NejiTen? Sempre! Uma Comédia Romântica escrita por AFM


Capítulo 29
Vida nova


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, sejam bem-vindos!!!
Aqui está mais um capítulo, espero que gostem!!!



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Neji caminhava de volta para casa. Ao chegar na porta, encontrou Hinata sentada no batente.

—Fazendo o que a essa hora da noite do lado de fora? -indagou Neji à garota que estava com as mãos apoiando o queixo.

—Eles ainda estão brigando.

—Ainda? Desde àquela hora?

—Huhum. Devia ter visto na hora em que o vovô chegou.

—O velho morreu do coração? -perguntou Neji esperançoso.

—Não foi para tanto, mas ele levou um baita susto.

—Imagino... e o que meu pai disse àquela múmia?

—Colocou para fora toda a raiva que tinha dele.

—Pena que não falou o suficiente para matar o velho do coração. Então, vamos entrar?

—Você ficou maluco? A discussão está rolando solta lá dentro e quer entrar?

—Nós não vamos entrar lá para brigar, vamos apenas assistir, como em uma luta de boxe. Ou é isso ou é ficar aqui. Já é quase meia-noite.

—Tem razão, está ficando perigoso -disse Hinata se levantando do batente.

Os dois entraram na casa e já de fora desta, dava-se para ouvir a discussão. Seguiram para o pé da escada. Hinata começou a subir os degraus, porém, Neji se direcionou ao sofá, onde se sentou.

—Neji! -disse Hinata descendo.

—O quê? -falou, mas sem tirar os atentos olhos da briga do pai e do tio.

—Talvez devamos dá-los privacidade.

—Vai na frente que eu te alcanço.

— ... sei que errei, mas não me culpe por tudo -gritou Hiashi ao irmão.

—Mas é claro, a culpa nunca é sua. Se o copo quebra, a culpa é minha, se um avião cai no meio do oceano, a culpa também é minha e se acontece um tsuname, adivinha... a culpa é minha! Você foi criado como um reizinho, não sabe o que é conseguir algo pelo próprio esforço, sempre teve tudo nas mãos.

—Eu não estou negando isso, mas não foi minha culpa! Papai que sempre quis nos dar tudo do bom e do melhor.

—Quis dá à você porque para mim a úncia coisa que aquele velho me deu foi desprezo.

—Eu sei que ele teve uma certa preferência por mim, mas...

—Certa preferência? Nós somos gêmeos, nascemos no mesmo dia e no dia do nosso aniversário ele só lembrava de parabenizar você! Você ganhava bolo, presentes, festa, e eu que fazia aniversário no mesmo dia, não ganhava nem um mísero "parabéns". Mas não pense você que eu achei isso ruim. Por muito tempo eu fiquei magoado, mas fazer o que aquele homem fez, me forçou precocemente a lutar para conseguir o que quer que seja. Eu tive a pior infância e adolescência de todas, mas hoje eu posso me orgulhar em dizer que tudo o que eu tenho, eu consegui com o meu esforço, com o meu suor! Já você... não se pode dizer isso. A casa você ganhou já com tudo mobiliado, o cargo na empresa de mão beijada... o seu único esforço foi nascer, aliás nem isso, porque quem sofreu foi a mamãe.

—É isso aí, pai, acaba com ele -exclamou Neji bem mais alto do que gostaria, fazendo com que a atenção de todos os presentes na sala voltasse para ele.

—Neji, você sabia que seu pai estava vivo esse tempo todo e não me contou nada? -indagou Hiashi parecendo furioso com o garoto.

—Eu? Bom... acho que já está tarde e tenho que ir dormir, vamos Hinata? -disse se levantando do sofá.

—Pode parar aí -ordenou o tio.- Você sabia ou não?

—Vai pro inferno -exclamou Hizashi.- Vá dá ordens no Satanás, não ao meu filho.

—Eu acho que eu tenho o direito de fazer isso, já que praticamente o criei!

—Porque você mandou o pai dele para uma cama de hospital por anos! E me poupe em dizer que criou, você alimentava e oferecia um teto, isso de longe é criar um filho.

—Se não fosse isso ele teria ido para a rua!

—Não seja dramático. Ele era uma criança, teria ficado em um orfanato e necessidade não passaria, já que ele tem meu seguro de vida.

—Eu tenho dinheiro? -indagou Neji surpreso.

—Não tem mais -explicou Hizashi.- Tinha quando eu fui considerado morto, mas agora, o dinheiro volta para mim.

—Droga -exclamou Neji chateado.- Então, pai, vai me levar daqui ou não?

—Claro que vou, eu prometi não foi?

—Vou arrumar as minhas malas -disse subindo as escadas.

