Annabele Vermont escrita por Annabele


Capítulo 10
Teste de Autocontrole.




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O sol bate em meu rosto, ao abrir os olhos percebo estar atrasada. Meu celular está desligado. Tomo um banho rapidamente, e me arrumo. Faz calor hoje, não para sentir calor de fato, mas para não sentir frio. No caminho para o trabalho como uma maçã. A manhã passa bem rápido, flashs da noite anterior não saem da minha cabeça. E quando menos percebo já é hora de almoçar.

Entro no restaurante e sigo para a mesa, Jacob ainda não havia chegado. Antes mesmo de cumprimentar todos, Quil dispara.

–Que sintonia do casal.

Olho na direção de seu olhar e Jacob entra nesse exato momento. Ele segue até a mesa, me cumprimenta com um beijo no rosto e senta ao meu lado. Todos nos olham em silencio.

–E ai? Podem começar a contar... – Seth com olhar curioso.

Sorrimos.

–É um belo restaurante. – falo cinicamente.

–E tem uma ótima comida. – Jacob completa.

–Ahhh qual é? – Seth fala com cara de curioso.

Jacob me olhada por algum tempo e fala ainda olhando para mim.

–Foi uma ótima noite.

Em seguida já levanta a mão para chamar Big J para pedirmos. Seth fica desapontado, Quil me olha sorrindo.

Fazemos nossos pedidos e Jacob logo muda de assunto.

–O Paul e a Rachel virão passar o final de semana aqui. Eles chegam amanha, e meu pai vai fazer um churrasco a noite lá em casa. É pra todo mundo ir.

Jake me olha e levanta as sobrancelhas.

Até que a comida chega eles contam algumas histórias sobre Paul, que pelo que intendi era bem amigo deles e quando, uma vez, a irmã de Jake veio passar as férias da faculdade aqui, se apaixonou por ela, e acabou se mudando para o Havaí com ela no mês seguinte. As coisas sempre são bem intensas nesse povoado.

Depois de almoçarmos todos seguimos para o caixa, Lucy é quem está nessa função hoje, quando chega minha vez, ele fica me olhando de um jeito curioso.

–Está muito bonita hoje Anna!

Os meninos me olham rindo. Provavelmente corei nessa hora.

–É que não está tão frio como de costume. – disfarço sorrindo.

– É, o clima esquentou mesmo. – Embry fala cinicamente.

Caminhando em direção ao estacionamento, Quil me abraça com um dos braços e me olha sorrido. Sorrio também e desvio o olhar. Ele me beija no rosto, se despede dos outros e entra em seu carro. Seth cutuca Embry e eles também vão embora. Rio.

Jacob para na minha frente. Olhando-me com um olhar ardente.

–Será que eu posso passar hoje à noite na sua casa pra te ver?

–Claro que pode. – sorrio.

Ele se aproxima e encosta-me em meu carro, com uma das mãos segura minha nuca e encosta seus lábios nos meus comportadamente, afinal estamos em público. Ele se afasta por um momento, e me beija novamente, um pouco mais demorado. Mais uma vez se afasta, seus olhas me invadem, seu calor me alucina. E de novo volta a me beijar, um pouco mais rapidamente. Então ele beija meu pescoço três vezes até chegar ao meu ouvido onde sussurra com voz rouca.

–Até a noite.

Ele se afasta e entra em seu carro sem me olhar novamente. Com a respiração ofegante entro em meu carro. Demoro alguns minutos para me estabilizar para dirigir. Esse homem ainda vai me deixar louca.

Durante a tarde, trabalho normalmente, um pouco aérea, devidos aos acontecimentos recentes, mas nada que me atrapalhe. Às 17 horas vou para casa, dou uma organizada em tudo, como uma ameixa assistindo a um episódio de Friends que devo ter assistido umas 5 vezes já. Quando são 18h40min vou tomar banho, coloco pela primeira vez um shorts desde que cheguei, mas ainda opto por uma blusa de malha de mangas compridas. Prendo os cabelos em um coque e passo perfume. Desço até a cozinha e percebo que tenho raviólis de frango na geladeira. Os coloco para cozinhar enquanto preparo um molho de tomate frescos com manjericão. Já são 19h35min quando Jacob toca a campainha. Ao abrir a porta, seu sorriso também se abre. Aqueles olhos irresistíveis prendem os meus. Ele me estende uma garrafa de vinhos que trouxe. Me beija levemente nos lábios e entra.

