Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 20
capítulo 19.




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Cameron.

Dirigi sem rumo até encontrar um lugar que fosse longe de tudo, ainda sentia meu corpo pesado de ódio. Precisava esvair a minha mente, precisava tirar os meus pensamentos daquele lugar e daquelas pessoas...precisava tirar meu pensamento dela. Parei o carro em uma boate que sempre freqüentava, mas pela primeira vez sozinho.

A julgar pela quantidade de carros estacionados e pelo dia, a balada estaria um pouco mais vazia do que das ultimas vezes em que eu vim, mas pouco importava por que a única coisa que eu queria agora é ficar sozinho.

Passei pela fila que esperava para entrar na boate e entrei sem nem me apresentar, os seguranças já sabiam que eu era. Todas aquelas luzes e fumaça me fizeram sentir um pouco desconfortável, mas um tipo de desconforto que alguns goles de tequila poderiam facilmente tirar de mim.

Desviei das pessoas até conseguir finalmente chegar ao bar logo um barman veio me atender, pedi três shots de tequila e virei os copinhos de vidro rapidamente. O já conhecido e até apreciado gosto de tequila desceu pela minha garganta e o meu corpo recebeu a bebida como uma velha amiga.

—vai com calma, garoto. –ao meu lado havia uma mulher que exibia suas pernas em um curtíssimo vestido vermelho.

—não se preocupe com isso. –disse tentando ignorá-la, mas a mulher já havia estabelecido contato e ela queria me mostrar o porquê daquele vestido.

—bom, a julgar por essa marca na sua bochecha e a forma com que está bebendo, imagino que esteja querendo esquecer alguma coisa. –ela disse se aproximando e eu fui obrigado a olhá-la.

—talvez eu esteja. –os cabelos pintados de preto da moça caiam sobre os seus seios siliconados e milimetricamente preparados para atrair qualquer olhar, sua beleza era completamente artificial e diferente da Asthryd que mais parecia um anjo incapaz de machucar.

Essa mulher, assim como todas as outras mulheres com quem me envolvi, parecia estar pronta para matar, pronta para seduzir qualquer um e levar todo o dinheiro de sua carteira antes de sair. Asthryd era diferente de todas elas, seus olhos inocentes eram capazes de levar qualquer uma loucura sem usar ao menos um decote, ela era diferente e eu não a merecia.

Merecia pessoas como a mulher de vestido vermelho, inescrupulosa e falsa, o tipo de mulher que só te ama na hora da cama. Eu não merecia nada melhor que isso, porque por mais que eu tentasse eu nunca seria bom o suficiente para a Asthryd e não é isso que ela merece...

—se é assim...-ela estendeu o braço e pediu mais quatro doses de tequila. –então acho que posso ajudá-lo. Tory, prazer.

Seus olhos verdes marcados por delineador me olhavam com desejo, não podia negar que também a queria para relaxar e até mesmo esquecer toda a merda em que me envolvi. Sorri para a mulher enquanto virávamos os shots.

—Cameron.

—eu sei quem você é.

Ao passar das horas a mulher se tornava ainda mais fácil, falava coisas obscenas no meu ouvido e colocava a minha mão por baixo do seu vestido. Ora ela rebolava no meu colo ora ela beijava o meu pescoço, mas a minha cabeça não conseguia para de pensar na Asthryd parada de baixo da chuva me olhando sair.

—eu acho que nós deveríamos sair daqui. –disse em seu ouvido.

—eu estava esperando você dizer isso a noite toda.

Eu paguei a nossa conta e nos saímos, a chuva já havia parado de cair e nós chegamos rapidamente ao carro.  A mulher começou bem antes de chegarmos na minha casa, enquanto dirigia ela abria minha calça e me chupava e eu tentava dirigir sem bater o carro e tentava principalmente não pensar nela.Todos já estavam dormindo então não tive problema nenhum em esconde-la.

—você ainda parece um pouco tenso. –ela disse enquanto subíamos as escadas em direção ao quarto de visitas, não a levaria para o meu quarto de jeito nenhum.

—que se foda. –disse para tudo o que estava me deixando tenso e joguei a mulher contra a parede antes mesmo de chegarmos ao quarto.

Ela puxava meu cabelo enquanto eu arrancava o seu vestido e jogava em qual quer canto da casa, a Tory nem ao menos se preocupou em usar uma calcinha. Ela gemina contra os meus lábios enquanto tirava a minha camisa, eu a coloquei na cama e tirei seu sutiã desvendando lindos seios siliconados.

A essa hora eu já tinha deixado o alchool tomar conta de mim, eu penetrava ela sem qualquer escrúpulo ou pudor, ela gemia se jogava o seu quadril contra o meu, puxava o meu cabelo e arranhava as minhas costas, mas eu não me importava.

Paramos quando ela chegou ao orgasmo, eu não fiz o mesmo, não conseguia sentir nada além de um prazer mínimo, mas conseguia fingir que aquela noite tinha sido sensacional e que ela era maravilhosa na cama, mesmo não sendo.

