Não uso palavras bonitas. escrita por Stherphany


Capítulo 28
Vinte e sete


Notas iniciais do capítulo

Oiee queridas leitoras *-----* (E leitores né ^-^ 'Se há algum garoto que acompanha a fic, por favor dê sinal de vida') :3 Sei que já fiz isso uma vez mas vou voltar a fazer. U.U Realmente obrigado por todas as leitoras que estão acompanhando a fic (principalmente as que comentam) Quero que saibam que um dos maiores motivos pra eu escrever são vocês, então, continuem me incentivando assim



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–Como assim vai embora?! Porquê?!

–Meu pai apareceu, e como minha mãe se casou de novo, ele vai me levar com ele, e pedir minha guarda. - Disse Felipe, indiferente.

–Ele não pode simplesmente te levar assim! Você concorda com isso?! - Perguntei nervosa e agitada, enquanto Felipe, ainda sem me encarar, colocava suas coisas na mala.

–Não! - Ele me fita por alguns instantes. - Mas eu não posso fazer nada...

–Como assim não p...

–Felipe, mas que demora é essa?! - Entrou no quarto o tal homem do carro.

Ele era alto e já possuia vários fios grizalhos no cabelo, vestia algo formal e parecia ser muito autoritário.

–Eu já estou terminando. - Disse, colocando o resto das roupas com pressa na mala.

Fiquei apenas observando Felipe, que permanecia calado e obediente, era como se todo seu jeito independente e corajoso tivesse ido embora.

O homem até então ignorava minha presença, continuava apenas supervisionando Felipe e analisando seu quarto.

–Eu terminei. - Felipe falou, sem olhar nos olhos do tal homem.

–Ótimo, vamos!

Tem algo muito errado nisso tudo, aquele não era o Felipe que conhecia e não poderia deixá-lo ir tão fácil.

–Você não pode levá-lo assim! - Disse, segurando seu braço e me colocando em sua frente.

Algo com certeza estava errado, e só eu poderia fazer voltar ao normal.

–Quem é você menina?! - Indagou o tal homem finalmente se dirigindo à mim.

–Quem é VOCÊ?! Acha que pode simplesmente entrar aqui se falar nada e mandar em todo mundo! - Dizia, meio alterada com tudo o que estava acontecendo, enquanto o homem permanecia apático, sem demonstrar nenhuma expressão.

–Olha menininha, mesmo não te devendo nenhuma satisfação. Saiba que eu sou o pai de Felipe, e vim apenas buscá-lo. - Ele voltou à andar.

–Pra onde?! E porque?! - Perguntei, agitada.

–Como eu já disse... - Ele voltou a me encarar. - Não devo nenhuma satisfação à você. - Venha Felipe, estamos perdendo tempo!

Felipe apenas me afastou de leve e voltou a seguir o pai, ainda com a mesma expressão.

–Felipe?! - Peguei em seu braço e o fitei.

Estava nervosa e exausta, tentava, dentro de seus olhos, encontrar um pouco do Felipe antigo, aquele que me defendia, que falava coisas pra me ajudar, aquele que não tinha medo de nada. - Fale alguma coisa. Diga à ele! Diga à ele que não quer ir. - As palavras saíam rápidas e confusas da minha boca.

–Não se meta garota, apenas fique quieta. - Ele parou um pouco, e baixou a cabeça. - Foi passar esse tempo com você. - Ele se soltou de mim novamente e desceu as escadas.

Eu poderia deixá-lo ir assim?!...

Desci as escadas e corri até o carro.

–Felipe?! - Falei, ofegante.

Ainda não sabia porque estava assim, porque estava me sentindo tão mal, porque precisava tanto que ele ficasse.

Até que parei, minha garganta fechou, meus olhos arderam e lágrimas surgiram no meus olhos. Talvez ele quizesse ir, talvez, eu fosse a única a querer que ele ficasse. Não tinha jeito, ele iria embora e não tinha nada a fazer.

Apenas parei no meio do jardim, pôs minha mão no rosto e desabei em choro. Felipe terminava de colocar as coisas no porta malas, quando ele finalmente me viu.

–Vamos! Já estamos atrasados!

Ele me observou por um tempo, eu, frágil, apenas continuava a chorar, e chorava da única forma que sabia, alto, e nenhum um pouco elegante, como criança desesperada por colo, como na primeira vez...Que nós nos beijamos.

–Vamos Felipe! - Repetiu o pai, já sem paciência.

–Sabe...Eu não quero ir!

Olho para ele assim que escuto, parando automaticamente de chorar, enquanto o pai de Felipe saia do carro, também surpreso com sua atitude.

–O que disse?!

–Eu não quero ir, e não vou, embora com você! - Ele estava agitado e suas mãos tremiam, mesmo assim ele não mudava sua expressão, permanecia confiante e determinado. - Não importa se minha mãe se casou de novo ou não, é com ela que eu quero ficar. Acha que está fazendo o melhor pra mim?! Alguma vez perguntou o que eu realmente queria? Não pode simplesmente vim aqui e dizer o que tenho ou não que fazer! Acho que minha opinião também conta nesses momentos!

Felipe tira suas malas do carros, pega minha mão e entra em casa, deixando o pai lá, parado, apenas impressionado com toda a atitude do filho.

Ele fecha a porta e deixa escapar um longo suspiro, além de um grande sorriso de satisfação. Antes mesmo dele soltar minha mão lhe dou um grande abraço, voltando a chorar. Ele fica surpreso no começo, mas depois retribui o abraço ainda mais forte.

–Você é bem insistente não é garota?! - Ele diz ainda sorrindo ainda sem me soltar.

–E você é um verdadeiro covarde! - Me separei dele e lhe empurrei de leve, limpando meu rosto com o braço.

–É... - Ele ficou sério e desviou o olhar. - Eu realmente tinha medo dele...Até hoje! - Ele sorri, me fitando.

Apenas um olhar seu pra me fazer esquecer de tudo o que aconteceu. Apenas um olhar fez eu me acalmar, me fez ficar desconcertada, me fez nervosa. Qual seria a cor daqueles olhos que tanto admirava?

–Ahhh... - Ele suspirou novamente, passando os olhos por mim e voltando a me encarar. - Bom, mesmo ficando bem sexy nesse vestido aí... - Ele fala, pegando sua mala do chão ainda sorrindo. - É melhor subir, tomar um banho e vestir algo confortável, você deve está cansada. - Ele começou a subir as escadas. - Com tudo que aconteceu acho que não precisamos continuar mais aquela conversa.

–Porque não?! - Perguntei, me arrependendo automaticamente do que falei, pois realmente não queria responder àquela pergunta.

–Acho que já sei a resposta...


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Notas finais do capítulo

E então gostaram?! Comentem :3