Paixões Gregas - Descobrindo o amor (Degustação) escrita por moni


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. É tardão né? Desculpem, não deu para postar antes. comecei a escrever já era tarde. Esse vai muito especialmente para a linda da CAMILA CARVALHO! Que deixou uma recomendação muito linda e especial. OBRIGADA!!! Estou adorando o carinho de vocês com toda a história. Obrigada por suas palavras.
BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS



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Pov – Lizzie

Encaro meu reflexo no espelho de corpo inteiro, gosto do resultado um tanto formal, saia e camisa de seda, salto alto e cabelo preso. Não quero parecer em nada com a filha do dono.

Agora é hora de provar meu valor e mostrar que sou mais que uma Stefanos, cada um deles, meu pai e meus tios, todos provaram seu valor, as funções que exercem na empresa vem do talento que tem e não do nome que assinam e quero o mesmo para mim.

Josh eu sei que vai ser fácil provar seu talento, está sempre envolvido com as coisas da empresa. Desde garoto ele anda pelos corredores da empresa, fuça aqui e ali, ajuda tio Nick e o tio Ulisses, os irmãos ficam em pleno cabo de guerra por ele.

─Vai ficar aí conversando com o espelho ou vai enfrentar seu primeiro dia de trabalho senhorita Stefanos? – Sorrio para meu reflexo e então me ponho em movimento.

Subo para cobertura para atender um pedido de meu tio e seguir com ele para o escritório.

O elevador se abre e a porta está aberta, eles sempre deixam aberta e o hall parece parte da sala. Escuto a conversa e o riso vindos de dentro. Surgo na sala de jantar onde todos se reuniam para o Café.

Eles me sorriem um tanto surpresos com o modelito executiva, mas Josh de terno e gravata não é lá muito comum. Meus olhos se perdem nos dele, lindo e arrumado, pronto assim como eu para seu primeiro dia de trabalho.

─Que linda! Da até vontade de ser executiva só para me vestir assim um dia. – July diz me puxando pela mão. – Vem tomar café. Senta com cuidado para não amassar essa saia.

─Bom dia família. – Digo acenando e me sentando. – Estou no horário?

─O horário aqui em casa é flexível. – Annie diz me dando um beijo no rosto e servindo cereal ao Ryan que tem o rosto amassado e os cabelos despenteados. – Estar atrasado é parte do esquema. Come filho, vai se atrasar.

─Seu pai acaba de ligar Lizzie, me fez muitas recomendações, entre ela para não ser complacente e pegar pesado por que você tem talento.

─Sem pressão tio Nick. – Brinco beijando meu tio. – Pensei que a gente devia fazer um contrato. Que acha? Um em que colocamos clausulas de um tio bem bonzinho que finge não ver meus erros de inciante e conserta tudo?

─Nem pensar. – Tio Nick brinca. Josh está calado. Parece nervoso de frente para mim bebericando café.

─Lizzie viu como o Josh está lindo? As garotas do escritório vão ficar loucas por ele. – July diz sorridente. – Fica de olho, sou ciumenta com meu irmão. – Ela puxa o ar com força, está agitada e sempre que fica assim respira com dificuldade.

─July, respira. – Josh tira um inalador do bolso do terno, entrega a irmã. – Só respira. A mamãe avisou para baixar o ar. – Josh reclama, meu tio olha para os dois, cheio de amor. July aspira o inalador e depois devolve a ele. – Tem um na mochila?

─Sim. – Ela responde mais calma. – O papai confere toda manhã. Depois que uma vez esqueci o meu e o Ryan me salvou, não é heróizinho?

─Todo mundo tem que cuidar de você July, é muito atrapalhada. – Ryan diz antes de levar mais uma colher de cereal a boca.

Fico pensando por que Josh leva um inalador consigo, na verdade até Ryan tem um na mochila, todos eles carregam aquilo, é o jeito de se sentirem seguros. Já vi July ter uma grande crise há uns anos atrás e passamos todos a noite em uma clínica.