Ele respira bem fundo sentindo o cheiro.

–Cozinhando novamente Annabele?

–Na verdade a massa já veio pronta, só estou fazendo o molho.

Termino de retirar os raviólis e despejo o molho por cima, Jacob enche duas taças de vinho e sentamos à mesa para comer. Logo após a primeira garfada ele me elogia.

–Seu molho está espetacular! Vai me acostumar mal desse jeito.

Sorrio.

–Seu pai deve estar contente com a visita de sua irmã.

–Ele está sim, e ela também está ansiosa pra te conhecer.

–A mim?

–Claro. – Ele sorri me olhando.

–Eles virão de avião?

–Sim, vão chegar na hora do almoço em Seattle, vou ter que ir busca-los. Se você puder faltar no trabalho a tarde e quiser ir comigo, a viagem será muito mais prazerosa...

–Infelizmente amanha eu tenho que fiscalizar o envio de um material para exportação na marina, não posso faltar.

–Na marina é? – ele levanta uma sobrancelha.

Sorrio.

–Sim, na marina.

–Só, por favor, não marca nenhum jantar no Cabana’s para a noite se não, não poderá jantar na minha casa...

Rio alto. Estreito meu olhar, levo a taça de vinho até minha boca e antes de beber pergunto olhando para o vinho.

–Está com ciúmes Jacob Black?- Volto meu olhar a ele.

–Meu problema Anna, é que você é bonita de mais para que os caras decidam não tentar nada com você. – Ele me fala sorrindo cinicamente.

–Vou aceitar isso como um sim.- Ele sorri e umedece os lábios com a língua, desvio meu olhar. Terminamos de comer e Jacob me ajuda a arrumar a cozinha. O vinho já está abaixo da metade, sirvo mais duas taças e sentamos no sofá, ligo a televisão, mas ele nem desvia o olhar de mim.

–Tem uma coisa que tem me feito pensar bastante ultimamente.

–O que é Jake?

–Sua tatuagem... e eu só espero que não seja um nome tipo Chad Wilton, ou algo do tipo..

Rio.

–Na verdade tem um nome, mas acho q você não vai se incomodar com esse nome.

Ele me olha curiosamente. Respiro fundo.

Sento com as pernas cruzadas no sofá de costas pra ele e levanto a parte de trás da minha blusa.

Eu tatuei um lobo nas costas, e em cima do lobo escrevi o nome do meu irmão e a data de sua morte. Jacob fica em completo silencio por alguns minutos. Abaixo minha blusa e viro pra ele que me olha serenamente.

–É uma bela homenagem.

–Na verdade, eu estava com muita raiva do meu pai no dia, então decidi tatuar o lobo também. – sorrio.

–Os lobos têm significados especiais aqui na tribo.

–Serio? O que significam?

–Reza a lenda que existem guerreiros capazes de se transformar em lobos, para guardar a tribo dos perigos dos frios, que se alimentam de sangue.

Sorrio.

–É uma lenda forte.

–É sim. – Jacob olha para o nada por um instante

–Na verdade acho que já vi um lobo aqui nos fundos de casa uma noite dessa.

–Talvez seja perigoso ficar sozinha aqui na sua casa a noite... talvez você deva dormir mais vezes lá em casa – ele fala com um sorriso malicioso, se aproximando mais de mim, enquanto deixa a taça em cima da mesa de centro.

–Acho que os lobos não me fariam mal, talvez você devesse encontrar uma outra desculpa. – sorrio maliciosamente também. Ele pega aminha taça e também coloca na mesa.

–Que tal só: “você deviria dormir mais vezes na minha casa pra me fazer mais feliz”?-

Ele não me dá tempo de responder, suas mãos me circundam e inclinam meu corpo para trás, Seu corpo vem sobre o meu e seus lábios sobre os meus. Ardentemente seu beijo me toma. Sua língua quente invade minha boca e suas mãos deixam um rastro de fogo por onde passam, uma delas entra debaixo da minha blusa e prende firme minha cintura. Minhas mão dançam em suas costas e meus dedos entrelaçam seus cabelos grossos. Nossas respirações se aceleram, Ele desce seus lábios para meu pescoço me deixando respirar, seu cheiro me domina. Não consigo pensar em mais nada. Em seguida ele retoma minha boca e sua mão segue para minhas costas, o beijo ardente dura mais um tempo, não consigo definir quanto tempo. Ele se afasta ofegante.

