Enquanto meus olhos forem negros escrita por Zaringer


Capítulo 5
Tracker.




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Seus passos eram velozes: seu corpo se movia pelos prédios da vila através de saltos e por céleres movimentos de seus pés. A determinação corria dentre seus pensamentos, sustentando sua vontade enquanto dirigia-se ao ponto de encontro com o esquadrão que agora fazia parte. Quando avistou o portão principal da vila, notou três figuras ao canto esquerdo do portal, escorando-se nas paredes da muralha.

Um último salto deixou Hiashi a poucos metros dos indivíduos que, provavelmente, eram os membros do esquadrão que ele procurava. Havia uma garota e dois rapazes. Um dos rapazes possuía uma camiseta com o símbolo do clã Senju marcado na manga esquerda de seu colete. Ele era consideravelmente mais alto que Hiashi e que os outros membros do esquadrão. Madeixas escuras e espetadas deixavam a vista seu rosto branco com algumas sardas destacando, principalmente, olhos puramente negros.

O outro rapaz usava uma roupa branca e um pouco mais solta: uma camisa de mangas compridas e uma calça ajustada. Sua estatura era a menor do esquadrão, mas seu rosto era maduro como o de um garoto mais velho. Suas madeixas eram loiras e compridas, presas na altura da nuca por uma fita negra. Sua pele era parda, evidenciando olhos azuis.

E havia então a garota. Hiashi notou que a observou diretamente por mais tempo que o suficiente para ser considerado normal. Mas não era por mal – suas feições eram puramente inconfundíveis: tinha olhos cor de mel que pareciam brilhar em contraste com sua pele branca e longas madeixas vermelhas. Usava um colete e uma calça típicos de combate, exceto por uma insígnia de um redemoinho representando seu clã, o Uzumaki.

– Yo! - Disse o Senju com uma expressão animada – Você deve ser o novo integrante do nosso Esquadrão.

– Hi – respondeu o Hyuuga com uma expressão apática em seu rosto. O rapaz loiro não parecia tão entusiasmado como seu colega para a chegada de um novo membro ao esquadrão.

– Yare, Yare... Seja bem-vindo ao nosso esquadrão. Quem está ansioso para uma apresentação calorosa? – Expressou o Senju enquanto exibia um sorriso sincero para seus outros colegas do grupo. A garota sequer virou o rosto enquanto que o rapaz mais baixo do esquadrão apenas bufou com um ar de cansaço – Que isso pessoal, a missão mal começou e já estão desanimados assim? – Continuou o rapaz, com um sorriso um pouco mais constrangido. – Bom, dizem que não se pergunta um nome sem antes se apresentar. Sou Kotaro, do clã Senju, como pode ver na minha camiseta.

Após dizê-lo, o rapaz olhou para o loiro da equipe com um olhar ansioso, mas, o jovem ao qual a visão estava focada não parecia se importar muito com o foco. Porém, após alguns segundos de silêncio ele finalmente se pronunciou.

– Humph, meu nome é Yamanaka Takashi e deveríamos partir logo. – disse o jovem de madeixas loiras enquanto movia os pés impacientemente. Seguidamente, a garota olhou diretamente para Hiashi, o que, estranhamente, o fez sentir um calor na região das bochechas.

– Eu sou Uzumaki Yuko, você deve ser nosso novo tracker. – a garota soou ríspida e direta. Sua mão posicionou-se na própria cintura enquanto observava Hiashi seriamente.

A primeira coisa que Hiashi pensou ao ouvir as apresentações foi que aquele não era um grupo de indivíduos comum. Cada um dos integrantes era parte de poderosas famílias shinobi. Um Senju, um Nara e uma Uzumaki no mesmo time.

– Meu nome é Hyuuga Hiashi. Fui designado pelo Hokage para fazer parte deste esquadrão.

– Oh, um Hyuuga né? Fiquei sabendo que seu clã liderará os frontes de defesa no interior do País do Fogo. Seja bem-vindo, jovem! – exclamou Kotaro exibindo seu sorriso característico.

– Bom, imagino que sendo enviado pelo Hokage você já deva saber como os Esquadrões de Interceptação funcionam e qual será sua posição nele. – Disse o Yamanaka enquanto encarava Hiashi.

– Não. – respondeu o usuário do Byakugan, de forma clara e direta.

Kotaro continuou a sorrir enquanto que uma expressão ainda mais cansada abateu-se sobre Takashi. A garota continuou a observar o Hyuuga numa face que, apesar de fria, parecia suprimir algo.

– Bom, então parece que terei que explicar tudo a você. Vamos começar pelo ...

– Não temos tempo. – subitamente, a Uzumaki interrompia a frase de Takashi. – estamos atrasados, você explica enquanto corremos.