─Vamos todo mundo? – Annie pede e ficamos de pé. Olho para Josh mais uma vez, ele me sorri. – July me liga se sentir qualquer coisa e vou pegar você.

─Pode deixar mamãe.

Partimos depois das despedidas na garagem, eu, Josh e tio Nick no carro do tio, Annie e as crianças com o motorista. Ela vai cedo para a associação e fica até a saída das crianças do colégio.

Fico surpresa ao descobrir que tenho uma sala para mim no último andar, onde apenas meus tios e Simon trabalhavam.

─Sua sala. – Os tios dizem abrindo a porta para mim, não é muito grande, mas é minha e fica ao lado da sala do tio Nick. Sorrio orgulhosa e assustada, com um leve medo de não corresponder.

─Obrigada. Isso... Achei que ficaria no departamento jurídico, numa mesinha num canto.

─Nem pensar, não é o lugar de alguém que veio de Harvard. – Tio Ulisses avisa.

─Boa sorte. – Josh me diz com um olhar doce e carinhoso.

─Tem uma sala também? – Pergunto a ele que afirma.

─O Josh tem a sala dele faz tempo, do lado da minha que não sou bobo. – Tio Ulisses avisa. – Vem assistente, hora de me dar uma boa ideia para as negociações com aqueles italianos.

Os dois saem e fico com tio Nick.

─Tenho muito orgulho de você garotinha, desde que tinha seis anos me promete seguir meus passos, é bom te ver aqui.

─É bom estar aqui tio. Obrigada pela chance.

─Ah! Perdi as apresentações? – Simon chega apressado. – Cadê meu sobrinho postiço?

─Na sala dele Simon. Está atrasado.

─Sarah queria comer melancia, quer dizer, eu sei que isso é apenas para me torturar, mas dizem que dá azar não atender desejo de gravida.

─Ainda bem que a Annie nunca tinha essas coisas. – Tio Nick ri.

─Ela está de quantos meses Simon?

─Vinte, quarenta, não sei ao certo, uma eternidade.

─Seis meses. – Meu tio avisa rindo. – Acostume-se Lizzie, é com isso que vai trabalhar.

─Vamos Lizzie vou te passar umas coisas. – Simon diz entrando na sala comigo. – Sabe dar nó em gravata?

─Simon! – Meu tio alerta.

─Só para saber. – Não entendo muito a piada, mas como acho que não vão me explicar apensar ignoro.

Simon e eu ficamos reunidos toda a manhã, ele me põe a par de tudo, no almoço saio com tio Nick, tio Ulisses e Josh ficam trabalhando.

A semana corre com tudo que tenho que aprender, nunca saio do escritório antes de sete da noite, depois sigo direto para aula de ballet, quando chego em casa quase todos os dias passa das nove, como qualquer coisa, ligo para casa e depois vou dormir.

Eu e Josh nos vemos pelos corredores do escritório e só, sorrimos um para o outro. Acenamos, almoçamos juntos dois dias, mas os tios estavam juntos então a conversa girou em torno de trabalho e nada mais.

Não vou mais para casa do tio Nick pela manhã, gosto de ir caminhando para o escritório, respirando ar fresco e olhando vitrines, compro um café e subo para minha sala. Me sinto em um filme romântico.

Na sexta-feira meu dia é todo tomado por dúvidas, onde vamos? Que roupa devo usar e será que ele não vai me ligar arrependido cancelando? Saio mais cedo, seis da tarde fecho minha pasta e desligo meu computador.

A secretária do andar sorri quando aceno na porta do elevador. Sigo para casa de taxi, Josh me ofereceu seu carro, mas não quero um por enquanto, posso caminhar e quando saio do ballet prefiro pegar um taxi e me recostar no banco descansando a cabeça e os braços.

