Nunca Fui Beijada escrita por Larissa Carvalho


Capítulo 20
Boa Para Você


Notas iniciais do capítulo

Oláaa galerinhaaa
Então, estou feliz de está na reta final dessa fic maravilhosa e receber tantos comentários legais e um apoio incrível de todos vocês. Vocês são demais e eu amo isso.
Bom... Faltam dois capítulos para o fim da primeira temporada e obrigada desde já.
Beijoos
Boaa leitura!



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— Já falei que adoro esse lugar? – perguntei aos gritos. Lissa gargalhou alto também por causa do volume da música no bar.

Dimitri e Antony pareciam estar se divertindo em uma conversa ao nosso lado. E apesar de Lissa ficar desconfortável com Antony, ela estava começando a se soltar. Estávamos sentados na última mesa e observando Sonia e Mikhail receberem os clientes.

— Eu amo isso. – gritou Lissa, começando a ficar claramente alta por causa da caipirinha.

— Opa... – gritei de modo que só ela escutasse. – Vai com calma, princesa. Não quero ninguém de ressaca hoje.

Lissa sorriu.

— Desculpe, Rose... – começou baixinho. – Meu ex namorado está aqui ao lado e eu não sei o que fazer... – ela entortou a boca e balançou o copo de caipirinha. – Eu vou ficar bem.

— Eu espero. – sussurrei, debruçando-me na mesa.

Dimitri chegou mais perto de mim no enorme banco e sorriu. Antony apenas olhou para Lissa, com alguma distância educada e sorriu. Ela fez o mesmo.

Eu olhei para Dimitri e sorri, seus olhos chocolate eram a melhor coisa no meio de todo aquele barulho e eu tinha certeza que ele confessaria.

— Está gostando? – gritei. Ele assentiu.

— Você trabalhava aqui? – perguntou.

— Sim. – gritei no seu ouvido.

Ele sorriu... Doce.

Eu continuaria observando seu rosto, naquela pouca iluminação. Mas o fim do barulho, chamou a atenção de todos para o palco. Sonia e seu vestido verde água eram doces demais para aquele lugar.

Eu sorri quando nossos olhos se encontraram.

— Boa noite pessoal. – houveram gritos e eu gargalhei com Dimitri ao meu lado. – Mediante à uma visita inesperada... E há um novo integrante do bar... – eu sorri para Dimitri. – Quero as nossas boas-vindas. – gritou Sonia.

Todos ali gritaram.

Eu gargalhei olhando para Lissa. Ela estava claramente bêbada... Mas ainda assim foi rápida subindo em cima da cadeira, como eu e todos ali no bar. Dimitri ficou meio perdido, mas logo ficou de pé.

Fiz sinal para Mikhail e o som fez as mesas tremerem. Alguns começaram a bater seus copos nas mesas ou no balcão, ou assim como eu, bater palmas no ritmo da música.

Meu avô adorava aquela... We will rock you

Dimitri parecia divertido, enquanto íamos no ritmo da música. Depois que a letra começou, e a maioria ali cantava, ele cedeu e subiu na mesa, pegou uma de minhas mãos e sorriu. Lissa pulava agarrada à Antony que parecia divertido com tudo aquilo.

Teve uma hora que eu vi quando ele me olhava. Eu estava feliz, e claramente parecia uma criança inofensiva. Eu não tinha mais aquela velha pureza, isso eu não tinha dúvida. Mas também sabia que pelo jeito que ele me olhava... Ele diria a verdade.

***

— Espero que a Lissa não se chateie.

— Ela está bêbada demais para isso. – falei, enquanto caminhávamos pela velha ponte.

Me recostei mais rápido que Dimitri, na madeira que nos impedia de cair no lago, e fiquei de costas para a lua contemplando os olhos chocolate de Dimitri bem à minha frente.

Respirei fundo e percebi quando seu braço apertou a madeira ao lado do meu braço. Eu estava sem saída e aquelas borboletas também estavam ali.

— Aquilo... – interrompeu-se, sorrindo. – Lá no bar, foi... – Dimitri respirou fundo. – Diferente.

Eu gargalhei.

— Aquilo... – interrompi-me. – Foi a entrada para a minha vida.

