Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 19
Capítulo 18.


Notas iniciais do capítulo

Gentee, me desculpem pela demora de postar, mas agora eu estou cheia de ideias e coisas para escrever...Se preparem.



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....

—Cam, eu acho melhor nós irmos logo. Meu pai vai começar a ficar preocupado e eu não quero mais confusão em casa. –ele distanciou seu rosto do meu e desceu suas mãos pelo meu braço até segurar a minha mão.

—você está certa, não quero te causar nenhum problema.

Saímos do restaurante e caminhamos em direção ao carro que agora parecia estar mais longe, o Cam falava sobre alguma coisa sobre o restaurante e como o dono era seu amigo. Parei de prestar atenção no que dizia quando senti a presença de mais dois homens logo atrás de nós.

No começo pareciam apenas dois homens caminhando juntos, talvez fossem gays, mas quando a distancia entre nós começou a se encurtar eu realmente fiquei preocupada. Minha preocupação só se consolidou quando um deles me puxou pelo braço.

—me solta! –gritei ao sentir meu braço sendo forçado para trás em uma técnica de imobilização e que estava a doer bastante, sua outra mão segurava a minha boca com tanta força que se tornava complicado respirar.

—Asthryd... –percebi os seus pulsos começando a se tencionar, o outro cara vestido com uma jaqueta velha assim como o seu jeans e a sua aparência se aproximou do Cam com um sorriso presunçoso no rosto cansado e acompanhado de cicatrizes, com certeza não parecia o tipo de pessoa com quem quiséssemos arranjar confusão. Mas a confusão já havia sido feita e muito antes de mim.

—Cameron, menino de ouro, há quanto tempo não nos vemos. –meu braço estava latejando e o homem atrás de mim parecia na real intenção de me machucar. –sabe, eu demorei pra conseguir um tempo a sós com você, já que essa garota vive com você. Eu não sou insensível, Cam, não queria que ela soubesse dessa sua parte um tanto quanto “complicada”, ela parece ser uma boa pessoa. Mas eu não sou e bom...nem você.

O homem foi até mim e passou os dedos imundos pelo meu rosto afastando uma mecha de cabelo que caia sobre os meus olhos, que eu mesma não podia tirar. Seus olhos castanhos estavam carregados de sarcasmo e maldade, cada palavra que dizia era como um soco no estomago seguido de uma dor que atingia diretamente o coração. Como o Cam poderia ser “mal”...

—não toque nela, seu filho da puta desgraçado! –ele disse antes que eu pudesse sibilar qualquer coisa.

—nem com todo esse tempo, você não mudou esse seu jeito de ser não é? –o homem se virou e andou de volta até o Cam. –bom, vamos direto ao assunto. Eu quero saber onde está o seu pai, estamos com alguns problemas mal resolvidos...pessimamente resolvidos por assim dizer.

—eu não sei onde o meu pai está. –o seu maxilar tencionou assim como todo o seu corpo, pela primeira vez pude vê-lo com medo e eu estava desesperada.

—não? –gritei quando o homem acertou um golpe na barriga do Cam que se curvou soltando um gemido de dor. Estremeci e voltei a gritar novamente, pude sentir as lágrimas escorrerem e chegarem a mão que agora cobria a minha boca.

Não era possível que ninguém estava passando pela rua, olhei ao meu redor e percebi que estávamos em uma rua vazia atrás do restaurante e provavelmente ninguém passaria por aqui tão cedo. Minhas pernas tremiam e as lagrimas começavam a cair mais fortes, o desespero havia tomado conta de mim completamente.

—você está começando a me irritar garota! –disse o homem atrás de mim, com a voz ainda mais áspera e fria.

—não toque nela, covarde! –o Cam gritou, mas foi rapidamente atingido por outro golpe, dessa vez no rosto.

—isso é um aviso, Cameron. Eu não serei tão gentil da próxima vez que nos encontrarmos, avise ao seu pai que quero encontrá-lo. Tchau.

Assim que o homem me soltou corri ao encontro do Cam que estava curvado com os joelhos no chão. Levantei seu rosto como os dedos tremidos para observar o machucado. Nem uma lagrima escorria pelo seu rosto, pelo contrário, seus lindos olhos estavam carregados de ódio que se espalhava por todo o seu rosto.