Fico olhando para o closet presa a uma toalha decidindo o que devo vestir. É estranho que pense em algo assim, é o Josh, estivemos juntos a vida toda, mesmo assim quero ficar bonita para ele.

Os dias estão quentes ainda, então escolho um vestido, quando fico pronta meu coração está a mil, a campainha toca pontualmente as oito da noite, que novidade, ele é todo certinho.

Quando abro a porta Josh me sorri com um enorme buque de flores que me deixa sem ar.

─Josh. – Olho para elas. – São lindas.

─Pronta? – Ele pergunta vestindo jeans e camisa.

─Sim. Entra um pouco só para colocar as flores num vaso. – Ele me acompanha a cozinha, uso um vaso de vidro grande para acomodar as flores, deixo dobre a mesa de centro na sala principal, ajeito e dou uma boa olhada no resultado antes de me voltar para ele. – São linda, obrigada.

─Você é linda. – Ele diz se aproximando de mim. – Vamos?

─Assim? Os dois de mãos dadas? E se nos virem?

─Meus pais estão em casa com as crianças, não tem perigo.

─Vamos de carro?

─Como vamos passear pela Times Square de mãos dadas se estivermos de carro?

─Certo! – Sorrio quando deixamos minha casa e ele aperta o botão do térreo, quando a porta do elevador se abre Josh solta minha mão, não é divertido me esconder, pode parecer romântico, mas é triste, só quando estamos uns quarteirões longe de casa seus dedos procuram os meus.

─Gostou da primeira semana?

─Sim. Só acho que trabalhamos demais. – Ele afirma rindo. – Esses Stefanos querem mesmo se livrar do trabalho.

─Não veem a hora. – Josh diz beijando minha mão presa a sua.

─Vamos jantar na Times Square?

─Bailarina, não é turista. Aprenda que ninguém que mora em Nova York como por lá, são os piores restaurantes da cidade.

─Sou inglesa Josh. Me dá um desconto.

─Uma inglesa linda. Agora não acha que está chegando muito tarde?

─Do ballet?

─Juro que não quero te controlar. Não mesmo, sabe meus pais são bem livres, eles fazem tudo juntos, mas por que querem, não tem controle, mas é Nova York. Não conhece bem a cidade. Fico preocupado. Eu podia te apanhar no ballet como quando estávamos na faculdade.

─Se quer me apanhar por que quer me ver e passar um tempo comigo eu gosto, se tem medo de algo me acontecer então não, quero ser independente.

─Então vamos ver, se for te buscar um dia ou outro não vai se ofender?

─Não, vou achar bonitinho.

Deixamos as ruas principais e entramos numa rua pequena, quase um beco, Josh me sorri.

─Está tudo bem, quero te mostrar um lugar. Sabe que seu pai cresceu nessas ruas não é mesmo?

─Sei.

─Uma vez o tio Leon estava em férias aqui e me levou para mostrar os lugares onde eles ficavam, era algo como não importa de onde você vem, mas onde quer chegar.

─Entendo, o tio não esconde que prefere você.

─Não é verdade, ele prefere meu pai e tudo que vem do meu pai.

─Tem razão. – Paramos diante de uma loja grega, está fechando, mas um senhor com sotaque grego bem forte como o do tio Leon nos convida a entrar chamando Josh pelo nome.

─Obrigado Petrus. – Josh agradece e vamos passando pelas prateleiras. – Não é mais o mesmo dono, Tio Leon ajudou o dono antigo a voltar para Grécia quando ficou rico, mas muitas noites seu pai e os tios dormiram aqui. Ele deixava quando descobriu que eles viviam nas ruas, toda noite os três se abrigavam aqui no inverno.

Gosto de andar pelo lugar e pensar em três garotinhos perdidos, solitários e corajosos se escondendo do frio unidos e sonhadores. Me emociona pensar um pouco nessa parte da nossa história.