Dimitri sorriu, de forma doce. Ele permaneceu assim por algum tempo, mas ai, aquele sorriso se desfez. Era como se tivesse algo errado ali atrás. Algo que o fazia ter medo.

— O que foi? – perguntei. Dimitri, deu alguns passos largos para trás e recostou do outro lado da ponte. Fitando-me.

— Não estou sendo totalmente sincero com você, Rose. – disse. Eu engoli a seco.

— Não? – perguntei, tentando esconder a minha pontada de esperança enquanto olhava em seus olhos.

— Não. – disse, de novo. Fitando-me.

Meu coração deu um salto.

Não um salto qualquer... Um que dizia que ele estava mesmo apaixonado. Eu largaria todo o meu orgulho, esqueceria a aposta... Correria para ele e o beijaria. Mas enquanto seus olhos chocolate me examinavam detalhadamente, eu tinha medo... Medo esse que provavelmente ele detectou.

— Me diz. – repeti, aproximando-me. Ele ficou tenso, mas tentou não demonstrar isso.

Sua boca se abriu em uma resposta, mas fechou-se em seguida. Senti quando aquela curiosidade e certeza em mim foram embora. Ele sorriu de um modo doce e pegou na minha mão, aproximando ainda mais nossos corpos.

— Esquece. – eu aparentemente murchei. Ao contrário do seu sorriso, que aumentou ainda mais. – Por que quis que eu viesse? – perguntou, fazendo-me sair de devaneios.

Eu fingi um sorriso, que ele pareceu acreditar.

Aquela resposta não era algo que pudesse ser falado. Eu queria mais que algumas palavras e um sorriso de Dimitri. E eu sabia que não ia me arrepender, porque eu já sabia a verdade, já sabia da aposta e aonde eu estava me enfiando.

Talvez, eu estivesse errada.

Não existiam borboletas.

Não existia o amor.

Você tem que pedir para ser beijada...” – a voz de Tasha invadiu a minha mente e eu sorri ainda mais.

Eu faria isso.

— Vem. – eu disse, afastando-me ainda de mãos dadas com Dimitri. – Vou te levar em um lugar.

Dimitri sorriu, e entrelaçou ainda mais as nossas mãos. Eu queria correr, mas agora eu não o faria. Eu iria até o fim.

***

Tirei aqueles cadeados e empurrei a porta de madeira lentamente. Eu já tinha ido na casa de barco pela manhã e colocado um colchão grande com algumas velas. Dimitri sorriu quando entrou no local.

Era amplo e o teto era de vidro, o que permitia ver as estrelas. Os barcos estavam em silencio. A casa de Barco do papai ficava próximo ao lago, então por consequência bem longe da casa principal, aonde todos estariam dormindo muito bem à essa hora.

Eu fechei a porta de madeira e aproximei-me lentamente atrás de Dimitri. Sentei-me logo depois dele no colchão forrado com um lençol branco e fino.

— Foi você quem colocou todas essas velas aqui? – perguntou, olhando-me.

— Sim. – disse. – Eu costumava dormir aqui, quando Amélia nos obrigava a aprender Etiqueta.

Eu gargalhei. Ele também.

— E porque me trouxe aqui? – perguntou. Eu forcei um sorriso. Aquela seria a última coisa da noite que eu falaria para ele.

Fitei Dimitri como nunca e sorri. Do jeito mais doce e delicado que eu poderia usar para ganhar o que eu queria. E o que eu queria, nem mesmo minha alma conseguia entender, depois de tudo que estava passando.

Eu ainda desejava Dimitri, da forma mais forte que se poderia desejar alguém.

— Beije-me. – murmurei.

Agora era só o silencio, eu e Dimitri.

E eu sabia o que fazer.

Deixei que ele se aproximasse calmamente e foi tudo como eu tinha idealizado. Ele colocou carinhosamente a mão no meu rosto e sorriu, antes de finalmente selar nossos lábios.

Meu maior medo de não saber o que fazer sumiu. Era instintivo acima de tudo. Eu sabia o que fazer quando sua boca se abriu na minha. Sabia o que fazer quando senti sua língua brigar por espaço com a minha e sabia o quanto eu queria aquilo.

Foi o melhor primeiro beijo que eu poderia ter imaginado, mesmo tendo uma aposta, me permiti não lembrar. Eu queria que ele me fizesse sua. Não estava me importando com mais nada.