—Cam...-disse com a voz tremida. –eu estou aqui, tudo bem? E-eu estou aqui, está tudo bem.

—ele te machucou? –ele levou suas mãos ao meu rosto e acariciou lentamente a minha bochecha, havia algo novo em seus olhos, algo que não conseguia desvendar.

—não, estou bem. –ele se levantou bruscamente e eu fiz o mesmo.

—aqueles filhos da puta vão ter o que merecem. –ele estava de costas para mim, mas não precisava olhá-lo nos olhos para saber que estavam cheios de ódio, sua voz denunciava toda a raiva que sentia.

—Cam, se acalma, por favor. –enrosquei meus braços ao redor da sua barriga e senti seus músculos relaxarem.

—vamos, preciso levá-la para casa. Vai começar a chover. –uma gotas de chuva começavam a cair do céu e nos atingir.

—tudo bem. –ele segurou a minha mão e andou rápida e silenciosamente até o carro.

Durante o caminho ele não disse uma palavra, mantinha um cigarro preso aos lábios, mas tragava muito pouco. Com seus olhos vidrados na estrada molhada por uma chuva forte era impossível imaginar o que estava pensando. Tudo nele era um completo mistério para mim.

Sua vida e o que faz dela, como pode ser uma pessoa perigosa? Quem é o seu pai e o que aqueles bandidos queriam com ele? Ficava cada vez mais difícil para mim tentar desvendá-lo. Doeu vê-lo machucado, não agüentaria suportar se algo pior acontecesse com ele. Só queria abraçá-lo, mas ele parecia tão distante agora.

Ele estacionou o carro um pouco antes da minha casa e não disse uma palavra, mas também não havia destrancado a porta. Sentia como se devesse dizer algo, mas as palavras estavam presas na minha garganta.

—Asthryd...-ele começou a falar e todo o meu corpo congelou. –não posso fazer isso com você.

—fazer o que?

—não posso envolve-la nisso... E-eu me odiaria se qualquer coisa acontecesse a você. –ele virou-se para mim e segurou meu rosto em uma das mãos. –não posso fazer isso com você.

—Cam...

—por favor, não diga nada. Pode ser a ultima vez que estaremos juntos e...eu não queria que fosse ruim. –ele aproximou o rosto do meu e beijou-me lentamente, um beijo com gosto de adeus. –Adeus, Asthryd.

A porta destrancou e eu sai, as palavras estavam presas na minha garganta e se enrolava ao choro formando um nó. A chuva caia sobre a minha cabeça e o gosto do nosso beijo ainda estava na minha boca. Não posso perdê-lo, mas parece que não há nada que eu pudesse fazer.

Antes que ele fosse embora pude ver atrás do vidro uma lagrima escorrendo solitária pelo seu rosto. Permaneci parada repassando os fatos na minha cabeça enquanto as lagrimas desciam e fundiam-se à chuva.

—Thridy? O que está fazendo do lado de fora, está chovendo. –virei encontrei o meu pai parado na porta com os óculos na ponta do nariz e as sobrancelhas arqueadas.

—eu não sei. –passei os dedos embaixo dos olhos tentando inutilmente limpar as lágrimas que continuavam a cair.

—entre! –ele fez um sinal para que eu entrasse e eu segui movida por uma força desconhecida, por que a única coisa que queria fazer era chorar, mas não podia. –está chorando? A Maia disse que estava com cólica e ficaria no quarto o dia todo e agora está aqui...

—sai agora pai, sabe como amo chuva e não estou chorando... não se preocupe. –sorri amargamente e passei por ele sem me importar em molhar toda a casa. –vou dormi, boa noite.

Passei pela sala e pelas escadas sentindo as lágrimas voltando à tona, corri para o meu quarto e tranquei a porta atrás de mim. As palavras que ele havia me dito se repetiam na minha cabeça “não posso fazer isso com você”.

Liguei o chuveiro e fiquei lá embaixo por muito tempo, mas do que eu esperava. Chorava tanto que soluçava, quando foi que ele se tornou tão importante assim a ponto de sua partida me deixa tão...partida.

Ele foi a melhor coisa que me aconteceu, não podia deixá-lo ir. Não deixaria.


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