Serena escrita por Maria Lua


Capítulo 23
Amor


Notas iniciais do capítulo

Pedir desculpas talvez não adiante, então vou apenas me justificar: viajei, continuei doente, me curei, tive que voltar correndo da viagem e ir direto à emergência porque fiquei doente de novo (e ainda estou), fiquei sem internet, sem computador e, ao recuperar, me viciei em Perfect World (recomendo) da LevelUp. Mas, agora vou tentar me regularizar. Pelo menos três capítulos por semana.
Boa leitura!



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Percorri cada metro, cada centímetro, cada canto do colégio em busca de Serena. Meu sorriso irradiava a todos que passavam por mim. Estava feliz porque, desta vez, o plano que eu e Serena bolamos daria certo e ainda seria de maneira legalizada. Isso acabou se tornando uma rotina por aqui – eu, após certezas sobre meu futuro amoroso, correndo atrás da menina que parece evaporar nesses momentos. Resolvi, então, ir ao lugar onde a encontrei na última vez em que desapareceu.

A porta do meu quarto estava aberta, o que poderia significar três coisas: a) ainda vasculhavam, mas acho improvável. B) os guardas são um bando de mal-educados que não teve a consideração de fechar a porta, e c) Serena estava lá. Entrei abruptamente e sorri contente ao ver as malas dela no chão. Fui até o banheiro e lá estava ela guardando as minhas coisas.

Eu dei risada.

– Então já está sabendo. – falei, me aproximando.

– Charles, agora não. Me ajude a arrumar as suas coisas. Partimos o quanto antes, porque eu com certeza eu não irei morar com a minha madrasta. Nunca mais. – falei com um ar ríspido. Eu evitei o assunto “madrasta” com medo de demonstrar que sabia a verdade, então a abracei pela cintura. – Para! Agora não. – refutou.

– Calma... Eu tenho uma excelente notícia para nós. – falei sorridente. Ela voltou-se para mim, para me fitar os olhos. – Eu... Fui demitido.

A expressão que ela fez foi, no mínimo, engraçada. Estava gostando de, ao menos essa vez, ter a posse da situação entre nós. Ter respostas.

– Charles! E como isso pode ser bom pra gente? E o que você fez?! – ela começou, mas logo interrompeu a si mesma e me impediu de explicar. – Mas não importa. Vida nova, identidade nova, e de preferência um país novo também. Sinto falta de viajar. Podíamos ir para a Espanha. Tu hablas español o quieres un idioma más fácil? Pero no piense en Portugal ni siquiera un instante. A mi no me gusta de manera alguna. – falou com sotaque latino. Eu ri da cena, ansioso para contar-lhe que nosso futuro vai ser mais fácil do que pensa. O problema é que essa geminiana nata não sabe a hora de parar de falar.

– Serena! Espera! Deixe-me terminar de contar! – ela fez silêncio e voltou a me fitar. – Eu... Vou ser o seu tutor. Vamos comprar uma casinha, eu vou trabalhar e você estudar onde quiser, vamos ter uma vida isolada só nossa da maneira que planejamos... Exceto pela parte da perseguição policial. Isso não vai ter, não. – a cada palavra os olhos de Serena se incendiavam mais. A reação dela foi exatamente como a minha. Nos abraçamos. Nos abraçamos bem forte a ponto de, quando senti seu corpo chocar o meu, eu acabei caindo contra a parede, ainda a abraçando. Ríamos da situação. Nossos rostos estavam muito próximos e não hesitamos em nos beijar – coisa que faríamos muito a partir de hoje. Nos beijamos de maneira abrupta, passando a mão um pelo outro, sentindo nossos corpos. Eu sentia sua barriga quente movendo-se junto a seu quadril, que rebolava por cima de mim. Sentia seus lábios quentes em meu pescoço, o que certamente deixaria uma marca no dia seguinte. Eu a desejava mais do que nunca. Eu a quero. Agora.

Decidi ir levantando sem parar os movimentos e nos encaminhei para a área central do quarto. Assim que saímos do banheiro eu notei que a porta estava aberta e que tinha pessoas lá fora, próximas, o que pode ter sido um risco. E se alguém tivesse entrado? Na mesma hora a afastei de mim e fechei a porta, passando a chave. Ela entendeu. Foi direto para a minha cama e, de joelhos, tirou a sua saia. Por baixo da blusa eu a vi desabotoar seu sutiã, que logo foi arremessado no chão. Aproximei-me vendo-a deitar na cama. A visão de sua blusa branca transparente, mostrando os seus mamilos, me fez sorrir não apenas com a boca, mas com os olhos, testa, bochechas e alma. Fiquei por cima dela beijando seu pescoço enquanto ela desabotoava a minha camisa. Uma vez sem ela, rapidamente tirei a sua também, e enfim colei nossos corpos. Era o mais próximo de nudez que já vira e sentira dela. Estava em êxtase a beijando e sentindo seus seios percorrendo o meu corpo. Baixei um pouco o rosto e beijei-os. Podia ouvi-la gemer um pouco enquanto minhas mãos e boca percorriam seus seios inteiro. Ela ainda rebolava enquanto sentia todo o prazer da ação. Um prazer que ela já havia conhecido com as meninas de seu quarto, mas tinha um que só eu poderia proporcionar. Voltei a beijá-la e, apesar de receoso por estar me precipitando, eu comecei a puxar bem devagar a sua calcinha. Não continuei até sentir que ela aprovava, mas ela me surpreendeu novamente ao retirar a própria calcinha e abaixar as minhas calças o máximo que deu. Seus olhos estavam constantemente fechados ao contrário de sua boca, que não parava de soltar arfadas. Isso me enlouquecia.

Olhei pra ela por um instante.

– Tem certeza de que está preparada pra isso? – perguntei. Eu queria. Queria muito. Queria a ponto de não escutar caso ela dissesse que não, mas queria ainda mais que isso fosse maravilhoso para ela. Por mais que não tenha velas aromáticas, incensos, flores e uma banheira de hidromassagem, eu queria que ela se lembrasse como algo especial. Algo novo e maravilhoso. A minha filosofia não permite que eu sinta prazer sozinho – preciso transmitir também.

Com um pouco de esforço, ela conseguiu desenhar algumas palavras. Olhou fundo em meus olhos daquela maneira que me fez perder o fôlego com ela na primeira vez em que a vi, em sala de aula.

– Eu... Eu quero agora... – falou. Eu sorri e voltei a beijá-la. Quando em fim aconteceu, quando aquela menina tornou-se oficialmente a mulher da minha vida, eu estava mais interessado em ver o seu prazer e felicidade que sentir o meu, e isso me alegrava. Fizemos amor por uma tarde inteira, já sabendo que era a primeira das várias que viriam.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora. E, ah! Está longe do fim, hein? Tem muito a acontecer ainda.