Fico em silencio, só caminhando e pensando em tudo que quero e tudo que tenho. Depois saímos mais uma vez de mãos dadas.

─Fiquei emocionada, isso faz o império Stefanos ganhar novo sentido.

─Eu sei. Acho que o tio queria que eu entendesse o que estamos herdando. Para não desperdiçarmos tanto esforço.

─As pessoas podem achar que foi sorte, mas essa semana no escritório eu percebi que foi a custa de muito trabalho e inteligência que chegaram tão longe.

─Sim. Absolutamente foi por puro talento. – Seguimos caminhando de mãos dadas.

─Onde vamos agora?

─Jantar. – Ele me sorri. Caminhamos por ruas e mais ruas, a noite está bonita e fresca, quase fria, chegamos a um grande portão de ferro, Josh sorri. – Chegamos.

Encaro o portão, ergo o olhar em busca de uma placa que indicasse o nome do restaurante, não tem nada, só um velho portão de ferro todo trabalhado. Josh empurra a grade de ferro que range um pouco.

─Josh...

─Vem. – Ele me puxa levemente pela mão, eu o sigo apenas por que confio nele, o lugar parece meio escuro. Depois de entrarmos ele fecha o portão.

─Que lugar é esse? Não parece um restaurante.

─Não é. – Ele confirma quando vamos caminhando por uma pequena alameda de pedras cercada de plantas, o lugar tem um perfume suave de flores e mato. É silencioso e uns passos depois é como se tivesse deixado Nova York.

─Onde estamos?

─Num jardim. Por que acha que te levaria para um restaurante no nosso primeiro encontro? – A alameda faz uma curva fechada e então me deparo com uma mesa de jantar no jardim, com velas acessas, música ambiente e pequenas luzes presas as plantas dando um clima romântico e bonito.

Fico parada de boca aberta encantada com o lugar, não sei o que dizer, não imagino como ele conseguiu isso, é um lindo lugar. A mesa de apoio tem champanhe e um vaso com flores.

─É tudo tão lindo. – Me viro para poder olhar para ele. – Isso é tão especial.

─Você é especial, tinha que ser uma noite especial. – Ele se aproxima de mim, seus lábios tocam os meus de leve, meu coração dispara, nos evitamos toda a semana e agora estamos aqui. Nesse pedacinho de paraíso, juntos e sozinhos. – Vamos?

Ele me guia com a mão em minhas costas, me puxa a cadeira, assim que se senta à minha frente um garçom em fraque branco se aproxima surgindo não sei de onde, abre o champanhe, nos serve e depois se retira em silencio.

─Um brinde? – Josh ergue a taça.

─Ao futuro. Que seja cheio de surpresas.

─Boas surpresas. – Tocamos as taças, depois damos um gole. Lizzie me sorri quando descansa a taça.

─Não vai me dizer que lugar é esse?

─Uma biblioteca, dirigida por um amigo, ele me emprestou o jardim.

─Bem relacionado! – Brinco. Ele dá de ombros. – É tudo lindo. Garçom, música ambiente.

─E um dos seus pratos favoritos. Comida grega.

Adoro comida grega desde muito pequena, quando ainda nem conhecia meu pai eu e minha mãe já aprendíamos sobre o paladar grego. Me acostumei a comida mediterrânea sempre leve e saborosa. O garçom retorna servindo as entradas. É um jantar completo. Não consigo parar de me surpreender.

─Aquela fonte aceita moedas? – Pergunto durante o jantar. Josh olha para ela, o som da água é um calmante natural.

─Podemos tentar. Já tem um desejo?

─Há muito tempo.

Ele segura minha mão. Sempre que me toca algo em mim parece reavivar.

─Também tenho Lizzie, um desejo antigo.

Voltamos a comer, a sobremesa é leve, minha preferida dos tempos de criança, me pergunto como ele se lembra de tantos detalhes sobre mim.