–Você, Annabele, é frequentemente um teste de autocontrole.

Sorrio e desvio meu olhar. Ele se deita ao meu lado no sofá, coloca um dos braços em volta de mim e eu me acomodo em seu peito. Olho pra ele, ele beija minha testa. Ficamos em silencio por mais um tempo. Sua mão acaricia minhas costas calmamente.

–Você é quem vai me acostumar mal desse jeito!- falo fechando os olhos e me acomodando mais ainda em seus braços.

–Essa é a intenção. – Ele sussurra em meus ouvidos, o arrepio que se segue é tão forte que até sinto meu corpo tremer levemente, Jacob também percebe e sorri.

–Acho que tem mais alguém aqui exercitando o autocontrole. – fala sorrindo maliciosamente. Não contenho meu sorriso também.

Ficamos mais uma hora deitados assistindo tv, entre um carinho e outro, os beijos ardentes aconteciam. Até que no ultimo beijo minhas mãos já estavam dentro de sua camiseta, e uma de suas mãos subiu pelas minhas costas até a altura do meu sutiã. Sua outra mão segurava minha coxa por sobre a dele. Estávamos nos deixando levar pelo desejo, pendendo o controle. Em um segundo de sanidade me afasto dele, estamos ofegantes, ele tira suas mãos de mim rapidamente.

–Acho melhor ir pra casa.- fala se levantando.

Me levanto em seguida e o acompanho até a porta. Ele me abraça, e me dá um selinho delicado.

–Boa noite Anna.

–Durma bem Jake.

Ele vai embora. Meu corpo queria ardentemente que ele ficasse, mas meu coração, que já está caidinho, sabe que ainda não é a hora. Com ele é diferente. É muito rápido, muito desejo, muito calor, muita paixão, mas também tem esse sentimento, essa vontade de estar perto, esses meus pensamentos que não saem dele e esses seus olhos que não saem de mim. É tudo novo. Tão novo que eu demoro umas 3 horas até pegar no sono.

O dia seguinte passa meio devagar, não consigo nem almoçar com os garotos pois tenho muitas coisas para resolver, e as 13 horas tenho que estar na marina, são muitas cargas para conferir, e notas para assinar. Passo a tarde toda assim. Jacob me manda uma mensagem avisando que chegou bem e que assim que eu saísse era para ir pra sua casa. Mas já são 18h30min quando acabo de produzir o relatório da mercadoria despachada. Vou direto pra casa, tomo um banho e me arrumo rapidamente. Quando chego na casa do Jake já esta todo mundo lá, estão todos em volta da fogueira, estaciono o carro perto da casa, bem longe dos outros, onde encontro uma vaga. Tem bastante gente. Jake vem me receber sozinho, antes que eu desça do carro ele já esta do meu lado.

–Achei que não viria mais, já estava te ligando.

–Desculpa, fiquei até tarde na empresa, hoje o dia foi bem cheio.

Ele me abraça e beija meus lábios.

–Que bom que veio. – sorri me olhando nos olhos.

Me beija mais uma vez e seguimos de mãos dadas até a fogueira. Atraímos muitos olhares ao chegarmos assim. Clarie falta bater palmas, Quil sorri e levanta as sobrancelhas. Ao chegar o primeiro que me cumprimenta é Billy, que também tem um sorriso grande nos lábios.

–Rachel vem aqui! – ele fala. Rachel se aproxima, tem a cor da pele do Jake, é um pouco mais baixa , é magra e tem um cabelo ondulado nas pontas, tem os mesmos olhos pretos. É bem bonita.

–Essa é a Annabele, sobre quem falamos mais cedo.

Ela me abraça, ao se afastar segura minhas mãos.

–É um prazer te conhecer Anna, fico muito feliz que tenha vindo. Esse é Paul, meu marido.

Aponta para um homem com a mesma fisionomia dos garotos. Nos cumprimentamos.