...

ASTHRYD.

—eu acho que você deveria conversar com ele. –a Amber deu um gole no seu soco de laranja e voltou a falar. –agora que vocês dois estão mais calmos e de cabeça fria.

—eu sei, mas não sei se ele iria querer isso. –depois de contar  resumidamente a historia para a Amber eu me sentia infinita vezes mais calma em relação a tudo que aconteceu, já que na noite passada eu passei horas chorando.

—claro que ele quer, ele não a deixaria sim se não gostasse de você. Olha, eu conheço a fama do Cameron e sei que ele nunca tratou ninguém como ele te trata. Levar alguém para almoçar? Confie em mim, é até difícil de acreditar. Por isso eu acho que você deveria ir atrás dele.

—você acha? –esperei a resposta enquanto mordia mais um pedaço do meu hambúrguer.

—sim, eu posso levá-la depois da aula, você sabe onde ele mora certo?

—sim, eu sei.

—então pronto! Iremos ao final das aulas.

O resto das aulas passaram se arrastando e a cada momento eu pensava em desisti da minha decisão de ir encontrar com ele, não fazia nem idéia do que dizer a ele e muito menos do que ele iria me dizer.Meu coração tava apertado e eu só queria abraçá-lo e dizer que ia ficar tudo bem, que nós iríamos ficar bem.

Ao final das aulas corri tentando desviar e não esbarrar em ninguém até encontrar a Amber, ela me esperava do lado de fora segurando os livros no braço e conversand com outra garota que eu não conhecia.

—vamos? –ela perguntou chacoalhando a chave do carro.

—vamos. –ela se despediu da garota com quem conversava e nós fomos até o seu carro.

...

Paramos o carro no grande portão que separava a mansão dos Reeve do resto da cidade, disse para ela que me esperasse enquanto eu entrava e falava com ele. Desci do carro e fui até o interfone apertei o botão e esperei alguém atender, tremendo.

—residência dos Reeve, quem gostaria?

—Petúnia? É a Asthryd, você poderia abrir o portão...É que eu preciso falar com o Cam e...

—Asthryd? Mas eu pensei que você já estivesse...tudo bem, vou abrir. –achou que eu estivesse o que? Olhei para a Amber e ela estendeu os polegares e sorriu, não ajudou muito.

Quando os portões se abriram eu respirei fundo e entrei, os saltos da minha bota faziam um som oco enquanto eu caminhava até a porta e eu tentei focar nesse som até chegar lá. Antes que eu batesse na porta a Petúnia abriu com um sorriso amarelo no rosto.

—ola. –disse com a voz um pouco tremula.

—oi, minha querida. Quer um chá? –fiz que não com a cabeça. –Eu vou chamar o Cameron, pode se sentar.

Sentei na poltrona que ficava na frente das escadarias da casa, meus pés se mexiam por conta própria e por um nervosismo inexplicável. Ouvi sons de passos descendo as escadas e me levantei rapidamente, mas o que eu encontrei não foi nada do que eu esperava.

O Cameron estava parado sem camisa e logo atrás uma mulher com a boca manchada de batom vestida em um ridículo vestido vermelho me encarava com um sorriso pretensioso no rosto. Toda aquela situação só dizia algo que eu já sabia: ele não liga pra mim e eu sou uma imbecil por ter vindo aqui.

—Lady... –ele disse surpreso.

—nunca mais me chama assim. –senti as lagrimas se formando quentes nos meus olhos, mas me negava a chorar na frente dele e daquela vagabunda. –esquece, foi um erro eu ter vindo aqui.

—espera, eu... –ele segurou o meu braço e eu revidei ao toque com um tapa em seu rosto, o som do tapa reverberou por toda a casa. –não faz isso.

—vai se foder. –puxei meu braço de volta e ignorei as lagrimas em seu rosto, eram falsas assim como ele, assim como tudo o que aconteceu entre nós. Eu não poderia me odiar mais por ter vindo aqui.

Sai da casa correndo e ouvi os seus passos atrás de mim, mas não me virei para escutá-lo, não podia deixar que me visse daquela forma. Lágrimas caiam sem rumo ignorando a minha vontade de mantê-las nos olhos e tudo aquilo era tão ridículo que só me fazia querer chorar mais.

—vamos. –Entrei no carro e bati a porta assustando a Amber.

—o que aconteceu? Porque o Cameron está correndo até aqui, porque você esta chorando?

—eu sou uma imbecil, eu nunca deveria ter vindo aqui.

Ela acelerou o carro e saímos antes que o Cameron nos alcançasse, só consegui ouvi-lo gritando o meu nome e xingando logo em seguida. Nada no mundo me faria voltar e conversar.

Eu odiava Cameron Reeve.


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Notas finais do capítulo

Eai,o que será que vai acontecer com o "casal"...



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