—Você não vai à lugar nenhum -disse Hiashi.- Enquanto seu pai ainda for considerado morto, a sua guarda pertence à mim.

—Você adora estar no comando e brincar de deus com a vida das pessoas, não é mesmo? -disse Hizashi.- Neji é meu filho e vai para onde eu for.

—Não fácil assim! Eu o criei.

—Não criou nada -disse Neji.- Me jogou para uma babá e só. E não espere agradecimentos por isso, não fez mais que a sua obrigação depois de ter me tirado o meu pai. E só por curiosidade, pai, ele me batia.

—O quê? -disse Hizashi cheio de raiva.

—Eu nunca bati em você, garoto -explicou Hiashi.

—Mesmo? Na festa de nove anos da Hinata. Eu só tinha oito anos e você me deu uma surra.

—Ohw... aquilo... eu já tinha me esquecido.

—E você ainda confirma? -perguntou Hizashi irado.

—Olha, eu posso explicar. Neji fez a maior bagunça na festa, passou o dia perturbando e ainda empurrou a Hinata do balanço, então eu tinha o direito de ficar com raiva.

—De ficar com raiva sim, mas não de espancar o meu filho!

—Eu não espanquei, apenas bati com força.

—É a mesma porcaria!

—O senhor não deveria ter feito isso -disse Hinata, que até então estava calada.

—Fiz aquilo para defendê-la -exclamou Hiashi.

—É... mas não precisava de tanta brutalidade. Levando em consideração que o senhor tirou o pai de Neji, tornando-o órfão, já dava o direito a ele de colocar fogo na casa se quisesse.

—Seu pai com certeza foi culpado, mas você também foi -disse Neji.

—Eu, por quê? -perguntou Hinata surpresa.

—Você ficou lá feito um dois de paus olhando eu apanhar e não fez nada.

—Eu fiquei com medo de interferir e apanhar junto.

—Apanhar? Seu pai nunca faria isso!

—Tem certeza? Nunca notou o desgosto dele com a minha pessoa?

—É verdade, mas você poderia ter chamado ajuda.

—Mas eu não consegui pensar em ninguém.

—Isso porque é uma incompetente!

—O que você queria? O vovô? Ele ia incitar o papai a bater mais em você.

—Concordo, mas na vida só não tem jeito pra morte, você poderia ter dado um jeito de me ajudar.

—Mesmo? E você faria o mesmo por mim?

Mas nem se o futuro da humanidade dependesse disso.

—Claro que eu faria.

—Sério, Neji?

—Não, eu faria uma pipoca, sentaria e assistiria você apanhando.

—Calem a boca vocês dois -disse Hiashi impaciente.

—Não mande meu filho calar a boca -repreendeu o irmão.

—É isso aí, bota moral, pai.

—Cala a boca, Neji.

—Tá bom.

Naquele sábado, Hizashi levou Neji embora da casa do irmão. O garoto fez as malas e saiu pela mesma porta que entrou há quase onze anos quando pensara que seu pai estivesse morto. No domingo, o dia amanheceu nevando. Os lagos congelaram, as árvores ficaram de cor branca e os bichos se esconderam em suas tocas. 

—Bom dia, filho -disse Hizashi ao ver Neji entrar na sala de estar.

—Bom dia, pai. Essa casa é maneira, de quem é? -falou sentando-se à mesa, junto a Hizashi.

—Minha, eu comprei.

—Sério, com que dinheiro? Que eu saiba, o meu avô deixou toda a herança da família com o Hiashi.

—Neji, eu consegui o dinheiro através de algo que você ainda vai aprender: trabalho. Nunca tive nada na mão, então fui atrás. Essa casa e tudo que tem nela, eu comprei com o meu suado dinheiro.

—Hum... interessante, mas quando eu ficar mais velho, vou escolher viver como o Hiashi: tudo fácil, só precisou nascer, o resto veio sem nenhum esforço.

—Você passou tempo demais com ele. Só aprendeu o que não presta. Mas saiba que comprar alguma coisa com um dinheiro honesto e suado, não tem preço.

Trabalhar? Será que escolhi bem ao vir morar com o meu pai?

—Mas não se preocupe, não vou colocá-lo para trabalhar, ainda é muito jovem, mas no futuro, quero que estude e consiga um trabalho decente.

—Achei que o senhor tinha falado algo sobre uma herança pra mim.

—Disse mesmo. Quando eu morrer, tudo que é meu será seu, mas não quero que dependa disso. A pior coisa do mundo é a dependência de alguém. Se você tem meios de fazer seu próprio caminho, por que depender dos outros?

Eu tinha esquecido como eram chatos os discursos moralistas dele.

—Pai, outro dia o senhor falou que acordou do coma há dois anos, por que demorou tanto para falar comigo?