–É um prazer conhece-los. – sorrio.

Ela olha pra mim e pra Jake um pouco atrás.

–Ela é mesmo linda Jake! – fala sorrindo – achei que fosse exagero seu.

Provavelmente coro.

Jacob me trás uma cerveja e me sento ao lado de Rachel, ela me conta toda a sua vida em 5 minutos, atualmente ela é professora no Havaí, está casada há 3 anos e está muito, muito contente em me conhecer.

–Eu sempre tive muito receio de que Jake não superasse os problemas que passou. Ele andava muito estressado, não conversava muito com o papai e até os garotos estavam preocupados com ele. Ai você aparece aqui do nada, e eu percebi que alguma coisa tinha mudado até pela voz dele quando nos falamos ao telefone. – ela fala rapidamente, com um brilho nos olhos, fico sem reação. – Meu irmão é um homem muito bom, quando ele gosta de alguém, ele se torna eternamente leal. É muito generoso, sempre pensa primeiro nos outros... – Ela continua elogiando Jake ate que ele chega e interrompe a conversa.

–Com licença – ele me puxa pela mão e me levanta – sem querer interromper a tagarela da minha irmã, mas eu estou precisando da sua ajuda pra buscar uns copos lá em casa. Ele me leva pela mão em direção a sua casa.

–Já te contou toda a vida dela? – ele fala rindo.

–Já, agora estava me contando a sua.

–Então te tirei na hora certa. – sorri cinicamente.

Entramos na casa, Jake procura no armário e tira um saquinho de copos descartáveis.

Rio

–Precisava de ajuda com os copos descartáveis? – Sorrio maliciosamente.

Ele deixa os copos em cima da mesa e se aproxima, encostando-me no balcão da pia.

–Na verdade só queria te roubar um pouquinho. – Suas mãos me cercam e me apertam contra seu corpo e ele me beija calorosamente. As mesmas emoções se repetem em cada beijo, como se fossem o primeiro. Tudo some ao nosso redor, eu perco a noção do tempo, me pergunto se ele sente o mesmo. É como se fosse o meu primeiro beijo na vida. Só que com alguém muuuito experiente. Entre beijos na boca, beijos no pescoço e mãos sorrateiras, não sei quanto tempo ficamos naquela cozinha com a luz apagada. Nos afastamos ofegantes, como sempre. Ele escora as duas mãos no balcão e meu corpo fica entre elas. Olha para baixo um pouco e levanta com um sorriso maravilhoso nos lábios.

–Você vai acabar me enlouquecendo.

–E você vai acabar com a festa por falta de copos. – sorrio também. Ele me beija mais uma vez e saímos da casa em direção à paria.

–Estava difícil de achar os copos Jacob? – Embry fala chamando a atenção.

Coro imediatamente.

–E esses novos copos descartáveis são tão pesados que precisa de duas pessoas pra levantar? – Billy gosta bastante de tirar o Jake.

Todos riem. Dou aquele sorriso amarelo de quem está envergonhado.

–Que tal vocês dois arrumarem uma namorada e pararem de cuidar da minha vida heim? – Jacob fala rindo também.

–Então já é um namoro? – Clarie pergunta animada.

Ainda estou parada com o mesmo sorriso amarelo, Jake me abraça com um dos braços.

–Ainda não – ele me rouba um selinho – mas vai ser. – Em seguida sai distribuindo os copos, alguns assovios e gritos como “manda ver Jake, “pede logo”, “isso aí”, me deixam ainda mais envergonhada, sento no primeiro local que vejo, ao lado de Quil.

–Hey tomatinho, mais um pouco você explode! – Ele fala rindo baixinho.

Dou uma cotovelada em sua costela. Ele continua me olhando serenamente.

–Acho que a velha Anna já não tem mais espaço em você.

–Sou a mesma pessoa Quil.

–Não, você não é. Mas isso não quer dizer que seja ruim.

O tempo passa depressa, Jake senta ao meu lado e conversamos por mais algum tempo. O cansaço começa a pegar pesado e acabo por não controlar os bocejos.

–Jake acho que vou embora, estou bem cansada.

–Ainda é cedo Anna, fica mais um pouco. Ninguém foi embora ainda.

–Eu sei, mas estou quase dormindo sentada aqui e amanhã eu trabalho.