─Quando estava conhecendo meu pai fomos almoçar num restaurante grego e era esse o menu.

─Eu sei Lizzie, uma vez o tio contou. Gravei o menu pensando que traria boas lembranças.

─Isso é especial demais. Tudo isso em uma semana?

─Fica fácil quando os planos estavam prontos há muito tempo, não que achasse ser capaz de um dia realizar isso, mas sonhar com está noite eu sonhei muitas vezes.

─Acho que eu também Josh, mas não com todos esses detalhes. Acho que pensei mesmo em nós dois comendo hambúrgueres uma lanchonete qualquer.

─Isso fizemos muitas vezes. Quando te apanhava no ballet.

─Eu te dei muito trabalho geniozinho.

─Que tal um passeio pelo jardim? – Ele me ajuda a levantar, damos a volta na fonte de mãos dadas, paramos olhando a imagem de uma divindade jorrar água no mármore antigo.

Josh caça nos bolsos uma moeda, me entrega quando ficamos lado a lado. Desejo de todo coração poder viver esse amor, acho que ele deseja o mesmo, atiro a moeda na água, ela afunda e se perde no prato grande e antigo.

─Dança comigo bailarina? – A música suave nos acompanha desde que chegamos e sorrio aceitando quando ele envolve minha cintura, minha mão vai para seu ombro e ficamos ali, dançando de modo suave, olhos nos olhos.

─Obrigada por essa noite Josh. – Digo quando vamos deslizando pelo jardim em torno da fonte e cercados pelas dezenas de luzinhas iluminando nossos corações.

─É nossa noite Lizzie. Para guardar seja lá o que vier depois.

─O que vem depois? – Pergunto por que preciso saber. Esse amor que alimento desde a infância está cada dia mais exigente e tenho medo de perder o que tenho, medo de não ter mais nada para alimenta-lo.

─Sinto que não posso mais voltar atrás Lizzie. Apenas conviver com você não é mais o bastante.

─Não é. Não depois daquela noite.

─E o que fazemos? – Ele me pergunta como se eu pudesse responder a isso. Não posso, isso é mais sobre ele do que sobre mim, é mais difícil para Josh viver essa situação.

─Eu não sei. – Respondo com toda honestidade.

Paramos de dançar, perto um do outro, nos olhando cheios de sonhos, meu coração batendo forte, meus olhos pregados nos dele.

─Ainda tenho medo de te perder, tenho mais medo do que sempre tive, passei todos esses anos esperando que um dia eu te veria vivendo seu grande amor e achando que teria que assistir de longe você sendo feliz.

─Josh eu não posso ser feliz sem você.

─Queria te pedir em namoro, mas o que posso oferecer se não encontros furtivos? Disse aos meus pais que iria sair com Chad. Jantar com amigos.

─Eu sei que tudo é novo e confuso, sei que temos pessoas que amamos e não queremos magoar, mas a que preço?

─Lizzie eu devo tanto a essa família. Tudo que fizeram por mim, tenho medo de um dia meu pai me olhar arrependido de ter me tirado daquele abrigo.

Me encosto em seu peito, ele me abraça apertado, ficamos ali, silenciosos, abraçados, devia ser a hora que colocamos um fim a essa história e seguimos nossas vidas como os primos que eles esperam que sejamos, mas não posso fazer isso.

─Aceito encontros furtivos. – Digo me afastando um pouco para poder olhar em seus olhos. – Eu não consigo ficar longe, nem você. Se é o que temos, então tem que ser o bastante.

Josh acaricia meu rosto, sorri, não um sorriso radiante, um sorriso dolorido, uma felicidade pela metade, nunca estamos inteiros nessa história.

─Um namoro escondido? Uma relação secreta? Isso pode nos magoar, tem certeza?

─O que podemos fazer? Tem que ser o bastante por um tempo, até estarmos prontos.

