Julia

Acordei ao sentir o cheiro de café vindo da cozinha. Será que o Alex está fazendo isso? Assim que coloquei meus pés pra fora da cama Nath entrou pela porta com uma xícara fumegante de café.

"Bom dia flor do dia, hoje tem café na cama." Ela disse brincalhona. Tive que rir, essa minha amiga.

"Bom dia amiga." Eu disse enquanto pegava de bom grado a xícara. Eu estava liberada pra tomar pelo menos uma xícara de café por dia. Eu poderia abrir mão de tudo, mas não abriria mão do meu café com creme de leite. Jamais! Isso era o meu combustível.

Após me entregar a caneca Nath sobe na cama e se deita ao meu lado, e diz "Papai Alex ordenou que você ficasse na cama o dia todo, e que se fosse uma boa garota poderia ir até a sala" ela se ajeitou ao meu lado e passou a mão pela minha barriga dando um beijo na mesma e em seguida beijou a minha bochecha "Alex pediu que eu fizesse isso assim que você acordasse." Ela deu de ombros.

Tive que rir, isso era típico de Alex e mais típico ainda de Nath seguir a risca o que ele tinha pedido. "Falando em Alex, ele já foi pro trabalho?" eu peço.

"Sim querida, ele foi bem cedo. Disse que ele e Joshua tinham duas reuniões hoje."

Concordo com a cabeça e continuo tomando meu café. Sinto falta de trabalhar, sinto falta de ocupar a minha mente com algumas coisas, porém, agora mais do que nunca terei que ficar parada. Tudo por meu brotinho.

"Então Nath, qual nosso plano pra hoje?"

"Eu pensei que poderíamos ficar na cama o dia todo, o tempo está frio." Ela diz esfregando os braços e continua "eu poderia fazer uma sopa pra gente, poderíamos ver filmes de menininha, poderíamos também começar a planejar o enxoval do bebê." Ela diz o final praticamente gritando e eu não consigo não sorrir.

"Sim, podemos fazer isso tudo. Mas antes, preciso de um banho." Eu digo, saio da cama e sigo em direção ao banheiro.

Alex

"Até a próxima Sr. Matín, estamos ansiosos com o novo projeto." Eu digo enquanto aperto a mão do CEO da empresa de construção civil, e assim encerrando mais uma reunião.

"Então, planos pro almoço?" Joshua pergunta enquanto fecha seu notebook e vem em minha direção.

"Não. Podemos ir até o Roccio's, o que acha?" eu pergunto me levantando e indo em direção a porta. O dia mal começou e já estou exausto. O que me anima é saber que no final de toda essa merda, eu terei minha mulher me esperando em casa.

"Fechado. Te encontro lá em meia hora. Preciso organizar algumas coisas antes" Joshua diz e desaparece do meu campo de visão.

Vou em direção a minha sala e antes de entrar, peço que Judith coloque Joe Clinton na linha. Ele é o responsável pela casa que estou comprando. Uma grande casa. Já que não teremos nosso casamento por agora, irei pelo menos presentear a minha mulher com uma casa digna dela, onde poderemos criar nosso filho.

"Então, poderemos marcar a visita pra quando Joe?" eu pergunto assim que terminamos de resolver alguns assuntos mais importantes.

"O dia que você desejar Alex. Estaremos a sua disposição."

"Muito bem, conversarei hoje a respeito com Julia, e entrarei em contato assim que possível." Eu digo e desligo o telefone.

A casa fica a dois quarteirões de distância da casa atual em que estou vivendo com Julia. Um dia em que eu estava correndo como de costume, passei em frente a casa e vi uma placa de venda. A casa é grande, com uma imensa piscina na frente. É uma casa relativamente grande e não necessita de muitas mudanças, mas conhecendo Julia, tenho certeza que ela mudará algumas coisas, como por exemplo: criar um jardim. Eu vejo como ela é apaixonada por jardinagem. Assim que soube que ficaria de repouso, entramos em uma grande batalha, pois ela queria saber como o jardim dela ficaria, e sendo assim, contratei uma pessoa especializada pra cuidar de seu jardim e ela aceitou. Ponto pra mim! Eu pensei em acrescentar uma área recreativa pro meu filho. Sim, eu pensei nisso. Quero que meu filho tenha de tudo, se depender de mim, ele será a criança mais mimada do mundo. O que eu posso fazer? Julia e esse bebê já me têm na palma de suas mãos.

