabalho de um ingles medíocre. Bem ao estilo  você-é-que-tem-que-me-entender.

Tudo isso seria raiva por Hiroshima, até agora? Fale sério, eu nem concordo com a bomba atômica! EU NEM HAVIA NASCIDO NESSA ÉPOCA!

Se não bastassea falta de cafeína no sangue, a perda de suas botas prediletas e o chifre do ex marido, ela ainda tinha  aque aguentar o suor do cara da frente.. Se melhorar piora!

Pelo menos vinte pessoas ainda estavam à sua frente. Cada uma com uma mala de 28232 quilos!  A fila VIP estava fechada, e o jeito era acompanhar os caipiras...

Não que a dela fosse, necessiariamente, pequena.. Na verdade, eram duas de onze quilos cada. E nem havia dado tempo de comprar as lembrancinhas!!

Mas ora, ela era uma noiva. Tinha que estar bem vestida.

Finalmente consegui ver o guiche.

Tentou equelibrar as duas malas, sua necessérie e sua bolsa Gucci em passos decididos, e enquanto se esforçava para colocar as malas na balança, viu a placa.

FECHADO

- Mas o que? Por que esta fechado??

- Quebrou -  o antendente respondeu sem nem a olhar.

- OTIMO!

Tinha que retirar todas aquelas malas e ninguém a estava ajudando. Mas pra que diabos servia a primeira classe sem mordomias??

Dirigiu-se ao outro guiche, colocou as malas,e começou o processo.

Entregou suas informações necessárias e esperava a passagem.

- Desculpe senhora, mas não há registro de nenhuma Isabella Swan, ou Isabella Black, no vôo.

- Que? Como assim?

- Bom, há registros pro dia 23...

- É, eu ia voltar para Atlanta nesse dia mesmo. Mas eu remarquei a passagem pelo telefone! Está tudo certo! Primeira classe, voo 2708, ás 9 horas da noite!

- Desculpe senhora, mas além do voo estar lotado, não há primeira classe.

- Hein?

- O máximo que temos é a executiva, mas que está cheia até o dia 22.

DE JEITO NENHUM! Eu não ficaria mais 12 dias nessa cidade nem morta! – gritava mentalmente.

- Não há nenhuma desistência? Nada?

- Não.

- E..  na classe economia – tussiu a frase.

- Há um voo às 7 da manhã.

Perfeito! E agora? Iria passar a noite no aeroporto para depois, ficar na classe economica!

Quando saira do The Venettian, 13 horas atrás, tinha ido para um hotel mais simples.

Mas o aerporto era longe de tudo! Iria levar uma hora até a hospedaria e dormiria apenas 6 horas? Não, nem pensar.

- Bom, marque ele então.

A antendente imprimiu a passagem e ela suspirou. Nada estava indo como queria. Nada estava seguindo o planejado. Mais o que faltaria para que ela tivesse um AVC?

Pegou suas malas, sua passagem, e com todo o orgulho que restava foi em direção a uma cafeteria. Não era a Starbucks, mas, dane-se.

Sentada na cadeira, olhava todas as pessoas passando. Umas sorriam, outras se concentravam nas máquinas espalhadas pelo aeroporto... Cada um com sua vida feliz, alegre.

Por que ela devia ser diferente de tudo e todos?  Por que ela, mesmo com todas as mordomias, nunca tinha estado nesse estado?

Virou a cabeça enquanto pensava o que diabos uma mãe fazia com um neném na cidade do pecado  quando o viu.

O ser mais lindo de todos. Ele estava falando calmamente pelo telefone celular enquanto se direcionava pelo guiche de clientes especiais. Não havia nenhuma fila ali.

“Maldita. Por que não participou do grupo de milhas quando a ofereceram, Isabella?”  –ela se corrigia mentalmente ainda observando o homem.

Ele tinha cabelos acobreados, era bem mais alto que ela, e possui um porte másculo.. Não via com perfeição os detalhes, ele estava um pouco longe, mas já imaginava.

Ele conversou um pouco com a antendente e começou a ficar nervoso.

“Eba, não sou só eu que está com problemas”  – soltou um sorriso amargo.

Viu o homem bater o pé, numa atitude infantil, mas logo depois ele se recompôs. A atendente estava distraida demais com sua beleza,  dava para ver a cara de boba dela.

Ele colocou as mãos no cabelo e disse mais alguma coisa. Depois virou e suspirou.

Nesse exato momento ele olhou para mim. E nesse exato momento abaixei meus olhos.

Ele tinha olhos verdes, meu Deus!