Annabele Vermont escrita por Annabele


Capítulo 11
A Marca.




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Em um piscar de olhos que ao mesmo tempo parece um milênio, Embry já está mergulhando na água, depois de alguns segundos ele emerge e acena positivamente. Os meninos assoviam em resposta.

–Agora é minha vez. – Seth se aproxima da borda e salta também. Só consigo admirar a beleza dos saltos.

– Pensando bem, acho que é melhor você esperar aqui, meu amor.- Quil fala com tom de superproteção.

–Não senhor, agora eu quero ir! – Clarie tira o seu vestido e também se aproxima da borda.

–Clar, você tem que pular com os braços e as pernas fechadas tá. Quando você afundar eu vou ajuda-la a subir, por que a força do mar é muito grande lá embaixo. – Ele tira a camiseta e fica só de bermuda, então eles contam até 3 e saltam. Depois de alguns segundos emergem juntos, de mãos dadas.

Então só restamos Jake e eu.

–Você quer saltar Anna?

–Parece muito radical, mas eu não sou boa em natação Jake.

–Você não precisa se preocupar com isso, lá em baixo eu cuido de você, não vai nem precisar se mexer. Só precisa decidir se quer ou não salta. Se não quiser, não tem problema. – Ele sorri e segura minha mão.

Tomo o restante da cerveja em um gole, olho para baixo mais uma vez.

–Então vamos!

–Beleza!

Ele tira a camiseta. Nunca me canso de olhar para seus músculos definidos, principalmente o abdome. Ele sorri maliciosamente. Serrando os olhos ao me olhar.

–Sua vez!

Sorrio também. Começo retirando a blusa e em seguida o shorts, seus olhos percorrem meu corpo descaradamente. Ele morde o lábio inferior involuntariamente. O que sempre me tira do sério.

Sorrio e sigo até a borda, ainda sinto seus olhos sobre mim.

–Quando se recompor, podemos saltar. – Provoco.

–Então melhor marcar pra outro dia. – Ele se aproxima rindo.

Rio também.

–No três: um... dois... três.

Saltamos.

Eu já vivi aventuras outras vezes, mas esse lugar é especial. Parece que estamos desafiando o mar ao saltar, desafiando seu poder, sua magnitude, sua força. A queda em si não é o problema, na verdade é a parte prazerosa. O frio na barriga, o vento na pele. A parte radical é quando mergulhamos, o mar nos empurra para baixo sem pestanejar, se eu estivesse sozinha, sem sombra de dúvidas seria levada com toda a força em direção as pedras do penhasco e não teria chance. Mas Jacob me segura pela cintura e me puxa com força para cima. Na verdade não sei como ele conseguiu, é muito mais rápido do que eu imaginava. A água gelada contrasta com sua pele quente. Então emergimos, tusso algumas vezes. Ele me segura em seus braços.

–Está bem Anna?

Recobro o folego.

–Sim... Sim eu estou.

Ele sorri, e me beija. Não resisto ao calor do seu corpo, me encosto a ele. Suas mãos me prendem fortemente, seus lábios quentes me aquecem. Ele afasta o rosto mas não me solta.

–Vamos sair daqui, se não você vai congelar. – ri.

Ele me leva até a praia, onde os outros já nos esperam sentados nas pedras sobre o sol.

Andamos até eles, Clarie estende a mão para eu bater. Sentamos nas pedras também.

–To precisando de outra cerveja! – Falo rindo e todos me acompanham.

–Voces foram muito bem! O Seth demorou uns 2 meses pra criar coragem. – Jake fala me olhando, e sentando-se na minha frente. Seth que está sentada ao meu lado se inclina para trás um pouco. E olha minhas costas.

–Ta bem Anna, será que agora você pode explicar por que tem um lobo nas suas costas e quem é Rick?

Paro de rir instantaneamente. Havia me esquecido da tatuagem. Jacob também fica com um semblante sério.

–Não precisa falar se não quiser – ele me olha nos olhos.

Respiro fundo.