Chego ao restaurante e vejo Josh falando no telefone e dando um daqueles sorrisos maliciosos e logo sei que ele está falando com Nathalie. Sinceramente, esses dois me embrulham o estômago, mas eu fico feliz pelo meu amigo. Ele ta feliz, e sendo assim, fico feliz também.

"Já fiz o nosso pedido" ele diz assim que desliga o celular.

"Bom." Eu digo e me ajeito na cadeira.

"Nath disse que ela e Julia estão se divertindo muito." Ele diz e bebe um gole do seu vinho.

"Fico feliz por Nath estar passando um tempo com ela. Julia estava infeliz quando soube desse repouso." Eu digo e passo a mão pelo cabelo. Eu sei como Julia é ativa e gosta de cuidar das coisas dela, mas esse repouso é por uma boa causa.

"Irmão, qualquer pessoa ficaria infeliz, mas a Ju sabe que é por uma boa causa. Ela ama esse bebê e dá pra ver em seus olhos que ela faria qualquer coisa por ele."

"É, eu sei disso." Eu sorrio ao lembrar-me de como minha mulher está feliz com o nosso bebê.

Nosso pra to chega e continuamos com uma conversa agradável. Conto a Josh os meus planos sobre a compra da casa. Ele diz que está feliz pela gente e que se precisarmos de alguma coisa, eu poderia contar com ele.

"Cara, você não vai acreditar quem me procurou." Ele diz e vejo seu sorriso morrer.

"Quem?" eu pergunto e bebo meu vinho.

"Lembra da Corinna? Aquela minha ex namorada que virou modelo e largou tudo pra seguir sua carreira?" ele diz e se mexe desconfortavelmente em sua cadeira. Oh, sim. Eu me lembro.

"Aquela que fez com que você ficasse como um mariquinha chorando pelos cantos? Oh, sim, eu lembro." Eu digo e dou uma risada ao lembrar de como Joshua ficou mal quando ela foi embora.

"Rá. Rá." Ele diz visivelmente puto comigo e continua "ela disse que precisava ter uma conversa séria comigo, e que era muito importante."

"E o que você fez?"

"Eu simplesmente ignorei. Qual é, já se passaram tantos anos. O que seria tão importante? Não é como se ela estivesse escondendo um filho meu." Ele diz e solta uma risadinha da sua própria piadinha. Joshua às vezes é tão infantil.

"Bem maduro você, devo lembrar. Mas realmente, o que poderia ser tão importante? Talvez ela esteja querendo voltar com você." Eu digo e chamo o garçom pra fechar a conta.

"Tanto faz. Eu estou feliz agora e nada vai mudar isso." Ele diz e jogamos algumas notas em cima da mesa e seguimos pra fora do restaurante.

Julia

Após comermos a deliciosa sopra que Nath fez, eu me sinto satisfeita. Claro, depois de repetir três vezes. Meu subconsciente me repreende. Ei, eu estou grávida. Como por dois agora. E assim começa a minha briga interna comigo mesmo. Tenho feito isso bastante ultimamente, sempre que inicio uma batalha interna, levo horas pra terminar. Às vezes chega soar divertido. Depois de comer três pratos de sopa com pão italiano, e de sobremesa mousse de chocolate, me bate um cansaço e chamo Nath pra que ela deite comigo. Eu com certeza já devo ter engordado uns cinco quilos. Sinto-me pesada.

"Nath, eu quero dormir, então preciso que você me abrace e coloque a mão por cima da minha barriga. Pode fazer isso?" eu peço manhosa, e ela me olha como se eu fosse uma alienígena no corpo da sua melhor amiga.

"Você está me dizendo que quer dormir de conchinha comigo?" ela solta uma risadinha, mas vem pro meu lado e faz o que eu pedi.

