“Eu simplesmente devo ir (Mas baby, está frio lá fora)

A resposta é não! (Mas baby, está frio lá fora!)

Você tem sido.... (tão sortudo por você ter aparecido)

...tão legal e acolhedor (Olhe pela janela, não está nada fácil)”

Scorpius examinava a grande sala aconchegante, ele só tinha pedido por um lugar bom que não levantaria suspeitas e ganhou um lugar com sofás, mesa de chá e lareira. Tudo em tons de laranja, vermelho e marrom se Scorpius não soubesse em que época estava podia jurar que era outono novamente. O loiro estava observando os livros numa estante quando ouviu a porta, que tinha acabado de se materializar ali, abrir.

Seu coração se perdeu numa batida quando viu os cabelos ruivos de Rose Weasley. Ela olhou ao redor da sala com seus olhos azuis brilhantes até eles pousarem no loiro.

— Malfoy.

— Weasley.

— Então? - perguntou ela cruzando os braços.

— Então o que?

— O que queria falar comigo?

— Queria?

Rose suspirou e lhe estendeu o bilhete. Scorpius finalmente se mexeu e pegou o papel, Albus tinha conseguido copiar sua caligrafia muito bem. As mãos do Malfoy começaram a suar enquanto ele pensava no que dizer. Aquilo não fazia parte do plano, o Potter só tinha dito para Scorpius enrolar a ruiva por alguns minutos enquanto eles arrumavam sua festa surpresa de dezesseis anos no salão comunal da grifinória. O loiro olhou para a Weasley novamente com um nó na garganta, ela observava a sala.

— Ah sim,- ele pigarreou- eu queria conversar sobre o ano passado.

— O que que tem?

— No primeiro jogo Sonserina e Grifonória.

Rose levantou a sobrancelha indicando para ele continuar.

— Eu admito que talvez tenha sido bruto demais e…

— Você quebrou a minha perna.

— Eu sei e eu…

— Me deixou fora da temporada toda, eu poderia ser capitã esse ano. Mas ao invés disso você é capitão da sonserina.

— Wealsey! Eu estou tentando pedir desculpa.- ela fechou a boca confusa.

— E isso ajuda em alguma coisa?

Scorpius sentiu um tapa imaginário no rosto.

— Bem, eu…- seu rosto começou a ficar vermelho, Rose o encarou curiosa.

— O que está acontecendo Malfoy? Por que está aqui? Por que eu estou aqui?

Ferrou.

Scorpius sabia que não ia demorar para a garota mais inteligente que ele conhecia percebesse o que estava acontecendo, ele voltou a pensar numa desculpa boa o suficiente para que ela não saísse. Ela bufou com a demora se virou e pegou o casaco no cabide ao lado da porta.

— Escuta Malfoy, eu não me importo mais, eu estou indo.

— Mas…- Rose se virou com a sobrancelha levantada, lhe dando uma chance para se explicar. Scorpius sentiu a voz vacilar. - Está frio lá fora.

— Estamos em abril. - ela revirou os olhos.

— Mas está chovendo!

— Ah claro. - respondeu ela virando de costas e abrindo a porta.

Scorpius se sentiu decepcionado, ele só tinha uma função e estragou tudo. Agora a festa surpresa seria arruinada e Rose nunca o perdoaria, de novo. O loiro suspirou e voltou a se sentar na poltrona, estava tão concentrado no que iria falar para os Weasley’s que pulou quando a porta da sala precisa se abriu novamente.

— Como você fez isso? - perguntou Rose ensopada. Scorpius viu a morte se aproximando com os olhos azuis raivosos da garota, mas riu mesmo assim.

* * *

A Sala Precisa fez um armário aparecer com toalhas e roupas secas para a garota, enquanto ela se trocava Scorpius agradecia àquela sala maluca por ter salvado sua vida, mesmo que Rose tivesse tentado mata-lo por ter dado risada. A ruiva apareceu com calça cinza de moletom e camiseta branca secando os cabelos com a toalha, seu olhar pareceu atravessar a cabeça do loiro ao meio.

— Desde quando tem janelas aqui? - perguntou ela, Scorpius acompanhou seu olhar até a a grande janela onde os pingos de chuva batiam violentamente no vidro.

— Não faço ideia.

— Olha aqui Malfoy, eu não como você fez chover no corredor pra me obrigar a entrar de volta, mas se tentar alguma coisa comigo você sai daqui morto, entendeu?

— Por que eu tentaria alguma coisa?

Rose revirou os olhos com o tom sarcástico do sonserino.

— Você faz muito isso. - comentou ele.

— Isso o que?

— Revirar os olhos.

— Não faço não.

— Fez isso pelo menos dez vezes desde que entrou aqui.

— Bem, se você não fosse tão irritante talvez eu não fizesse isso.

— Ou você fica irritada muito fácil.

— Acho que eu estou certa nisso. E está tudo bem porque só vou ficar até descobrir como parar essa chuva, daí você vai poder ficar sozinho na sua sala sem ter que me aguentar.- ele deu ombros.

— Eu já te aguento o bastante.

— E quem disse que eu te aguento? - disse ela indo se sentar no sofá.

Scorpius suspirou repensando sua decisão quando se voluntariou para fazer aquilo.