De imediato, o esquadrão partiu para fora da vila rumo a área onde a missão seria executada. Enquanto saltavam entre os galhos das árvores que rodeavam Konoha, Hiashi olhava para trás algumas vezes, vendo a vila desaparecer entre a densa vegetação que ele agora adentrava. Os sinais da guerra nesta área do País ainda eram apenas os boatos que se espalhavam com viajantes e eventuais tropas que carregavam ferramentas para as batalhas.

Iwagakure, a Vila Oculta da Pedra, havia forçado suas tropas através de países menores e se aliado com a Vila Oculta da Grama para invadir com suas legiões o território do Fogo. Até o momento, os campos de batalha ocorreram nos limites dos grandes países, em outras palavras, nas terras de vilas ocultas menores. Com a tentativa de invasão de Iwagakure, a Folha organizou quatro frontes de defesa com legiões posicionadas estrategicamente nas áreas de possível invasão inimiga.

A primeira área, foi a região de fronteira do País do Fogo com as regiões da Vila Oculta da Cachoeira, a nordeste de Konoha. O segundo fronte foi posicionado a noroeste da Vila da Folha, na fronteira com os países menores que conectavam-se ao País do Raio (também inimigo na Grande Guerra). Os outros dois frontes foram arranjados a sudoeste e sudeste da Folha, formando um círculo protegido por tropas comandadas pelos Hyuuga, que defenderiam as áreas internas do país se um ataque ocorresse.

Desta forma, as interseções dos frontes, encarregadas pelos Esquadrões de Interceptação, foram as responsáveis por numerar cada um destes de acordo com a ordem de criação. Em outras palavras, o esquadrão que Hiashi pertencia chama-se “primeiro” por estar contido na área entre os Frontes Um e Dois, ao Nordeste e Noroeste.

– Yoshi, então você disse que não lhe foi explicado como nosso esquadrão funciona, o que me leva a crer que foi escolhido de última hora. – O Yamanaka era reluto em suas palavras. – De qualquer maneira, confio no julgamento do Nidaime. – Takishi saltou para mais próximo de Hiashi naquela célere corrida. – Primeiro, diferente de um esquadrão normal, cada ninja possui uma função específica. Existe um sensor, responsável por sentir a posição dos inimigos e analisar suas habilidades. É também função do sensor comunicar-se com os frontes e possuir habilidades que tornam possível a extração de informações dos oponentes. Ou seja, eu.

A garota aproximou-se dos dois jovens e, seguidamente ao Yamanaka, pôs-se a falar com o recém chegado no grupo.

– Outro componente do esquadrão é o support. O support é o responsável por usar suas habilidades para curar os membros do esquadrão bem como fornecer auxílio durante as batalhas, se necessário. Eu sou o support do esquadrão. – Imediatamente, o Senju também prosseguiu com a explicação.

– Eu sou o tanker, o cara responsável por dar as porradas mais fortes nos inimigos. – disse Kotaro exibindo seu usual sorriso brilhante.

– O que esse brutamontes quis dizer é que a função de um tanker é bater de frente com o inimigo. Ele é o especialista em ninjutsu da equipe e o principal atacante. – respondeu o Yamanaka.

– Da forma que eu disse soou mais legal, Takashi-kun. – Respondeu Kotaro, agora soando desanimado.

– De qualquer forma, você será o tracker da equipe. O tracker tem a função de auxiliar o sensor em analisar as habilidades dos inimigos e, principalmente, participar diretamente nas lutas juntamente do tanker. Além disso, se algum inimigo fugir, é função do traker persegui-lo e capturá-lo. – Prosseguiu Takashi, ignorando as queixas do Senju. – Por isso, essencialmente o tracker deve ser o membro mais rápido da equipe, e possuir ótimas habilidades de análise e luta... – Pela primeira vez, Hiashi viu um sorriso se formar no rosto daquele jovem que, até agora, só aparentava mostrar insatisfação. – Que saco, acho que você sendo do clã Hyuuga se encaixa perfeitamente nessa posição.

Hiashi se limitou a ouvir as informações que lhe foram passadas e memorizá-las. Não se permitiria falhar, não enquanto houvesse vida em seu corpo e seus punhos ainda pudessem se mover. Por aquele chão, por aquela pátria e por seu nome, falhar não era uma opção.

– Não tão perfeito assim – disse a Uzumaki mais alto do que deveria. Seus olhos se encheram de água e uma lágrima discreta quase escorreu pelo seu rosto. Um clima estranho abateu-se sobre o Primeiro Esquadrão com tal comentário. Exceto pela estranheza de Hiashi, todos os membros pareciam comovidos com o comentário da jovem de madeixas rubras. – Pelo menos não nesse Esquadrão. – concluiu.

Entre as folhas e os diversos pensamentos que corriam pela mente do jovem Hyuuga, um o atormentou profundamente: o que havia ocorrido com o tracker anterior a ele?


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está mais um capítulo galera. Finalmente já vamos ter ação no próximo capítulo. Mais coisas se desenrolarão por esse conto que apesar de forcar-se na Guerra, também abordará o lado amoroso dos personagens. Espero que gostem, até a próxima jovens.



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