Só queria que ele me beijasse mais. Ali mesmo. Debaixo das estrelas que um dia foram testemunhas das minhas dúvidas, acertos e erros.

Depois de um bom tempo, ele se afastou de mim. Fitou-me com fome, assim como eu tinha certeza que eu o olhava. Eu sorri, sendo a primeira da iniciativa. Ele já tinha ganhado a aposta, mas não sabia o resto do plano. Ele poderia ter confessado... Mas não o fez. Então, eu tinha o meu plano.

Levantei sua blusa calmamente, enquanto seu corpo permanecia no transe do nosso beijo. Eu iria até o fim. Fitei-o, assim que joguei sua blusa em algum lugar dali. Ele franziu a testa e sorriu de lado. Eu entortei a cabeça e joguei meu cabelo para o lado.

Ajoelhei-me, ficando ainda assim da sua altura e deixei minhas mãos irem até o zíper da minha saia longa. Ele encarava encantado enquanto eu descia o zíper na lateral da saia e enquanto o pano fino caia, exibindo minha calcinha de renda roxa e a minha pele morena.

Seus olhos chegaram até os meus, enquanto eu estava quase seminua na sua frente. Ele tentou se mexer, mas eu fui mais rápida derrubando-o no colchão atrás de nós. Minhas mãos em seu peito definido, foram para o lado de seus ombros no colchão e eu sorri quando ele tentou ver meu rosto através das luzes das velas.

Meus cabelos caíram como cascata perto de seu rosto e eu deixei que minha boca colasse na sua. Eu sorri para Dimitri e vi quando seus olhos brilharam naquele chocolate.

Suas mãos foram para a minha cintura e eu tive a certeza, enquanto ele me virava delicadamente para debaixo do seu corpo. Eu amava Dimitri.

Depois que as nossas roupas, de modo lento saíram de nossos corpos eu não tive mais o que pensar. Eu tinha vindo para uma cidade estranha e conhecido gente estranha. Mas o que realmente importava, não era o lugar ou a idade. Era ele.

***

— Por que está me olhando? – perguntei, aos sussurros.

Estávamos ali.

Apesar de uma noite, claramente fria do lado de fora da casa de barcos, ali parecia quente. Dimitri ao meu lado, de barriga para cima, com o lençol branco e fino esquecendo de cobrir sua barriga definida.

Ele tinha seu rosto virado para mim, enquanto eu continuava de barriga para baixo, com o lençol cobrindo apenas do fim da minha coluna até alguma parte das minhas coxas. Eu tinha as minhas pernas entrelaçadas às suas.

Minhas mãos começaram a alisar devagar o seu rosto, seguindo seus traços perfeitos e percebendo seu sorriso raro, atrás daqueles olhos chocolate.

— Porque você é linda. – disse. Eu sorri.

— Você já se inscreveu para a faculdade?

— Não. – respondeu. Seus olhos foram em direção ao teto de vidro. Encarando as estrelas. – Minha mãe já decidiu o que eu vou fazer.

— Hey... – comecei, fitando-o. – Não faça nada que não quer fazer.

— Não mereço você... – começou. Meu coração disparou. Ele ia falar, ia confessar... Ia dizer o real motivo pelo qual estava tão angustiado.

— Por que? – perguntei. Ele me encarou por alguns segundos e então, sorriu, tentando parecer brincalhão.

— Nada demais. – mentiu. Eu tentei não parecer triste. – É só o seu jeito e seu modo carinhoso.

Eu sorri, delicada.

— Obrigada. – murmurei.

Ele passou a sua mão em meu rosto de modo delicado e encarou-me a finco.

— Me promete uma coisa, Rose. – disse, mexendo-se desconfortavelmente. Eu assenti, mas sua expressão continuava séria. – Prometa que não importa o que digam, ou o que aconteça... Voce sempre vai acreditar... Acreditar que o que houve aqui teve importância pra mim.

Eu fitei-o. Tasha estava certa, mas ainda assim ele mentia. Isso me fez lhe dar um sorriso fraco.

— Eu prometo. – sussurrei.

Mas eu já não acreditava.

Eu prometi com palavras.

Não com a alma.


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Notas finais do capítulo

Gostaaaaram?
Comentem, comentemmm
Beiiijooos, beiiijooos