“ Minha irmã vai desconfiar (Deus, seus lábios parecem deliciosos!)

Meu irmão vai estar lá parado na porta (...ondas num mar tropical)

Minha tia tem uma mente poluída (Deus, seus lábios são deliciosos!)

Bem, talvez só mais um cigarro... (Oh, nunca houve uma nevasca como essa!)”

— Vamos lá Malfoy, me diga.  

— Eu não tenho nada pra dizer, pela décima vez.

— E eu não acredito em você, pela décima vez.

— Talvez a Sala não quer que você saia.

— Espera, A Sala? Como se ela tivesse uma consciência? - um trovão soou na sala.

— Acho que ela não gosta de ser insultada.

— E por que A Sala iria me trancar aqui?

— Esqueceu que eu também estou preso? - Scorpius ainda sentia sua camisa molhada de quando pisou lá fora, era pura escuridão e água gelada caindo na sua cabeça e a única coisa que se via era a porta por onde saiu.

— É, mas você está aqui a mais tempo e ainda acho que planejou tudo isso.

Scorpius jogou a cabeça para trás suspirando. Como alguém podia ser tão teimosa? , pensou.

— Ah claro, porque eu queria muito ficar preso com Rose Weasley, - respondeu sarcasticamente-  se não percebeu eu não sou o Thomas.

Arthur Thomas era o capitão do time da grifinória, setimanista e tinha uma super paixão em Rose, que Scorpius sempre achou ridículo, a Weasley nega qualquer coisa haver com ele como se fosse mudar alguma coisa.

Rose respirou fundo algumas vezes tentando tirar o vermelho em suas bochechas.

— Thomas não iria…- ela parou a frase ao ver o olhar do loiro.- Cale a boca Malfoy.

— Você primeiro.

A ruiva se levantou do sofá, Scorpius sempre sentiu que garotas quando estavam bravas batiam os pés no chão com raiva, mas Rose andou normalmente até o outro lado da sala.

— Cadê a porta? - perguntou ela encarando a parede.

— Acho que a A Sala tirou quando falou mau dela.

— Tanto faz, eu faço aqui mesmo. - ela pegou a varinha e o loiro observou de longe nada acontecer.

— O que está fazendo?

— Um feitiço para a chuva parar. - respondeu como se fosse óbvio.

— Tem isso? - ele ouviu a ruiva bufar.

— É como se magia não funcionasse aqui.

Scorpius pegou sua varinha do bolso.

— Lumus.- a varinha continuou apagada. - Pelo menos você tem razão em alguma coisa.

— Se acostume.

Rose começou a andar pela sala curiosa enquanto Scorpius encarava a mobília, tentando se convencer de que era a coisa mais interessante a se fazer, mas seu olhar sempre desviava para a garota. Ela encarava a estante de livros como se fosse uma obra de arte, tocava as lombadas  com uma delicadeza que o sonserino nunca viu a ruiva usar, lia cada letra ao seu alcance e as analisava.

Scorpius sempre viu Rose Weasley como alta, desajeitada, de pavio curto e sabe tudo, então com a puberdade Scorpius só percebeu que ela não parecia tanto um troll,mas ainda o irritava. Então em algum momento ano passado depois que ele à machucou ele a viu como uma garota, ruiva de olhos azuis, com sardas, sarcástica e inteligente. Quase se tornou impossível de imaginar que aquela garota era a melhor batedora na escola.

O loiro se distraiu tanto da mobília que levou um susto quando Rose se virou para ele.

— Há quanto tempo estamos aqui? - perguntou ela sem notar que estava sendo observada.

— Uma meia hora. - seus ombros caíram.

— Eu devia encontrar Hugo e Lily em dez minutos. - Scorpius quase sorriu lembrando do plano.

— Diga que se atrasou por causa da chuva. - Rose levantou uma sobrancelha.- Ou que se perdeu no chuveiro, tanto faz, que diferença faz?

— A diferença é que eu disse para Lily do seu bilhete, ela me convenceu a vir, então ela não vai acreditar em nada disso porque sabe onde eu estava, com você.

— E?

— E sei la o que ela pode pensar! Que eu te matei e estou escondendo o corpo, ou que estamos discutindo direto, ou até…

Scorpius fez sinal para ela terminar, Rose apertou os lábios.

— Que estamos falando sobre nossos sentimentos, nos beijando e planejando nosso casamento. - Scorpius ainda ia morrer por fazer isso, mas riu alto. Riu tanto que quase caiu da poltrona. Rose apenas o observou com os braços cruzados.

— Você é ridículo. - disse ela entrando na porta ao seu lado, que Scorpius presumiu que tinha acabado de surgir.

Quando ele ouviu a porta trancando e o silêncio que se instalou ele percebeu que tinha estragado tudo.