–Não, tudo bem. – olhos para todos e engulo a seco. – Eu tinha um irmão mais velho que se chamava Rick, ele era muito amado por toda a família, era um gênio na verdade. A mente brilhante por trás da Vermont. Meu pai era fascinado por ele, e bem, para resumir a história, um dia eu estava dirigindo na autoestrada e um lobo entrou na nossa frente... Eu tentei desviar e o carro acabou capotando, Eu acordei alguns dias depois no hospital e meu irmão não estava mais lá. Meu pai nunca me perdoou por isso... por ter desviado daquele lobo, na verdade foi instinto, eu nunca imaginaria que tudo isso iria acontecer. Então meu pai me culpa pela morte do Rick, e eu não pude suportar viver com ele todos os dias assim. Eu saí de casa e tatuei um lobo nas costas. Meu pai deve me amar cada vez mais.. – falei ironicamente.

Todos ficaram em silencio. Clarie me olhava chocada. Ela se levantou e me abraçou.

–Eu sinto muito...

–Está tudo bem Clarie, eu estou bem.

Ela sentou ao meu lado e segurou minha mão.

–Um lobo, que ironia. – Seth falou despercebido.

–Ironia? – perguntei.

Pude ver um olhar de repreensão de Jacob para Seth.

–Ele se refere as lendas que eu te falei outro dia.

–Hum.

Percebi mais alguns olhares estranho entre os rapazes. Então o sol se escondeu atrás de uma nuvem e decidimos subir até o penhasco para buscar nossas roupas. Jake vem ou meu lado o tempo todo em silencio, só me olhando algumas vezes. Chegamos ao topo através de uma estradinha. Colocamos nossas roupas e decidimos nos reunir na minha casa. Volto com o Seth no meu carro.

–Desculpa ter perguntado sobre a tatuagem Anna, eu não fazia ideia de que era uma história ruim pra você. – ele fala cabisbaixo.

–Não tem problema Seth, não se preocupa. Eu fico até mais reconfortada sabendo que vocês também sabem de tudo agora... É muito ruim carregar tudo isso dentro do peito.

–Você pode contar sempre com a gente. Nós somos uma família e você é parte disso agora. – ele sorri.

–Obrigada Seth. – sorrio também.

Chegamos em casa, todos se acomodam no sofá, entrego uma cerveja pra cada. Mas o clima ainda continua pesado.

–Ok gente, eu contei um segredo a vocês, é uma história muito triste. Mas eu não quero que vocês se entristeçam por isso. Eu demorei muito tempo pra aceitar tudo, mas hoje estou bem. Bem comigo mesma e com meu irmão. Então por favor, não me olhem com esses olhos de pena, por que é o que menos preciso. – Digo ligando a tv, e colocando em um jogo qualquer. Logo o clima melhora. E a tarde passa agradavelmente. Quando começa a escurecer todos vão para suas casas menos Jake.

–Meu pai quer que a gente vá jantar lá em casa hoje. Pode ser?

–Claro, eu vou tomar um banho, e já volto.

–Posso tomar um banho também?

Olho surpresa pra ele.

–Depois de você, é claro. – ele ri.

Rio também.

–Pode Jake.

Subo até o banheiro, tomo um banho calmamente, lavo meus cabelos e relaxo sobre a água. Ao terminar vou até meu quarto e coloco um vestido leve. Deixo um casaco separado para levar sobre a bolsa e chamo por Jacob. Enquanto procuro uma toalha, ele entra no quanto.

–Que quarto organizado!

Entrego a toalha a ele.

–Você está linda.. e cheirosa. – Ele se aproxima e cheira meu pescoço, afastando meu cabelo molhado com a mão.

Um arrepio me percorre dos pés a cabeça.

–Só não vou te beijar agora, por que eu provavelmente estou salgado – ele ri.

–Então toma logo esse banho. – sorrio maliciosamente.

Ele vai para o banheiro, e toma o banho, fico em meu quanto secando o cabelo enquanto isso. Ele termina o banho e vai até o quanto. Senta na minha cama e fica me olhando terminar. Guardo o secado e me viro de frente pra ele encostada na penteadeira em frente a cama. Ele se levanta e caminha na minha direção. Suas mãos me seguram e ele começa a me beijar, ferozmente. Ele me encosta na penteadeira e depois de um tempo, fazendo parecer bem fácil, ele me levanta e me coloca sentada sobre ela, ele se coloca entre as minhas pernas, seus beijos percorrem meu pescoço e retornam aos meus lábios. Sem parar de me beijar suas mãos percorrem a lateral do meu corpo, descendo até os meus joelhos, aquecendo a pele por onde passam. EM seguida elas começam a subir, lentamente, pela minha coxa. Até chegarem à altura da barra do vestido, então elas não param de subir, e o vestido sobe junto. Meu coração se acelera.

