Narrado por: uma humana no limite

Então eu estava empregada. Queria ver como eu ia explicar isso pra mamãe: “Melhorei minhas notas em matemática e, ah, tô trabalhando num bar!” – isso porque eu não ousava pensar na parte dos vampiros...

Tudo foi muito e surpresa, mas eu estava feliz. Esse emprego é muito bom, e... bem o Heiderick parece ter inventado a história toda na hora, mas eu estou me esforçando pra fazer dar certo – e o salário também é muito bom.

Falando no emprego, eu sou hostess, tenho que receber, recepcionar e servir os clientes e – um extra – estar à disposição do Heiderick. Eu tenho uma cláusula muito especial no meu contrato: nenhum vampiro pode sugar meu sangue. As conseqüências seriam estrondosas pelo que me disseram. Bem, foi algo sobre policia vampira, mas eu não to nem ai pra isso. Imagine só, processar alguém por que bebeu meu sangue.

Bem o Host Club V era muito famoso, pois sempre que aberto era muito freqüentado. É um lugar amplo, com uma pista de dança, mesas e cadeiras espalhadas pelos cantos, uma decoração moderna e violenta e, era meio escuro. Eu sempre tô tropeçando em algo. Trabalham comigo o Milles – que parece ter quinze anos, é loiro, alegre e encantador, - Alex – uma mulher de rosto entediado, olhar vazio e totalmente linda. Ela é ruiva, - o Heiderick, que é o chefe dos hostess e, talvez por isso , é o que menos trabalha. Também tem o Andréas, o barman, - ou seria melhor dizer barvampire!!! – que é muito simpático e gentil comigo o tempo todo. Ah, e tem aqueles humanos estranhos que ficam nas coleiras, dançando e seduzindo vampiros e vampiras mais estranhos ainda por se deixar seduzir. Cada Hostess, tinha um assistente, eu era a única humana. E por último, mas nenhum pouco menos importante, o dono da cascata de cabelos cinzas, com o olhar abrasador de ouro, sua voz soa como uma canção perfeitamente composta – que foi? Ele paga meu salário, - meu chefe Katan! 

As coisas no club eram bem tranqüilas – palavra que nunca pode ser usada com sinceridade quando bar e vampiros estão incluídos. – As portas abriam-se às 22 horas – alguns chegavam só depois da meia noite... – e como eu já disse, estava, geralmente, cheio. Às vezes tinha música ao vivo – nunca pensei que existiam bandas de vampiros, e olha que algumas são ouvidas por nós, humanos... As portas se fechavam às seis da manhã.

A cada noite eu me divertia mais nesse emprego improvisado. Eu ia de lá pra casa (onde eu entrava escondida), depois pra escola (onde eu frequentemente me atrasava) as aulas iam de oito da manhã as uma da tarde. E então eu ia pra casa dormir. Mamãe pensava que eu estava estudando. Lá pelas nove da noite eu acordava e saía escondido, ou dizia ir dormir na casa de alguém, e tudo começava de novo. Eu tinha sorte porque o Heiderick me dava muitas caronas. Ah, e o bar não abria de segunda a quarta.

Quando dei por mim, um mês já havia passado:

Balanço do primeiro mês de trabalho:

1°- Minha irmã mais nova descobriu minhas escapadas a noite. Solução: eu a pago pra não falar nada e me ajudar.

2°- Minhas notas estavam despencando na escola. Solução: 2 horas a menos de sono, e eu estudo quando o bar ta vazio.

3°- Heiderick tinha uma EX-namorada vampira chata, irritante e até bonita que não largava do pé dele. Solução: ainda não encontrei uma.

4°- Eu estava pensando mais no Heiderick do que eu deveria. Solução: eu não quero encontrar uma solução.

É... foi um mês bem cheio...

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