─Prometo Lizzie, prometo que se me der essa chance, se me deixar estar com você só até prepararmos o terreno, mostrar para eles que somos mais que primos, que podemos ser um casal, assumimos tudo.

─Um namoro secreto pode ser romântico. – Sorrio mais tranquila, ele me beija os lábios.

─Mas não pode sair achando que por que é secreto vai ser desses namoros abertos.

─Já está com ciúme? – Rio dele. Josh afirma.

─Muito ciúme. Tenho medo, é linda, e não estou falando do seu rosto, falo de quem você é. Qualquer cara ficaria louco por você.

─Sabe geniozinho, aquele prédio em que trabalhamos é cheio de moças que suspiram pelo senhor, eu vejo, escuto, mas não posso dizer nada. – O sorriso se desfaz. Josh me traz para mais perto.

─Que suspirem, só precisa saber que é você que eu quero, é você que me tira o sono e arranca suspiros. – Como me deixa feliz ouvir, Josh me beija, parece querer provar que sou a dona dos seus sentimentos, me entrego, é um beijo intenso, longo e apaixonado, outros vem depois desse, meu corpo queima, me guardei para ele e sei que agora está perto de acontecer.

─Josh. – Seu nome escapa e ele se afasta um pouco.

─Vamos mais devagar, ao menos vamos ver como esse namoro funciona.

─É meu namorado. – Digo em voz alta. – Nem acredito. Estava em seus planos pedir?

─Estava em meus planos implorar. – Ele ri. – Tenho tanto medo de tudo que está por vir, por outro lado eu não sei como me afastar desse sonho que é ter você Lizzie.

Ele volta a me beijar, depois voltamos de mãos dadas a mesa, Josh nos serve mais champanhe.

─Quer namorar comigo Lizzie? – Ele pede. Fica todo formal, me olhando nos olhos. É a noite mais linda que já vivi. Meus olhos marejam.

─Quero. – Pisco e uma lágrima escorre, toco a sapatilha no pescoço. Ele segue minhas mãos com os olhos, depois toca ele a sapatilha. – É como carregar você comigo.

─Quando olho para ela sinto inveja. – Eu me ergo na ponta dos pés para beija-lo. – Melhor irmãos. É tarde.

Depois de uns goles no champanhe deixamos o jardim de mãos dadas, voltamos caminhando lentos, trocando beijos, ele me faz feliz de todos os modos, não acho que vamos esconder isso muito tempo, mas por agora me basta a certeza que não vou perde-lo.

Josh mantem os dedos entrelaçados aos meus quando passamos pela portaria. Subimos abraçados, trocando um longo beijo até o elevador parar e a porta abrir. Desço com ela, no hall nos beijamos.

─Quer entrar um pouco? – Os olhos brilham, ele sorri fazendo um movimento negativo com a cabeça.

─Se entrar aí hoje não consigo sair. Mando tudo para o inferno e nunca mais te deixo.

─Então que seja. – Digo sorrindo, ele me puxa para seus braços, me beija, um beijo intenso, acabo encostada na porta, meu corpo colado ao dele enquanto nossas bocas se exploram, sua mão aperta minha cintura, depois os lábios descem por meu pescoço, e meu coração palpita.

─Lizzie... – Ele sussurra em meu ouvido, volta a me beijar, mas então juntamos forças e nos afastamos. – Melhor eu ir. Dorme bem.

─Você também. – Ele me espera abrir a porta, depois entra no elevador e quando aporta se fechava o dedo vai para a boca. – Para de morder o dedo. – É tarde, a porta se fechava e demoro um longo momento para flutuar para dentro.

Estamos namorando escondidos como se fossemos dois adolescentes dos anos trinta. Isso é romântico, engraçado e trágico, mas eu estou feliz, no momento só o que sinto é isso. Nada de culpa, medo ou vergonha, eu amo Joshua Stefanos, o resto não importa.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSS
Amanhã tem mais.