–Quer ir se deitar um pouco lá em casa? É perigoso dirigir com sono.

–Não precisa Jake.

Quil se intromete na conversa.

–Vai dormir um pouco Anna, eu te conheço, quando você está com sono é só encostar-se a algum lugar que você dorme. Depois o Jake te acorda e você vai pra casa.

Olho para os dois, Jake levanta e me estende a mão.

Sem me despedir das pessoas para não causar outra cena constrangedora, saímos despercebidos da festa. Jake entra no seu quarto e arruma a cama para que eu me deite.

–Me acorda quando a festa acabar, não importa o horário. Não quero que você durma no sofá novamente.

–Relaxa Anna. Só descansa.

Ele me segura pela cintura e me dá um beijo calmo, seguido por um abraço. Então sai do quarto. Eu retiro meu calçado e deito em sua cama, seu cheiro bom está por toda a parte. Não consigo apreciar por muito tempo, logo pego no sono.

Acordo com um barulho na porta do banheiro do quarto. O quarto está escuro. Não há mais barulho na praia.

–Jake?

–Hey, não era pra você acordar!- ele sussurra.

Ligo o abajur do lado da cama, ele está apenas de bermuda, saindo do banheiro com o cabelo molhado.

– A festa acabou? Eu vou embora. – Falo me sentando na cama.

–Não Anna, é pior você ir agora, pode dormir aqui. Eu durmo no sofá sem problemas.

–Claro que não Jake. Eu vou pra casa.

Ele se aproxima.

–Anna, é serio. Seus olhos estão vermelhos, pra você dormir de novo não precisa muito. Pode ficar à vontade.

–E você vai dormir no sofá de novo? Você é grande Jake, eu sei que é desconfortável.

–Não se preocupa.

Paro por um instante, o sono não me deixa pensar muito bem.

–Então dorme aqui comigo. A cama é de casal, tem espaço. Eu prometo que vou me comportar.

Ele ri.

–Não precisa.

–Se não dormir aqui eu vou embora. – Me deito novamente apenas de um lado da cama.

Ele me olha por um tempo, hesita. Mas depois cede e se deita do outro lado. Ele fica estático, sem se mexer. Deita por cima da coberta, em posição de sentido.

Rio. Puxo a coberta e coloco sobre ele, acabo deixando meu braço sobre seu peito.

–Relaxa Jake, estou de calça jeans.

Ele ri e me abraça com um dos braços. Me dá um beijo na testa e me sussurra um boa noite.

Não demora e eu pego no sono. Não tenho nenhum sonho e acordo pela manha com o despertador do Jake. Nossas pernas estão entrelaçadas, seus braços estão envolta de mim, estou deitada sobre seu peito. Afasto-me enquanto ele pega o celular .

–Que horas são? - Pergunto preocupada.

–9 horas. Desculpa, eu não vou trabalhar muito cedo no sábado.

Levanto da cama rapidamente e vou até o banheiro. Lavo meu rosto e dou uma arrumada no cabelo, uso o enxaguante bucal que encontro sobre a pia.

Ao sair, sento sobre a cama para colocar o calçado, Jake não tira os olhos de mim e nem o sorriso dos lábios. Ele se aproxima e me puxa por trás colocando minha cabeça em seu colo.

–Bom dia Annabele.

–Bom dia Jake. – sorrio e acaricio seu rosto.

–Foi muito bom dormir ao seu lado, apesar da calça jeans. – ele fala maliciosamente.

Sorrio.

–Tenho que ir trabalhar, nos vemos no almoço?

–claro. – ele se abaixa e me dá um selinho.

Levanto, pego minha bolsa e vou embora. Ao sair me deparo com Billy, Rachel e Paul sentados na varanda tomando café. Todos me olham curiosamente.

–Bom dia gente.

–Bom dia Anna! Não quer tomar um café.

–Obrigada Billy, estou muito atrasada. – Aceno com a mão e sigo até meu carro.

Vou para o trabalho com a mesma roupa de ontem, Nancy me olha estranhamente ao entrar. Por ter chegado atrasada, o tempo se encurta e me atrapalho para resolver as coisas, acabo terminando tudo atrasada novamente. Já está na hora do almoço. Fecho e empresa quando todos já foram e sigo para o restaurante, já são quase 13 horas. Ao chegar os meninos já estão comendo, desta vez, Clarie também esta na mesa. Eles também reparam na minha roupa.