—Eu não podia aparecer do nada. Criar um filho pode parecer fácil, mas não é. Eu tinha que ter um trabalho para sustentar nós dois, arrumar uma casa... essas coisas.

—Conseguiu isso consideravelmente rápido.

—Quando eu vi que o seu avô não ia me deixar nada e nem me dá um cargo na empresa da família, estudei o máximo que pude, fiz uma ótima faculdade e fiz todo tipo de curso profissionalizante, como inglês. O mercado de trabalho está cada vez mais exigente, então eu corri atrás de me especializar, então, quando saí do coma, tinha um currículo bastante rico, não foi difícil achar um  bom emprego. Depois, passei o resto do tempo juntando dinheiro para comprar uma casa para morarmos.

—Nossa, parece tão cansativo isso tudo de estudar, fazer cursos, trabalhar...

—Se fizer com gosto, nem perceberá -disse Hizashi rindo.- Então, eu andei dando uma olhada no seu histórico escolar...

—Oi?

—Fui na sua escola conversar com a diretora sobre você.

Owh não...

—Para quem passa a aula dormindo ou expulso de sala, você tira notas altíssimas.

—Eu posso explicar...

—Por favor.

—Bom, é que a escola é muito... sabe... ah, quer saber? Eu não gosto de lá, não engulo desaforo de professor e se tiver com vontade de dormir, não faço a menor cerimônia.

—Agradeço pela sinceridade, mas preciso que você se comprometa mais seriamente com os seus estudos, eles são a base do seu futuro.

A gente só vê a qualidade de uma pessoa quando a perdemos. O meu tio, por mais que o odeie, nunca pegou no meu pé por causa do meu comportamento na escola. Com tanto que a diretora não ligasse pra casa, ele não tava nem aí.

—Você dormiu em praticamente todas as aulas, segundo a sua diretora.

—Isso não é verdade. No ano passado, eu não dormi na de Geografia.

—Mesmo, por que não?

—Porque eu nunca fui.

—O quê? Como nunca foi?

—Não importa, o que eu estou querendo mostrar é que a Tsunade estava errada a meu respeito.

—Neji, você não se ouve mesmo, não é? Como deixou de ir para as aulas de uma matéria durante um ano inteiro?

—Ora, não indo. Desde que eu me entendo por gente vejo Geografia, mais um ano pra quê? O nome do que fiz é inteligência.

—Mas consta no seu histórico que você passou pela disciplina.

—Pois é, o nome disse é extorsão. Eu vi o professor da matéria fazendo o que não devia e fiz um trato com ele: eu ficava na minha e ele me passava de ano. Talvez eu não deveria ter-lhe contado isso, não vai dizer à diretora, vai?

—Deveria, mas não vou. Passei muito tempo longe e a sua vida ficou sem rédeas curtas, mas agora que voltei, acabou a moleza.

—Hoje tem o aniversário de uma amigo, saio às nove.

—Da manhã?

—Claro que não, da noite.

—Neji, amanhã você tem aula. Se a festa começa às nove, a que horas termina?

—Geralmente às duas da manhã.

—E você não acha meio tarde para uma criança que tem aula no dia seguinte ficar nessa folia?

—Não. Já tiveram vezes que nós emendamos o dia. Fomos à uma festa, saímos às cinco da manhã e de lá fomos direto pra aula.

—Meu Deus, eu não tinha ideia das loucuras que você andou aprontando. Achei que morando com Hiashi, teria limites.

—Ele? Hã, bastava eu lembrá-lo que por culpa dele eu era órfão que em um instante eu tinha o que queria.

—Bom, todas as experiências de vida são válidas. Até agora você viveu sem limite, agora irá conhecer o gostinho de ter um.

—Sério pai?

—Pode ir se preparando. Você pode ir hoje à festa do seu amigo, mas da próxima vez, eu quero que me peça para sair e não avise, como vez agora, entendeu?

—Entendi.

Se fosse o meu tio dizendo isso, com certeza estaria irado, mas não consigo sentir o que quer que seja de negativo. Poxa, meu pai, que eu achava que estava morto está vivo, morando comigo e só comigo? Mesmo com as caretices dele estou muito feliz de estar aqui.

—Já fez seus deveres da semana?

—O quê? Desculpe, eu não ouvi bem.

—Perguntei se já fez as suas obrigações da escola. Se quer sair, ótimo, mas só quando as lições do colégio estiverem todas prontas, sem exceção.

Tudo bem, isso é novo, mas eu posso me adaptar.

—Então, terminou os deveres?

—Não exatamente.

—O que falta?

—Começar.

—Pois então eu sugiro que comece rápido, porque só sai daqui com todos os deveres prontos -disse Hizashi levantando-se da mesa, deixando Neji pasmo.


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Notas finais do capítulo

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