Concentrou seu olhor no copo de capuccino a sua frente. Já estava esfriando.

Começou a bebericar e depois de um tempo, voltou a olhar. Ele ainda a mirava. E sorria.

Ela, como sempre fazia, mordeu os lábis e saiu. Não queria arranjar alguém, mesmo casual.

Pegou suas coisas e foi em direção aos banquinhos. Sentou-se e começou a ler uma revista que comprara a um tempo atrás.

Uma hora... Duas horas...

CHEGA. Ela já não aguentava ficar sentada e observar as pessoas que iam e vinham.  O problema eram as gigantescas malas. Como andaria por ai, com aquilo?

Juntou-as de novo, e caminhou até uma banca. Compraria um livro qualquer.

Depois, rumou para outra cafeteria.

Sentou em um banco finalmente confortavel, e começou a ler. Até que sentiu um arrepio. Olhou para a porta e viu o cara de olhos VERDES.

Ele foi comprar um café. Sentou a uns dois bancos para direita. Nem notara sua presença.

“Bom.” – pensou.

Não pode contar quantos atendentes ela viu trocar de posto. Já eram meia noite.

Ficara quatro horas no aeroporto. O sono já a consumia.

Seria demais tirar um cochilo? Estava quase chegando lá quando sentiu algo rodando em seu pé.

Ia abaixar para pegá-lo quando ouviu a voz mais sexy que existiu do seu lado.

- Me desculpe. Deixei meu anel cair. Posso pegá-lo ?

DROGA, o cara de olhos verdes era casado!

OPA OPA OPA, e aquela história de “nem casual?” .

Dane-se.

- Claro. – ela respondeu um pouco cansada, mas ainda sim, deslumbarada.

Enquanto ele se abaixava, ela podia ver seu traseiro... hum...

Balançou a cabeça afastando os pensamentos nada puritanos e voltou a olhar para frente.

Sentiu ele encostando em seu delicado pé, mas foi rápido. Logo já subira segurando um linda aliança prata.

- Linda aliança. – ela respondeu. Ah, pelo menos ele não era casado. Devia estar namorando.

Ele soltou uma risada baixa e mostrou o anel.

- Obrigada. Era de minha avó.

Ela fez uma expressão de dúvida e ele continuou a falar.

- Ela dera para meu pai, que deu para minha mãe, que deu pra mim, que vou dar para minha futura esposa.

- WOW. – ela respondeu. – E você não tem medo de perder? Andando com ela assim? Deve ser valiosa.

- Hum, né. Mas nunca se sabe quando vai se achar o verdadeiro amor. – ele a olhou penetrante.

Bella riu e disse:

- Isabella Swan. Só Bella, por favor.

- Edward Cullen.. Edward. – os dois riram.

- Bom.. quer se sentar?

- Ah, claro.

Esperou ele voltar de sua mesa com uma mala pequena, preta. Ele sentou em sua frente e começou a falar.

- O que está fazendo aqui até agora? Eu acho que a vi hoje mais cedo..

- Tive uns... imprevistos e tive que ir embora. Quando cheguei, descobri que a passagem que eu tinha remarcado não existia, e que teria que pegar um vôo na classe economica às 7 horas.

- Por que não espera mais um pouco, curte a cidade, e depois vai? – Ele arqueou as sombrancelhas.

- Não quero ficar aqui nem mais um minuto. Quanto mais rápido eu for embora, melhor. E você?

- Problemas no trabalho. Essas eram minhas férias... Sabe como é,  homem solteiro, jogos...

- Mulheres.. – completou ela, rindo.

- Claro, claro! – ele riu também.

-  Que horas é seu vôo?

- As 7, também.

- Hum.. Quem sabe nós não estamos na mesma fileira. – os dois sorriram.

- Falta umas...4 horas e meia – ele conferiu no relógio. – pra nosso vôo sair. Não quer passear um pouco?

- Como? Carregando malas? – ela deu um sorriso debochado.

- Claro que não. Eu aluguei um carro na Hertz* até semana que vem.. Podemos retira-lo de  novo. Deixamos as malas no carro.

Qual era o problema de seguir com um estranho por Las Vegas? Sua vida já era uma merda mesmo...

- Ok.

Meia hora depois, agora já eram uma da manhã, os dois se encontravam na rua principal de Las Vegas.

- E agora? – perguntou ela, excitada pela experiência.

- As fontes dançantes do Bellagio* vão começar em meia hora. E o Vulcão no Mirage* em quinze minutos. Paramos o carro nesse cassino, e depois vamos andando até o outro.

- Perfeito.

Dito e feito. Eles pararam o carro no Cassino e assistiram um “vulcão” entrar em erupção. Tudo era lindo. Fogo sai das águas, no vulcão escorria uma coisa vermelha, meio laranja. Lava.

Assim que o show acabou, eles tinham que correr até outro cassino. Ok, eram apenas 3 separando um dos outros, mas já viu o tamanho? Um cassino era a metade da 5 avenida de Nova York!

Muitas pessoas passavam ao redor, e Bella já tinha os pés cansados. O salto a matava. Ela não sabia que iria correr uma maratona! Edward, observando isso, a pegou no colo.

Escutou alguns gritos de reclamação mas  não ligou. Logo, Bella cansou de gritar... Até que estava gostoso.

Chegaram bem a tempo de ver jatos dágua de até 3 metros de altura iluminados, dançando ao ritmo de Viva Las Vegas, Elvis.

Bella olhava tudo com os olhos brilhando. Ela podia dizer que pelo menos, o ultimo dia, nas ultimas horas, estava sendo maravilhoso.

Sorriu quando viu Edward a olhando, e o abraçou.

- Obrigada. – uma lágrima escorreu de seu olho.

- Não tem de que, pequena. – E ela sorriu mais. Ele beijou-lhe o topo cabeça e pois seus braços na cintura da menina.

Quando a ultima fonte parou, todos aplaudiram. Edward virou Bella para sua frente e perguntou:

- E agora?

- Bom... Até agora, eu não joguei nada...

Ele soltou uma risada gostosa e acompanhou Bella até a entrada do cassino. O Bellagio estava lotado.

Tudo era maravilhoso, dourado. Ostentava riqueza.

Poderia ver centenas de pobres no mundo, mas também havia centenas de ricos. – pensava Bella, observando as pessoas, que até agora, jogavam.

Edward a levou até uma máquina de 1 centavo. Ele sorriu divertido e ela o olhou sárcastica.

- Pelo amor de Deus, Edward. JOGAR. Não, isso.

- E daí? É o que todo mundo faz aqui. – apontou para várias pessoas espalhadas nás máquinas.

- Eu quero jogar poker, mané.

Ele arqueou as sombrancelhas.. tão.. sexy.

- Poker? Você sabe jogar poker?

- Na faculdade... Bem, eu era a rainha do strip-poker.

Edward soltou uma gargalhada, segurou as lágrimas e olhou para ela.

- Bella, fala sério.

- Duvida? – ela o olhou desafiadoramente.

Ele estremeceu um pouco. Mas óbvio, não ia deixar ela ver isso.

- Apostado.

- Quem perder -  Bella pensou um pouco. – Vai ter que contara coisa mais vergonhosa de sua vida. E não há por que mentir, não nos veremos mais, mesmo. – ela soltou sem pensar.

O sorriso de Edward se desfes, mas rapidamente, se concentrou.

- Vamos lá.

Procuraram uma mesa vazia. Cada um sentou em um lado diferente. A atendente logo veio e começou a dizer as regras.