–Esta sem roupa em casa amiga?

–Amor, acho que a Anna não dormiu em casa hoje. – Quil responde a Clarie.

–Bom dia gente! – Falo sorrindo.

Eles me respondem

Faço meu pedido a Big J que estava entregando uma bebida ao Seth. Jacob está sentado ao meu lado. Todos nos olham curiosamente. Jake ri e continua comendo despreocupadamente.

–E então, o que faremos hoje? Tem um sol muito bonito lá fora. – Pergunto.

–Os meninos querem ir a praia e tomar banho no mar. Particularmente eu acho meio frio. – Clarie fala.

–Na verdade Clarie, quando a gente falou de tomar banho no mar a gente não estava falando da praia. – Quil responde.

–Ahh não amor, eu não vou naquele penhasco de novo.

–Penhasco? – Questiono.

–É um penhasco que a gente costuma saltar aqui. Anna, é bem legal. – Seth se anima.

–Espera aí, vocês saltam de um penhasco nesse mar gelado e agitado? – questiono.

–Ah, não vem com essa Anna, você já pulou de paraquedas que eu sei. – Quil

–Mas não tinha água embaixo. Que tal vocês pularem e eu e a Clarie só ficarmos olhando? – Ela estende a mão para eu bater.

–Feito. – Diz ela.

–Vai deixar esse desafio sem ser superado Anna? – Jake me olha.

– É serio Jake, eu não me dou bem com água.

– Tudo bem, vocês levam uma roupa de banho por baixo da roupa, e nós vamos até lá. Vocês vão ver a gente pular e se sentirem vontade vocês pulam também. – Ele fala sorrindo.

–Ok, a Anna vai me emprestar um daqueles biquínis lindos que ela tem, por que minha mãe não sabe que eu não vou trabalhar hoje a tarde. – Clarie.

– Eu empresto, mas eu não vou saltar.

–Veremos - Jake me olha.

Minha comida chega e almoçamos, ao terminar decidimos que a Clarie vai comigo até a minha casa onde vamos pegar as roupas de banho e depois nos encontramos no tal penhasco.

Chegamos em casa e eu subo para tomar um banho, deixo a Clarie escolhendo um biquíni. Ao sair coloco o meu, por cima coloco um shorts destroied e uma blusa caída no ombro.

–E então amiga, me fala, como foi a noite? – ela me olha animada enquanto penteio o cabelo.

–Não teve nada de mais, a gente só dormiu. – rio.

–Esta devagar hem Anna?? – ela ri também.

–É que eu não estou com pressa Clarie. As coisas estão acontecendo naturalmente e está bom assim.

–Hummm, tem alguém apaixonada aqui!!

–Vai logo colocar esse biquíni. – Ela sai rindo do quarto e vai até o banheiro.

Penso no que ela falou. Estar apaixonada. Estou? Pra falar a verdade eu nem sei bem como é isso, eu só sei que gosto do que estou sentindo. Gosto dessa cidade, gosto de Jake, da sua família e dos seus amigos. Gosto de mais para ficar tranquila.

Quando ela volta nós descemos e seguimos até o carro. Quil liga pra ela no caminho e diz que eles já estão esperando. Compramos duas cervejas e conversamos bastante besteira até chegarmos.

Chegamos ao penhasco e ele é assustadoramente alto. Descemos do carro. E caminhamos até os meninos, com as cervejas nas mãos.

–Queimaram a largada? – Quil beija Clarie.

–Eu nunca pularia daqui sóbria. – Afirmo me sentado ao lado de Jake. Ofereço minha cerveja a ele. Ele toma um gole e depois me devolve. – Nem bêbada – falo pra mim mesma. Jake ri.

–Você não vai resistir.

–Veremos.

–Então vamos logo casaizinhos, se o sol abaixar mais, aí sim vocês vão reclamar do frio.- Embry fala se aproximando da borda do penhasco. Seguimos todos até lá, olho para baixo e o mar agitado bate nas pedras com tanta força que dá medo, o mar escuro parece hipnotizante, como uma sereia que chama para a morte e então Embry salta.


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