Então ele para de me beijar. Ofegante, me olha nos olhos. Depois abaixa a cabeça, retira as mãos de mim e se afasta. Desço da penteadeira. Recuperamos o folego um de frente para o outro. Ele leva uma das mãos até a cabeça.

–Melhor irmos.

Desvia o olhar e sai do quarto. Fico um segundo parada, pego minhas coisas e desço também. Entramos no carro dele em silencio, e seguimos assim o caminho todo. No rádio toca uma música romântica qualquer, Jake parece muito pensativo.

Todos nos cumprimentam quando chegamos, e logo sentamos à mesa para o jantar. Jacob ainda está em silencio.

–Papai a comida está maravilhosa – Rachel sorri. Ela olha para Jake por um segundo. – Não acha Jake?

Ele não a responde e continua olhando para o centro da mesa sem foco.

–Jacob? Esta tudo bem? – Ela encosta uma das mãos no ombro dele.

Ele a olha e balança a cabeça positivamente.

–Acho que ele ainda está pensando na tarde que tiveram, amor. Levando em conta as marcas no pescoço da Anna. – Paul fala rindo.

Me surpreendo com o comentário. Jake serra o punho em cima da mesa e me olha, desvia o olhar logo em seguida. E assume um semblante de preocupação.

Coloco meu cabelo para frente tampando o pescoço, sem graça. Billy percebe o clima estranho e muda de assunto.

–Quer dizer que você saltou do penhasco hoje Anna?

–Sim. – sorrio.

–Eu não sei que graça vocês veem nessas brincadeiras.

E então Billy começa a falar de sua infância e relembrar as brincadeiras, o clima fica mais agradável, mas Jake ainda fica quieto durante todo o restante.

Depois eu e Rachel recolhemos as coisas e arrumamos a cozinha, eles se despedem e vão para a casa da mãe do Paul, onde estão passando as noites. Billy vai dormir em seguida e ficamos, Jake e eu, sentados no sofá da sala. Ele pega a chave do carro e se levanta.

–Vamos?

Pego minhas coisas e em silencio entramos no carro. Depois de algum tempo, eu não consigo mais me manter calada.

–Jake, o que aconteceu? Você está muito calado... Quer me falar alguma coisa?

Ele me olha de canto de olho e aperta o volante firmemente. Ainda em silencio.

–É sobre o que aconteceu lá em casa Jacob? Só queria te lembrar que eu tenho 24 anos e que sei como as coisas são, eu não estou chateada.

–Não é sobre isso Anna, é sobre como isso está acontecendo, é sobre essa marca no seu pescoço, é sobre como eu perco o controle com você. – ele fala angustiado sem me olhar.

–O que? Do que você está falando? Eu não sou uma menina de 15 anos Jacob, meus pais não fiscalizam meu pescoço! – falo irritada.

–Você não está intendendo. Tem muita coisa que você não sabe ao meu respeito. – ele levanta o tom de voz.

–Então por que você não fala?

Ele fica em silencio um instante, relutando com seus pensamentos.

–Eu ainda não posso... e além disso eu não sei se você vai estar aqui amanha, ou se vai estar se mudando pra uma cidade qualquer do outro lado do país.

Fico em silencio, angustiada com toda aquela conversa.

–Eu não estou pronto pra isso de novo Anna. – Ele fala amarguradamente.

–Eu não sou a Bella, Jacob.

Ficamos em silencio. Ele estaciona o carro na frente da minha casa e me olha com angustia nos olhos. Depois ele volta a olhar para frente.

–Boa noite Annabelle.

Fico surpresa. Achei que aquilo não terminaria daquela forma. Essa discussão totalmente sem nexo, sem sentido. Mas ele não mudou o rumo da conversa, e não seria eu a mudar.

Saí do carro sem falar nada e entrei em casa. Irritada, subi para o meu quarto para olhar a maldita marca no pescoço. Não era nada de mais, eu não entendi a reação do Jacob, na verdade existia sim, alguma coisa que eu não sabia a seu respeito.

Fui dormir e como era previsto minha noite de sono não foi boa.


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