"Sim, eu só consigo dormir assim. O Alex me acostumou mal." Ela pousa sua mão sobre minha barriga e começa a acariciar a mesma em circulo.

"Então mamãe, o que achou do enxoval que vimos?" Ela pergunta.

"Eu amei. Eu não quero fazer um tema, entende?" eu digo e me ajeito na cama. "Quero fazer uma coisa neutra, quero pintar um painel com anjinhos e essas coisas fofas. Estou tão ansiosa Nath pra descobrir o sexo."

"Pode apostar que todos nós estamos. Não vejo a hora de começar a comprar roupinhas pra minha menina." Ela diz e eu bufo em resposta. Mais uma pessoa achando que meu bebê será menina. É menino, eu sinto isso.

"Não sei como você e Alex tem tanta certeza que será menina." Eu digo

"Apenas sabendo, mamãe." Ela diz e consigo notar que sua voz está cansada, olho pro lado e vejo que Nath dormiu. Sigo seu exemplo e caio num sono profundo e tranqüilo, e sonho com um lindo menininho de olhos verdes e cabelos negros.

Alex

Logo que eu e Joshua deixamos a empresa, seguimos em direção a minha casa, mas antes faço uma breve mudança de rota e levo-o até a casa que estou comprando. Ele diz que é uma casa boa pra criar crianças e eu tenho que rir. Desde quando Joshua ficou com instintos tão paternais? Acho que a gravidez de Julia está mexendo com todos a sua volta. A temperatura caiu consideravelmente essa noite, não vejo à hora de chegar em casa e ficar agarradinho com a minha mulher. Estacionamos o carro e seguimos pra dentro de casa, está tudo muito silencioso, chamamos por Julia e Nath e ninguém responde e logo a preocupação me domina, mas logo dissipa. Chego ao quarto e vejo que as duas estão dormindo de conchinha. Rimos pra cena.

Vou até Julia e beijo carinhosamente seu cabelo, passo meu nariz pelo mesmo e inalo seu maravilhoso perfume. Ela cheira a rosas. E eu amo isso. "Acorda querida." Eu sussurro na sua orelha e ela se mexe, mas continua com os olhos fechados.

"Amor acorda." Josh diz contra o pescoço de Nath e eu sorrio com a cena. Essas duas se não fossem melhores amigas, eu não sei o que seriam. Elas são iguais até na hora de acordar. Depois de muito sacrifício, Josh acorda Nath e ambos seguem em direção a sua casa. Um pouco tempo depois Julia também acorda, mas diz que prefere ficar na cama.

Ela me conta como foi seu dia com sua melhor amiga, conta também que já está com planos de como será o quartinho do nosso bebê, e fica irritada quando diz que Nath também tem certeza que nosso bebê será menina. Rio da sua manha. Tão linda.

Estou com Julia na banheira, seu corpo está entre as minhas pernas, suas costas colada ao meu peitoral e sua cabeça descansa no meu ombro enquanto eu esfrego a espuma contra seu corpo. Coloco mais um pouco de sabonete líquido nas mãos e logo um cheiro de flores invade o ambiente. Eu já disse como amo esse cheiro? Pois eu amo.

"Querida, o que acha de comprarmos uma casa maior?" eu digo enquanto passo minhas mãos por seus seios que estão ficando maiores a cada dia, círculo seu mamilo com meu indicador e polegar, e ela geme.

"Acho uma boa ideia. Podemos ver algumas depois." Ela diz com a voz rouca, e arqueia suas costas, fazendo com que seus seios fiquem todo em minha mão.

"Eu já tenho uma mente, podemos visitá-la esse fim de semana." eu desço minhas mãos pela sua barriga até encontrar o seu centro molhado e convidativo. Ela rebola o seu quadril contra minha ereção e eu mordo seu ombro pra abafar um gemido.

"Sim, podemos. Mas agora eu quero outra coisa." Ela diz virando seu corpo e ficando de frente pra mim. E por um momento o assunto e os novos planos sobre a casa ficaram de lado, e a única coisa que se ouvia naquele momento, eram os sons nos nossos corpos e gemidos.